Toracocentese Flashcards
Defina a Toracocentese.
É um procedimento percutâneo (logo minimamente invasivo) em um sistema hermeticamente fechado durante o qual uma agulha é inserida no espaço pleural. Pode ser diagnóstica ou terapêutica.
Como é feito o diagnóstico do derrame?
Radiografia em PA e em decúbito lateral para o lado da lesão (usado para confirmar – líquido se move) – Incidência em Laurell (raios horizontais).
OBS: Paciente na vertical com raios horizontais; é comum que haja alívio da dor quando o paciente é colocado em decúbito lateral no lado afetado e que essa seja intensificada quando em decúbito contrário.
Quais são as indicações para o procedimento da toracocentese? (3)
1) Estabelecer a causa de uma efusão pleural - diagnóstico;
2) Drenar grandes quantidades de líquido que podem comprometer o sistema respiratório;
3) Alívio respiratório – terapêutica.
Quais são as contraindicações (absolutas e relativas ) da toracocentese?
1)Coagulopatias
2) Maior cuidado em paciente com ventilação mecânica, uma vez que isso pode deixar o pulmão mais próximo da caixa torácica, aproximando-o da agulha e aumentado o risco de um pneumotórax;
3) Deve ser adiada em pacientes com hemodinâmica grave ou comprometimento respiratório até a condição subjacente ser estabilizada;
4) Em pacientes que têm efusões pequenas ou loculadas, o procedimento deve ser realizado por operadores experientes idealmente com orientação por imagem em tempo real;
5) A agulha de toracocentese não deve passar por locais de infecção cutânea como celulite ou herpes zoster.
Quais são os equipamentos utilizados para a toracocentese?
1) Gazes
2) Campo estéril
3) Luvas estéreis
4) Agente de limpeza de pele
5) Hemostato
6) Lidocaína 1 ou 2%
7) Seringa de 10mL com agulha de calibre 22 a 25
8) Cateter ‘‘over -the-needle’’ de calibre de 18 ou 20
9) Seringa de 60ml
10) Torneira de 3 “pontas”
11) Tubo estéril de drenagem
12) Tubos de amostras e um recipiente grande para coleta Y curativo de oclusão estéril.
Como é a preparação para a realização da toracocentese ?
por quê a superfície inferior da costela deve ser evitada?
1) Explicar o procedimento para o paciente;
2) Obter um consentimento por escrito;
3) Confirmar a identificação do paciente;
4) Marcar o local correto para o procedimento;
5) Realizar um tempo limite pré-processual: imediatamente antes do procedimento, que consiste na confirmação, por todos os membros do atendimento, da identificação do paciente, do procedimento que será feito e o local exato onde será feito;
6) Um assistente deve auxiliá-lo, posicionando o paciente e o monitorando. Além disso, ele deve auxiliar a coleção do líquido pleural;
7)Coloque o paciente na posição sentada na borda da cama com os braços descansando em uma mesa;
8)A altura da efusão é determinada pela ausculta e percussão da parte posterior do tórax
9) O local de inserção da agulha deve ser marcado por uma caneta, fazendo uma linha de 5 a 10cm, lateral à coluna e pelo menos 1 ou 2 EIC abaixo do topo da efusão;
10) A agulha NÃO deve ser inserida abaixo da 9° costela;
11) Se possível, a ultrassonografia pode ser utilizada para ajudar na visualização do derrame;
12) Prepare a área com solução antisséptica e posicione um campo estéril no local;
13) Com uma agulha de calibre 25, faça a anestesia local (lidocaína) ao longo da borda superior da costela que fica abaixo do EIC selecionado para a efusão;
14) Com uma agulha de calibre 22, faça a anestesia de tecidos mais profundos;
15) A superfície inferior da costela deve ser evitada, uma vez que vasos intercostais e nervos estão localizados nessa região;
16) Passe a agulha pela parte superior da costela injetando alternadamente anestésico e recuando o êmbolo à medida que você avança;
17) Uma vez que a agulha entra no espaço pleural, o líquido pleural começará a encher a seringa → continuar a injetar o anestésico, a fim de anestesiar a pleura parietal;
18) Observar a profundidade da penetração e retirar a agulha com auxílio de uma pinça hemostática, marcando a profundidade do espaço pleural.
Como é feita a aspiração do fluido pleural?
