Raiva e Acidentes por animais peçonhentos Flashcards

1
Q

Raiva

Medidas de prevenção e controle: Vacina inativada humana

A
  • A vacina raiva (inativada) é indicada para a profilaxia da raiva humana, sendo administrada em indivíduos expostos ao vírus da doença, ou como profilaxia em pessoas que, por força de suas atividades ocupacionais, estão permanentemente expostas ao risco da infecção pelo vírus
  • Em algumas situações, a indicação da profilaxia é complementada com a administração de soro.
  • A vacina de cultivo celular é mais potente que a elaborada no sistema nervoso central de animais, segura e praticamente isenta de risco
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Q

Raiva

Vacina: Dose e via de aplicação

A

Via intramuscular

  • A dose indicada pelo fabricante não depende da idade, do sexo ou do peso do paciente
  • A aplicação deve ser profunda, na região do deltoide ou vasto lateral da coxa. Em crianças até 2 anos de idade está indicado o vasto lateral da coxa

Via intradérmica

  • • A dose é de 0,1 mL.
  • Deve ser aplicada em locais de drenagem linfática, geralmente nos braços, na inserção do músculo deltoide
  • Não está indicada para pessoas em tratamento com drogas que possam diminuir a resposta imunológica, tais como a cloroquinina
  • Para certificar que a vacina por via intradérmica foi aplicada corretamente, observar a formação da pápula na pele.
  • Se, eventualmente, a vacina for aplicada erroneamente por via subcutânea ou intramuscular, deve-se repetir o procedimento e garantir que a aplicação seja feita por via intradérmica
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3
Q

Raiva

Precauções Gerais

A
  • Profilaxia pós-exposição, se indicada, não deve ser interrompida. No caso de reações adversas graves, a decisão de suspender a profilaxia deve confrontar o risco das reações com o risco da doença.
  • Reações adversas leves, locais ou sistêmicas, devem ser manejadas com anti-inflamatórios não esteroides ou antipiréticos.
  • Reações adversas moderadas ou graves à vacina são raras. Caso ocorram, se possível, substituir a vacina. As novas doses, mesmo que a vacina seja substituída, devem ser administradas em ambiente hospitalar
  • A vacina também deve ser substituída caso o paciente relate reação adversa grave
  • Pacientes imunodeprimidos ou em uso de cloroquina devem receber a vacina pela via intramuscular. Como a resposta pode não ser adequada, nesses casos é indicada a sorologia para analisar o título de anticorpos neutralizantes
  • Nos casos de profilaxia pré-exposição em que o paciente apresente reação adversa moderada ou grave, expor ao paciente os riscos e avaliar com ele a continuidade da profilaxia.
  • A profilaxia sob exposição, se possível, deve ser adiada em caso de doença febril ou infecção aguda
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4
Q

Raiva

Contraindicações

A
  • Não há contraindicação específica para a profilaxia pós-exposição considerando-se a gravidade e a evolução fatal da doença
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5
Q

Raiva

Eventos adversos

A
  • Causam poucos eventos adversos
  • Ficar atento à possíveis eventos adversos neurológicos ou de hipersensibilidade
  • Em caso de evento adverso neurológico ou de hipersensibilidade → Vacina deve ser substituída por outra que não tenha albumina humana
  • Na impossibilidade de troca da vacina, administrá-la sob tratamento específico prévio
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6
Q

Raiva

Conduta se reexposição ao vírus

A
  • Devem ser submetidos a novo esquema profilático
  • Em caso de reexposição, com história de esquema anterior completo, não é necessário administrar SAR ou IGHAR
  • O soro poderá ser indicado se houver dúvidas ou conforme a análise de cada caso, exceto nos pacientes imunodeprimidos, que devem receber, sistematicamente, soro e vacina.
  • O risco de reações adversas às vacinas aumenta com o número de doses aplicadas. Nesses casos, se possível, deve-se solicitar a avaliação sorológica do paciente. Se o título de anticorpos neutralizantes (AcN) for ≥0,5 UI/mL, não é necessário indicar profilaxia da raiva humana ou, caso tenha sido iniciada, pode ser suspensa
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7
Q

