Sangramentos da 1ª e 2ª metade gestacional Flashcards
Segundo a OMS, como se define abortamento?
Interrupção de uma gestação com o feto pesando menos de 500g ou com idade inferior a 20 semanas gestacionais.
O que é Síndrome de Asherman?
São sinéquias uterinas, decorrente de agressões às camadas mais profundas do endométrio, como curetagens vigorosas e repetidas. Podendo ser uma das causas de abortamento.
Na Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAF), que é uma trombofilia autoimune associada a tromboses arteriais e venosas, quais as três variedades de autoanticorpos encontrados no plasma da portadora dessa síndrome?
Anticoagulante lúpico, anticardiolipina e antibeta-2-glicorpoteína-1.
Qual o esquema antibiótico para tratamento de um aborto infectado?
Gentamicina (5mg/kg IV) ou Amicacina + Clindamicina (2.700mg ao dia IV) ou Metronidazol
Se houver febre persistente após o esvaziamento uterino (no aborto séptico) e o início da antibioticoterapia, e for afastada a presença de abcessos tubo-ovarianos ou peritonite generalizada, qual outro diagnóstico pode ser questionado?
Tromboflebite pélvica séptica. tratamento com heparina em doses terapêuticas.
Quais as contraindicações absolutas ao uso do misoprostol?
Gravidez ectópica suspeita ou confirmada;
Doença Trofoblástica gestacional;
Alto risco de rotura uterina (por exemplo, indução no segundo ou terceiro trimestre em mulheres com mais de uma histerotomia anterior; incisão uterina clássica ou em “T” anterior);
Presença de DIU (deve-se retirar o DIU antes do uso do medicamento)
Alergia às prostaglandinas
Em geral qual a conduta para abortamento até 12 semanas? E após 12 semanas?
Até 12 semanas: AMIU (Aspiração Manual Intrauterina) ou como alternativa: curetagem (com ou sem misoprostol)
Após 12 semanas: Expulsão fetal com ocitocina ou misoprostol, seguida de curetagem.
Existe diferença entre gestação heterotópica e gestação ectópica?
Sim, a gestação ectópica é a implantação do blastocisto fora da cavidade uterina, enquanto que gestação heterotópica é a presença concomitante de gestação intrauterina e gestação ectópica.
Quais os principais lugares na trompa em que ocorre a prenhez ectópica tubária?
Ampola e Infundíbulo.
Quais são os sinais clássicos da gravidez ectópica? (3)
Dor Abdominal; Amenorreia; Sangramento Vaginal (de intensidade variável) Tais sintomas podem ocorrer tanto na presença de rotura tubária como na sua ausência.
Qual o local da trompa mais comum de rotura nos casos de gravidez ectópica?
Porção ístmica
Quais os sinais de irritação peritoneal, devido ao rompimento tubário por uma gravidez ectópica?
Sinal de Laffon - Dor no ombro devido à irritação do nervo frênico.
Sinal de Blumberg - Descompressão dolorosa do abdome;
Sinal de Cullen - Equimose periumbilical;
Sinal de Proust - Dor à imobilização do colo uterino e abaulamento e dor no fundo de saco de Douglas, decorrente do acúmulo de sangue no fundo de saco.
Com beta-hCG maior ou igual a 1.500mUI/ml, deve-se obrigatoriamente visualizar imagem de saco gestacional à USGTV. Caso não se visualize imagem intrauterina, deve-se suspeitar de gestação ectópica. Falso ou Verdadeiro?
Verdadeiro.
Qual a terapia medicamentosa indicada para casos de prenhez ectópica? Como se realiza?
A droga usada é o Metotrexato, antagonista do ácido fólico que interfere na produção de purinas e pirimidinas e assim consequentemente na síntese de RNA e DNA, e assim na multiplicação das células. Pode ser ser feita por injeção direta no SG em dose única (50mg) (sendo o método mais invasivo); ou injeção IM dose única na dose de 50mg/m2; ou ainda Injeção IM em dias alternados com dose de 1mg/kg, alternando com 0,1mg/kg de ácido folínico.
A liberação de vesículas pela vagina, as chamadas “hidátides” é patognomônico de qual doença?
Mola Hidatiforme Completa
Qual a clínica nos casos de mola hidatiforme?
Sangramento vaginal intermitente com aumento de volume de forma gradual;
Útero amolecido indolor;
Náuseas e Vômitos intensos;
Pode haver toxemia gravídica precoce.
A hiperêmese + sangramento são considerados sintomas prevalentes para mola.
US mostrando útero com massa central heterogênea com numerosos espaços anecoicos discretos, apresentando uma padrão de “flocos de neve”, sem presença de feto, podendo ou não achar cistos ovarianos tecaluteínicos, fala a favor de mola hidatiforme completa ou parcial?
Mola Hidatiforme Completa. (46XX ou 46XY)
US evidenciando tecido placentário com ecos dispersos de dimensões variadas, associado à presença fetal, âmnio e cordão umbilical e/ou espaços anecoicos focais (imagem de queijo suíço), fala a favor de mola completa ou parcial?
Mola Hidatiforme Parcial. (69XXX, 69XYY ou 69XXY)
Na mola hidatiforme completa os níveis de HCG não ultrapassam 100.000UI/ml, já a parcial os níveis podem ultrapassar 400.000UI/ml. Sendo que uma gestação eutrófica o beta-hCG atinge um pico em torno da 10ª semana de cerca de 250.000UI/ml. Falso ou Verdadeiro?
