Tema 13 - O mundo islâmico: as guerras do Golfo, a questão iraquiana, as “Primaveras Árabes” e o terrorismo do ISIS Flashcards

1
Q

as mudanças da Russia e o crescimento do terrorismo global

quais as implicações da governação de boris ieltsin, após a dissolução da URSS?

A

A queda da União Soviética em 1991 marcou o fim da Guerra Fria e o surgimento de uma ordem mundial unipolar liderada pelos EUA.

A Rússia, como herdeira do antigo poder soviético, enfrentou intensas transformações económicas, sociais e políticas.

Durante o governo de Boris Ieltsin (1991-1999), procurou-se alinhar a Rússia ao modelo ocidental por meio de reformas como a transição para a economia de mercado, privatizações em massa e abertura ao capital estrangeiro.

No entanto, essas políticas levaram a uma crise económica, inflação descontrolada, desemprego e aumento da desigualdade social. Apesar das tentativas de aproximação com o Ocidente, a expansão da OTAN e a perda de influência nas ex-repúblicas soviéticas foram vistas como ameaças.

O governo Ieltsin terminou com uma crise financeira em 1998, deixando o país fragilizado. Para além disso, novas ameaças surgiram, incluindo conflitos no Oriente Médio e a ascensão do terrorismo global.

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Q

as mudanças da Russia e o crescimento do terrorismo global

quais são os conflitos do médio oriente entre os anos 80 e 90?

introdução, 2 topicos, consequencias

A

Os conflitos no Oriente Médio durante as décadas de 1980 e 1990 foram profundamente marcados pelo papel do Iraque sob a liderança de Saddam Hussein e pelo seu uso do nacionalismo iraquiano como ferramenta política e ideológica.

  1. guerra irão-iraque - A Guerra Irão-Iraque (1980-1988) representou um dos conflitos mais longos e devastadores da região, com raízes em rivalidades religiosas, territoriais e ideológicas. Saddam Hussein, líder do Iraque, procurava reafirmar o papel do seu país como potência regional e conter a influência do regime teocrático iraniano liderado pelo Ayatollah Khomeini, que havia se consolidado após a Revolução Islâmica de 1979. O conflito envolveu brutalidade em larga escala, incluindo o uso de armas químicas pelo Iraque contra forças iranianas e até mesmo contra civis curdos no território iraquiano, um evento que se tornaria emblemático de sua governança repressiva. Inicialmente, Saddam recebeu apoio tácito de potências ocidentais e regionais, como os Estados Unidos e países do Golfo, que viam o Irão como uma ameaça maior à estabilidade regional e aos seus interesses estratégicos. Este suporte sublinhou o pragmatismo da política internacional, onde regimes autoritários eram aceites como aliados temporários diante de um inimigo comum. Contudo, a guerra deixou o Iraque economicamente devastado, um fator que contribuiu diretamente para a decisão de Saddam de invadir o Kuwait em 1990.
  2. invasão Kuwait - A invasão do Kuwait foi apresentada por Saddam como uma reivindicação legítima de direitos históricos e económicos, mas foi amplamente interpretada como uma tentativa de resolver as dificuldades financeiras do Iraque e aumentaro seu controlo sobre os recursos petrolíferos da região. A resposta internacional foi rápida e decisiva. Sob a liderança dos Estados Unidos, uma coalizão de países lançou a Operação Desert Storm (1991), expulsando as forças iraquianas do Kuwait em um conflito curto, mas altamente destrutivo. Apesar da derrota militar, Saddam Hussein conseguiu manter-se no poder, mas a sua relação com o Ocidente tornou-se cada vez mais tensa e marcada por desconfiança mútua.

O Iraque enfrentou severas sanções económicas e monitoria constante, particularmente em relação a supostos programas de armas de destruição em massa.

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as mudanças da Russia e o crescimento do terrorismo global

como a ascenção do terrorismo global levou aos ataques do 11 de setembro?

A

O final do século 20 foi marcado pela consolidação do terrorismo global como uma das maiores ameaças à segurança internacional.

Nesse contexto, a Al-Qaeda, liderada por Osama bin Laden, emergiu como a principal organização terrorista transnacional, articulando ataques coordenados contra alvos simbólicos do Ocidente.

O primeiro atentado contra o World Trade Center em 1993, onde explosivos foram usados para tentar derrubar as torres, e os bombardeios às embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998, demonstraram a crescente capacidade da Al-Qaeda de operar em escala global.

