POLÍTICAS PÚBLICAS Flashcards

1
Q

O que é uma política pública?

A

As políticas públicas consistem em um conjunto de decisões, ações e atividades que o governo desempenha para alcançar resultados que melhorem a vida dos cidadãos. Ou seja, trata-se de um conjunto de ações, planos, metas e objetivos que o governo traça, com o objetivo de alcançar o bem-estar social (bem comum).
São outputs (conteúdo e ações concretas) da atividade política (politics) orientada para a coletividade e para o interesse público.
É ação ou inação do Estado.

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2
Q

O que é um problema público?

A

De modo geral, as políticas públicas existem para resolver os “problemas públicos”.
Nesse sentido, Sjöblom define problema público como “a diferença entre a situação atual e uma situação ideal possível. Um problema existe quando o status quo é considerado inadequado e quando existe a expectativa do alcance de uma situação melhor.” Ou seja, o problema público surge quando o status quo (“estado das coisas”) é considerado inadequado, e consiste na diferença entre a situação atual (inadequada) e uma situação futura

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3
Q

Abordagem Estatista x Abordagem Multicêntrica

A

Uma forma de se conceituar a política pública é através da verificação do ator político que a formula e implementa, ou seja, busca-se verificar quem é o “protagonista” no estabelecimento da
política pública. Nesse sentido, existem 02 abordagens;
1. Abordagem Estatista (Estado-cêntrica)
2. Abordagem Multicêntrica

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4
Q

Abordagem Estatista (Estado-cêntrica) - Monopólio do Estado

A

A política pública é um processo governamental cujo controle ocorre única e
exclusivamente pelo Estado, embora admita que atores não governamentais tenham certo grau de influência no processo de formulação e implementação de políticas públicas (mas sem dar a esses atores não governamentais o poder de decisão de encaminhar uma política
pública).

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5
Q

Abordagem Multicêntrica - Vários atores (por meio do controle social - Ex ONG)

A

A abordagem multicêntrica, por sua vez, entende que organizações privadas, organização não governamentais e organizações multilaterais, são, juntamente com os atores governamentais, protagonistas na implantação e implementação de políticas públicas.

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6
Q

Políticas Públicas Estado X Setor Privado

A

Alguns autores entendem que apenas as ações do governo podem ser consideradas
políticas públicas (ou seja, alguns autores defendem a abordagem estatista).
Contudo, a maior parte da doutrina (e a maior parte das bancas) entende que o Estado não detém um “Monopólio” sobre as políticas públicas.
Sendo assim, regra geral, são os órgãos do governo que formulam, implementam e
avaliam as políticas públicas. Contudo, isso também pode ser realizado em parceria
com a sociedade e com o setor paraestatal.

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7
Q

As politicas públicas e os conflitos

A

As politicas públicas são orientadas a manter o equilíbrio social ou a introduzir desequilíbrios destinados a modificar uma realidade.

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8
Q

A politica pública tem 03 dimensões

A

Polity (Dimensão Institucional) - instituições
políticas.
Politics (Dimensão Processual) - processos políticos.
(atividade política)
Policy (Dimensão Material) - conteúdos “concretos” (conteúdo “material”) da política.

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9
Q

Polity (Dimensão Institucional):

A

Expressão utilizada para denominar as instituições políticas. Essa dimensão se refere à ordem do sistema político, delineada pelo sistema jurídico, e à estrutura institucional do sistema político-administrativo. Em outras palavras,
tratam-se das estruturas institucionais baseadas em um conjunto de normas do sistema jurídico.

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10
Q

Politics (Dimensão Processual):

A

Expressão utilizada para denominar os processos políticos (atividade política). Ou seja, consiste no processo político, frequentemente de caráter conflituoso, no que diz respeito à imposição de objetivos, aos conteúdos e às decisões de distribuição. Em outras palavras, trata-se do processo político propriamente dito com as
relações de influência e poder

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11
Q

Policy (Dimensão Material): Voltado para Sociedade

A

Expressão utilizada para denominar os conteúdos “concretos” (conteúdo “material”) da política. Ou seja, são os conteúdos concretos, isto é, se refere à
configuração dos programas políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas. São as decisões tomadas e as ações concretas para realizá-las. Em outras palavras, são as políticas públicas propriamente ditas.

