Síndrome Metabólica II (Diabetes) Flashcards

1
Q

Paciente vem ao PS com queixas de sede excessiva, perda de peso e diurese frequente. Ao exame de sangue, glucemia de jejum = 280. Qual o diagnóstico?

A

Diabetes mellitus.

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2
Q

O que é diabetes?

A

Disturbio do metabolismo devido ao hipoinsulinismo, gerando hiperglicemia e suas complicações agudas e crônicas.

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3
Q

Quais as características do diabetes tipo I (10%)?

A
  • Doença genética (concordância de 20-30% em gêmeos monozigóticos) e autoimune das ilhotas pancreáticas (anti-ICA/GAD).
  • Mais comum em indivíduos < 20-30 anos.
  • Ausência da produção de insulina (avaliada pelo peptídeo C indetectável).
  • Muito sintomática.

OBS.: vem associada à outras doenças autoimunes, como a Tireoideite de Hashimoto e Doença Celíaca.

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4
Q

Quais as características do diabetes tipo II (90%)?

A
  • Doença genética (mais que a DM I) desencadeada por fatores ambientais.
  • Decorre da resistência periférica à insulina.
  • Mais comum em pacientes > 45 anos e obesos.
  • Oligossintomático (mas muitas complicações tardias).
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5
Q

Qual a história natural do DM II?

A
  • Paciente sem alterações (normoglicemia).
  • Aumento da resistência insulínica, com aumento da secreção de insulina (glicemia de jejum alterada).
  • Início da diminuição da secreção de insulina (hiperglicemia).
  • Queda acentuada da produção de insulina (hiperglicemia).
  • Níveis de insulina mínimos, similar ao DM I (hiperglicemia).
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6
Q

Quais os outros tipos de diabetes?

A
  • Diabetes gestacional: desenvolve durante a gestação.
  • LADA: DM I em pacientes mais velhos.
  • MODY: DM II em pacientes mais jovens, podendo ser do tipo 2 (exames pouco alterados - MEVs apenas) ou 3 (glicemia muito alterada + sintomas → sulfoniluréias).
  • Medicamentosa: risperidona, onlanzapina, etc.
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7
Q

Qual o quadro clínico da diabetes?

A
  • Poliúria.
  • Polidipsia.
  • Polifagia.
  • Perda de peso.
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8
Q

Quando deve ser feito o rastreamento da diabetes?

A
  • Idade > 45 anos.
  • Qualquer idade com IMC > 25 + fator de risco (história familiar, HAS, dislipidemia, etnia negra e SOP).
  • HIV antes e após TARV (2021).

OBS.: em pacientes com DM I, deve ser pesquisadas outras doenças autoimunes (tireoidite de Hashimoto e doença celíaca).

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9
Q

Como deve ser feito o rastreamento da diabetes?

A
  • Glicemia de jejum, TOTG 75 ou HbA1C.
  • Se normal, repetir a cada 3 anos.
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10
Q

Como é feito o diagnóstico de diabetes?

A
  • Glicemia aleatória > ou = 200 + sintomas (já é diagnóstico sozinho).
  • Glicemia de jejum > ou = 126.
  • TOTG 75 (2h) > ou = 200.
  • HbA1C > ou = 6,5%.
  • Frutosamina (média glicêmica dos últimos 14 dias).

OBS.: ao menos 2 testes positivos (podem ser da mesma amostra).

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11
Q

Quais os fatores que alteram a HbA1C?

A
  • Aumento: anemias carenciais, gravidez e hipertrigliceridemia.
  • Diminuem: anemias hemolíticas. hemorragias e hipervitaminoses C e E.
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12
Q

O que é pré-diabetes?

A

Fase onde o paciente tem a glicemia de jejum alterada e intolerância a glicose que, se não modificadas, podem acarretar em DM II (até 40% dos pacientes).

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13
Q

Quais os critérios diagnósticos do pré-diabetes?

