Tema 12 - Encruzilhadas europeias: de Maastricht ao Brexit e do consenso democrático à ameaça populista Flashcards

1
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

porque é que a ideia de uma europa federal falhou?

A

o modelo da UE, apesar de avançar consideravelmente em cooperação, nunca atingiu o nível de uma federação verdadeira, refletindo a ambiguidade e a relação contraditória entre estados membros. a ideia de uma europa federal nunca foi plenamente aceite por vários países, como o Reino Unido, levando ao caso do Brexit.

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Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

Como a instucionalização do euro levou a tensões económicas entre estados membros?

objetivo do euro e dois motivos de tensões

A

A introdução do euro em 1999 foi um dos marcos da integração europeia, estabelecendo a moeda única para 12 países da zona do euro. O euro foi inicialmente concebido como um mecanismo de fortalecimento da integração económica entre as nações da União, especialmente entre a Alemanha e a França, promovendo estabilidade e solidariedade. Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu (BCE) foi criado com o objetivo de garantir uma política monetária estável e independente. O compromisso com uma moeda comum visava assegurar o crescimento e a coesão económica dentro do bloco.

  1. falta de governo fiscal - Contudo, o euro, em vez de ser uma fonte unificadora, gerou desconfiança entre alguns membros, como o Reino Unido. A falta de um governo fiscal e económico unificado dentro da zona do euro resultou em desequilíbrios significativos, exacerbando divisões entre países com economias robustas, como a Alemanha, e países com problemas fiscais, como a Grécia e Portugal.
  2. ceticismo britanico - Além disso, a crescente influência da Alemanha sobre as decisões do BCE, banco central europeu, foi vista com ceticismo no Reino Unido, que temia que a economia da UE se “germanizasse” ainda mais, comprometendo a sua autonomia económica. Esse sentimento de desconfiança em relação à economia europeia foi um dos principais fatores que contribuíram para a decisão do Reino Unido de sair da UE, a culminar no referendo de 2016, o Brexit.
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Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

quais foram as dificuldades enfrentadas face à adesão dos países de leste na UE?

A

A evolução da União Europeia foi, em grande parte, marcada por uma expansão significativa após o fim da Guerra Fria. A adesão de países do Leste Europeu, como a Polónia, a República Checa e os Estados Bálticos, foi vista como uma forma de consolidar a democracia e a estabilidade em uma região que, por décadas, havia sido dominada por regimes comunistas. Essa expansão exigiu ajustes profundos na estrutura política e administrativa da UE, e tratou de questões complicadas de governança, como a alocação de poder nas instituições europeias e a representatividade dos novos membros.

Os tratados de Nice (2001) e Lisboa (2007) representaram tentativas de adaptar as estruturas da União à nova realidade geopolítica, mas, ao mesmo tempo, evidenciaram as dificuldades da integração.

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4
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

quais foram os objetivos e as medidas impostas no tratado de nice (2001)?

A

tratado de nice (2001):

objetivos: preparar a UE para uma amplificação significativa, considerando países do bloco de leste (ex-integrantes do bloco comunista)

reformas: no geral medidas para ampliar e redistribuir os votos para mais países e melhorar a cooperação

as medidas foram insuficientes às necessidades, levando ao tratado de lisboa em 2007.

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5
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

quais foram os objetivos e as medidas impostas no tratado de lisboa (2007)?

A

tratado de lisboa:

objetivos: melhorar a eficiencia, transparencia e legitimidade democrática de UE

reformas: consistiram em medidas para melhorar o estruturamento e liderança da união euroepeia. o parlamento europeu passou a ter mais poderes, a carta de direitos da união europeia ganhou poder jurídico e foi criado um mecanismo de saída formal da UE possibilitando o brexit.

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6
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

o que é a “europa de múltiplas velocidades” e como isto refletiu a crescente desconfiança perante a UE?

A

A implementação das reformas dos tratados de nice e de lisboa não conseguiram evitar o surgimento de uma “Europa de múltiplas velocidades”, onde países com economias mais fortes e sistemas políticos mais desenvolvidos, como Alemanha e França, seguiam com a sua integração de forma mais profunda, enquanto outros países, especialmente os mais novos membros do Leste, ainda enfrentavam dificuldades em harmonizar suas políticas internas com as exigências de Bruxelas.

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7
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

quais as implicações da crise financeira de 2008, e como esta evidenciou ainda mais as discrepancias da “europa de múltiplas velocidades”?

A

A crise financeira de 2008 foi um ponto de inflexão crucial para a União Europeia. Originada pela bolha imobiliária nos Estados Unidos e pela falência de grandes instituições financeiras, essa crise afetou profundamente as economias europeias.

Países como Portugal, Grécia e Espanha enfrentaram uma escalada no endividamento público, exacerbada pela austeridade fiscal imposta pela UE e pelo FMI. Esses pacotes de resgates financeiros foram acompanhados de medidas de austeridade rigorosas, que, em muitos casos, geraram protestos e uma crescente insatisfação popular.

A crise da dívida soberana, particularmente nos países do sul da Europa, evidenciou as disparidades entre as economias da zona do euro e as diferentes abordagens fiscais entre os Estados membros. Enquanto países como a Alemanha adotaram políticas fiscais rigorosas e equilibradas, outros como Grécia e Portugal enfrentaram elevados níveis de endividamento e falta de competitividade, agravando ainda mais as divisões dentro da UE.

