Síndrome Dispéptica e DRGE Flashcards

1
Q

Qual a definição de Síndrome Dispéptica?

A

Dor epigástrica > 1 mês

OBS: outros sintomas podem estar presentes (plenitude pós-prandial, saciedade precoce, empachamento)

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Q

DRGE faz parte da Síndrome Dispéptica?

A

Não! Os sintomas de DRGE classicamente são pirose + regurgitação e possuem abordagem própria

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3
Q

Quando deve-se solicitar EDA na investigação de Síndrome Dispéptica?

A
  • > 40 anos OU

* Sinais de alarme: >40-45 anos, disfagia, odinofagia, anemia, emagrecimento, vômitos

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4
Q

Nos pacientes com < 40-45 anos e sem sinais de alarme, como deve-se conduzir a suspeita de Síndrome Dispéptica?

A

Testar H.pylori por métodos não invasivos e erradicá-lo se presente

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5
Q

O que é Dispepsia Orgânica?

A

Síndrome dispéptica + alteração orgânica: úlcera péptica, CA, doença biliar…

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6
Q

Qual o principal tipo de Dispepsia?

A

Dispepsia Funcional

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7
Q

O que é Dispepsia Funcional? Qual a conduta?

A

Síndrome dispéptica com EDA normal

Conduta: testar e tratar H.pylori

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8
Q

Se diante da suspeita de Dispepsia Funcional a pesquisa de H.pylori for negativa, qual a conduta?

A

Tratar subsequentemente: IBP > Tricíclicos > Procinéticos

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9
Q

Quais os três mecanismos fisiopatológicos da DRGE?

A
  • Relaxamento transitório do EEI (mais comum)
  • Hipotonia do EEI
  • Desestruturação da JEG (ex: hérnia hiatal)
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10
Q

Quais os sintomas típicos de DRGE?

A

Pirose e regurgitação

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11
Q

Quais são os sintomas atípicos de DRGE?

A

Extra-esofagianos: tosse crônica, PNM de repetição, faringite, rouquidão, sinusite, otite

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12
Q

Quando deve-se solicitar EDA na suspeita de DRGE?

A

Mesmas indicações da Síndrome Dispéptica

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13
Q

Como é feito o diagnóstico de DRGE na maioria das vezes?

A

Clinicamente, havendo confirmação com a melhora dos sintomas após prova terapêutica com IBP

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14
Q

EDA normal exclui DRGE?

A

Não, apenas 50% das EDAs apresentarão alterações como esofagite, úlcera, estenose péptica, esôfago de Barret

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15
Q

Descreva a classificação de Los Angeles para esofagite:

A

Grau A) 1 ou + erosões < 5 mm de extensão (restrita ao fundo da dobra da mucosa)
Grau B) 1 ou + erosões > 5 mm de extensão (restrita ao fundo da dobra da mucosa)
Grau C) Erosões contínuas que cruzam as dobras e com < 75% da circunferência
Grau D) Erosões contínuas que acometem > 75% da circunferência

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16
Q

Como é feito o tratamento da DRGE e qual o objetivo? Qual a dose plena?

A

IBP em dose plena por 8 semanas. Objetivo: reduzir acidez do refluxo

Dose plena:

  • Omeprazol: 20 mg
  • Pantoprazol: 40 mg
  • Esomeprazol: 40 mg
  • Lansoprazol: 30 mg
  • Rabeprazol: 20 mg
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17
Q

Se não houver melhora da DRGE com a dose padrão de IBP, qual a conduta?

A

Dobrar a dose e usar por mais 8 semanas (dose dobrada)

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18
Q

O que se considera refratariedade na DRGE?

A

Ausência de melhora dos sintomas após dose dobrada

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19
Q

O que é recorrência dos sintomas na DRGE? Qual a conduta?

A

Retorno dos sintomas após cessar o tratamento com IBP

Conduta: fazer uso crônico ou sobre demanda (nos períodos mais sintomáticos)

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20
Q

A cirurgia antirrefluxo deve ser considerada na refratariedade da DRGE?