A
  • Glicemia de jejum entre 100-125 (glicemia de jejum alterada).
  • TOTG 75 (2h) entre 140-199 (intolerância à glicose).
  • HbA1C entre 5,7-6,4.

OBS.: se glicemia de jejum alterada, SEMPRE solicitar TOTG.

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14
Q

Qual a conduta no paciente pré-diabético?

A
  • Avaliação anual.
  • Metformina + MEV.
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15
Q

Qual o alvo terapêutico para pacientes com diabetes?

A
  • HbA1C < 7% de 3/3 meses.
  • Glicemia pré-prandial entre 80-130.
  • Glicemia pós-prandial < 180.

OBS.: em idosos, diabéticos de longa data com complicações ou com hipoglicemias frequentes, o alvo da HbA1C pode ser > 8%. Já passientes jovens e saudáveis, pode ser < 6,5%.

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16
Q

Quais os alvos da PA e do colesterol nos pacientes com diabetes?

A
  • PA < 130x80.
  • LDL < 70.
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17
Q

Qual o tratamento da DM I?

A
  • MEVs.
  • Cessar tabagismo.
  • Insulinoterapia.
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18
Q

Qual a dose de insulina para pacientes diabéticos?

A

0,5-1,0 U/kg/dia.

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19
Q

Quais as insulinas disponíveis?

A
  • Ação ultrarrápida (lispro, asparte e glulisina): início = 5min, pico = 30min e duração = 4h.
  • Ação rápida (regular): início = 30min, pico = 2h e duração = 6h.
  • Ação intermediária (NPH): ação = 2h, pico = 6-8h e duração = 10-16h.
  • Ação prolongada (glargina, determir e degludeca): ação = 2h, NÃO FORMA PICO e duração = 24h.
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20
Q

Qual o esquema terapêutico tradicional no tratamento DM I?

A
  • NPH (50%) + regular (50%).
  • NPH: 2/3 pela manhã e 1/3 a tarde.
  • Regular: 3 aplicações 30min antes das refeições.
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21
Q

Quais os benefícios do esquema alternativo (lispro + glargina) no tratamento do DM I?

A
  • Menos episódios de hipoglicemia.
  • Menos furadas diárias.
  • Mais comodidade.
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22
Q

Qual o tratamento padrão-ouro do DM I?

A

Bomba de infusão contínua de insulina.

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23
Q

Quais os determinantes da glicemia ao longo do dia?

A
  • Matinal: NPH noturna.
  • Pré-almoço: regular do café-da-manhã.
  • Pós-almoço: regular do almoço.
  • Pré-jantar: NPH diurna.
  • Ao deitar: regular do jantar.
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24
Q

Quais os tipos de hiperglicemia matinal no DM I?