Anexe um cateter “over the needle” (extracath) de calibre 18 em uma seringa e penetre a superfície superior da costela;
Continue puxando o êmbolo, a fim de encontrar a profundidade correta;
Uma vez que o fluido é aspirado, pare imediatamente de avançar a agulha e guie o cateter;
Quando o cateter estiver totalmente inserido, retire a agulha enquanto o paciente exala. A porção aberta do cateter deve ser coberto imediatamente com o dedo, a fim de evitar a entrada de ar no espaço pleural;
Em seguida, anexe uma torneira de três vias e uma seringa grande no cateter;
Continue aspirando o fluido;
Quando a seringa estiver cheia, ajuste a torneira de modo que fique perto do paciente (ver imagem abaixo);
A torneira deve estar aberta, próxima ao paciente, somente quando o fluido estiver sendo drenado ativamente. OBS: Se for necessário drenar fluido adicional para fins terapêuticos, dev-se fixar a tubulação de coleta à torneira e o recipiente de coleta. Abrir a torneira para o paciente e para a tubulação, permitindo que o recipiente seja preenchido. Geralmente você não deve remover mais de 1500 mililitros de líquido pleural, pois a remoção de volumes maiores pode resultar em edema pulmonar.
Após a conclusão da retirada de líquido, deve-se remover rapidamente o cateter, enquanto a paciente segura a respiração no fim da expiração. Cobrir o local de inserção da agulha com um curativo e limpar a pele ao redor.
O líquido aspirado deve ser colocado onde?
Quais tubos são utilizados para análises químicas e contagem de células?
O líquido aspirado deve ser colocado em tubos de amostra antes do recipiente de coleta ser enchido completamente ou enquanto estiver enchendo. Um tubo sem aditivos deve ser usado para análises químicas, como a medição de ácido lático, proteína desidrogenase e níveis de glicose. Um tubo tratado com EDTA deve ser usado para contagem de células e contagem diferencial. Amostras para citologia e análises microbiológicas e para outros testes que podem ser necessários, dependendo da circunstância clínica.
***Explique o que é o Transudato?
o que o transudato indica possivelmente? (3)
Transudato: o líquido pleural transudativo é claro e transparente, sem células, com baixa concentração de proteínas, indicando um acúmulo de um líquido semelhante ao líquido pleural normal. A etiologia do transudato está relacionada com a diferença de pressão. Indica: insuficiência cardíaca, cirrose, síndrome nefrótica (nefrose). DHL no líquido é abaixo de 2/3 do limite superior no soro.
***Defina o que é o Exsudato.
o Que o Exsudato possivelmente indica?(3)
Exsudato: o líquido pleural exsudativo é rico em proteínas e células inflamatórias, tem aparência mais viscosa e opaca, por vezes, com sinais de sangue misturado, podendo no caso de infecções se apresentar tipicamente como uma coleção de pus. A etiologia do exsudato é pelo aumento da permeabilidade.
Indica: pneumonia bacteriana, trauma, câncer.
*** Quais são os critérios de light para diferenciação de transudatos e exsudatos? (3)
Parâmetros Transudatos Exsudatos
1)relação entre proteína do líquido pleural e sérica ( <0,5 ou igual 0,5 = transudatos e > 0,5 = Exsudatos)
2)relação entre DHL do líquido pleural e sérica ( < ou igual a 6 = transudatos e >0,6 = exsudatos)
3)DHL no líquido pleural >2/3 do limite superior no soro ( não = transudatos e sim = exsudatos)
OBS: A PRESENÇA DE QUALQUER UM DOS TRÊS CRITÉRIOS DE EXSUDATO É SUFICIENTE PARA SUA CARACTERIZAÇÃO E A PRESENÇA DOS TRÊS CRITÉRIOS DE TRANSUDATO É NECESSÁRIA PARA SUA CARACTERIZAÇÃO.
OBS2: DHL = Desidrogenase lática.
Quais são as complicações da toracocentese? (8)
Pneumotórax é incomum após a toracocentese e, quando presente, raramente requer a colocação de um tubo torácico;
Complicações mais sérias incluem hemotórax, lesão de órgãos intra-abdominais, embolia aérea e edema pulmonar pós-expansão
Outras complicações da toracocentese incluem tosse, dor e infecção localizada;
obs: Radiografias de tórax não são necessárias após procedimentos simples e descomplicados;
A radiografia do tórax deve ser realizada se o ar foi aspirado durante o procedimento, o se houver dispneia ou hipoxemia, dor torácica ou se o paciente estiver gravemente doente ou em ventilação mecânica;