Raiva

Profilaxia pré-exposição: Esquemas

A
  • Três doses.
  • Dias de aplicação: 0, 7,28.
  • Via intramuscular profunda, utilizando dose completa de 0,5 mL, no músculo deltoide ou vasto lateral da coxa. Não aplicar no glúteo
  • Via intradérmica, 0,1 mL na inserção do músculo deltoide.
  • Controle sorológico (titulação de anticorpos): a partir do 14º dia após a última dose do esquema
  • São considerados satisfatórios títulos de anticorpos >0,5 UI/mL. Em caso de título insatisfatório, isto é, <0,5 UI/mL, aplicar uma dose completa de reforço, pela via intramuscular, e reavaliar a partir do 14º dia após a aplicação;
  • Profissionais que realizam pré-exposição devem repetir a titulação de anticorpos com periodicidade de acordo com o risco a que estão expostos. Os que trabalham em situação de alto risco, , e os que trabalham com a captura de morcegos, devem realizar a titulação a cada 6 meses
  • Não está indicada a repetição da sorologia para profissionais que trabalham em situação de baixo risco como, por exemplo, veterinários que trabalham em área de raiva controlada e outros;
  • Controle sorológico é exigência indispensável para a correta avaliação do esquema de pré-exposição
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8
Q

Raiva

Indicação Soro antirrábico (SAR)

A
  • O uso do SAR não é necessário quando o paciente recebeu esquema profilático completo anteriormente
  • Deve ser recomendado, se houver indicação, em situações especiais, como pacientes imunodeprimidos ou dúvidas com relação ao esquema profilático anterior.
  • O SAR não deve ser utilizado em situação de reexposição ao vírus da raiva ou em caso de pessoas que já tenham feito seu uso anteriormente
  • A dose é de 40 UI/kg de peso (dose máxima é de 3.000 UI).
  • A dose pode ser dividida e administrada em diferentes músculos, simultaneamente.
  • Não se deve aplicar o soro na mesma região em que foi aplicada a vacina.
  • Quando não se dispuser do soro ou de sua dose total, aplicar inicialmente a parte disponível, devendo o restante ser administrado no máximo em até 7 dias após a aplicação da 1ª dose de vacina, ou seja, antes da aplicação da 3ª dose da vacina. Após esse prazo, o soro não é mais necessário
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9
Q

Raiva

Indicação Imunoglobulina Antirrábica Humana (IGHAR)

A
  • Hipersensibilidade ao SAR
  • História pregressa de utilização de outros heterólogos (origem equídea)
  • Contatos frequentes com animais, principalmente com equídeos, por exemplo, nos casos de contato profissional (veterinários) ou por lazer
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10
Q

Raiva

Aplicação de Soro antirrábico

A
  • Infiltrar na(s) lesão(ões) a maior quantidade possível da dose do soro que a região anatômica permita
  • Quando as lesões forem muito extensas ou múltiplas, a dose pode ser diluída, o mínimo possível, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam infiltradas. Utilizar no máximo de três vezes da quantidade indicada, preferencialmente até duas vezes.
  • Caso a região anatômica não permita a infiltração de toda a dose, a quantidade restante, a menor possível, deve ser aplicada por via intramuscular, na região glútea (quadrante superior externo). Nas crianças com idade menor de 2 anos, deve ser administrado na face lateral da coxa
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11
Q

Raiva

Soro Antirrábico: Precauções

A
  • Após receber o SAR, o paciente deverá ser observado no serviço de saúde pelo prazo de duas horas.
  • Apesar de ser bastante raro o evento adverso imediato, o serviço de saúde deverá contar com condições de atendimento de urgência no caso de o paciente apresentar reação anafilática (edema de glote)
  • A pessoa deve ser alertada para procurar imediatamente um serviço de saúde caso apareça qualquer reação – principalmente entre o 7º e o 12º dia depois do recebimento do SAR –, como cefaleia, febre, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, dores intensas no local da administração, entre outras.
  • O teste de sensibilidade ao SAR tem valor preditivo baixo e, por isso, não é mais indicado.
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12
Q

Raiva

Soro antirrábico: Conduta antes de administrar

A
  • Ocorrência e gravidade de quadros anteriores de hipersensibilidade.
  • Uso prévio de imunoglobulinas de origem equídea (como os antipeçonhentos – aranhas, escorpiões, cobras, entre outros) e
  • Existência de contatos frequentes com animais, principalmente com equídeos, nos casos de contato profissional (veterinários) ou por lazer.

