SÍNDROME METABÓLICA E OBESIDADE Flashcards

1
Q

OBESIDADE

A

COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE
- Se relaciona com a maioria das doenças crônicas.
- Aumenta risco cardiovascular: DAOP, IAM e AVC.
- Aumento risco de câncer: aumento estrógeno (aromatase da gordura transforma em estrógeno), aumento da insulina (anabolismo), aumenta adipocinas inflamatórias.
- Complicação reumatológica: tanto mecânica sobrecarregando articulações quanto inflamatória (osteoartrite).
- Infertilidade: SOP, hipogonadismo hipogonadotrófico.
- Complicações pulmonares: asma (inflamação), mecânica (via aérea difícil, apneia obstrutiva do sono).

NÃO SÃO COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE
- CA de próstata
- DM1
- Disfunções tireoidianas
- Osteopenia/osteoporose
- Prolapso valvar

FISIOPATOLOGIA DA REGULAÇÃO DO APETITE

  1. ESTÍMULOS OREXÍGENOS
    - Responsáveis pelo aumento da fome.

% GRELINA: estômago vazio -> aumenta produção -> hipotálamo produz neuropeptídeo Y (NPY) -> produção de orexina e hipocretina -> hormônios que aumentam a fome. Quando comemos aumentamos a insulina, diminuindo a produção de grelina por feedback. Na cirurgia bariátrica, com estômago menor, rapidamente ocorre a redução da grelina.
% NPY: um dos mais potentes estimuladores da ingestão alimentar dentro do sistema nervoso central.
% OREXINA
% HIPOCRETINA

Qual é o único hormônio que age no TGI responsável pela função orexigênica? Apenas Grelina. Outros hormônios são do SNC.

  1. ESTÍMULOS ANOREXÍGENOS
    - Responsáveis pela diminuição da fome.
    - Vias anorexígenas: CART e POMC

% INSULINA: estimula a saciedade. Ganho de peso até aumenta a insulina, mas existe a resistência a insulina.

% LEPTINA: hormônio produzido no tecido adiposo. Quanto mais gordura, mais leptina e mais saciedade. Entretanto, existe e resistência a leptina.

% GLP-1
% COLECISTOQUININA
% PYY

ORIGEM DA OBESIDADE
- 2 origens:

Causas endógenas (minorias):
- Endocrinopatias: prader-willi, alstrom (problemas hipotalâmicos).

Causas exógenas (99%):
- Excesso de calorias
- Polimorfismo: entra em exógena, pois ele não é fator definidor, é fator adjuvante no ganho de peso. Ele ajuda com que ganhe mais calorias.
- Corticoides
- Antipsicóticos
- Fatores psicossociais (estresse)

AVALIAÇÃO DA OBESIDADE
1. IMC: índice de massa corporal
- Peso/ altura ao quadrado
- Eutrófico: 18,5-24,9
- Sobrepeso: 25 a 29,9
- Obesidade grau I: 30-34,9
- Obesidade grau II: 35-39,9
- Obesidade grau III/grave/mórbida: maior ou igual a 40

OBS:
- Pacientes asiáticos: maior chance de acúmulo de gordura visceral que a maioria da população, se relacionando mais facilmente a síndrome metabólica. Não toleramos ganho de peso. A partir de 23 já é sobrepeso, 27,5 obesidade, 32,5 obesidade grau II e maior que 37 obesidade grau III.

  • Idosos: o que consideramos como eutrófico muda. Se o paciente tem um peso muito baixo, pode ser que ele não tenha massa magra, esteja em desnutrição. Dessa maneira, não toleramos IMCs muito baixos, a eutrofia do idoso é entre 22-27, enquanto dos jovens é 18-24.

