Dor Abdominal (inflamatório, isquêmico E metabólico) Flashcards

1
Q

Quais as principais causas metabólicas que simulam abdome agudo?

A
  • Intoxicação pelo chumbo
  • Porfiria intermitente aguda
  • Cetoacidose diabética
  • Insuficiência adrenal
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2
Q

Qual o principal dado da história clínica chama atenção para abdome agudo causado por intoxicação por chumbo?

A

Exposição ocupacional: indústria automobilística, fábrica de baterias, exposição a tinta, mineração

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3
Q

Quais os três A’s da intoxicação pelo chumbo?

A
  • Anemia: micro/hipo, pontilhados basofílicos
  • Abdome: dor abdominal difusa
  • Amnésia, encefalopatia aguda, demência

Outras: neuropatia periférica, nefrite proximal (Sd Fanconi), gota, HAS, infertilidade

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4
Q

Qual achado semiológico bucal é sugestivo de intoxicação por chumbo?

A

Linha gengival de Burton

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5
Q

Como é feito o diagnóstico da intoxicação pelo chumbo?

A

Dosagem sérica (>25 mcg/dl)

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6
Q

Qual o tratamento da intoxicação pelo chumbo?

A
  • Interromper exposição

* Quelante: EDTA

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7
Q

Quais os dois tipos mais importantes de porfiria? Qual simula abdome agudo?

A
  • Porfiria Cutânea Tarda (PCT): quadro cutâneo (úlceras, erosões, hipertricose em áreas fotoexpostas)
  • Porfiria Intermitente Aguda (PIA)

Abdome agudo: Porfiria Intermitente Aguda (PIA)

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8
Q

Qual a fisiopatologia da porfiria?

A

Distúrbio na síntese da porfirina (componente do heme), em que há deficiência enzimática em alguma etapa, com acúmulo de metabólitos

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9
Q

Qual a principal fonte de porfirina do organismo?

A

Heme (porfirina + ferro)

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10
Q

Qual a deficiência enzimática ocorre na Porfiria Intermitente Aguda?

A

Deficiência de HMB sintase = acúmulo de ALA e PBG

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11
Q

Qual o quadro clínico da Porfiria Intermitente Aguda?

A
  • Dor e distensão abdominal
  • Hiperatividade simpática (~feocromocitoma)
  • Neuropatia periférica
  • Distúrbio psiquiátrico e convulsão
  • Quadro PRECIPITADO por algum: álcool/droga/medicamentos/estresse/intoxicação pelo chumbo
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12
Q

Qual achado no exame físico é peculiar da Porfiria Intermitente Aguda quando comparada as outras causas de abdome agudo?

A

Peristaltismo aumentado (simula abdome obstrutivo)

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13
Q

Como é feito o diagnóstico de Porfiria Intermitente Aguda?

A

Dosagem de PBG (porfobilinogênio) urinário > 50 mg/dia (urina arroxeada)

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14
Q

Qual o principal desencadeante da Porfiria Intermitente Aguda?

A

Intoxicação pelo chumbo

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15
Q

Qual o principal agente etiológico da Febre tifoide?

A

Salmonella tiphy

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16
Q

Como se adquire febre tifoide?

A

Transmissão fecal-oral

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17
Q

Quais os principais alimentos associados a febre tifoide (contaminação pela Salmonella tiphy)?

A

Leite e derivados, ostras, moluscos, mexilhão

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18
Q

Quais as fases clínicas da Febre tifoide? Qual o sítio de replicação da bactéria em cada fase e sinais e sintomas associados?

A

BACTEREMIA (1-2a semana)

  • Infecção TGI (placa de Peyer)> disseminação hematogênica
  • Quadro abdominal: dor, diarreia
  • Sinal de Faget (dissociação pulso-temperatura)

HIPERREATIVA (3-4a semana)

  • Disseminação para vísceras (infecta macrófagos) e produção intensa de citocinas
  • Hepatoesplenomegalia, roséolas, torpor ou coma

CONVALESCENÇA (a partir 4a semana)

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19
Q

Qual o método diagnóstico preferencial para isolamento da Salmonella tiphy (Febre tifoide) conforme fase da doença?

