Saúde Do Trabalhador/Doenças ocupacionais Flashcards
A lei 8.213 de 1991 define acidente de trabalho aquele que ocorre pelo…
…exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução (permanente ou temporária) da capacidade para o trabalho.
Tipos de acidente de trabalho.
Típico, trajeto, doença equiparada a AT.
Houve uma mudança recente quanto a obrigatoriedade da notificação de AT ao SINAN em 2023. A partir desta modificação, deverão ser notificados…
Todos os acidentes de trabalho.
Com a publicação da Portaria GM/MS nº 217/2023, todos os acidentes de trabalho, independentemente de sua gravidade, passaram a ser de notificação compulsória ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 
Essa alteração visa aprimorar a vigilância em saúde do trabalhador, permitindo um diagnóstico mais preciso dos riscos ocupacionais e subsidiando a implementação de políticas públicas voltadas à prevenção de acidentes e promoção da saúde no ambiente laboral.
É importante destacar que a notificação deve ser realizada pelos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, que prestarem o primeiro atendimento ao trabalhador acidentado. A medida busca garantir a coleta abrangente de dados, contribuindo para a identificação de padrões e tendências que possam orientar ações preventivas e corretivas nos diversos setores de atividade econômica.
Quem deve realizar a notificação ao SINAN?
A notificação deve ser realizada pelos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, que prestarem o primeiro atendimento ao trabalhador acidentado.
Prazo para notificação ao SINAN.
24h, exceto para acidentes com material biológico (1 semana).
Prazo para a emissão da CAT.
1 dia útil, exceto se: 1) acidente com material biológico (1 semana) e 2) acidente fatal (imediata).
Quem deve emitir a CAT?
É dever do empregador emitir a CAT, mas o médico assistente, o empregado e o sindicato também podem emitir.
Quantas vias são necessárias para emissão da CAT?
4 vias
Definição de acidente típico.
Evento ocorrido durante o desempenho da atividade profissional ou por circunstâncias a ela ligadas.
Definição de acidente de percurso.
Evento ocorrido no percurso da residência para o trabalho ou vice-versa, de um local de trabalho para outro da mesma empresa ou do do local de refeição para o trabalho e vice-versa.
Para ser acidente de trajeto, o trabalhador deve estar se locomovendo em um veículo motorizado. V ou F?
F
Independe do meio de transporte.
Desvio do percurso normal do trabalho por motivos pessoais descaracteriza acidente de trabalho. V ou F?
V
Para ser considerado acidente de trajeto, o mesmo deve ocorrer em até 2h da saída do trabalho. V ou F?
F
Independe do tempo, contanto que seja compatível.
DOENÇA EQUIPARADA A ACIDENTE DE TRABALHO é um agravo decorrente das condições especiais em que o trabalho é realizado, podendo ser 1) doença profissional ou 2) doença do trabalho. Qual a diferença entre elas?
Na doença profissional, temos o trabalho como fator necessário ao desenvolvimento da patologia. Por exemplo, um trabalhador que trabalha com jateamento de areia desenvolve silicose - a doença não aconteceria se ele não tivesse essa ocupação. Isso também é definido como Schilling I.
A doença do trabalho ocorre pelas condições especiais em que o trabalho é realizado, podendo ser do tipo Schilling II (exacerba condição pré existente/latente) ou Schilling III (contribui, mas a doença pode ocorrer também em outras situações).
Definição de acidente fatal.
Morte imediata ou em até 12h do acidente.
Definição de acidente de trabalho grave.
Aqueles que resultam em morte, mutilações ou com crianças e adolescentes (< 18 anos).
Tipos de CAT.
Inicial
Reabertura (agravamento da lesão)
Comunicação de óbito (emitida após a CAT inicial)
Quem é responsável pelo afastamento do trabalhador?
A empresa pelos primeiros 15 dias e, após isso, o INSS.
Composição da CIPA.
50% de representantes do empregador e 50% de representantes do empregado. O tamanho depende da quantidade de trabalhadores e do risco.
Exposição associada a perfuração do septo nasal.