Em caso de resposta afirmativa a um dos itens anteriores, classificar o paciente como de risco e considerar a possibilidade de substituição do SAR pela imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR), se disponível.

Caso não haja disponibilidade de IGHAR, recomenda-se fazer a administração de soro em ambiente com condições de atendimento de urgência/emergência

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13
Q

Raiva

IGHR: Características

A
  • Dose única, de 20 UI/kg de peso.
  • A maior quantidade possível da dose prescrita do IGHAR deve ser infiltrada na lesão (ou lesões).
  • Quando necessário, a IGHAR pode ser diluída em SF até, no máximo, o dobro do volume, preferencialmente.
  • Nas crianças com idade inferior a 2 anos, a IGHAR deve ser administrada na face lateral da coxa, em que não foi aplicada a vacina.
  • Nas crianças maiores e nos adultos, o músculo deltoide deve ser poupado, ficando livre para a administração da vacina
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14
Q

Raiva

Vantagens profilaxia pré-exposição

A
  • Simplificar a terapia pós-exposição, eliminando a necessidade de imunização passiva com SAR ou IGHAR, e diminuir o número de doses da vacina.
  • Desencadear resposta imune secundária mais rápida (booster), quando iniciada pós-exposição
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15
Q

Raiva

Condutas recomendadas

A
  • Limpeza do ferimento com água corrente abundante e sabão, ou outro detergente (diminui o risco de infecção): realizar, o mais rápido possível, após a agressão, e repetir na unidade de saúde, independentemente do tempo transcorrido.
  • A limpeza deve ser cuidadosa, visando eliminar as sujidades sem agravar o ferimento; em seguida.
  • Após a limpeza utilizar antissépticos que inativem o vírus da raiva (PVP-I ou clorexidine). Os antissépticos deverão ser utilizados uma única vez, e, posteriormente, sempre que possível, a região deve ser lavada com solução fisiológica.
  • Não se recomenda a sutura dos ferimentos. Se for absolutamente necessário, aproximar as bordas com pontos isolados, sendo que o soro antirrábico, se indicado, deverá ser infiltrado uma hora antes da sutura.
  • Proceder à profilaxia do tétano segundo o esquema preconizado (caso o paciente não seja vacinado ou tenha sido submetido a esquema vacinal incompleto) e uso de antibióticos nos casos indicados, após avaliação médica.
  • Nas aplicações seguintes da vacina, devem-se realizar cuidados gerais orientados pelo profissional de saúde, de acordo com a avaliação da lesão.
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16
Q

Raiva

Aspectos analisados nos acidentes causados por animais

A
  • Gravidade: leves ou graves
    1) Características do animal envolvido no acidente:
  • Cão e gato: estado de saúde do animal no momento da agressão, possibilidade de observação do animal por dez dias, procedência do animal (a região de procedência do animal é área de raiva controlada ou endêmica ou silenciosa), hábitos de vida do animal (domiciliado ou não)
    2) Características do animal envolvido no acidente:
  • Animais silvestres (morcego de qualquer espécie, micos (sagui ou “soim”), macaco, raposa, guaxinim, quati, gambá, roedores silvestres, cachorro- -do-mato, felídeos selvagens)
  • Animais domésticos de interesse econômico ou de produção (bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos, ovinos, suínos)
  • Animais de baixo risco (ratazana de esgoto, rato de telhado, camundongo, cobaia ou porquinho-da-índia, hamster, coelho

OBS: Os contatos indiretos, como a manipulação de utensílios potencialmente contaminados, a lambedura na pele íntegra e acidentes com agulhas durante a aplicação da vacina animal, não são considerados acidentes de risco e não exigem esquema profilático.