Falso. A mola completa atinge mais de 400.000UI/ml de HCG, na parcial não ultrapassa 100.000UI/ml. E numa gravidez normal o pico de HCG é na 10ª semana atingindo no máximo 100.000UI/ml.
Quando deve-se pensar em malignidade nos casos de mola hidatiforme, ou seja, quando suspeitar de neoplasia trofoblástica gestacional?
Se houver elevação por duas semanas consecutivas dos níveis de beta-hCG a partir de 3 valores obtidos no período;
Platô dos níveis de beta-hCG por três semanas consecutivas;
Ausência de negativação do beta-hCG após 6 meses;
Surgimento de metástase, principalmente em vagina e pulmões;
USG evidenciando imagem intramiometrial mista, hipo ou hiper-refringente, do tipo “olho de coruja”;
Índice de resistência e pulsatilidade das aa uterinas baixo (menor que 1) e ausência de incisura protodiastólica.
Qual tipo de mola hidatiforme tem mais chance de se malignizar e se transformar em mola invasora (Corioadenoma destruens)?
A mola hidatiforme completa. (20% dos casos)
Nos casos de Doença Hemolítica perinatal, para ocorrer o quadro clínico são necessários dois contatos do sangue fetal com o sangue materno: No primeiro contato, há formação de resposta imunológica primária (anticorpos IgM incapazes de atravessar a barreira placentária); No segundo, há formação de resposta imunológica secundária (amnéstica), com formação de anticorpos IgG capazes de atravessar a placenta e causar dano fetal. Falso ou Verdadeiro?
Verdadeiro.
Qual a clínica da DHPN?
A clínica da DHPN é uma anemia (leve, moderada ou grave) por conta da hemólise pela reação antígeno anticorpo, isso leva a um aumento do débito cardíaco, configurando um quadro de hipercinesia cardíaca e consequente ICC. Além disso pela necessidade de hematopoiese extracelular, ocorre hipertensão porta e hiperproteinemia levando ao extravasamento de líquido do intracelular gerando um quadro de hidropsia fetal. Pode haver também kernicterus, devido a lise das hemácias e liberação de bilirrubina indireta.
Qual a condição genética dos pais e do filho para haver possibilidade de DHPN?
Mãe precisa ser Rh-, feto Rh+ e o pai Rh+
Quando a paciente já teve um feto anterior gravemente acometido pela DHPN, qual exame ela deve fazer afim de detectar anemia fetal?
Deve ser feito dopplerfluxometria de artéria cerebral média (ACM), deve-se pular a etapa de Coombs indireto pois ela já teve um feto com DHPN, ou seja, ela já está sensibilizada. E antes de ir para métodos invasivos como a cordocentese ou amniocentese realiza a dopplerfluxometria de ACM.
Qual a clínica do DPP?
Dor abdominal de leve até intensa, associada ou não ao sangramento vaginal. Pode apresentar também aumento do tônus uterino em variados graus, desde uma taqui-hiperssitolia até uma hipertonia. Em casos de placenta inserida na porção posterior uterina, a paciente pode apresentar dor lombar.
O que é o útero de Couvelaire ou apoplexia uteroplacentária?
É quando há formação de coágulos grandes retroplacentários com infiltração sanguínea intramiometrial, ocasionando deficit contrátil. Importante causa de hemorragia pós-parto.
Quadro clínico do DPP?
Dor abdominal
Persistência da dor entre as contrações do TP
Sangramento genital de quantidade favorável
História de hipertensão
A USG tem maior utilidade na localização placentária e, por conseguinte, em afastar o diagnóstico de placenta prévia do que propriamente de confirmação diagnóstica de DPP. Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
Porque o diagnóstico de placenta prévia só pode ser confirmado após 28 semanas?
Pois é a partir de 28 semanas que a “migração” placentária cessa. Podendo ocorrer até 36 semanas.
É comum achar pelo US placenta prévia entre 16 e 20 semanas de gestação. Contudo, 90% desses achados normalizarão até o termo, devido a teoria de “migração” placentária. Falso ou verdadeiro?
Verdadeiro.
Qual o principal fator de risco para placenta prévia?
Cicatriz uterina anterior, especialmente a que resulta de cesarianas anteriores.
Qual a apresentação clássica da placenta prévia ou inserção viciosa da placenta (IVP)?
Sangramento na segunda metade gestacional, vivo, indolor, de início e cessar súbito (autolimitado), sem outros sintomas. Também pode se manifestar como sangramento sentinela.
Em todo exame físico com suspeita de placenta prévia deve ser feito palpação abdominal e toque vaginal. Verdadeiro ou Falso?
Falso. Nunca deve ser feito toque vaginal com suspeita de placenta prévia.
Qual exame preferencial para confirmação de placenta prévia?
Ultrassom, de preferência com mais certeza o transvaginal.
A amniotomia só é indicada em casos de placenta marginal? Ou na placenta prévia parcial ou total também? E se estas duas últimas também forem indicações, como se faria essa amniotomia, já que a placenta se encontra anterior, inclusive à membrana amniótica?
A amniotomia só está indicada nos casos de placenta prévia marginal, pois ela favorece a descida da apresentação, permite a compressão do bordo placentário e diminui a hemorragia. Ela não deve ser realizada nos casos de placenta prévia total ou parcial, já que não é possível romper com segurança a bolsa amniótica sem traumatizar a placenta. Esta amniotomia para diminuir o sangramento em uma paciente com placenta prévia é chamada método de Puzos, que é exatamente igual à realização de uma amniotomia convencional, porém com objetivo diferente.
A chamada síndrome de Bandl-Frommel é característica de qual condição uterina?
Ameaça de Rotura Uterina