A
  • Efeito do Alvorecer: hiperglicemia matinal devido ao pico de GH da madrugada.
  • Efeito Somogyi: hiperglicemia matinal devido ao rebote da hipoglicemia da madrugada (causada pelo pico da NPH).
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25
Como diferenciar fenômeno do Alvorecer de efeito Somogyi?
Medir glicemia de 3h da madrugada (se hipoglicemia, Somogyi. Se normal ou elevada, alvorecer).
26
Qual a conduta nos casos de hiperglicemia matinal na DM I?
- **Fenômeno do alvorecer**: adiar a administração de NPH noturna em 1h (o pico vai coincidir com o do GH). - **Efeito Somogyi**: adia a administração de NPH noturna em 1h ou reduzir a dose de NPH noturna.
27
Quais as condutas no caso de hiperglicemia no final da tarde (pré-jantar)?
- Aumentar a dose de NPH. - Fracionar a dose de NPH (+1 a tarde).
28
Qual a principal indicação de trasnplante de pâncreas?
Quando há indicação concomitante de transplante renal (ou seja, **pâncreas + rim**).
29
Qual o tratamento do DM II?
- MEVs. - Exercírcios físicos. - Antidiabéticos. - Insulinoterapia (estágios avançados).
30
Quais as classes de antidiabéticos?
- Redutores da resistência insulínica. - Estimuladores da secreção de insulina (secretagogos). - Redutoras da absorção intestinal de glicose. - Incretinomiméticos. - Redução da reabsorção de glicose no rim (glicosúricos).
31
Quais as drogas redutoras da resistência insulínica e seus efeitos adversos?
- **Metformina** (**primeira-linha**): perda de peso, deficiência de B12 e _acidose lática_ (não usar em cardiopatas, hepatopatas e renais crônicos). - **Glitazonas**: aumento de peso, aumento do risco cardio e cerebrovascular e fraturas (são uma **ZONA**!).
32
Quais as drogas secretagogas e seus efeitos adversos?
- **Sulfoniuréias** (ex.: glicazida): _hipoglicemia_, aumento de peso. - **Glinidas** (ex.: glibenclamida): _hipoglicemia_, aumento de peso. Melhor para **hierglicemia pós-prandial**. **OBS**.: não são drogas de primeira linha.
33
Quais as drogas redutoras da absorção de glicose e seus efeitos adversos?
- **Acarbose** (**A**bsorção = **A**carbose): flatulência. - Melhor para **hiperglicemia pós-prandial**. - Não usar em hepatopatas e nefropatas. **OBS**.: as glinidas e a acarbose são as melhores drogas para reduzir a hiperglicemia pós-prandial isoladamente.
34
Quais as drogas incretinomiméticas e seus efeitos adversos?
- **Inibidores de DPP-IV** (**TINAS**): não alteram o peso. - **Análogos do GLP-1** (**TIDAS**): _reduzem o peso_, podem causar pancreatite. **OBS**.: a **liraglutida** (GLP-1) reduz o risco cardiovascular.
35
Quais as drogas glicosúricas e seus efeitos adversos?
**Inibidores de SGLT2** (RIM = ZIN). - Reduzem o peso e a PA. - Aumentam as taxas de candidíase, ITU e _cetoacidose euglicêmica_ (pH \< 7,30 e glicemia \< 250). **OBS**.: a **empaglifozin** e a **dapaglifozin** reduzem o risco cardiovascular (essa última, inclusive, em não diabéticos) **OBS.2**: a **canaglifozin** aumenta o risco amputação.
36
Quais as drogas mais eficientes para baixar a HbA1C (cerca de 1 a 2%)?
- Metformina. - Glitazonas. - Sulfoniluréias.
37
Quais drogas antidiabéticas manter se TFG \< 30/Cr \> 2?
- Glitazonas. - Análogos de DPP4 (tinas). - Insulina. **OBS**.: suspender todas as outras.
38
Quais os esquemas terapêuticos no DM II?
- **1º passo**: MEVs + metformina (dose otimizada) → reavaliar em 3 meses. - **2º passo**: adicionar 2ª droga (preferência para liraglutida ou empaglifozin). - **3º passo**: adicionar 3ª droga ou iniciar insulina NPH ao deitar (**suspender** _sulfoniluréias_ e _glinidas_. **Manter** _metformina_ se obeso). - **4º passo**: insulinoterapia plena. OBS.: se doença aterosclerótica clínica, preferir **agonistas do GLP-1**. Se doença renal crônica ou ICC com FE \< 45%, preferir **inibidores de SGLT2**.