Cromo (forma hexavalente)
Diagnóstico de asma ocupacional.
Peak flow dentro e fora do ambiente de trabalho, usando o resultado mais alto.
Exposição associada a asma ocupacional.
Trabalhadores da indústria têxtil, padarias e produtos químicos.
Doença ocupacional causada pela exposição a poeira de carvão mineral.
Pneumoconiose dos minérios de carvão
Quadro clínico da pneumoconiose dos minérios de carvão.
Oligossintomático na forma simples e dispneia + alterações funcionais respiratórias na forma complicada.
A asbestose é a exposição ocupacional ao asbesto (ou amianto) cujo diagnóstico é feito pela história clínica, ocupacional e a radiografia de tórax padrão OIT que mostra…
…opacidades irregulares lineares ou reticulonodulares, predominando nas regiões posteriores das bases pulmonares.
Pneumoconiose de maior prevalência no país.
Silicose
Pneumoconiose associada a mesotelioma de pleura.
Asbestose
Tanto a asbestose como a silicose param de progredir com o afastamento do trabalho. V ou F?
F
Podem progredir após o afastamento.
Diagnóstico diferencial entre silicose e asbestose.
Padrão radiológico.
A silicose é uma doença ocupacional causada pela inalação ocupacional da poeira de
sílica livre cujo diagnóstico se dá pela história clínica, ocupacional e pela radiografia de tórax padrão IOT, que mostra…
…pequenos nódulos pulmonares circunscritos menores que 0,5 cm, acometendo regiões posteriores dos campos superiores (poupa seios costofrênicos).
Doença ocupacional pulmonar dada pela exposição ao berílio, usado na fabricação de ligas especiais, cerâmicas e aparelhos de radiografia.
Beriliose
Diagnóstico da beriliose.
Presença de pelo menos 4 dos 6 critérios do
Beryllium Case Registry.
A siderose, exposição a poeira de ferro, só é sintomática quando associada a exposição à sílica. V ou F?
V
Doença ocupacional causada pela exposição a poeiras orgânicas de algodão, linho, cânhamo ou sisal, comuns na indústria têxtil.
Bissinose
Trabalhadores expostos à cana-de-açúcar podem desenvolver uma pneumonite de hipersensibilidade, chamada…
Bagaçose
A bagaçose é causada pela exposição a bactéria … … presente na cana de açúcar.
Thermoactinomyces vulgaris
Síndrome associada a exposição a poeira de carvão mineral e sílica que cursa com artralgia em pequenas articulações proximais com radiografia de tórax com múltiplos nódulos grandes (até 5 cm).
Síndrome de Caplan
Obs.: a pessoa já tem artrite reumatoide.
O que é a Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas?
É uma asma induzida por irritantes comum em trabalhadores da indústria química.
Qualquer trabalhador exposto à poeira mineral deve ter acompanhamento radiológico e funcional periódico. V ou F?
V
Exemplos de poeiras fibrogênicas.
Sílica livre
Asbesto
Carvão mineral (NÃO O VEGETAL)
Pessoas com pneumoconioses são consideradas de alto risco segundo o Protocolo para Profilaxia Contra Tuberculose (TB), do Ministério da Saúde, e devem receber profilaxia com isoniazida se forem reatores fortes à tuberculina ativa. V ou F?
V
Entre as medidas iniciais na assistência ao trabalhador que adoece, a primeira é a administração de medicamentos sintomáticos. V ou F?
F
Entre as medidas iniciais na assistência ao trabalhador que adoece, a primeira é o seu afastamento imediato da exposição.
75% das dermatoses relacionadas ao trabalho são…
Irritativas de contato.
Nos casos de dermatite alérgica de contato, não há necessidade de sensibilização prévia. V ou F?
F
Isso é característica da dermatite irritativa de contato. Nesses casos, não há necessidade de sensibilização prévia, pois não envolvem eventos imunológicos, podendo aparecer em qualquer trabalhador exposto, mesmo no primeiro contato.
O diagnóstico das dermatites irritativas de contato não requer testes epicutâneos. V ou F?