Esses eventos, no entanto, foram apenas o prelúdio do ataque mais marcante da organização: os atentados de 11 de setembro de 2001, que destruíram as Torres Gêmeas em Nova York, atingiram o Pentágono, e resultaram na morte de quase 3.000 pessoas. Este ataque não foi apenas um ato de violência extrema, mas também uma declaração de guerra contra o Ocidente, simbolizando o auge da ameaça do terrorismo jihadista. O impacto foi profundo, transformando não apenas a política externa dos Estados Unidos, mas também a maneira como as nações abordavam segurança, inteligência e diplomacia.

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as mudanças da Russia e o crescimento do terrorismo global

como o ocidente reagiu aos constantes ataques terroristas, em especial o 11 de setembro?

introdução e 2 topicos

A

A resposta dos EUA aos ataques de 11 de setembro foi contundente e inaugurou a Doutrina Bush, que priorizava a luta contra o terrorismo global. O presidente George W. Bush articulou o conceito do “Eixo do Mal”, englobando regimes considerados ameaças diretas à segurança dos EUA e ao mundo, como o do Afeganistão, Iraque, Irã0 e Coreia do Norte. Sob essa premissa, os EUA lançaram intervenções militares de grande escala, com o objetivo declarado de eliminar ameaças terroristas e promover regimes democráticos.

  1. A primeira grande ação militar foi a invasão do Afeganistão em 2001, com o objetivo de derrubar o Talibã, que oferecia refúgio à Al-Qaeda. Embora o regime Talibã tenha sido rapidamente removido, a insurgência persistiu por duas décadas, demonstrando a complexidade do conflito e a dificuldade de estabilizar o país. Essa situação culminou, anos mais tarde, no retorno dos Talibã ao poder em 2021, simbolizando um ciclo de instabilidade no Afeganistão.

A administração Bush exerceu pressão significativa sobre instituições como a ONU e a OTAN para legitimar suas ações no Iraque. Em novembro de 2002, os Estados Unidos conseguiram aprovar uma resolução da ONU que dava um ultimato ao Iraque para desarmar-se. Contudo, a recusa ou falta de ação efetiva do governo iraquiano foi usada como justificativa para a intervenção militar, mesmo sem mandato internacional claro.

Em março de 2003, os líderes de quatro países aliados — Estados Unidos (George W. Bush), Reino Unido (Tony Blair), Espanha (José María Aznar) e Portugal (Durão Barroso) — reuniram-se na base das Lajes, nos Açores. Essa reunião, amplamente criticada como a “Cimeira da Guerra”, foi usada como uma declaração de alinhamento ocidental em apoio à intervenção. A França e a Alemanha, por outro lado, posicionaram-se contra, representando uma visão europeia mais crítica em relação à política unilateral americana.

  1. A segunda intervenção militar norte-americana ocorreu no Iraque, em 2003. Sob a alegação de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa e tinha ligações com o terrorismo global, os EUA lideraram uma coalizão que depôs o ditador. No entanto, essas justificativas foram posteriormente questionadas, já que nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada e as conexões de Saddam com a Al-Qaeda não foram comprovadas. Saddam Hussein foi capturado em dezembro de 2003, escondido em um bunker no norte do Iraque. Após um breve julgamento, ele foi condenado à morte e enforcado em 2006. A sua execução, amplamente divulgada pela média, gerou controvérsia internacional, pois não seguiu os padrões de um julgamento justo e foi percebida como uma demonstração de poder por parte dos Estados Unidos. A deposição do regime, embora celebrada inicialmente, gerou um vácuo de poder que levou ao colapso da governança central e ao surgimento de grupos extremistas, incluindo o Estado Islâmico (ISIS), que dominou partes significativas do Iraque e da Síria nos anos seguintes.
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5
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as mudanças da Russia e o crescimento do terrorismo global

quais foram as consequências imediatas dos ataques ao iraque em 2003?

A

A remoção de Saddam Hussein desestruturou o equilíbrio político e sectário no Iraque. A rivalidade histórica entre xiitas e sunitas foi exacerbada, resultando em uma violenta guerra civil. Xiitas, apoiados pelo Irã, e sunitas, muitos dos quais haviam perdido poder com a queda de Saddam, entraram em confronto direto. O governo iraquiano, apesar de nominalmente estabelecido, carecia de autoridade e era fortemente influenciado pelas forças ocupantes.

Do caos gerado pela guerra civil e pela retirada precipitada das tropas americanas, surgiu o Estado Islâmico (EI). Este grupo extremista se autodenominou um califado e utilizou territórios no Iraque e na Síria como base para ações terroristas globais, intensificando a instabilidade na região e fomentando uma nova onda de violência contra o Ocidente.