A

É questionável, pois a terapia IBP é altamente eficaz, então se não houver melhora com dose dobrada, deve-se reconsiderar o diagnóstico e investigar outras causas

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21
Q

Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico de DRGE?

A

Phmetria de 24 h + impedanciometria

Impedanciometria: identifica refluxo não ácido

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22
Q

PHmetria de 24 h normal excluir DRGE?

A

Não, pois pode haver refluxo não ácido (biliopancreático), por isso o padrão-ouro é + impedanciometria

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23
Q

Pacientes suspeitos para DRGE com indicação de EDA em que se faça a pesquisa de H.pylori e se encontre +, qual a conduta?

A

Nenhuma, além de tratar a DRGE. Não há indicação de erradicar H.pylori, pois não há associação entre a bactéria e DRGE

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24
Q

Quais as principais indicações de cirurgia antirrefluxo?

A
  • Alternativa ao uso crônico de IBP em pacientes jovens
  • Sintomas extra-esofagianos não bem controlados com IBP
  • Complicações: estenose péptica, úlcera esofagiana
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25
Q

Quais as técnicas de cirurgia antirrefluxo?

A

Fundoplicatura total ou parcial

Total/Nissen (360 graus)

Parcial

  • Anterior (Dor/Thal)
  • Posterior (Lind/Toupet)
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26
Q

Quais exames obrigatoriamente devem ser realizados antes da cirurgia de antirrefluxo? Qual o objetivo?

A
  • pHmetria de 24 h: confirmar refluxo

* Manometria esofagiana: definir o tipo de fundoplicatura

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27
Q

Qual a melhor cirurgia antirrefluxo? Quando não está indicada?

A

Fundoplicatura total (Nissen)

Não indicada: manometria com <60% de atividade peristáltica ou pressão do EEI < 30 mmHg

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28
Q

Paciente com DRGE de longa evolução que evolui com disfagia, quais as duas hipóteses diagnósticas?

A
  • Estenose péptica

* Adenocarcinoma

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30
Q

Qual a complicação da DRGE mais temida?

A

Evolução para esôfago de Barret e adenocarcinoma

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31
Q

Qual o percentual de DRGE evolui para Esôfago de Barret?

A

10% (minoria)

32
Q

Como é feito o diagnóstico de esôfago de Barret?

A

Biópsia: metaplasia intestinal (troca do epitélio escamoso por colunar simples do tipo intestinal)

33
Q

Como é a aparência endoscópica do esôfago de Barret?

A

Mucosa esofagiana de cor vermelho-salmão

34
Q

Quando suspeitar de esôfago de Barret?

A

DRGE de longa data, paciente pode referir melhora dos sintomas de pirose e regurgitação

35
Q

Como é feito o tratamento do esôfago de Barret?

A

Varia conforme a presença e tipo de displasia. Mas para todos deve-se fazer IBP para o resto da vida 1x/dia.

36
Q

Qual a conduta no esôfago de Barret sem displasia?

A

EDA a cada 3-5 anos (ou anual) - depende da referência

37
Q

Qual a conduta no esôfago de Barret com displasia de baixo grau?

A

Ablação endoscópica (preferência)) ou EDA anual (ou semestral) - depende da fonte

38
Q

Quais os tipos de úlcera péptica? Qual a mais comum?

A
  • Úlcera duodenal (mais comum)

* Úlcera gástrica

39
Q

Qual a principal complicação das Úlceras pépticas em geral?

A

Sangramento

40
Q

Qual a principal complicação da Úlcera péptica duodenal? E da Úlcera péptica gástrica?

A

Duodenal: Sangramento

Gástrica: Perfuração

41
Q

Em qual topografia há maior sangramento das Úlceras pépticas?

A

Parede posterior (relação com artéria gastroduodenal e pancreatoduodenal)

42
Q

Qual a principal etiologia das Úlceras pépticas?