V
Na dermatose …, as lesões não se estendem para além da região de contato.
Irritativa de contato
Manifestações clínicas da dermatose irritativa de contato.
Ressecamento e fissuras
Eritema, pápulas, vesículas e descamação
Ulcerações podem surgir
A dermatite alérgica de contato é uma reação imunológica tipo …, de efeito … (… horas do contato com o alérgeno), com liberação de citocinas pelos linfócitos T ativados, produzidos após estimulação do agente na pele.
IV
Tardio
24-48
Tempo transcorrido entre a sensibilização prévia e o aparecimento da dermatite alérgica.
5-21 dias
Principal diferencial entre o quadro clínico da dermatite irritativa e alérgica.
Prurido (tem na alérgica)
Na dermatite alérgica, podem ocorrer lesões em pontos distantes, diferentes daqueles em que houve o contato inicial. V ou F?
V
Na dermatite alérgica, os testes epicutâneos podem ser úteis no diagnóstico. V ou F?
V
Tratamento da dermatite alérgica.
Tratamento tópico: substâncias adstringentes na fase da exsudação e vesículas
- substâncias emolientes para reduzir o ressecamento e o prurido
- corticoides tópicos (hidrocortisona, dexametasona, betametasona, em ordem crescente de potência)
Sistêmico: ATB se infecção secundária
Anti-histamínicos para o prurido
Corticoides sistêmicos em exacerbações graves
Em relação a PAIR, o risco aumenta na exposição acima de … dB por 8 horas diárias, principalmente a ruídos contínuos. A perda é progressiva, maior nos primeiros … anos de exposição.
85
10-15
Na PAIR, a perda é condutivo e bilateral. V ou F?
Sempre neurossensorial.
No teste com diapasão em pacientes com PAIR, evidencia-se uma boa condução óssea e má condução aérea. V ou F?
F
As duas estão comprometidas.
Indivíduos com PAIR não escutam bem sua própria voz e não conseguem graduar sua intensidade, falando alto. V ou F?
V
A PAIR pode cursar com diminuição da inteligibilidade da fala, principalmente em ambientes com ruído, zumbido, intolerâncias a sons muito altos e sintomas como alteração do sono e depressão. V ou F?
V
Avaliação de paciente com PAIR.
Com história de exposição ocupacional a ruído, na suspeita de perda auditiva, deve ser feita uma avaliação audiológica (audiometria tonal, logoaudiometria e imitânciometria). É importante realizar um repouso acústico de 14 horas, para evitar fatores confundidores ou mimetizadores da PAIR.
A PAIR segue progredindo mesmo após o afastamento do ruído. V ou F?
F
Cessa a progressão.
Fatores de risco para LER/DORT.
- movimentos repetitivos
- posturas inadequadas
- trabalho muscular estático
- conteúdo pobre das tarefas
- monotonia e sobrecarga mental
- ausência de controle sobre a execução das tarefas
- ritmo intenso de trabalho, pressão por produção
- relações conflituosas com as chefias
- estímulo à competitividade exacerbada
- fatores de risco ambientais -> vibração e frio intenso
Epidemiologia da LER/DORT.
Atinge mais trabalhadores jovens, mulheres, que exercem funções subalternas e realizam o trabalho com os MMSS.
Exemplos de funções nas quais a incidência de LER/DORT é alta.
Secretários
Bancários
Jornalistas
Tipos mais comuns de LER/DORT.
No ano de 2009, entre as doenças do trabalho, de acordo com Classificação internacional de doenças (CID), as mais incidentes foram lesões no ombro (M75), sinovite e tenossinovite (M65) e dorsalgia (M54), com 19,7, 17,2 e 7,6%, do total.
Atividades educativas, como sessões em grupo, que forneçam informações sobre a fisiopatologia das LER/DORT, discussões sobre as atividades da vida diária, noções de limite, assim como questões trabalhistas e previdenciárias, são importantes para instrumentalizar a pessoa no enfrentamento de seu cotidiano e para diminuir suas angústias e dúvidas. V ou F?
