Sepse Neonatal Flashcards
O que é a sepse neonatal?
O que é a sepse precoce?
O que é a sepse tardia?
-A sepse neonatal é definida como a resposta
sistêmica à infecção, caracterizada no RN pela
evidência clínica de processo infeccioso e presença
dos seguintes achados: instabilidade
térmica, disfunção respiratória e cardíaca e
anormalidades na perfusão
-De acordo com o livro Nelson Textbook of
Pediatrics, a sepse precoce acomete o RN em
sua primeira semana de vida (se manifestando
em geral nas primeiras 72 horas de vida)
Se correlaciona a uma infecção adquirida
no útero ou durante o parto
Provocada por patógenos do trato genital
materno, como Streptococcus agalactiae,
E. coli e L. monocytogenes
-A sepse tardia acomete o concepto após
sete dias de vida
Implica numa infecção por germes nosocomiais
ou adquirida na comunidade após a alta hospitalar
Provocada por patógenos do ambiente hospitalar,
tais como: Gram-negativos, S. aureus,
estafilococos coagulase negativo e fungos
Quais são as formas de transmissão da infecção perinatal?
Transplacentária intrauterina Ex: Sífilis, CMV e toxoplasmose
Durante a passagem pelo canal de parto
Ex: herpes-simples, HIV, vírus da hepatite B e C
e tuberculose
Pós-natal
Ex: Tuberculose, estafilococos e bactérias
entéricas
Quais são os principais fatores de risco?
Prematuridade
Imaturidade do sistema imunológico
Ambiente hospitalar
Entre outros
Quais os agentes etiológicos da infecção precoce?
E da infecção tardia?
-A infecção precoce tem como agentes etiológicos
o estreptococo beta hemolítico do grupo
B (que evolui com sepse em 50% dos RN; a
pneumonia tem aspecto radiológico indistinguível
do da membrana hialina), Escherichia
coli e outras enterobactérias (Klebsiella, Pseudomonas,
Haemophilus e Enterobacter),
anaeróbios (B. fragilis) e menos comumente
por Listeria monocytogenes e Citrobacter
Geralmente,
a contaminação ocorre intraútero por
infecção ascendente ou durante passagem do
RN pelo canal de parto. A mortalidade é alta,
em torno de 15 a 50%
-A forma tardia do processo infeccioso tem
como micro-organismos mais envolvidos na
etiologia: 22% – bactérias Gram-positivas (S.
agalactiae, Staphylococcus coagulase negativos,
Staphylococcus aureus e Enterococcus);
18% – bactérias Gram-negativas (Klebsiella,
Pseudomonas e Enterobacter); 12% – fungos
(Candida albicans e parapsilosis), principalmente
em RN prematuros extremos, com menos
de 1 kg, em NPT prolongada e em uso de
antibióticos de largo espectro
A infecção tardia
deve-se principalmente à contaminação hospitalar.
O início é mais insidioso, com manifestações
clínicas mais inespecíficas
Qual é a clínica da sepse neonatal?
Os critérios diagnósticos que definem esta resposta inflamatória sistêmica no RN são a presença de dois ou mais dos seguintes: Instabilidade de temperatura Disfunção respiratória Disfunção cardíaca Anormalidade de perfusão Oligúria
A criança com infecção pode apresentar manifestações
clínicas inicialmente discretas (que
podem ser confundidas com outras doenças
neonatais) até a forma grave de apresentação,
com icterícia, hepatoesplenomegalia, petéquias
e sangramentos
A história clínica é fundamental, sobretudo a
identificação de infecções maternas, principalmente
do trato geniturinário
Como deve ser feito o diagnóstico da sepse neonatal?
O diagnóstico da sepse neonatal precoce deve
ser baseado em três pilares: 1) presença de
fatores de risco para infecção; 2) Sinais clínicos;
3) Exames laboratoriais
Como deve ser o tratamento da sepse neonatal precoce? E para a tardia?