A

Infecção pelo H.pylori

Duodenais: 90%
Gástricas: 75%

43
Q

Qual o principal fator deflagrador da Úlcera péptica? Quais os mecanismos facilitadores?

A

Principal: ácido
Facilitadores: AINE, infecção pelo H.pylori

44
Q

Quais os mecanismos agressores do H.pylori em causar Úlcera péptica?

A
  • Infecta antro: lesa células D (produz somatostatina que inibe produção de gastrina) = aumento da secreção ácida = HIPERcloridria
  • Infecta todo estômago: destroi todas células parietais = HIPOcloridria
45
Q

Qual o mecanismo fisiopatológico dos AINEs em causar úlcera péptica?

A

Redução da produção de prostaglandinas “do bem” pela COX-1 que forma muco, prostaciclinas, secreção de bicarbonato

46
Q

Qual a conduta no esôfago de Barret com displasia de alto grau?

A

Ablação endoscópica (preferida) (ou esofagectomia distal)

47
Q

Quais as três vias principais de produção de ácido estomacal?

A
  • Gastrina (células G no antro)
  • Histamina
  • Nervo vago
48
Q

Quais as divisões anatômicas do estômago? Quais as principais células do estômago, suas funções e onde se concentram?

A

DIVISÃO

  • Cárdia
  • Fundo
  • Corpo
  • Antro
  • Piloro

CÉLULAS

  • Parietais: produzem ácido clorídrico (bomba de próton) = FUNDO
  • Células G: produzem gastrina = ANTRO
  • Células D: produzem somatostatina que inibe gastrina = ANTRO
  • Células foveolares: produzem muco
49
Q

Qual o quadro clínico da Úlcera péptica duodenal? E gástrica?

A

Duodenal: Sd dispéptica pior 2-3 h após alimentação OU em jejum (acorda paciente de noite)

Gástrica: Sd dispéptica pior com alimentação

50
Q

Como é feito o diagnóstico de Úlcera péptica?

A

Presuntivo em < 40 anos E sem sinais de alarme

EDA em > 40 anos OU sinais de alarme

51
Q

Toda úlcera péptica deve ser biopsiada à EDA?

A

Gástrica: sempre (pode ser apresentação inicial de um CA)

Duodenal: sem necessidade (CA é raro)

52
Q

Diante de Úlcera péptica, está indicada a pesquisa de H.pylori?

A

Sim, sempre

53
Q

Como é feito o tratamento para erradicar H.pylori? Qual a duração?

A

Escolha: amoxicilina 1 g + claritromicina 500 g + omeprazol 20 mg (todos 2x/dia) por 14 dias

Após erradicação: manter IBP por 4 semanas

54
Q

Como é feito o retratamento para erradicação do H.pylori (falha terapêutica)? E se houver alergia a amoxicilina?

A

RETRATAMENTO: Levofloxacino 500 mg 1x/dia + Amoxicilina 1 g 2x/dia + Omeprazol 20 mg 2x/dia por 10-14 dias

ALÉRGICOS: trocar amoxicilina por Levofloxacino 500 g 1x/dia

55
Q

Após tratamento da Úlcera péptica, é necessário controle de cura com algum exame?

A
  • Se houver H.pylori: sempre

* Úlcera gástrica (mesmo sem H.pylori): sempre

56
Q

Quais os métodos invasivos e não invasivos de pesquisa do H.pylori?

A

INVASIVOS:

  • Teste rápido da urease
  • Bacterioscopia
  • Cultura

NÃO INVASIVOS:

  • Teste da urease respiratória
  • Antígenos fecais
  • Sorologia
57
Q

Qual o método de escolha para identificar o H.pylori (invasivo e não invasivo)?

A

Invasivo: bacterioscopia

Não invasivo: urease respiratória

58
Q

Qual exame não pode ser usado para controle de cura do H.pylori?

A

Sorologia (pode persistir positiva apesar da cura)

59
Q

Quais as 3 indicações clássicas de erradicação do H.pylori?

