Prurido e Prurigo Flashcards

1
Q

Características do prurido hepático (ou colestático)

A

O prurido colestático costuma ser generalizado, migratório, não associado a qualquer lesão cutânea específica e não melhora com a coçadura da pele. Tipicamente é pior em mãos e pés, piora à noite e nas áreas comprimidas por roupa. Não há correlação entre os níveis de sais biliares e a intensidade do prurido.

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2
Q

Prurido por medicamentos.

  1. Principais manifestações cutâneas como efeitos adversos de medicamentos que causam prurido.
  2. Fármacos que causam prurido por colestase, prurido neurológico e prurido por xerose.
A
  1. Urticária e exantema morbiliforme.
    • Colestase: ACOs, minociclina, ácido valpróico, captopril
    • Prurido neurológico: morfina, codeína, tramadol, cocaína.
    • Xerose: clofibratos, retinoides, beta bloqueadores, tamoxifeno.
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3
Q

Prurido aquagênico

A

Surge em até 30 min após contato com a água, independentemente da salinidade ou temperatura.

O prurido aquagênico primário é raro, enquanto o secundário está associado a policitemia vera.

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4
Q

Notalgia parestésica

A

Neuropatia sensorial que acomete a região dorsal do corpo, mais especificamente em T2-T6. Há prurido intenso na região, formando uma mácula hipercrômica por conta da coçadura constante. Pode haver dor, parestesia e/ou hiperestesia local. Tratamento com gabapentina 300 mg/dia.

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5
Q

Prurido no contexto de HIV e AIDS

A

30% dos pacientes com HIV se queixam de prurido, podendo ser uma manifestação inicial da AIDS.

Outras manifestações de pele da doença também podem causar prurido, como dermatite seborreica, erupção papular e pruriginosa do HIV, escabiose e sua forma de sarna norueguesa, sarcoma de Kaposi, ictiose adquirida, reações a medicamentos.

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6
Q

Principais causas de prurido em idosos

A
Diabetes
Doenças renais
Doenças hepáticas
Doenças tireoidianas
Causa psicogênica
Infestação de pele em locais de internação social
Higiene precária
Causas medicamentosas
Prurido pós-AVE
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7
Q

Prurido renal ou urêmico

A

Prurido presente na DRC e de característica paroxística.
Etiologia pouco conhecida, não está associado aos níveis séricos de ureia (nome errôneo). Não costuma se encontrar níveis altos de histamina, por isso anti-histamínicos não costumam ter boa resposta.

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8
Q

Tratamento prurido renal

A

Carvão ativado 6g/dia VO
Talidomida 100 mg/dia VO
Fototerapia UVB
Capsaicina tópica 3 a 5x/dia

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9
Q

Prurido por deficiência de ferro

A

Principais áreas acometidas são vulva e região perianal. Pode não haver anemia relacionada. Prurido cessa com reposição do mineral.

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10
Q

Principal hipótese relacionada ao prurido no diabetes mellitus

A

Neuropatia periférica.

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11
Q

Principais áreas de prurido em pacientes com DM descontrolada

A

Vulvar e perianal, principalmente em mulheres com candidíase e dermatofitose associada por conta de glicosúria.

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12
Q

Prurido persistente inexplicado e refratário ao tratamento habitual, o que pensar?

A

Neoplasia oculta, sobretudo de vias biliares ou hematológicas. No linfoma de Hodgkin, o prurido que pode surgir é intenso e generalizado, podendo anteceder o diagnóstico da doença.

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13
Q

Prurido e doença neurológica

A

Abscessos, tumores e AVE podem causar prurido cutâneo contralateral à lesão.

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14
Q

Prurido pós-AVE e seu tratamento

A

Surge em dias a semanas depois do AVE. Pode ser contralateral ou generalizado, mas mais proeminente no lado contralateral da lesão. Tratar com carbamazepina

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15
Q

Prurido anal primário

A

Associado a fatores dietéticos e habituais, como excessiva ingesta de café, coito anal e higiene precária na região. Fatores psicogênicos também podem estar associados.

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16
Q

Prurido anal secundário

A

Hemorroidas, fissuras, fístulas, DSTs, líquen escleroso, oxiuríase, helmintíases, psoríase, dermatite de contato, por papel higiênico e sabonetes perfumados, neoplasias.

17
Q

Prurido vulvar de causa não infecciosa em crianças

A

higiene inadequada, dermatite de contato alérgica, violência sexual, dermatite irritativa, dermatite atópica, dermatite seborreica, psoríase, líquen escleroso, líquen simples crônico, líquen plano e psicogênico

18
Q

Prurido vulvar de causa infecciosa em crianças

A

estreptococos, gonorreia, clamídia, candidíase, escabiose, pediculose, molusco contagioso, herpes simples e papilomavírus

19
Q

Diagnóstico diferencial de prurido noturno

A

Escabiose e linfoma de Hodgkin. Esse último especialmente na ausência de lesões cutâneas e se houver sudorese e febre generalizada.