39
Quais as indicações de insulinoterapia já no início do tratamento de DM II?
- **Paciente sintomático (principal)**. - HbA1C \> ou = 10% - Glicemia \> ou = 300. - TFG \< 60.
40
Como é o controle glicêmico em ambiente hospitalar?
- Solicitar HbA1C na admissão. - Manter glicemia entre **140-180**. - Suspender **temporariamente** antidiabéticos orais (reintroduzir perto da alta hospitalar). - Controlar com **insulina (basal + bolus 50%/50%)** e HGT.
41
Paciente de 12 anos vem ao PS com queixa de poliúria e dor abdominal há 3 horas. Ao exame, taquipneico, desidratado, confuso, presença de acidose metabólica e glicemia capilar de 530. Qual o diagnóstico?
Cetoacidose diabética.
42
Como ocorre a cetoacidose diabética?
- **Lipólise exagerada**, criando _corpos cetônicos_ e hiperglicemia. - Mais comum no **DM I** (30% dos quadros abrem com ela). - Desencadeada por estresse metabólico (infecção, cirurgia), gestação, drogas ou suspensão da insulina.
43
Quais as características da cetoacidose diabética?
- Aumento da osmolaridade. - Acidose metabólica com **Ânion-GAP aumentado**. - Espoliação hidroeletrolítica (principalmente potássio).
44
Quais os paradoxos eletrolíticos na cetoacidose diabética?
- **Hipercalemia falsa**: apenas no plasma (as células estão espoliadas). - **Hiponatremia falsa**: a hiperglicemia desidrata as céluas e dilui o sódio.
45
Qual o quadro clínico da cetoacidose diabética?
- Dor abdominal. - Náuseas e vômitos. - Taquipnéia (respiração de Kussmaul). - Hálito cetônico. - Poliúria intensa (desidratação). - Alteração do nível de consciência.
46
Como é o diagnóstico de cetoacidose diabética?
**- Cetonúria (3+/4+).** **- pH \< 7,30** **- Glicemia \> 250.** - Bicarbonato \< 15. - AG \> 12. **OBS**.: dessa forma, devemos solicitar glicemia capilar, gasometria arterial e pesquisa de corpos cetônicos urinários.
47
Qual o tratamento da cetoacidose diabética?
**VIP** - **Volume** (1º passo). - **Insulina** (3º passo). - **Potássio** (2º passo).
48
Como é feita a reposição volêmica na cetoacidose diabética?
- **1ª hora**: 20 ml/kg/h de SF0,9%. - **Se Na \< 135**: SF0,9%. - **Se Na \> 135**: SF0,45%.
49
Como é feita a insulinoterapia na cetoacidose diabética?
- 0,1 U/kg bolus IV + 0,1 U/kg/h BIC. - A glicemia deve cair 50-75mg/dl/h. - Se glicemia \< 200: SG5% + reduzir insulina para 0,05 U/kg/h (**NÃO SUSPENDER INSULINA!!!!**). **OBS**.: não fazer insulina se _K \< 3,3_.
50
Como é feita a reposição de potássio na cetoacidose diabética?
- **K \< 3,3**: 20-30 mEq/L **ANTES** da insulina. - **K 3,3-5,2**: 20-30 mEq/L (**iniciar imediatamente**). - **K \> 5,2**: não administrar no momento (**aguardar próxima dosagem**).
51
Devemos utilizar bicarbonato na cetoacidose diabética?
Apenas se pH \< 6,9 (cuidado: risco de edema cerebral!).
52
Quais as complicações da cetoacidose diabética?
- Hipocalemia grave (arritmias). - Hipoglicemia iateogênica. - **Edema cerebral** (confusão mental, bradicardia e hipertensão): rápida correção da glicemia. - Mucormicose (zigomicose): invasão do septo nasal e palato.
53
A cetonemia ou cetonúria devem ser utilizadas como parâmetros de resposta terapêutica?
**Não!** Elas aumentam durante o tratamento! **OBS**.: pode suspender o tratamento se **pH \> 7,3**, **HCO3- \> 18** e **glicemia \< 200**.
54