A guerra no Iraque teve repercussões significativas para os países envolvidos:

  1. Espanha: Após os atentados de 11 de março de 2004 em Madri, que mataram 193 pessoas, o apoio à guerra tornou-se impopular. Nas eleições que ocorreram dias depois, o governo de José María Aznar foi derrotado.
  2. Reino Unido: Tony Blair enfrentou críticas severas por ter apoiado a intervenção, especialmente após a revelação de que a justificativa das ADM era baseada em informações falsas.
  3. Estados Unidos: O governo americano sofreu desgaste político interno e externo. A guerra custou trilhões de dólares e resultou em milhares de baixas, além de afetar a imagem global dos Estados Unidos.

A guerra no Iraque foi amplamente criticada por sua falta de respaldo jurídico internacional. Diferentemente da Guerra do Golfo em 1991, que tinha um mandato claro da ONU, a intervenção de 2003 foi vista como uma ação unilateral liderada pelos Estados Unidos, sem o devido respeito pela soberania iraquiana.

A tentativa de impor um modelo de democracia ocidental ao Iraque ignorou as especificidades culturais, históricas e religiosas do país. Para muitos iraquianos, a invasão foi percebida não como uma libertação, mas como uma ocupação estrangeira que desrespeitava a sua identidade e tradições.

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as mudanças da Russia e o crescimento do terrorismo global

o que é a primavera árabe e quais foram as consequências para o medio oriente?

A

O ano de 2011 foi marcado pelo início da Primavera Árabe, uma onda de protestos populares que começou na Tunísia e rapidamente se espalhou pelo Médio Oirente e Norte da África. Movida por demandas por justiça social, liberdade política e melhores condições económicas, a Primavera Árabe inicialmente trouxe esperança de reformas democráticas em regimes autoritários. No entanto, as suas consequências foram profundamente variadas, resultando em transições democráticas limitadas e, em muitos casos, em crises de instabilidade.

No Egito, as manifestações levaram à queda de Hosni Mubarak, mas o país vivenciou uma sequência de mudanças dramáticas, incluindo o breve governo da Irmandade Muçulmana e o golpe militar que devolveu o poder a um regime autoritário sob Abdel Fattah el-Sisi.

Na Líbia, a queda de Muammar Gaddafi após a intervenção da OTAN em 2011 mergulhou o país em uma prolongada guerra civil, com fações rivais disputando o controle do território e dos recursos.

Na Síria, os protestos pacíficos contra o regime de Bashar al-Assad rapidamente evoluíram para um dos conflitos mais devastadores do século XXI. A guerra civil síria transformou-se em um conflito de múltiplas frentes, envolvendo não apenas o regime e grupos de oposição, mas também atores regionais e internacionais.

Rússia, Irão, Turquia e a coalizão liderada pelos EUA tiveram papéis significativos no cenário de “todos contra todos”. A devastação humanitária, com milhões de mortos, feridos e deslocados, destacou a complexidade e as profundas divisões na região.

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as mudanças da Russia e o crescimento do terrorismo global

quais as consequências da primavera árabe e do crescimento do terrorismo global?

A

Paralelamente, a instabilidade gerada pela Primavera Árabe e o colapso de governos em países como Síria e Líbia criaram um ambiente propício para a ascensão de grupos extremistas, como o Estado Islâmico (ISIS). Sob a liderança de Abu Bakr al-Baghdadi, o ISIS aproveitou o vazio de poder para expandir o seu controle territorial e implementar um projeto de califado que se estendeu por vastas áreas do Iraque e da Síria em 2014.

O ISIS combinou uma brutalidade sem precedentes com uma estratégia sofisticada de propaganda e recrutamento global. Por meio de plataformas digitais, o grupo conseguiu atrair combatentes estrangeiros de dezenas de países e inspirar ataques terroristas em diversas partes do mundo. O uso de violência extrema, como execuções públicas e destruição de patrimónios culturais, chocou a comunidade internacional e serviu como uma ferramenta de intimidação e mobilização.

A resposta veio na forma de uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, que, ao lado de forças locais como os curdos, conseguiu reduzir significativamente o território controlado pelo ISIS até 2019. No entanto, apesar dessas vitórias territoriais, a ameaça do terrorismo global permanece. Células e afiliados do ISIS continuam ativos em várias regiões, incluindo o Oriente Médio, África e Ásia, enquanto a ideologia jihadista segue sendo um desafio para a estabilidade global.

Os eventos pós-Primavera Árabe e a ascensão do terrorismo internacional destacam a interconexão entre instabilidade política e segurança global. A luta por reformas democráticas em muitos países ainda enfrenta enormes obstáculos, enquanto o extremismo continua a explorar as falhas estruturais e os conflitos não resolvidos para prosperar.

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