AVALIAÇÃO DA OBESIDADE

  1. CINTURA
    - Estima gordura visceral.
    > 102 homens
    > 88 mulheres
    - Ponto médio entre o rebordo costal inferior e a crista ilíaca. Não sempre na cicatriz umbilical.
  2. RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL
    > 0,9 homens
    > 0,85 mulheres
  3. RELAÇÃO CINTURA-ALTURA
    > 0,55 ou 0,5: sua cintura pode ser até metade da altura.
  4. PREGA CUTÂNEA
  5. BIOIMPEDÂNCIA

TRATAMENTO
- Sempre estimular reeducação alimentar e atividade física regular antes de prescrever medicação ou cirurgia, mesmo que paciente encaixe nos critérios.
- A cessação do tabagismo deve ser SEMPRE estimulada, pela sua relação com o risco cardiovascular, mesmo com o ganho de peso após o abandono.

1) PERDA DE PESO
- 5-10% do peso em 6 meses.
- Não define melhor dieta, mas redução de 500-1000kcal/dia, diminuição das gorduras, diminuição dos açucares livres.

Quando vou poder usar mão de tratamento farmacológico?
- IMC >30 + refratários as medidas iniciais
- IMC >25/27 + comorbidades

Quando vou poder usar mão de tratamento cirúrgico (bariátrica)?
- IMC >40
- IMC > 35 + comorbidades
- Falha no tratamento dietético
- Obesidade grave > 5 anos ou falha no tratamento clínico > 2 anos.

Quando vou poder usar mão de tratamento cirurgia metabólica (reverte o diabetes)?
- DM2 refratário + IMC >30
- Tratamento regular > 2 anos
- Diag de DM < (menos) 10 anos: já que o objetivo é voltar a fazer ele funcionar o diabetes dele.

2) TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
- 4 são aprovados no BR:
1. Sibutramina: inibidor da rececaptação da noradrenalina e serotonina. Leva a saciedade. Eleva a termogênese. Aumento RCV em pacientes com alto risco (contraindicado em paciente com HAS, IAM, IRC, AVC e glaucoma). única medicação que possui receita B2.

  1. Liraglutida (Saxenda -até 3mg- e Vyctosa -até 1,8-): análogo a GLP1 (ativa o mesmo receptor desse hormônio oroxigênico produzido pelo intestino). Possui segurança cardiovascular. Semaglutida (off-label) mesmo princípio de ação no BR liberado até 1mg, mas FDA aprova dose até 2,4mg.
  2. Orlistate: inibe as lipases pancreáticas, diminuindo a absorção de gordura (30%). Reduz absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Pode levar a diarreia, perda de gordura nas fezes.
  3. Bupropiona + Naltrexona (Contrabe): Bupropiona aumenta dopamina e a noradrenalina, estimulando a atividade da POMC, ativa vias de gasto energético. Supera resistência a leptina. Aumenta gasto energético e diminui o apetite. Naltrexona: bloqueia a autoinibição que esse eixo acima pode causar.

Medicamentos off-label (usados diante a impossibilidade ou ineficácia dos tratamentos habituais:
- Topiramato
- Outros análogos GLP1
- Lisdexanfetamina
- Inibidores da recaptação da serotonina

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Q

SÍNDROME METABÓLICA

A
  • Conjunto de fisiopatologias que vão levar as complicações ligadas a obesidade. Ser obeso não significa que você tem síndrome metabólica.
  • 3 instituições possuem critérios diferentes para definir a doença:

1) NCEP-ATP III - National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III- (mais considerado)
- Distribuição da gordura: cintura homens >102 e >88 em mulheres.

  • Critério glicêmico: GJ>100 ou em tratamento
  • PA >130x80 ou em tratamento

-Triglicerídeo >150 ou em tratamento

  • HDL <40 homem e <50 em mulher

OBS: os critérios não levam em conta o LDL, peso, IMC, esteatose hepática, hemoglobina glicada.

OMS considera:
- IMC > 30
- PAS >140X90
- relação cintura-quadril
- resistência insulínica
- microalbuminúria >30

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