Essa falta de uma política fiscal comum eficaz contribuiu para um mal-estar generalizado, acentuado pela falta de solidariedade real entre os Estados membros e pela incapacidade de aplicar uma política fiscal única, que pudesse ajudar a resolver as desigualdades estruturais no bloco.

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8
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

quais motivos levaram ao Brexit?

A
  1. A crescente “germanização” da política económica da União Europeia.
  2. a implementação do euro e a centralização monetária.
  3. resistência ampla à ideia de uma Europa federalizada, onde a soberania dos Estados membros seria limitada em áreas cruciais, como política monetária e fiscal. A ideia de uma integração mais profunda, que reduzisse o controle dos países sobre sua economia e suas fronteiras, foi uma das principais preocupações dos britânicos, especialmente em relação à imigração e à perda de identidade nacional.

O referendo de 2016, que resultou na decisão do Reino Unido de sair da UE, refletiu um sentimento crescente de desconforto em relação às regras e diretrizes impostas por Bruxelas.

A ascensão de movimentos populistas e nacionalistas, não só no Reino Unido, mas também em outros países europeus, como a França, com Marine Le Pen, mostrou que a resistência à integração não era exclusiva do Reino Unido.

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9
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

como o populismo foi uma tradução das dificuldades que a UE enfrentava?

introdução, 2 pontos, conclusão

A

A ascensão de movimentos populistas e nacionalistas, não só no Reino Unido, mas também em outros países europeus, como a França, com Marine Le Pen, evidenciou que a resistência à integração europeia era um fenómeno mais amplo e profundo, refletindo um clima de insatisfação generalizada com as instituições da União Europeia.

  1. Este crescimento ocorreu em um momento de vulnerabilidade da União, marcada por crises sucessivas que abalaram a confiança na sua capacidade de responder aos desafios contemporâneos. - A crise financeira de 2008 desencadeou austeridade económica em diversos Estados-Membros, o que agravou desigualdades sociais e alimentou a narrativa de que as políticas da UE beneficiavam elites à custa dos cidadãos comuns.
  2. Em paralelo, a crise migratória de 2015 exacerbou tensões sobre identidade nacional, segurança e fronteiras, fornecendo terreno fértil para discursos que promoviam a ideia de que a soberania nacional estava sendo corroída pela integração supranacional.

Assim, a ascensão do populismo destacou uma crescente polarização na Europa entre aqueles que acreditavam na continuidade e aprofundamento da integração europeia e aqueles que procuravam um retorno às soberanias nacionais como forma de lidar com os desafios do século 21.

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10
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

como as crises demográfica, migratória e social afetaram a UE e alimentaram movimentos populistas?

3 pontos

A
  1. demográfica - Além das questões económicas, a União Europeia enfrenta outros desafios estruturais, incluindo uma grave crise demográfica. A população europeia está a envelhecer rapidamente, o que gera uma série de problemas relacionados ao financiamento das pensões e à sustentabilidade do Estado de bem-estar social. - Em países como Portugal, a proporção de idosos supera os jovens em idade ativa, criando um círculo vicioso de baixo crescimento económico e falta de trabalhadores. A baixa taxa de natalidade, agravada pela emigração e pelas dificuldades económicas, torna ainda mais desafiadora a manutenção do sistema de bem-estar social da UE.
  2. migratória - A crise migratória de 2015 também acentuou as divisões dentro da União Europeia. A chegada de mais de 1,4 milhões de migrantes, principalmente provenientes do Oriente Médio e da África, gerou uma série de debates sobre o papel da UE na receção e integração desses refugiados. Enquanto países como a Alemanha adotaram uma postura mais acolhedora, outros, como a Hungria e a Polónia, adotaram políticas mais restritivas, agravando as tensões internas da União.
  3. social - A migração, juntamente com o aumento do terrorismo e da radicalização, especialmente de imigrantes de origem muçulmana, tornou-se um tema central nos debates políticos europeus, alimentando ainda mais a ascensão de movimentos populistas de direita.
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11
Q

as dificuldades internas e a ameaça populista da união europeia

quais as principais fragelidades da UE e as implicações para o seu futuro?

A

O futuro da União Europeia está longe de ser claro. A crescente polarização entre os Estados membros, exacerbada por questões económicas, políticas, sociais e culturais, cria um cenário de incerteza quanto à viabilidade de um projeto europeu unido.

As disparidades entre os países do Norte e do Sul, as questões fiscais não resolvidas, as tensões migratórias e o impacto do Brexit são apenas alguns dos fatores que desafiam a coesão da União. A resistência crescente à integração, visível no crescente populismo e nas demandas de maior soberania nacional, levanta dúvidas sobre a capacidade da União de avançar para uma verdadeira federação.

Se, por um lado, a UE tem sido um motor de paz e prosperidade na Europa, por outro, as suas fraquezas estruturais e a crescente falta de solidariedade entre os Estados membros podem ser sinais de que o modelo atual não é sustentável a longo prazo. As divisões internas, alimentadas por desigualdades económicas e políticas, bem como pela resistência a uma maior centralização de poder, indicam que a União Europeia enfrentará sérios desafios para manter a sua coesão, e o risco de novos desmembramentos ou de um enfraquecimento generalizado não pode ser descartado.

O Brexit é, assim, um sintoma das limitações e contradições que caracterizam o projeto europeu, e a resposta da UE a essas crises será fundamental para determinar seu futuro.

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