Síndrome de Guillain-Barré (SGB) Flashcards

Fonte: Leonhard, S. E., Mandarakas, M. R., Gondim, F. A., Bateman, K., Ferreira, M. L., Cornblath, D. R., ... & Jacobs, B. C. (2019). Diagnosis and management of Guillain–Barré syndrome in ten steps. Nature Reviews Neurology, 15(11), 671-683.

1
Q

Qual é a causa mais comum de paralisia flácida aguda?

A

Síndrome de Guillain-Barré.

Incidência 1-2 : 100.000 pessoas/ano.

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2
Q

A progressão da Síndrome de Guillain-Barré pode ser rápida e a maioria dos pacientes atinge o nadir de incapacidade dentro de (…) do início dos sintomas.

A

2 semanas.

20% dos pacientes evoluem com IRpA.

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3
Q

Em 6 meses, qual o percentual de pacientes com SGB é capaz de andar de forma independente (com ou sem tratamento realizado)?

A

60-80% dos pacientes.

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4
Q

Quando suspeitar de Síndrome de Guillain-Barré?

A
  • Fraqueza bilateral progressiva dos membros com ou sem alterações de sensibilidade;
  • Hipo ou arreflexia;
  • Paralisia facial ou bulbar;
  • Oftalmoplegia e ataxia.

Obs.: a fase progressiva da doença dura até 4 semanas.

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5
Q

Na Síndrome de Guillain-Barré, qual a definição de flutuação relacionada ao tratamento? Qual o percentual de pacientes que evoluem com TRF?

Treatment-related fluctuation (TRF)

A
  • Progressão de doença que acontece dentro de 2 meses após melhora clínica inicial induzida pelo tratamento ou estabilização da doença.
  • 6-10% dos pacientes.
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6
Q

Quais são as 8 variantes clínicas da Síndrome de Guillain-Barré?

A
  • Forma clássica sensitivo-motora
  • Motora pura
  • Paraparética
  • Faringo-cervico-braquial
  • Diparesia facial com parestesias de extremidades
  • Sensitiva pura
  • Síndrome de Miller-Fisher
  • Encefalite de Bickerstaff
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7
Q

Qual a tríade clínica da Síndrome de Miller-Fisher?

A

Oftalmoplegia, ataxia sensitiva e arreflexia.

Obs1.: Formas incompletas podem acontecer - ataxia sensitiva isolada (neuropatia atáxica aguda) e oftalmoplegia aguda.
Obs2.: Overlap com a forma clássica acontece em 15% dos casos.

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8
Q

Quais as características clínicas da Encefalite de Bickerstaff?

A

Oftalmoplegia, ataxia, arreflexia (pode ter hiperreflexia), sinais de piramidalismo e alteração do nível de consciência.

Dica: Miller-Fisher + piramidalismo + rebaixamento do sensório.

Frequentemente há overlap com a forma clássica.

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9
Q

Baseado nos critérios diagnósticos do NINDS, quais sinais/sintomas suportam fortemente o diagnóstico de Síndrome de Guillain-Barré?

National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS)

A
  • Progressão da doença que dura de dias a 4 semanas (geralmente < 2 semanas);
  • Sinais/sintomas relativamente simétricos;
  • Presença de déficits sensitivos leves (exceto na forma motora pura);
  • Envolvimento de nervos cranianos, especialmente diparesia facial;
  • Disautonomia;
  • Dor muscular ou radicular (lombar ou em membros);
  • Dissociação proteino-citológica no LCR;
  • Características ENMG de neuropatia sensitivo-motora.
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10
Q

Baseado nos critérios diagnósticos do NINDS, quais sinais/sintomas são sinais de alerta para diagnósticos alternativos à Síndrome de Guillain-Barré?

National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS)

A
  • Pleocitose no LCR > 50 células;
  • Fraqueza persistente marcadamente assimétrica;
  • Disfunção esfincteriana no início do quadro ou persistente durante o curso da doença;
  • Disfunção respiratória grave com fraqueza de membros limitada no início da doença;
  • Déficits sensitivos com fraqueza de membros limitada no início do quadro;
  • Febre no início dos sintomas;
  • Nadir < 24 horas;
  • Presença de nível sensitivo;
  • Hiperreflexia ou clônus;
  • Reflexo cutâneo-plantar extensor (piramidalismo);
  • Dor abdominal;
  • Progressão lenta com fraqueza limitada, sem envolvimento respiratório;
  • Progressão dos sintomas por mais de 4 semanas;
  • Alteração do nível de consciência (exceto Bickerstaff).
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11
Q

Em qual(is) subtipo(s) da SGB podemos encontrar anti-GQ1b?

A

Síndrome de Miller-Fisher e Encefalite de Bickerstaff.

Encontrado em 90% dos pacientes com Miller-Fisher

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12
Q

Quais são os patógenos sabidamente reconhecidos como triggers para a SGB?