V
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a … é a principal causa de perda de dias de trabalho no mundo e acredita-se que, antes do ano de 2020, ela emergirá como a principal causa de incapacitação do século.
Depressão
Apesar da alta prevalência na população trabalhadora, os distúrbios psíquicos relacionados ao trabalho frequentemente deixam de ser reconhecidos como tais durante a avaliação clínica, pois eles são, muitas vezes, mascarados por sintomas físicos ou não é clara a sua associação com o trabalho. V ou F?
V
LER/DORT relacionada com movimentos que elevam os MMSS na altura do ombro ou mais.
Síndrome do manguito rotador
A NR … estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas, de organizarem e manterem em funcionamento serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho (SESMT), com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
4
A NR … estabelece e define os tipos de equipamentos de proteção individual (EPIs) que as empresas estão obrigadas a fornecer, gratuitamente, a seus empregados, sempre que as condições de trabalho assim exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
6
A NR … institui a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. O PCMSO deve considerar as questões individuais e coletivas dos trabalhadores e a relação entre sua saúde e o trabalho, além de ser planejado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores previstos nas demais NRs e incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos, são estes:
7
- admissional
- periódico
- de retorno ao trabalho
- troca de função
- demissional
Frequência do exame médico periódico segundo a NR 7.
Anual: menores de 18, maiores de 45;
Bienal: entre 18 e 45 anos;
Trabalhadores expostos a riscos, situações que impliquem o aparecimento ou a exacerbação de doença ocupacional, portadores de doenças crônicas ou que trabalhem em condições hiperbaricas precisam passar pelo a cada ano ou menos.
É atribuição do médico de família a emissão de atestados de saúde para admissão ou demissão do trabalho. V ou F?
F
Durante os atendimentos, é muito comum que o médico de família se depare com a solicitação de atestado de saúde para admissão ou demissão do trabalho. Todavia, esta não é uma atribuição do médico que atua na APS.
A NR … discorre sobre a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (químicos, físicos e biológicos), visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
9
A NR … descreve as atividades, as operações e os agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde.
15
A NR … visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
17
Importância da NR 17.
Essa NR é de suma importância, quando se considera a prevenção das lesões por esforço repetitivo ou doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (LER/DORT) com elevada prevalência entre as doenças ocupacionais (5-30%).
A NR … estabelece diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
32
Acidentes com materiais biológicos são considerados emergenciais, considerando que a eficiência do tratamento profilático requer que este seja instituído em até…
72 horas.
Segundo dados de 2017, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a região … apresenta a maior taxa de incidência de acidentes com material biológico por 100 mil habitantes, 35,53 casos (Brasil, 2017).
Sul
Os centros de referência a saúde do trabalhador (CERESTs) correspondem ao nível primário da Rede nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST). V ou F?
F
Correspondem ao nível secundário.
Acidente ocorrido em local e horário de trabalho porém causado por desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior não exige emissão da CAT. V ou F?
F
Não será considerado acidente de trabalho o ato de agressão relacionado a motivos pessoais. V ou F?
V
Diferença prática entre o médico assistencial e perito médico.
Na prática, a diferença entre o médico assistente e o perito médico previdenciário é que, nos atestados médicos emitidos pelos médicos assistentes, não deve haver referências à capacidade laborativa da pessoa, evitando “sugerir” condutas inerentes à atuação do perito médico, como a utilização de expressões “incapaz para as atividades profissionais”; “deve afastar-se do trabalho”, ou afirmações “deve aposentar-se” ou “deve receber auxílio-doença”, construindo, assim, uma expectativa gerada por sugestão, podendo não ser contemplada no entendimento do perito, criando situações não só de indisposição aos colegas peritos, mas também de frustrações para a pessoa/doente.
Da mesma forma que o médico-assistente tem total liberdade de pronunciamento no atestado médico, o perito médico tem total autonomia para acatá-lo ou não, com base em critérios legais, muitas vezes, embasados em leis bastante restritivas. V ou F?
V