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12
Q

Politicas Públicas Demandas - Fluxo Didático.
Polity - Instituições
Politcs - Processo
Policy - Politica Pública

A

Sociedade - Demandas sociais (Nova, Recorrente, Reprimida) - Polity (Instituições) + Politics (Processos Políticos) - Policy (Política Pública) - Sociedade

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13
Q

Tipos de demandas que geram políticas públicas (3 tipos)

A
  1. Demandas novas
  2. Demandas recorrentes
  3. Demandas reprimidas
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14
Q

Tipos de demandas que geram políticas públicas - Demandas Novas

A

Demandas novas: são aquelas que resultam do surgimento de novos atores políticos ou de novos problemas.
Novos atores: são aqueles que já existiam antes, mas não eram organizados; quando passam a se organizar para pressionar o sistema político, aparecem como novos atores políticos.
Novos problemas: são problemas que ou não existiam efetivamente antes (como a COVID-19, por exemplo) ou que existiam apenas como “estados de coisas”, ou seja, eram situações que não era vistas como “problemas” e, por isso, não chegavam a pressionar o sistema a apresentarem uma solução (como a questão ambiental).

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15
Q

Tipos de demandas que geram políticas públicas - Demandas recorrentes:

A

são aquelas que expressam problemas não resolvidos ou mal
resolvidos, e que estão sempre voltando a aparecer no debate político e na agenda governamental. Ex. Bolsa Família

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16
Q

Tipos de demandas que geram políticas públicas - Demandas reprimidas:

A

são aquelas constituídas por “estados de coisas” (ou seja, os políticos não a reconhecem como “problemas”) ou então constituídas por não-decisões.

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17
Q

Política Pública x Decisão Política

A

É importante que você saiba que Política Pública e Decisão Política não são a mesma coisa. A política pública, normalmente, envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. A decisão política por sua vez, corresponde a uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando (em maior ou menor grau) uma certa adequação entre os fins pretendidos e os meios disponíveis. Portanto, pode-se dizer que uma política pública depende de decisões políticas (ou seja, a política pública é resultado de decisões políticas); contudo, nem toda decisão política chega a constituir uma política pública.

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18
Q

Tipos de Políticas Públicas

A

Politicas de Estado: Especificadas na Constituição Federal, não restam aos atores políticos a possibilidade de disputa de espaços, senão seu cumprimento.
Politicas Governamentais: São empreendidas por atores governamentais e emanadas pelos poderes do Estado. (Governo)

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19
Q

Políticas Públicas - Classificação quanto aos Impactos Gerados/Esperados na Sociedade

A

Distributiva, Redistributiva, regulatória e constitutiva

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20
Q

Políticas distributivas:

A

Tratam-se de políticas em que os benefícios são concentrados
apenas para alguns grupos de atores da sociedade, enquanto os custos são “difusos” (são divididos) por toda a coletividade (contribuintes).
Essas políticas, geralmente, causam pouco conflito, uma vez que o “custo” é dividido por toda a coletividade (ou seja, os custos acabam sendo “baixos” e as pessoas acabam não “percebendo” esses custos).
Por exemplo: gratuidade de transporte para idosos, renúncias fiscais, subsídios para determinado setor da indústria, etc.
Comentário: As politicas distribuitivas, estão ligadas as políticas assistencialistas

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21
Q

Políticas redistributivas: (sociais universais / democráticas)
Uma política elitista, um jogo de soma zero

A

São políticas nas quais um grupo restrito de pessoas custeia o
benefício de um outro grupo restrito de pessoas. Ou seja, os benefícios são concentrados em determinado grupo de atores da sociedade, enquanto os custos são concentrados em outro grupo de pessoas.
Tratam-se de políticas que tem por objetivo redistribuir rendas (ou seja, alterar o grau de “concentração” dos recursos), deslocando conscientemente recursos das classes mais abastadas/privilegiadas financeiramente da sociedade para as classes menos abastadas da
sociedade. Em outras palavras, trata-se de “tirar dos ricos” (grupo “perdedor”) para “dar aos pobres” (grupo “ganhador”).
Essas políticas geralmente provocam muitos conflitos, pois representam um jogo de “soma zero” (situação “ganha-perde”). O tipo de dinâmica presente nas políticas redistributivas é o
elitismo, onde são formadas duas elites: de um lado, um grupo (que será “beneficiado” com a política) defende que a política seja efetivada; de outro lado, outro grupo (que irá sair “perdendo” com a política) defende que a política seja descartada.
Por exemplo: cotas raciais para universidades, programas de reforma agrária (redistribuição de terras), etc.