A
  • Campylobacter jejuni;
  • CMV;
  • Hepatite E;
  • Mycoplasma pneumoniae;
  • EBV;
  • Zika virus.
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13
Q

É obrigatório haver dissociação albumino-citológica no LCR dos pacientes com SGB?

A

Não.
A proteinorraquia pode ser normal em 30-50% dos casos na 1ª semana de evolução do doença e em 10-30% dos pacientes na 2ª semana.

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14
Q

Quais os achados clássicos da ENMG da Síndrome de Guillain-Barré?

A
  • Redução da velocidade de condução;
  • Redução das amplitudes dos potenciais motores e sensitivos;
  • Dispersão temporal;
  • Bloqueios de condução motora (parciais);
  • Sural sparing.
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15
Q

O que significa o padrão de sural sparing encontrado na ENMG da SGB?

A

Potencial sensitivo do nervo sural é normal, enquanto os potenciais sensitivos dos nervos mediano e ulnar são anormais ou ausentes.

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16
Q

Quais os subtipos eletrofisiológicos da Síndrome de Guillain-Barré?

A
  • AIDP (Polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória aguda);
  • AMAN (Neuropatia motora axonal aguda);
  • AMSAN (Neuropatia sentivo-motora axonal aguda).
17
Q

Com quanto tempo após o início dos sintomas da SGB é recomendado repetir a ENMG?

A

3 a 8 semanas.

18
Q

Qual o achado da RNM é sensível (mas não específico) para o diagnóstico de SGB?

A

Presença de realce nas raízes nervosas.

19
Q

Quais os critérios de admissão em CTI para pacientes com SGB?

A
  • Fraqueza rapidamente progressiva;
  • Disautonomia ou disfagia graves;
  • Desconforto respiratório (iminência de IRpA);
  • EGRIS >4.
20
Q

Quais critérios da avaliação clínica são utilizados para definir iminência de IRpA em pacientes com SGB?

A
  • Dispneia de repouso ou durante a fala;
  • Incapacidade de contar até 15 em fôlego único;
  • Taquipneia ou taquicardia;
  • Uso de musculatura acessória;
  • CV < 15-20 ml/kg ou < 1L;
  • Gasometria arterial ou SpO2 anormais.
21
Q

Qual escala avalia a probabilidade de evolução com necessidade de ventilação mecânica invasiva na primeira semana da admissão dos pacientes com SGB? O que esta escala utiliza como preditores de risco?

A

Erasmus GBS Respiratory Insufficiency Score (EGRIS).

  • Dias entre o início dos sintomas e a admissão hospitalar;
  • Presença de fraqueza facial ou bulbar na admissão;
  • Somatório do MRC na admissão.

Escala de avaliação prognóstica durante a 1ª semana da internação (IOT).

22
Q

Quais os fatores de risco para tempo prolongado de ventilação mecânica invasiva na SGB?

A
  • Incapacidade de elevar os braços da cama na primeira semana pós a IOT;
  • Subtipo axonal;
  • Presença de nervos com potenciais ausentes na ENMG.

Considerar TQT precoce em pacientes com esses fatores de risco.

23
Q

Quando iniciar o tratamento de pacientes com diagnóstico de SGB?

A

Em um ou mais:
- Incapacidade de andar independemente por mais de 10 metros;
- Fraqueza rapidamente progressiva;
- Disautomia ou disfagia graves;
- Insuficiência respiratória.

24
Q

De acordo com os estudos clínicos em SGB, até quanto tempo do início dos sintomas há eficácia terapêutica para iniciar IgIV e plasmaférese?

A

IgIV - em até 2 semanas;
Plasmaférese - em até 4 semanas.

25
Q

Qual a dose de imunoglobulina (IgIV) para o tratamento da SGB?

A

0,4g/kg/dia por 5 dias (2g/kg).

26
Q

Para qual subtipo clínico da Síndrome de Guillain-Barré o tratamento não é recomendado? Por quê?

A

Síndrome de Miller-Fisher.
Curso relativamente leve com tendência a recuperação completa em 6 meses.

27
Q

Qual tratamento é preferível em gestantes com SGB? Por quê?

A

IgIV. Menor risco de complicações.

28
Q

A regra do “20/30/40” prediz evolução para insuficiência respiratória em pacientes com SGB. Quais parâmetros ela avalia?

A

CVF < 20 ml/kg
Pressão inspiratória máxima < 30 cmH2O;
Pressão expiratória máxima < 40 cmH2O.

29
Q

Qual o percentual de pacientes com SGB que não melhora nas primeiras 4 semanas após o tratamento?

A

40%.

O que não quer dizer que o tratamento foi ineficaz, pois a evolução poderia ser mais grave se não tivesse sido feito o tratamento.

30
Q

Apesar de controverso, em que situação é indicado o retratamento de pacientes com SGB?

A

Nas flutuações relacionadas ao tratamento.

Prof Wilson Marques: quando há bloqueio de condução persistente na ENMG controle.

31
Q

Na SGB, qual escala prognóstica avalia a probabilidade do paciente voltar a deambular em 6 meses?

A

modified Erasmus GBS outcome score
(mEGOS).