17
Q

Raiva

Conduta adentramento de morcegos

A
  • Orientar as pessoas para nunca matar ou manipular diretamente um morcego.
  • Se possível, o morcego deve ser capturado utilizando proteção para as mãos, isolando-o com panos, caixas de papel, balde, ou mantê-lo em ambiente fechado para posterior captura por pessoas capacitadas.
  • Se possível, enviar o morcego para identificação e diagnóstico laboratorial da raiva (entrar em contato com o serviço de saúde municipal ou estadual).
  • Adentramento: entrada de morcegos no interior de edificações.
  • Avaliar o risco de exposição do paciente.
  • A profilaxia da raiva, com uso de soro e vacina, deve ser indicada nos casos de contato com o morcego e, também, nos casos duvidosos em que não é possível descartar o contato, como, por exemplo, quando o informante ao acordar se deparar com um morcego no interior de sua casa.
18
Q

Raiva

Abandono esquema profilático

A
  • O atendimento do esquema profilático antirrábico humano deve ser garantido todos os dias, inclusive nos fins de semana e feriados, até a última dose prescrita (esquema completo).
  • É de responsabilidade do serviço de saúde que atende o paciente realizar busca ativa imediata daqueles que não comparecerem nas datas agendadas para a aplicação de cada dose da vacina prescrita.
  • A interrupção de esquema profilático da raiva, quando indicada pela unidade de saúde, não é caracterizada como abandono da profilaxia.
  • Em caso de esquema de pré-exposição, deve-se completar as doses, mantendo os intervalos conforme esquema recomendado, e não reiniciar nova série.
  • No esquema de vacina de cultivo celular pela via intramuscular recomendado (dias 0, 3, 7 e 14), as 4 doses devem ser administradas no período de 14 dias a partir do início do esquema.
  • As doses de vacinas agendadas, no caso de não comparecimento, deverão sempre ser aplicadas em datas posteriores às agendadas, nunca adiantadas.
19
Q

Raiva

Conduta dos pacientes que não compareceram na data marcada

A
  • Se o paciente faltou na data da 2ª dose: aplicar no dia em que comparecer e agendar a terceira dose com intervalo mínimo de dois dias.
  • Se o paciente faltou na data da 3ª dose: aplicar no dia em que comparecer e agendar a quarta dose com intervalo mínimo de quatro dias.
  • Se o paciente faltou na data da 4ª dose: aplicar no dia em que comparecer.
20
Q

Raiva

Protocolo Recife

A
  • Recomendado para todo paciente com suspeita clínica de raiva, que tenha vínculo epidemiológico e profilaxia de raiva humana inadequada.
  • Pode ser aplicado frente a casos confirmados da doença e sob orientação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/Ministério da Saúde (MS).
  • Deve ser assinado termo de consentimento livre e esclarecido pelo paciente ou responsável para utilização deste protocolo
  • Em caso de suspeita clínico-epidemiológica de raiva humana, não administrar: soro antirrábico; e vacina antirrábica.
  • Colocar o paciente em isolamento de contato, usando equipamento de proteção individual adequado (avental de manga longa, máscara, luvas e óculos).
  • Comunicar imediatamente à SES (Serviço de Vigilância Epidemiológica em Raiva), que propiciará condições para a coleta de LCR, soro, folículo piloso, saliva e imprint de células de córnea o mais rápido possível, bem como seu envio aos laboratórios responsáveis pelo diagnóstico.
21
Q

Raiva

Protocolo Recife: Após confirmação diagnóstica

A

Após confirmação laboratorial da raiva prescrever:

  • Amantadina – 100mg via enteral de 12h/12h.
  • Biopterina – 2mg/kg via enteral de 8h/8h
22
Q

Raiva

Protocolo Recife: Diagnóstico

A
  • O diagnóstico laboratorial da raiva humana ante-mortem pode ser realizado por meio da identificação do antígeno rábico pela técnica de Imunofluorescência Direta – IFD em decalques de células de córnea (córnea teste), na biópsia da pele da região da nuca (folículo piloso) ou da saliva.
  • As técnicas de biologia molecular, como o RT-PCR e a semi RT-PCR representam, na atualidade, importantes instrumentos para o diagnóstico ante-mortem a partir da saliva, do folículo piloso e do líquido cefalorraquidiano – LCR.
  • Nenhuma das técnicas, isoladamente, apresenta 100% de sensibilidade, mas o conjunto delas aumenta consideravelmente a probabilidade da confirmação laboratorial de uma suspeita clínico-epidemiológica de raiva humana.
  • O diagnóstico positivo é conclusivo, porém o diagnóstico negativo não exclui a possibilidade de raiva