A
  • Linfoma MALT
  • Úlcera péptica
  • Dispepsia

Outros: pacientes de alto risco que necessitam usar AINE, pacientes com familiares 1˚ grau que tiveram câncer gástrico

60
Q

Qual o principal tipo de úlcera gástrica?

A

Tipo I

61
Q

Qual a classificação dos tipos de Úlcera gástrica e sua topografia?

A

Tipo 1: pequena curvatura baixa (hipocloridria)
Tipo 2: corpo gástrico (hipercloridria)
Tipo 3: pré-pilórica (hipercloridria)
Tipo 4: pequena curvatura alta (hipocloridria)

62
Q

Quais as indicações de tratamento cirúrgico das Úlceras pépticas?

A
  • Perfuração
  • Sangramento (refratário a terapia endoscópica)
  • Obstrução
  • Instabilidade hemodinâmica apesar da reposição volêmica
63
Q

Toda Úlcera péptica hiperclorídrica deve ser submetida no mínimo a: ___________

A

Vagotomia (lógica: retira o nervo vago = reduz acidez)

64
Q

Quais os tipos de vagotomia? Qual o mais eficaz e o com maior risco de recidiva?

A

VAGOTOMIA TRONCULAR: desnerva todo estômago; mais eficaz

VAGOTOMIA SUPERSELETIVA: desnerva os ramos proximais (apenas o fundo gástrico); mais recidiva

65
Q

Qual procedimento adicional deve ser feito além da vagotomia troncular? Qual o motivo?

A

Antrectomia (gastrectomia distal) ou piloroplastia

Motivo: há prejuízo ao esvaziamento gástrico devido a desnervação do antro

66
Q

Toda úlcera gástrica deve ser retirada?

A

Sim, pelo risco de malignizar

67
Q

Em caso de gastrectomia (distal ou subtotal), é necessário reconstruir o trânsito estômago-intestino, de que forma isso pode ser feito?

A
  • Reconstrução a B1: gastroduodenostomia
  • Reconstrução a B2: gastrojejunostomia
  • Reconstrução em Y de Roux: gastrojejunostomia em Y
68
Q

Qual o procedimento de reconstrução de trânsito estômago-intestino é o mais fisiológico?

A

Reconstrução a B1

69
Q

Qual o tratamento cirúrgico das Úlceras gástricas conforme a topografia?

A

Tipo 1: gastrectomia distal + reconstrução a B1
Tipo 2 e 3: vagotomia troncular + gastrectomia distal + reconstrução a B1 ou B2
Tipo 4: gastrectomia subtotal + reconstrução em Y de Roux

70
Q

O que é a Síndrome de Dumping? Quais os tipos? Ocorre em qual tipo de procedimento cirúrgico para correção de úlcera péptica?

A

Dumping precoce (15-20 min)

  • Distensão gastrointestinal + sintomas vasomotores
  • Dor abdominal, náusea, vômito, taquicardia, palpitação, rubor facial
Dumping tardio (1-3 h)
*Sintomas de hipoglicemia (vasomotores)

Ocorre em: antrectomia e piloroplastia

71
Q

Qual o tratamento da Síndrome de Dumping?

A

Dietético e mudança comportamental: fracionar dieta, deitar após refeição (lentifica o esvaziamento)

72
Q

O que é a Gastrite Alcalina?

A

Gastropatia por refluxo biliar

Sintomas: dor epigástrica em queimação, SEM melhora com vômitos, vômitos biliosos

73
Q

O que é a Síndrome da Alça aferente? Ocorre em qual tipo de correção cirúrgica de Úlcera péptica?

A

Decorre da obstrução da alça aferente (reconstrução a B2)

Sintomas: dor abdominal que MELHORA após os vômitos, vômito bilioso e em jato

74
Q

Qual o tratamento da Síndrome da Alça aferente e Gastrite alcalina?

A

Reconstrução em Y de Roux