A
  • Bacteremia: hemocultura
  • Hiperreativa: mielocultura
  • Convalescença: coprocultura
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20
Q

Qual o método diagnóstico mais sensível para isolamento da Salmonella tiphy (Febre tifoide)?

A

Mielocultura (pode ser positiva mesmo com uso de atb)

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21
Q

Qual a desvantagem de usar a coprocultura para o isolamento da Salmonella tiphy para o controle de cura de febre tifoide?

A

Falso positivo no caso de portadores crônicos

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22
Q

Qual o perfil de pacientes portadores crônicos que são os perpetuadores de transmissão da Salmonella tiphy?

A

Mulheres idosas, pacientes com doenças biliares

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23
Q

Qual a complicação mais comum da Febre tifoide? E a mais grave?

A

Mais comum: sangramento gastrointestinal

Mais grave: perfuração

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24
Q

Qual o principal sítio de perfuração gastrointestinal em caso de Febre tifoide?

A

Íleo

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25
Qual o tratamento da Febre tifoide? Qual a primeira escolha de acordo com MS?
Ciprofloxacino, Ceftriaxone MS: Cloranfenicol OBS: é possível adicionar corticoide se quadro exuberante
26
Existe vacinação para Febre tifoide?
Sim, mas apresenta baixa imunogenicidade | Indicada para casos restritos para sujeitos a exposição excepcional
27
Qual a principal causa de abdome agudo cirúrgico?
Apendicite aguda OBS: inclusive em gestantes (excluindo causas obstétricas)
28
Qual a fisiopatologia da apendicite aguda?
Obstrução apêndice > proliferação bacteriana + secreção de muco > distensão > redução retorno venoso > isquemia e gangrena
29
Qual o principal fator obstrutivo do apêndice?
Fecalito Outros: hiperplasia linfoide, sementes
30
Qual o principal dado da história clínica é sugestivo do diagnóstico de apendicite aguda?
Migração da dor periumbilical para FID (+- 12-24h)
31
Qual o sintoma inicial da apendicite?
Anorexia
32
A presença de febre alta em caso de apendicite deve fazer pensar em?
Presença de complicações
33
Qual o sinal semiológico mais sugestivo de apendicite aguda?
Sinal de Blumberg (descompressão súbita no ponto de McBurney)
34
Descreva os sinais semiológicos: * Sinal de Rovsing * Sinal de Lenander * Sinal do obturador * Sinal de Dunphy
* Rovsing: dor na FID quando comprime FIE * Lenander: diferença temperatura axilar e retal > 1 grau * Obturador: dor na FID quando flexão e rotação interna do quadril * Dunphy: piora da dor na FID quando tosse
35
Como é feito o diagnóstico de apendicite aguda?
* Probabilidade alta (HOMEM JOVEM HISTÓRIA CLÁSSICA): clínico * Probabilidade intermediária ou duvidosa (criança, gestante, idoso): exame de imagem
36
Quais exames de imagem são solicitados na suspeita de apendicite aguda?
* Gestante, criança: USG (se inconclusiva: RNM) | * Homem, idoso: TC
37
Além de caso de probabilidade duvidosa e intermediária, em qual situação deve-se solicitar exame de imagem na suspeita de apendicite aguda?
Evolução > 48 h ou palpação de massa Motivo: risco maior de complicações
38
Quais os achados na USG ou TC sugerem apendicite aguda?
* Aumento do diâmetro AP do apêndice (>7 mm) * Espessamento da parede do apêndice * Líquido periapendicular * Borramento da gordura mesentérica * Coleção hipoecoica/hipodensa (abscesso?)
39
Qual a conduta na apendicite simples (<48 h e sem complicações)?
HV + ATB profilaxia + apendicectomia
40
Qual a conduta na apendicite com fleimão?