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22
Q

Políticas regulatórias: (Dinâmica Pluralista)

A

São as que tem por objetivo regular a atuação e o comportamento
de pessoas, grupos e organizações. Para isso, são utilizadas regulamentações simples (por exemplo: portarias e decretos) ou então regulamentações complexas (por exemplo: código de trânsito).
Essas políticas não buscam benefícios imediatos para um grupo ou outro, ou seja, os “custos e benefícios” são divididos de forma igualitária entre os diversos grupos da sociedade.
Além disso, a capacidade de aprovação ou não das políticas regulatórias dependem da relação de forças entre atores e interesses da sociedade em determinado momento. À vista disso, a dinâmica dessas políticas é do tipo pluralista.
Por exemplo: regras para a segurança alimentar, regras para operação de mercado financeiro, regras de tráfego aéreo, códigos de trânsito, plano diretor, uso do solo, rodízio de carros etc.

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23
Q

Politica Constitutiva / estruturadoras (Ligada a governabilidade)
Eleitores e cidadãos em geral não se interessam
Coercitiva

A

São as políticas que definem as “regras do jogo”. Conforme explica Lowi, “são regras sobre os poderes e regras sobre as regras”. Ou
seja, são as políticas que definem as competências, jurisdições, regras da disputa política e regras da elaboração de políticas públicas. São conhecidas como “meta-policies”, pois se encontram “acima” dos outros três tipos de políticas e, normalmente, moldam a dinâmica política. Em outras palavras, são políticas que estruturam as regras de formulação e implementação dos demais tipos de políticas.
Conforme explica Secchi, as “políticas constitutivas provocam conflitos entre os entes e os atores diretamente interessados (por exemplo, partidos, os três poderes, os níveis de governo), pois têm a capacidade de alterar o equilíbrio de poder existente (quem manda e
quem faz). Os eleitores, os usuários das políticas públicas e o cidadão comum raramente se interessam por esse tipo de política, já que não tratam de prestação de serviços ou de ações concretas de governo.”
Por exemplo: distribuição de competências entre Poderes, distribuição de competências entre Esferas, regras do sistema político-eleitoral, etc.

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24
Q

Classificação das politicas públicas quanto a abrangência

A
  1. Universais: São para todos os cidadãos
  2. Segmentais: Para um segmento específico da população, caracterizado por um fator determinado (Idade, condição física, gênero etc)
  3. Fragmentadas: São destinadas a grupos sociais específicos, dentro de um determinado segmento.
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25
Q

Classificação das politicas públicas quanto a abrangência (Procopiuck)

A

Setorializadas
Territorializadas
Vertical
Horizontal

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26
Q

Setorializadas ou segmento (Sociais)

A

Setorializadas: Trata-se de uma delimitação temática. Ou seja, a delimitação das políticas públicas ocorre por “temas”.
Por exemplo: políticas públicas de combate às drogas, de conscientização sobre problemas ambientais, de promoção de direitos do cidadão, etc

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27
Q

Territorializadas:

A

Trata-se de uma delimitação geográfica. Ou seja, a delimitação das
políticas públicas ocorre por “área geográfica” (circunscrição territorial).
Por exemplo: políticas públicas de desenvolvimento do semiáridoi, de combate ao contrabando e descaminho em fronteiras, etc.

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28
Q

Verticais: (estão dentro dos setores)
A política vertical vai do geral ao operacional

A

São as mais tradicionais e comuns de serem encontradas. Procopiuck explica que “são políticas desenvolvidas com base em estruturas organizacionais relativamente simples e, normalmente, conduzidas a partir de diretrizes mais amplas. Dessas estruturas mais amplas emanam decisões que servem de guias gerais para decisões subsequentes atéchegarem aos níveis operacionais de execução concreta da política pública.” Nas políticas verticais, para se “manter alinhamento e consistência do fluxo decisório, os âmbitos
hierarquicamente inferiores devem tomar como referência as diretrizes superiores e coerentemente com elas executarem as ações de sua competência.”
Normalmente, as políticas públicas verticais são coordenadas no âmbito federal e traduzidas regionalmente para se ajustarem a peculiaridades contextuais e, finalmente, produzirem resultados operacionais.
Por exemplo: políticas de definição de responsabilidades sobre a educação básica no Brasil, a política tributária, a política de desenvolvimento urbano brasileira, etc.