Paciente de 70 anos, portador de DM II sofre um AVC e fica internado na UTI. No 3º dia de internação desenvolve confusão mental, intensa desidratação, glicemia de 890 e osmolaridade sanguínea aumentada. Qual o diagnóstico?
Estado hiperglicêmico hiperosmolar.
55
Como ocorre o estado hiperglicêmico hiperosmolar?
- Hiperosmolaridade e poliúria desencadeadas pela **hiperglicemia** e **desidratação** por não ingestão de líquidos. - Desencadeado por estresses metabólicos (infecções, IAM ou AVE). - Mais comum no DM II e idosos.
56
Quais as características do estado hiperglicêmico hiperosmolar?
- Hiperosmolaridade. - Espoliação hidroeletrolítica.
57
Qual a clínica do estado hiperglicêmico hiperosmolar?
- Rebaixamento do nível de consciência. - Poliúria intensa. - **Ausência** de sintomas gastrointestinais e taquipnéia!
58
Como é o diagnóstico do estado hiperglicêmico hiperosmolar?
- Hiperglicemia extrema (\> 600). - Hiperosmolaridade (\> 320). - **Ausência de acidose metabólica** (pH \> 7,3 e Bicarbonato \> 18). **OBS**.: apresenta os mesmos distúrbios hidroeletrolítico (hipocalemia).
59
Qual o tratamento do estado hiperglicêmico hiperosmolar?
**VIP** - Volume. - Insulina. - Potássio.
60
Qual a diferença no tratamento da ceroacidose diabético para o do estado hiperglicêmico hiperosmolar?
Priorizar a reposição volêmica e utilizar SF0,45%.
61
Paciente de 36 anos vem ao PS com rebaixamento do nível de consciência, tremores e sudorese intensa. Apresenta glicemia de 23. Qual o diagnóstico?
Hipoglicemia.
62
Quais as principais causas de hipoglicemia?
- **DM I**: terapêutica com insulina. - **DM II**: uso de secretagogos. - **Outros**: betabloqueadres, doença de Addison, ingestão de álcool e _nefropatia_ (todo paciente diabético de longa data que começa a fazer hipoglicemia deve ter função renal avaliada!!!). **OBS**.: é a complicação aguda _mais comum_ do DM 1!
63
Qual o quadro clínico da hipoglicemia?
- Tremores. - Sudorese fria. - Palpitações. - Ataxia. - Letargia e coma.
64
Cono é feito o diagnóstico de hipoglicemia?
**Tríade de Whipple!** - Glicemia \< 70. - Clínica sugestiva. - Melhora com glicose. **OBS**.: se o paciente apresentar insulinemia alta e peptídeo C baixo, é causa _exogena_ (ex: sulfanilureia). Se insulinemia e peptideo C altos, é causa _endógena_ (ex.: insulinoma).
65
Qual o tratamento da hipoglicemia?
- 04 ampolas de glicose hipertônica. - Injeção de glucagon.
66
Quais as complicações crônicas do diabetes?
- **Macrovasculares**: IAM e AVE. - **Microvasculares**: retinopatia, nefropatia, neuropatia, pé diabético e otite externa maligna. **OBS**.: a _HbA1C_ é o exame que possui **melhor correlação** com as complicações microvasculares.
67
Quando devemos fazer o rastreamento das complicações crônicas do diabetes?
- **DM I**: após _5 anos_ do diagnóstico. Depois, anualmente. - **DM II**: _no momento_ do diagnóstico. Depois, anualmente. **OBS**.: a gravidez acelera o acometimento microvascular do DM.
68
Quais as características da retinopatia diabética?
- Principal causa de **cegueira** em adultos. - Complicação microvascular **mais comum** do diabético. - Maior risco de catarata. - Identificada pela fundoscopia (anualmente).
69
Quais os achados da retinopatia diabética não-proliferativa?
"**MICO DURO CHAMA ALGODÃO DE ROSA**" - **Precoces**: **_micro_**aneurismas e exudatos _duros_. - **Tardias**: hemorragias em _chama_ de vela, manchas _algodonosas_ e veias em _rosário_ (tortuosas).
70
Quais os achados da retinopatia diabética proliferativa?
Neovascularização adjacente à papila óptica.
71
Qual a conduta na retinopatia diabética?