ATB terapia + colono após 4-6 semanas + apendicectomia de intervalo
41
Qual a conduta na apendicite com formação de abscesso?
ATB terapia + drenagem percutânea por TC + colono após 4-6 semanas + apendicectomia de intervalo
42
Qual a conduta na apendicite com peritonite difusa?
ATB terapia + apendicectomia
43
Quais as fases da apendicite? Em quais delas o ATB é profilático ou terapêutico?
Fase I: edematosa/catarral (profilaxia) Fase II: úlcera flegmatosa (profilaxia) Fase III: gangrenosa (terapêutico) Fase IV: perfurativa (terapêutico)
44
Quais os microorganismos mais comuns da apendicite aguda?
E.coli | Bacteroides fragilis
45
Quais os principais diagnósticos diferenciais de apendicite aguda?
* Linfadenite mesentérica: criança + história de IVAS ou diarreia recente * Apendagite * Diverticulite de Meckel
46
Qual a conduta na Apendagite?
Conservadora, pois é auto-limitada
47
Qual a fisiopatologia da diverticulite?
Obstrução do lúmen apendicular com distensão, isquemia e perfuração, com formação de microabscessos
48
Os divertículos colônicos são verdadeiros ou falsos?
Falsos (apenas mucosa e submucosa)
49
Em qual topografia os divertículos colônicos são mais comuns? Por qual motivo?
Sigmoide, na entrada das arteríolas colônicas. Porque o diâmetro do sigmoide é menor (maior pressão)
50
Por que a diverticulose é mais comum no ocidente?
Dieta pobre em fibras e rica em carboidratos e proteínas
51
Qual o melhor método diagnóstico para diverticulose?
Colonoscopia Outro: clister opaco
52
Qual a principal complicação dos divertículos colônicos?
Inflamação (25%) Sangramento (15%)
53
V ou F: a maioria dos divertículos colônicos são assintomáticos
Verdadeiro, se sintomático: pensar em complicações
54
Como é a classificação de Hinchey? Como é feita?
I: abscesso pericólico II: abscesso pélvico III: peritonite purulenta IV: peritonite fecal Realizada através de TC de abdome com contraste OBS: Hinchey modificada 0: apenas dor Ia: fleimão Ib: abscesso pericólico
55
Como é o quadro clínico de diverticulite aguda?
“Apendicite à esquerda no idoso” OBS: episódios de dor recorrente prévia fala a favor
56
Qual o melhor exame de imagem para diagnóstico de diverticulite aguda?
TC de abdome com contraste
57
Quais exames complementares de imagem devem ser evitados no paciente com suspeita de diverticulite aguda?
Colonoscopia e enema opaco, pelo aumento da pressão colônica OBS: retossigmoidoscopia sem insuflar ar pode ser realizada com bastante cautela
58
V ou F: todo paciente com diverticulite aguda deverá ser submetido a colonoscopia posteriormente
Verdadeiro, por frequentemente tratar-se de paciente idoso, a colonoscopia deve ser realizada após 4-6 semanas
59
Como é feito o tratamento da diverticulite não complicada (sem abscesso, peritonite, obstrução, fístula)?
Sintomas mínimos: dieta líquida + HV + ATB VO | Sintomas exuberantes: dieta zero + HV + ATB IV
60
Como é feito o tratamento da diverticulite complicada?
Abscesso < 4 cm: Dieta zero + HV + ATB EV + colonoscopia após 4-6 semanas + cirurgia eletiva Abscesso > ou 4 cm: mesmo do anterior + drenagem percutânea guiada por TC Peritonite ou obstrução total: Dieta zero + HV + ATB EV + cirurgia de urgência
61
Na diverticulite Hinchey III, além da cirurgia de urgência, qual outra alternativa terapêutica?
Lavagem laparoscópica
62
Qual a cirurgia de urgência da diverticulite aguda?
Sigmoidectomia à Hartman
63
Quais as indicações de cirurgia eletiva na diverticulite?
* Abscesso * Fístula * Imunodeprimido * Incapaz de excluir CA * Após 2˚ episódio (?) * < 50 anos (?)
64
Como é a cirurgia eletiva para diverticulite aguda?