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29
Q

Horizontais:

A

Também chamadas de políticas públicas mutuamente integradas, as políticas horizontais são desenvolvidas entre partes de uma mesma organização ou por organizações que se encontram em um mesmo “nível hierárquico”.
Por exemplo: políticas de coleta e destinação de resíduos urbanos por municípios situados em áreas metropolitanas, políticas de combate ao tráfico de drogas no Mercosul, etc.

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30
Q

DICA - Área de atuação das Políticas Públicas

A
  1. Sociais ou setoriais (dentro das sociais temas verticais): Saúde, habitação, educação, assistência social e cultura.
  2. Verticais: Relacionadas com setores ou empresas, como empréstimos e subsídios, educação universitária e educação básica que estaria inserido dentro do setor da educação.
  3. Focalizadas/fragmentadas (nível de política operacional): Merenda, ensino e financiamento.
  4. Econômicas: Geração de emprego e renda, politica fiscal e monetária.
  5. Infraestrutura: Transporte, telecomunicações e abastecimento.
  6. Administrativas: Democracia e participação social, autoritarismo, golpe de estado.
  7. Horizontais ou transversais: Afetam todas as atividades, Ex: Desburocratização, simplificação tributária, eficiência logistica, direitos e comportamentos dos individuos ( Violencia contra mulher).
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31
Q

Politicas Públicas e a intersetorialidade

A

Portanto, conforme ensina Cavalcanti, a “intersetorialidade é a articulação entre as políticas públicas por meio do desenvolvimento de ações conjuntas destinadas à proteção social, inclusão e enfrentamento das expressões da questão social. Supõe a implementação de ações integradas que visam à superação da fragmentação da atenção às necessidades sociais da população. Para
tanto, envolve a articulação de diferentes setores sociais em torno de objetivos comuns, e deve ser o princípio norteador da construção das redes municipais.”
Por sua vez, Campos define a intersetorialidade “como um processo organizado e coletivo, não pode ser espontânea. Trata-se de uma ação deliberada que requer o respeito à diversidade e às
particularidades de cada setor ou participante. Envolve espaços comunicativos, capacidade de negociação e intermediação de conflitos para a resolução ou enfrentamento final do problema
principal e para a acumulação de forças, na construção de sujeitos, na descoberta da possibilidade de agir”.

32
Q

Sociais x Macroeconômicas x Administrativas x Específicas

A

Há, ainda, uma outra classificação que divide as Políticas Públicas em 04 tipos;
Sociais: São as políticas que ganham mais destaque. Envolvem as políticas públicas relacionadas à educação, saúde, habitação, previdência social, entre outras.
Macroeconômicas: Tratam-se das políticas públicas que englobam assuntos fiscais, monetários, cambiais, industriais e comerciais.
Administrativas: São as políticas públicas que envolvem ações para a descentralização da tomada de decisões, democracia e participação social.
Específicas (Setoriais): Tratam-se das políticas públicas relacionadas ao meio ambiente, cultura, agrárias, direitos humanos, mulheres, negros, jovens, entre outras.

33
Q

Ciclos de Políticas Públicas

A

Conforme explica Secchi, o ciclo de políticas públicas “é um esquema de visualização e interpretação que organiza a vida de uma política pública em fases sequenciais e interdependentes”.
Contudo, o autor explica que o ciclo de políticas públicas raramente reflete a real dinâmica (ou vida) de uma política pública, tendo em vista que as fases, normalmente, se apresentam misturadas e as sequências se alternam.
Ou seja, as políticas públicas são compostas por diversas “fases” sequenciais e interdependentes. Contudo, vale dizer que as fases podem ocorrer ao mesmo tempo (se misturarem e ficarem sobrepostas umas às outras) ou até mesmo em uma “ordem” diferente.

34
Q

Para Secchi, o ciclo de políticas públicas é composto pelas seguintes fases:

A

1) Identificação do problema
2) Formação da agenda
3) Formulação de alternativas
4) Tomada de decisão
5) Implementação
6) Avaliação
7) Extinção

35
Q

Souza entende que o ciclo de políticas públicas é composto pelos seguintes estágios

A

1) Definição de agenda
2) Identificação de alternativas
3) Avaliação das opções
4) Seleção das opções
5) Implementação
6) Avaliação

36
Q

Saraiva, ao seu turno, explica o ciclo de políticas públicas é composto pelas seguintes fases

A

1) Formação da Agenda
2) Elaboração
3) Formulação (Tomada de Decisão)
4) Implementação
5) Execução
6) Acompanhamento
7) Avaliação

37
Q

Para Howlett e Ramesh, as fases das políticas públicas são as seguintes:

A

1) Construção da agenda
2) Formulação da política
3) Tomada de decisão
4) Implementação
5) Avaliação

38
Q

Construção de Agendas - Processo Competitivo

A

A Agenda consiste numa lista de temas ou problemas que são alvo de atenção em dado momento – busca-se identificar os problemas públicos a serem solucionados por meio de políticas públicas.