20
Q

Prurido que surge após saída do banho com consequente resfriamento da pele

A

Sugere policitemia vera ou prurido aquagênico idiopático

21
Q

Exames laboratoriais iniciais para se identificar um prurido generalizado de causa desconhecida

A
Glicemia de jejum ou hemoglobina glicada
Transaminases, bilirrubinas e fosfatase alcalina
T4L e TSH
Ferro sérico e ferritina
Ureia e creatinina
Função da paratireoide (cálcio e fosfato)
Parasitológico de fezes e sangue oculto
Leucograma
22
Q

Anti-histamínicos H1 de 1ª geração (ou clássicos):

Alta ou baixa lipossolubilidade?
Ação prolongada ou curta?
Principais efeitos colaterais.
Exemplos de fármacos.

A

São altamente lipossolúveis, conseguindo atravessar a BHE, causando sonolência pela alta afinidade aos receptores H1.

Possuem curta duração: 4 a 6h

Efeitos adversos contam com aumento do apetite, xerodermia, retenção urinária e taquicardia sinusal.

Exemplos de fármacos são: prometazina, dexclorfeniramina e hidroxizina.

23
Q

Anti-histamínicos H1 de 2ª geração:

Alta ou baixa lipossolubilidade?
Ação prolongada ou curta?
Principais efeitos colaterais.
Exemplos de fármacos.

A

Possuem baixa lipossolubilidade, não conseguindo atravessar a BHE.

Longa duração (12 a 24h).

Apresentam pouca duração e poucos efeitos muscarínicos.

Exemplos de fármacos são: cetirizina, ebastina, loratadina, desloratadina.

24
Q

Como os anti-histamínicos anti-H2 podem ajudar no tratamento do prurido e em qual caso especificamente estão mais indicados?

A

Vasoconstrição prolongada (H2 > H1)

Urticária com dermografismo

25
Q

Quando os antisserotonínicos estão mais indicados para tratamento de prurido? Atuam pp em quais receptores? Cite exemplos

A

Nos pruridos de origem metabólica: hepatopatias, tireoidopatias, insuficiência renal/hemodiálise, etc.

Atuam pp nos 5-HT2 e 5-HT3

Ondansetrona, paroxetina e mirtazapina.

26
Q

Antagonistas e agonistas opioides no prurido: qual a grande indicação? Cite exemplos.

A

Prurido colestático por colestase crônica.
Naltrexona, naloxona (usado na intoxicação por opiodes), nalfurafine (indicado para prurido urêmico de hemodialisados) e butorfanol (prurido refratário de linfomas, cirrose biliar primária e outras doenças sistêmicas).

27
Q

Qual classe de fármacos está indicada para o prurido neuropático?

A

Anticonvulsivantes, como a pregabalina e gabapentina.

28
Q

A gabapentina e pregabalina, anticonvulsivantes análogos do GABA, estão indicadas em que tipo de prurido? Cite situações clínicas em que esse tipo de prurido possa estar envolvido.

A

Prurido neuropático.

AVE, tumores cerebrais, tabes dorsalis, notalgia parestésica, herpes-zoster, radiculopatia lombossacral (prurido anal).

29
Q

O prurigo estrófulo acomete principalmente pacientes de que faixa etária e com quais comorbidades?

A

Crianças (1 a 6 anos), desaparecendo a hipersensibilidade na adolescência.

Comorbidades: dermatite atópica e AIDS.

30
Q

As seropápulas de Tomasoli estão presentes em qual doença? Como se dá a evolução das lesões dermatológicas nessa doença?

A

Prurigo estrófulo.

A doença se inicia com urticas pruriginosas encimadas por pequenas vesículas. Há evolução para papulovesículas (algumas vezes bolhas) - as seropápulas de Tomasoli - e, depois de cerca de 1 semana, ressecamento e formação de crosta no local. Pode haver discromia residual posteriormente.

31
Q

Qual o agente utilizado na vacinação contra prurigo estrófulo?

A

Dermatophagoides pteronyssinus, um acarino.

32
Q

Quais repelentes químicos são mais utilizados para a prevenção de prurigo estrófulo?

A

DEEP e icaridina.

O DEEP não deve ser usado em grávidas e crianças < 2 anos. Nos pacientes de 2 a 12 anos, utiliza-se uma concentração de até 10%, 3x/dia.

33
Q

Num contexto de prurigo escrófulo com lesões bolhosas e necrotizantes associadas com febre, linfonodomegalia, hepatoesplenomegalia, hematúria e proteinúria, que hipótese de doença subjacente deve ser levantada?

A

Linfoma/leucemia de células T ou NK.

34
Q

O prurigo simples do adulto deve ser investigado caso seja persistente. Nesse contexto, quais doenças poderiam estar associadas?

A

Diabetes, nefropatias, hepatopatias, infecções pelo HTLV-1 e 2, linfomas e malignidades viscerais.

35
Q

Prurigo nodular de Hyde, quais são as características morfológicas das lesões e onde surgem?

A

Pápulas ou nódulos pruriginosos, com superfície ceratósica. Surgem bilateralmente, principalmente em face extensora das extremidades. Podem surgir eventualmente no tronco. Não costuma acometer região palmoplantar.