Ressecção colônica com anastomose primária
65
Quais os espectros/tipos de Doença Vascular Intestinal?
* Isquemia Mesentérica Aguda (delgado) * Isquemia Mesentérica Crônica (delgado) * Colite Isquêmica (isquemia colônica)
66
Qual a principal artéria que nutre o intestino? Qual seu território de irrigação?
Artéria Mesentérica Superior: porção distal do duodeno, jejuno, íleo, ceco, cólon ascendente e metade do transverso
67
Qual o tipo de Doença Vascular Intestinal mais comum?
Colite isquêmica (isquemia colônica)
68
Qual o diagnóstico sindrômico: paciente com abdome agudo + acidose metabólica/hiperlactatemia
Abdome Agudo Isquêmico (Doença Vascular Intestinal)
69
Qual a principal etiologia da Isquemia Mesentérica Aguda? Quais as outras etiologias?
Principal: embolia (FA/IAM recente) (50%) Outras (em ordem): * Isquemia não oclusiva (vasoconstrição): choque hipovolêmico, séptico, cocaína, digitálicos * Trombose arterial: aterosclerose * Trombose venosa: hipercoagulabilidade (paciente jovem)
70
Qual achado do exame físico mais chama atenção para Isquemia Mesentérica Aguda?
Dor abdominal desproporcional ao exame físico (inocente)
71
Quais achados da história clínica/exame físico/exames complementares corroboram o diagnóstico de Isquemia Mesentérica Aguda?
* Sinal de Lenander reverso (T retal < T axilar) * Acidose metabólica e seus comemorativos: taquipneia * Dor abdominal SÚBITA * TC/RX: pneumatose intestinal
72
Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico de Isquemia Mesentérica Aguda? Qual o mais usado?
Padrão-ouro: arteriografia mesentérica | Mais usado: Angio-TC (sinal do menisco)
73
Qual o tratamento da Isquemia Mesentérica Aguda causada por êmbolo ou trombo?
Heparinização + trombectomia/embolectomia + laparotomia (esta para avaliar viabilidade da alça) e ressecção das alças não viáveis + papaverina no PO
74
Qual o tratamento da Isquemia Mesentérica Aguda causada por vasoespasmo?
Papaverina intra-arterial + suspender precipitantes Laparotomia é indicada apenas para refratários e pacientes com irritação peritoneal
75
Qual o quadro clínico da Isquemia Mesentérica Crônica?
* Dor abdominal pós-prandial * Perda de peso (medo de se alimentar) * Sinais sistêmicos de aterosclerose
76
Qual o exame padrão-ouro para Isquemia Mesentérica Crônica?
Angiografia mesentérica
77
Qual o tratamento para Isquemia Mesentérica Crônica?
* Revascularização cirúrgica (bypass): mais jovens | * Revascularização por stent: mais idosos
78
Qual o quadro clínico sugestivo de paciente com Colite isquêmica?
* Paciente idoso, com estigmas de aterosclerose submetido a quadro de hipoperfusão (choque, cirurgia com clampeamento de aorta) * Dor abdominal em cólica * Diarreia MUCOSSANGUINOLENTA
79
Qual a topografia em que a Colite isquêmica ocorre com mais frequência?
1˚: Flexura esplênica | 2˚: Junção retossigmoide
80
Por que a arteriografia não é útil para o diagnóstico de Colite isquêmica?
Porque na colite isquêmica há aterosclerose dos vasos retos (microvasos que perfuram o cólon da parede externa para interna)
81
Qual o achado típico do enema opaco em caso de Colite isquêmica?
Sinal das impressões digitais (thumbprinting) Colonoscopia e retossigmoidoscopia revelam edema, úlceras
82
Qual o tratamento da Colite isquêmica?
De suporte, por ma maioria resolve espontaneamente e é transitória. A cirurgia de revascularização não se aplica pois a aterosclerose é de microvasos
83
Em quais situações está indicada a cirurgia em caso de Colite isquêmica?
Aguda: Colite fulminante, perfuração, peritonite, hemorragi Crônica: estenose, obstrução Refratários ao tratamento de suporte