O processo de construção de agenda é um processo competitivo – envolve a participação de diversos grupos de interesse da sociedade, que buscam que as suas demandas sejam “incluídas” na agenda.

39
Q

Situação X Problema

A

Situação: algo que não ocupa lugar prioritário na agenda
Problema: a situação passa a ser vista como problema e
aumenta a chance de se tornar prioridade na agenda.

40
Q

Tipos de Agendas - Coob e Elder

A

Agenda Política (sistêmica): a comunidade política percebe o
problema Agenda Formal (institucional): problemas que o poder público já decidiu enfrentar

41
Q

Tipos de Agendas -Secchi

A

Agenda da Mídia: problemas percebidos pela mídia e que
podem influenciar a agenda política ou formal

42
Q

Tipos de Agendas -Kingdon

A

Agenda Não Governamental (sistêmica): a sociedade percebe
os problemas como importantes Agenda Governamental: problemas já analisados pelo governo (formal)
Agenda Decisória: contém a lista dos problemas em decisão

43
Q

Condições para um Problema entrar na Agenda

A

Atenção: Diferentes atores (cidadãos, grupos de interesse, mídia, etc.) devem entender a situação como merecedora de intervenção.

Resolutividade: As possíveis ações para resolver o problema devem ser consideradas necessárias e factíveis.

Competência: O problema deve estar relacionado a uma
responsabilidade pública.

44
Q

Modelo de Fluxo Múltiplo (Kingdon)

A

Janela de oportunidade política: Momento crítico e com pouco tempo(Agenda de Política Pública / Empreendedores da politica - Autoridades)
Fluxo de PROBLEMAS
* Indicador
* Crises ou eventos
* Feedback
Fluxo de SOLUÇÕES
* Técnica /de execução
* Financeira
* Política
Fluxo POLÍTICO
* Clima nacional
* Coalizões Sociais
* Mudanças no governo

45
Q

FASE: Formulação/Análise de Políticas Públicas

A

Esta fase visa estabelecer objetivos, desenvolvimento e seleção
de alternativas de soluções – nessa etapa a politica é “desenhada” e “caracterizada pelos diversos atores e instituições, envolvendo:
* Diagnóstico do problema – causas
* Objetivo: para que serve a política pública?
* Público-alvo: quem são os beneficiários
* Meios e Instrumentos: como será implementada
* Atores e arranjos institucionais envolvidos: quem são, atribuições e
responsabilidades;
* Definição de metas.

46
Q

Formulação/Análise de PP (Luta, Jogo e Debate)

A

Na dinâmica da formulação, há uma forte interação entre os
formuladores e os impactados, gerando 03 tipos de relações:
* LUTA: contexto de conflito e confronto entre os atores, num jogo de
soma zero;
* JOGO: contexto competitivo, de muita negociação e barganha, cujo
objetivo é vencer, sem eliminar o outro, que no futuro pode ser um
aliado;
* DEBATE: contexto de convencimento da outra parte, na tentativa de
transformá-lo em um aliado – utilizam-se de persuasão, intercâmbio
(troca de favores), ou mesmo ameaça.

47
Q

Modelos de Formulação/Análise Políticas Públicas - INSTITUCIONAL
CLÁSSICO

A

As Instituições governamentais possuem padrões estruturados de comportamento de indivíduos e grupos com capacidade de influenciar a formulação da política pública (facilitar ou obstar) em razão dos interesses – enfatiza o papel do Estado

48
Q

Modelos de Formulação/Análise Políticas Públicas -NEO
INSTITUCIONAL

A

Contraponto ao modelo Institucional Clássico. As Instituições não são vistas como ecos de forças sociais, mas uma arena de competição entre interesses rivais - atores políticos são dirigidos por deveres e a política é organizada em torno da construção e interpretação de
significados (ao invés da criação de escolhas).

