Tema 2 - Processo cognitivos: PERCEÇÃO, ATENÇÃO e MEMÓRIA Flashcards
Cognição
Conceito difícil de definir!
- Definição mais descritiva e menos conceptual: Pode ser definido como o conjunto de processos mentais relativos à perceção, atenção aprendizagem e memória.
- Definição conceptual: conjunto de processos através dos quais tomamos conhecimento do mundo. Mais especificamente, processos que permitem:
1. Identificar estímulos externos e internos
2. Reconhecer o seu significado
3. Responder de forma adequada
Percepção
Processo pelo qual o nosso cérebro recebe, interpreta e organiza os estímulos sensoriais (externos e internos) do nosso ambiente. Não se trata de receção passiva destes sinais mas da sua modulação por processos cognitivos que envolvem aprendizagem prévia, memória e atenção (Demonstra assim que os processos cognitivos estão interligados)
Perceção Visual
Combinação entre estímulo visual (informação veiculada pelo SNP –> “bottom-up”) e o nosso conhecimento prévio (info contida em estruturas do SNC –> “top-down”)
Exemplos de Processamento Top-Down
Constância da forma e tamanho e perceção da profundidade: Imagens 10.1 e 10.2 do livro (páginas 245 e 247)
A influencia “top-down” revela-se por exemplo na forma como a atenção vai privilegiar certos componentes sensoriais em detrimento de outros.
Quais os fatores que influenciam a perceção?
- LIMIAR DA PERCEPÇÃO ( = estímulo tem maior ou menor intensidade mínima que outros –> exemplo: Alguém grita fogo, terá muito mais a atenção que se gritarem Ar).
- EXPERIENCIAS PASSADAS (evidente através dos efeitos de constância de tamanho e perceção de profundidade)
- EMOÇÕES
- MOTIVAÇÃO
- AMBIENTE (Porém, por vezes o nosso conhecimento sobre o ambiente pode desconsiderar o que vê, resultando numa distorção da perceção –> exemplo clássico Ames room (ver vídeo “What Is the Ames Illusion? - Instant Egghead #23”))
- VALORES PESSOAIS
- BACKGROUND CULTURAL
Atenção
Capacidade de nos focarmos em determinado(s) estímulo(s) que nos chega(m) do ambiente (externo ou interno).
A informação que é mantida na memória de curto prazo depende de a qual ou quais buffers sensoriais (o equivalente a uma memória imediata de duração segundos para cada modalidade sensorial) é que prestamos atenção. (ver figura 10.3 - pág. 250)
Quais as 3 fases de aquisição de uma capacidade?
- FASE COGNITIVA - desenvolvimento de uma representação mental da capacidade e como realizar.
- FASE ASSOCIATIVA - programa motor efetivo é desenvolvido, pelo que o individuo é capaz de desenvolver a capacidade. No entanto, falha na capacidade de desempenhar bem as “subações” com fluência.
- FASE AUTÓNOMA - a capacidade já é automática, baseando-se no conhecimento empírico e corrdenação motora, do que na instrução explicita.
Exemplo: Aprender a conduzir; Aprender a Suturar ….
Relação entre Multitasking e Medicina
O Multitasking provoca uma dispersão do nosso foco, com custos e desempenho de ações ou na obtenção da informação do meio ambiente.
Por isso, o treino repetitivo “liberta” a capacidade cognitiva e permite-nos prestar atenção a outros estímulos do ambiente para além da ação que está a ser realizada. Por outro lado, quando dispersamos a nossa atenção é provável que na presença de ações alternativas utilizemos as mais habituais mesmo se não forem as mais adequadas —> isto é uma das origens do erro médico.
Como divides a memória?
Do ponto de vista do tempo de armazenamento da informação podemos dividir a memória em:
- MEMÓRIA IMEDIATA - corresponde ao buffer sensorial
- MEMÓRIA A CURTO PRAZO OU DE TRABALHO - usada para manipular e adquirir temporariamente informação. Tem componentes visual e auditiva, ambos com capacidade limitada. Porém caso a informação seja AGRUPADA, a capacidade desta forma de memória aumenta significativamente. Outras características são a PRIMAZIA (as pessoas vao lembrar-se mais facilmente dos itens do inicio da lista comparativamente com as do meio pq tiveram mais tempo para as repetir) e EFEITOS RECENTES (lembramo-nos mais das ultimas palavras do final da lista pois esta info está mais acessível à nossa memória de trabalho).
- MEMÓRIA A LONGO PRAZO: retém a informação para futura recuperação, está dependente de formação de associações entre grupos de informação que estejam na nossa memória de trabalho. Pode subdividir-se em 2 tipos:
- 1 - MEMÓRIA EXPLÍCITA OU DECLARATIVA: trata-se de factos, ideias e conceitos (memória semântica) ou de episódios vivenciados pelo próprio (memória episódica).
- 2 - MEMÓRIA IMPLÍCITA: também designada de memória dos PROCEDIMENTOS . Funciona num plano inconsciente, mais independente da atenção.
Quais as características da memória a longo prazo?
- SINGULARIDADE - informação única é mais facilmente relembrada.
- ELABORAÇÃO E PROCESSAMENTO - info elaborada em função do seu significado é mais facilmente relembrada.
- ESPAÇAMENTO E AGRUPAR
- CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS
- DEPENDENTE DE CONTEXTO
- PODER DE RECUPERAÇÃO - quando mais frequentemente relembrada, mais facilmente é relembrada.
Aplicação da memória na clínica
- Dar informação mais importante no inicio e no fim da consulta
- Enfatizar a informação mais importante
- Agrupar em informação em categorias com significado
- Tornar a categorização explícita
- Usar a repetição
- Usar palavras simples e frases curtas
- Ser específico
- Evitar sobrecarregar a pessoa com informação
Onde é realizada a consolidação das memórias a longo prazo?
As memórias existem em ENAGRAMAS que correspondem a redes neuronais, que podem ser compostas por neurónios de diferentes regiões do cérebro ligados entre si.