-Tratamento para sepse precoce:
Esquema empírico: Ampicilina + Gentamicina .
Meningite sem patógeno identificado: Ampicilina +
Cefotaxima.
Terapia definitiva:
Streptococcus do grupo B (GBS): Penicilina Cristalina
(pneumonia: 50.000U/kg de 12/12h // meningite: 250.000
a 450.000U/k/dia divididos de 8/8h).
E. coli: Ampicilina é a droga de escolha para espécies
sensíveis a este antibiótico.
Listeria monocytogenes: Ampicilina + Gentamicina.
-Tratamento para sepse tardia:
Hospitalar:
Oxacilina (sem uso prévio de atb) ou Vancomicina (pela freqüência do Staphylococcus epidermiditis coagulase-negativo, geralmente resistente à oxacilina.) +Aminoglicosídio(gentamicinaou amicacina).
Uso prévio de ATB ou gravemente enfermo: Vancomicina + Cefepime.
-Meningite concomitante ou bactérias Gram-negativas resistentes ao aminoglicosídio: associação de um terceiro antibiótico (Cefalosporina-Cefepima).
Como deve ser a prevenção da sepse neonatal precoce?
A abordagem agressiva da corioamnionite materna
com antibiótico intraparto é controversa. A indicação deve ser individualizada
Entretanto, a transmissão vertical do estreptococo
tipo B vem sendo significativamente reduzida
pela quimioprofilaxia seletiva intraparto. As recomendações
do CDC e da Academia Americana
de Pediatria, atualizadas em 2002, indicam a
profilaxia intraparto em situações especiais
Qual a recomendação para prevenção da doença causada pelo estreptococo do grupo B (GBS) na mãe?
O estreptococo do grupo B (GBS) é o principal
agente etiológico da sepse neonatal precoce e da pneumonia neonatal, e portanto, a colonização
do trato geniturinário/gastrointestinal materno é o principal fator de risco para esta doença
Gestante: quimioprofilaxia primária
Regra número 1: TODAS as gestantes devem
ser rastreadas para colonização por GBS através
de swab retal e vaginal e cultura durante
a 35ª a 37ª semana de gestação.
Quando indicar a profilaxia antibiótica intraparto?
1. História de sepse precoce em neonato
anterior.
2. Cultura retovaginal positiva para GBS no
teste de triagem com 35-37 semanas de
gestação.
3. Bacteriúria por GBS em qualquer trimestre
gestacional.
4. Gestante com status desconhecido para
GBS (cultura não realizada ou sem resultado)
na presença de qualquer um de quatro critérios
Na gestante é realizada a profilaxia antibiótica intraparto
Qual a recomendação para prevenção da doença causada pelo estreptococo do grupo B (GBS) no neonato?
Neonato: quimioprofilaxia secundária
Na presença de sinais clínicos de sepse neonatal
(NEONATO SINTOMÁTICO)
- Colher todos os exames: hemoculturas, hemograma
completo com leucometria e diferencial,
radiografia de tórax e punção lombar;
- Iniciar antibioticoterapia terapêutica com
ampicilina + gentamicina
Na ausência de sinais clínicos de sepse neonatal
(NEONATO ASSINTOMÁTICO)
- Na presença de corioamnionite materna:
Colher exames: hemocultura e hemogramas
completos com leucometria diferencial
ao nascimento e com 6-12 horas de vida
Iniciar antibioticoterapia terapêutica com
ampicilina + gentamicina
- Na ausência de corioamnionite materna:
Mãe que recebeu quimioprofilaxia primária
≥ 4 horas durante o trabalho de parto:
observação do bebê por 48 horas
Mãe que não recebeu quimioprofilaxia:
observação por 48 horas e hemograma
completo com leucometria diferencial (ao
nascimento e com 6-12 horas de vida) para
aqueles prematuros (< 37 semanas) ou se
houver tempo de bolsa rota ≥ 18 horas