49
Q

Modelos de Formulação/Análise Políticas Públicas - PROCESSUAL

A

Foca no processo político, visto como as atividades políticas são estruturadas sequencial e logicamente em fase de: identificação de situação-problema, formulação de agenda, legitimação, implementação e avaliação

50
Q

Modelos de Formulação/Análise Políticas Públicas - GRUPOS DE INTERESSE

A

É resultado da articulação organizada de indivíduos ou organizações com interesses convergentes, que utilizam a influência e o poder de pressão para impor ao Estado a adoção de medidas que os beneficiem.

51
Q

Modelos de Formulação/Análise Políticas Públicas - RACIONAL

A

A política pública resulta do cumprimento eficiente de metas
racionalmente definidas. Os cálculos sobre as relações custos e benefícios constituem os parâmetros para escolha de alternativas mais eficientes (nível de satisfação ou insatisfação gerado para elevar valores social, político e economicamente demandados pela sociedade).

52
Q

Modelos de Formulação/Análise Políticas Públicas - SISTÊMICA

A

A política pública é resultado da manifestação do sistema político para atender às necessidades e forças originadas na sociedade. As demandas (forças externas) são os inputs; o sistema político representa o meio de processamento; a política pública representa o output (resposta à sociedade).

53
Q

FASE: Tomada de Decisão

A

Dependendo do “modelo” de ciclo estudado, a tomada de decisão é considerada como parte pertencente à fase de “formulação das politicas públicas. Nesta fase, os agentes políticos escolhem, dentre as alternativas disponíveis, aquela alternativa que eles entendem ser a melhor solução.

54
Q

Modelos de tomada de decisão:

A

Existem diversos modelos de tomada de decisão:
* Racional (compreensivo)
* Incremental
* Mix-scanning (sondagem mista)
* Garbage can (lata de lixo)

55
Q

Modelos de Tomada de Decisão - RACIONAL COMPREENSIVO

A

O responsável por tomar as decisões possui informações completas,
capacidade plena para processá-las e compreender as consequências exatas da decisão. Optam por políticas em que os ganhos (benefícios) superem os custos, buscando alternativas eficientes, que maximizem os resultados. É de difícil aplicação em razão do detalhamento e da quantidade de informações requeridas.

56
Q

Modelos de Tomada de Decisão - INCREMENTAL

A

Visa solucionar os problemas de maneira gradual, num processo de
ajustamento mútuo entre parceiros, sem grandes modificações
(conservador). A escolha de alternativas ocorre através da comparação entre as alternativas, vencendo aquela que assegura o melhor acordo entre os interesses envolvidos. Pode gerar conflitos, negociações e compromisso dos decisores com os próprios interesses, Normalmente envolve decisões mais urgentes e rápidas.

57
Q

Modelos de Tomada de Decisão - MIX-SCANNING

A

Surge em razão das deficiências do modelo racional puro (acredita ser a informação perfeita e desconsidera as relações de poder) e do modelo incremental (com viés conservador, sem produzir grandes mudanças). O modelo é misto, com decisões incrementais e racionais-estruturantes. Os tomadores de decisão devem:
* fazer uma ampla revisão do campo de decisão, para que as alternativas de longo prazo sejam examinadas, sem detalhamentos, levando a decisões estruturantes. Depois…
* analisar as alternativas específicas (que decorreram das decisões
estruturantes) de forma mais detalhada, tomando uma decisão
incremental.

58
Q

Modelos de Tomada de Decisão - GARBAGE CAN (LATA DE LIXO)

A

As soluções/alternativas procuram os problemas;
* são construídas diversas soluções em “tese (soluções que ainda não
tem um problema específico) que estão aguardando em uma lata de
lixo;
* Os agentes públicos buscam encontrar “problemas” que sejam
resolvidos com essas soluções que eles possuem em sua coleção.
O modelo é utilizado quando existe um grande número de tomadores de decisão e uma grande dose de incerteza sobre as causas dos problemas e suas soluções.

59
Q

FASE: Implementação

A

Nessa fase que os planos e as decisões são colocados em prática e são produzidos os resultados concretos da politica publica; as regras, rotinas e processos sociais são convertidos de intenções em ações.
A implementação compreende o conjunto dos eventos e atividades que acontecem após a definição das diretrizes de uma política, que incluem tanto o esforço para administrá-la, como seus substantivos impactos sobre pessoas e eventos (Rua).

60
Q

FASE: Implementação - Saraiva entende que a fase de implementação e execução são distintas

A

A fase de IMPLEMENTAÇÃO envolve a preparação, o planejamento e a organização do aparelho administrativo, dos recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos necessários para executar uma
política, incluindo a elaboração dos planos, programas e projetos que permitirão executá-la.
A fase de EXECUÇÃO é o conjunto de ações destinadas a atingir os objetivos da política. É pôr em prática, é a sua realização e inclui o estudo dos obstáculos, que se opõem à transformação de enunciados em resultados, e especialmente, a análise da burocracia.