- **Não-proliferativa**: controle rigoroso na glicemia, PA e lipidemia. - **Proliferativa**: fotocoagulação.
72
Quais as características da nefropatia diabética?
- 2ª causa mais comum de rins terminais no Brasil (**HAS é a 1ª**). - Rastreamento pela excreção urinária de albumina (confirma com 2 exames).
73
Quais as formas de lesão na nefropatia diabética?
- Glomeruloesclerose difusa (**mais comum**). - Glomeruloesclerose nodular (**Kimmelstiel-Wilson** → mais típica). - Acidose túbulo-renal tipo IV (acidose, hipercalemia e hiporreninemia).
74
Qual a evolução da nefropatia diabética?
- **Pré-nefropatia**: hiperfiltração glomerular. - **Microalbuminúria**: \> 30mg/g (_não detectada_ pelo EAS). - **Macroalbuminúria**: \> 300mg/g (_detectada_ pelo EAS). - **Doença renal crônica**. **OBS**.: apesar de raro, pode cursar com hematúria.
75
Qual a conduta na nefropatia diabética?
- **Microalbuminúria**: _IECA/BRA_ (mesmo sem HAS) + controle glicêmico. - **Macroalbuminúria**: controlar PA (_IECA/BRA_ + tiazídicos) + controle glicêmico e _lipídico_ (estatinas). **OBS**.: a albuminúria é diagnosticada pela relação albumina/creatinina urinária, e não proteinúria de 24h.
76
Quais os principais tipos de neuropatia diabética?
**- Polineuropatia distal simétrica:** é a _mais comum_ → luvas e botas. - **Neuropatia autonômica**: hipotensão postural, gastroparesia e bexiga neurogênica. - **Mononeuropatia focal**: III par craniano → ausência de midríase. **OBS**.: gastropatesia diabética → saciedade precoce, distensão abdominal e hipoglicemias pós-prandiais!
77
Como é feito o rastreio de neuropatia diabética?
- Teste do monofilamento 10G (estesiômetro). - Medir PA em decúbito e em ortostase.
78
Qual o tratamento da neuropatia diabética?
- Controle rigoroso da glicemia. - Pregabalina (**escolha**), amitriptilina e duloxetina (não recuperam a sensibilidade, mas controlam a dor e parestesia).
79
O que é pé diabético?
Infecção, ulceração ou destruição dos tecidos moles do pé associado à alterções neurológicas (**principal**) e doença arterial periférica.
80
Quais as causas do pé diabético?
- Perda da propriocepção (**+ importante**). - Perda da sensibilidade. - Infecção bacteriana. - Aterosclerose. - Perda do arco plantar (artropatia de Charcot).
81
Como é feita a avaliação do pé diabético?
- História clínica (tempo de diabetes, história de úlceras, dor, etc). - Monofilamento de nylon 10G (estesiômetro). - Diapasão. - Martelo. - Pesquisa do reflexo aquileu (**primeiro** reflexo profundo alterado na polineuropatia). - ITB e palpação de pulsos. **OBS**.: classificação **WI-FI** → **W**ound, **I**schemia e **F**oot **I**nfection.
82
Qual a profilaxia para lesões nos pés em diabéticos?
- Utilizar calçados confortáveis. - Não andar descalço. - Secar bem entre os dedos. - Observar os pés frequentemente. - Cortar unhas com cuidado. - Manter os pés hidratados. **OBS**.: história de ulceração ou amputação prévia, diabetes descompensado e tabagismo são os principais fatores de risco para _perda de membro_.
83
Qual o tratamento do pé diabético?
- **Todos**: controle rigoroso da glicemia! - **Infecção**: amoxacilina + clavulonato ou ceftriaxone + clindamicina. **- Tecidose desvitalizados**: desbridamento (**se pulsos +**) ou amputação (**pulsos -**). - **Ferida limpa**: enxerto ou retalho.
84
Quais as características da otite externa maligna?
- Presença de tecido de granulação no conduto auditivo externo e osteomielite do osso temporal (mastoidite). - Infecção por Pseudomonas. - Tratar com ceftazidima.