61
Q

Modelo de Implementação – Top-Down

A

Há a SEPARAÇÃO entre o momento da TOMADA DE DECISÃO – política (realizado pelos agentes políticos, tomadores de decisão) e o momento DE IMPLEMENTAÇÃO – administração (realizado pela burocracia, executores).
Trata-se de um processo linear de implementação, no qual o momento da política (tomada de decisão) é considerado o mais importante.
A BUROCRACIA NÃO TEM PODER DECISÓRIO, cabendo a ela somente a execução conforme decidido pelos agentes políticos.
Ex. professores, médicos, polícias – “burocratas do nível de rua”

62
Q

Modelo de Implementação – Bottom-up

A

Os implementadores (executores) de políticas públicas PARTICIPAM DO PROCESSO e tem uma maior liberdade para decidirem sobre soluções durante a implementação – depois os tomadores de decisão dos altos escalões legitimam as práticas que foram adotadas pelos burocratas. É um modelo mais FLEXÍVEL, pois o formato que a política pública adquiriu após a tomada de decisão não é definitivo, podendo ser MODIFICÁVEL PELOS IMPLEMENTADORES no dia a dia.
Alguns autores consideram que o burocrata é principal ator do modelo.

63
Q

Modelo de Implementação – Híbrido

A

Caracterizado pela junção dos dois modelos (top-down e bottom-up). Este modelo passou a ser muito utilizado na implementação das políticas públicas, sobretudo, depois da Reforma do Estado, nos anos 90.

64
Q

FASE: Avaliação x Monitoramento
Conceito de Avaliação

A

É muito importante dizer que avaliação e monitoramento são coisas diferentes. Conforme explica o Governo Federal68, “a avaliação deve ser um processo objetivo de exame e diagnóstico da política pública sob análise. Devem ser considerados, dentre outros aspectos, a forma como a política está sendo implementada, seus efeitos desejados e adversos, os principais stakeholders, e a forma como os recursos públicos estão sendo utilizados.” À vista disso, a avaliação deve ser conduzida preferencialmente por outros órgãos independentes, não diretamente responsáveis pela execução da política pública.

65
Q

FASE: Avaliação x Monitoramento
Conceito de Monitoramento

A

O monitoramento, por sua vez, tem papel extremamente relevante na execução das políticas públicas, e não deve ser desprezado em qualquer hipótese. Trata-se de “um processo contínuo ao longo da implementação, realizado pelo próprio órgão responsável pela política pública. Tem como objetivo controlar a entrega de insumos, o calendário de trabalho e verificar se os produtos estão de acordo com as metas. O monitoramento permite identificar problemas e falhas durante a execução que prejudicam as ações, os processos ou os objetivos da política pública e, assim, reúne condições para corrigir rumos ou ajustar os planos de implementação.” Portanto, com o objetivo de retroalimentar o ciclo de ajustes de uma política e o seu plano de gestão de riscos (ou seja, fornecer “feedback”), o monitoramento deve ser realizado de forma rotineira.

66
Q

Avaliação Ex ante (Avaliação Diagnóstica / Controle Prévio):

A

Trata-se de uma avaliação “inicial”, que ocorre antes da implementação. Busca-se identificar a situação. Essa avaliação é realizada para avaliar a viabilidade do programa/política pública a ser
implementado. Trata-se de um controle proativo, que busca evitar erros no desenho e formulação de programas/políticas públicas.

67
Q

Avaliação In itinere (Avaliação Formativa / Controle Concomitante / Avaliação Intermediária):

A

Trata-se de uma avaliação que ocorre durante a implementação. Busca-se avaliar o “andamento” do programa/política pública. Essa avaliação é realizada para se adquirir mais “conhecimento” sobre o processo, com o objetivo de melhorar a implementação e o desenvolvimento do programa/política. Trata-se de um controle
reativo, que busca detectar e corrigir os desvios que ocorrem durante a execução das atividades.

68
Q

Avaliação Ex post (Avaliação Somativa / Controle Posterior):

A

Trata-se de uma avaliação “final”, que ocorre após da implementação. Busca-se avaliar os resultados do programa/política pública. Essa avaliação é realizada para avaliar se o programa/política
pública atingiu os resultados esperados. Busca-se verificar a eficácia do programa/política pública. Trata-se de um tipo de controle que tem foco no resultado.

69
Q

Avaliação Somativa (avaliação de conteúdo):

A

busca-se obter informações necessárias para basear a tomada de decisão referente à continuidade de um programa/política pública (o
programa deve continuar “como está”, expandir ou terminar?). Esse tipo de avaliação se refere ao estudo dos “resultados” obtidos pelo programa. O foco está no resultado.

70
Q

Avaliação Formativa:

A

busca-se obter informações para a melhoria do objetivo. É realizada
durante o processo de implementação/execução do programa/política pública, com o objetivo de fornecer informações sobre o “andamento” do programa. Busca-se verificar se tudo está ocorrendo de acordo com o planejado e, se necessário, melhorar o
funcionamento do que já está sendo colocado em prática. O foco está no processo. Em outras palavras, “a avaliação formativa visa verificar, periodicamente, em que medida os participantes do programa ou do processo estão aceitando e desempenhando seus papéis.
Essa avaliação contrasta as atividades com o plano, descreve os problemas de implementação e analisa de que maneira a equipe lidou com eles, assim como documenta e analisa os custos desse esforço. Por fim, relata como observadores e participantes julgam a
qualidade do processo.”
Trata-se de uma avaliação que tem caráter pedagógico e busca investigar como a política pública funciona, bem como avaliar as estratégias utilizadas para o alcance dos resultados.

71
Q

Avaliação Interna:

A

Trata-se da avaliação realizada por indivíduos que possuem
envolvimento direto ou indireto com o programa/política pública (ou seja, indivíduos “de dentro” da instituição responsável pelo programa/política pública). Como aspecto positivo, pode-se citar a maior “proximidade” do avaliador com o objeto avaliado, o que proporciona um maior acesso aos dados e elimina a “resistência” que o indivíduo pode ter com “avaliadores externos”. Contudo, como aspecto negativo, pode-se citar a perda da “imparcialidade” da avaliação

72
Q

Avaliação Externa:

A

Trata-se da avaliação realizada por indivíduos “de fora” da instituição
responsável pelo programa/política pública (ou seja, indivíduos que não integram o quadro de pessoal da instituição responsável pelo programa/política pública). Como aspecto positivo, pode-se citar a maior “imparcialidade” do avaliador com o objeto avaliado, e a
maior objetividade. Contudo, como aspecto negativo, pode-se citar o menor “acesso aos dados”, e a possível resistência por parte dos “avaliados”. Pressupõe-se que esse tipo de avaliação seja realizado por especialistas com experiência e conhecimento em metodologias
de avaliação.

73
Q

Avaliação Mista:

A

Trata-se da avaliação realizada tanto por indivíduos “de dentro” da
instituição responsável pelo programa/política pública, quando por indivíduos “de fora” da instituição. Trata-se de uma combinação da avaliação interna com a avaliação externa. O que se busca é obter as vantagens de ambos os tipos de avaliação. Ou seja, o objetivo é que
o avaliador externo (maior imparcialidade) mantenha uma maior proximidade com o avaliador interno e, assim, tenha um maior acesso aos dados e menor resistência por parte dos avaliados.

74
Q

Avaliação Participativa:

A

Trata-se de uma avaliação que envolve, no processo avaliativo, a
integração dos usuários (beneficiários dos programas/políticas públicas) e dos gestores. Ou seja, o que se busca é a participação dos beneficiários, com o instituto de minimizar a “distância” entre avaliadores e beneficiários de programas/políticas públicas.

75
Q

Avaliação quanto à metodologia
Quanto à metodologia, a avaliação pode ser de 03 tipos

A

Avaliação de Metas: tem por objetivo analisar o grau de sucesso da política pública em relação ao alcance das metas (objetivos) propostas. O foco está na eficácia.
Avaliação de Impacto: tem por objetivo identificar os efeitos produzidos sobre os beneficiários da política pública. O foco está na efetividade.
Avaliação de Processos: tem por objetivo investigar o alcance e “cobertura” de um programa/políticas pública, o grau em que se está alcançando a população beneficiária e, principalmente, o acompanhamento de seus processos internos. O foco está na eficiência.
Por fim, vale destacar um outro tipo de avaliação:
Avaliação jurídica: tem por objetivo examinar a conformidade dos atos do gestor com a lei ao conduzir a política pública, o programa ou o projeto.