pericardiocentese Flashcards
objetivo?
puncionar um cateter ou agulha no saco pericárdico repleto de líquido,
Pode ser realizada para:
❖ Abordagem diagnóstica: é utilizada quando se deseja
investigar laboratorialmente a etiologia de um derrame
pericárdio (após indicação do especialista).
❖ Finalidade terapêutica: em casos de tamponamento
cardíaco com choque refratário ou parada
cardiorrespiratória (PCR) em pacientes instáveis.
SACO PERICÁRDICO:
Definição:
Localização:
Anatomia:
Definição: é uma membrana fibrosserosa que cobre o coração e o início de seus grandes vasos.
Localização: no mediastino anterior, envolto bilateralmente pelas pleuras e inferiormente, pelo diafragma.
Anatomia: é um saco formado por duas camadas.
❖ Camada externa: constituída por um tecido fibroso
duro, o pericárdio fibroso.
❖ Camada interna: é uma membrana delgada,
transparente e mole, o pericárdio seroso,
o conjunto formado pelo pericárdio fibroso e pelo
folheto de pericárdio seroso, que reveste o seu interior,
denomina-se pericárdio parietal; enquanto o folheto do pericárdio seroso que reveste o exterior do coração se designa pericárdio visceral (epicárdio).
LÍQUIDO PERICÁRDICO FISIOLOGICO
em condições normais, encontra-se cerca de
15 a 30 ml de um líquido de cor de palha, claro e transparente
dentro do saco pericárdico.
Derrame pericárdico:
o acúmulo de líquido no espaço situado
entre o pericárdio visceral e o pericárdio parietal é um filtrado plasmático produzido por um processo.
sangue (hemopericárdio) ou pus
(pericardite purulenta);
Consequências – derrame pericárdico:
o acúmulo de líquido no
saco pericárdio aumenta a pressão intrapericárdica até se igualar a pressão diastólica ventricular direita e, em seguida, a pressão diastólica esquerda, o que leva a um enfraquecimento cardíaco e diminuição do débito cardíaco (DC). A queda do DC pode ser
suficientemente grave para provocar uma parada cardíaca com atividade elétrica e sem pulso (AESP).
Volume – tamponamento cardíaco:
a quantidade de líquido
necessário para produzir um tamponamento cardíaco pode ser de
apenas 200 ml, quando o líquido se acumula rapidamente, ou
maior que 2000 ml nos derrames de aparecimento lento, quando
o pericárdio teve a oportunidade de se distender e adaptar-se ao
crescente volume.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
O tamponamento cardíaco caracteriza-se pela restrição ao
enchimento das câmaras cardíacas, causado pelo acúmulo de líquido e aumento da pressão no espaço intrapericárdico.
Manifestações clínicas: dependem da etiologia e da velocidade de
instalação do líquido no espaço pericárdico. Raramente ocorre a
Tríade de Beck, a não ser instantes antes de uma parada
cardiorrespiratória.
Tríade de Beck:
turgencia jugular
hipotensao arterial
hipofonese de bulhas cardiacas
ECG: pode ser normal ou apresentar alterações sutis, como um
QRS de baixa tensão ou alternância elétrica de QRS (QRS de
amplitude variável).
Radiografia de Tórax:
não se detecta quantidade menores de 200
ml, mas a cardiomegalia (coração em “moringa”) tem alta
sensibilidade para tamponamento cardíaco. Outra informação
importante é o pulmão sem congestão na presença de dispneia.
Fatores de risco para tamponamento cardíaco:
❖ Câncer metastático.
❖ História de radiação mediastinal.
❖ Doença renal terminal.
❖ Cirurgia cardíaca recente.
❖ Insuficiência cardíaca congestiva.
❖ Lesão traumática de tórax.
❖ Doenças do colágeno.
❖ Pericardite.
❖ Doenças autoimunes.
❖ Infarto do miocárdio.
❖ Tuberculose.
Ecocardiografia à beira leito:
pode ser utilizada para identificar a
presença de líquido pericárdico e as características do
tamponamento pericárdico.
Diagnóstico:
é firmado pela presença de líquido pericárdico e o
colapso diastólico do átrio e ventrículo direito. Outros achados que podem apoiar é a dilatação da veia cava inferior sem variações respiratórias
INDICAÇÕES de pericardiocentese de emergencia
❖ Tamponamento cardíaco com choque refratário ou
parada cardíaca (pacientes instáveis).
❖ Diagnóstico etiológico de derrame pericárdio, após
avaliação por especialista – ex., pericardite purulenta,
tuberculose, neoplasia).
❖ Derrame pericárdico sintomático, não responsivo a
outras terapias, com mais de 20 mm à diástole no
ecocardiograma.
❖ Derrame pericárdico traumático na impossibilidade de
cirurgia emergencial.
CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS
❖ Dissecção aórtica.
❖ Ruptura de parede livre miocárdica pós-infarto.
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS
❖ Coagulopatia não corrigida.
❖ Anticoagulação plena.
❖ Trombocitopenia, plaquetas < 50.000/mm3
❖ Derrame pericárdico traumático com sinais vitais
instáveis e pericardite purulenta (cirurgia preferível).
❖ Pacientes com derrame pericárdico e sinais vitais
estáveis.
❖ Ruptura miocárdica.
COMPLICAÇÕES
Mais frequentes: arritmias cardíacas, punção cardíaca,
pneumotórax ou punção de coronária. Também pode resultar em óbito do paciente.
❖ Hemopericárdio.
❖ Laceração de vasos coronários.
❖ Pneumomediastino.
O carrinho de PCR, o equipamento para ressuscitação e a
medicação apropriada para qualquer emergência devem estar na sala. É aconselhável oxigênio suplementar 5 a 10 L/min, por meio de cânula ou máscara nasal e um acesso intravenoso seguro.
POSICIONAMENTO DO PACIENTE
Posição supina, se a condição clínica do paciente permitir,
cabeceira do leito elevada em 30° a 45° → isso facilita o acesso
direto à coleção de líquido no pericárdio.
LOCALIZAÇÃO DA PUNÇÃO
Abordagem subxifoide – mais usada: punciona-se com a agulha de
punção lombar, 1 a 2 cm abaixo e à esquerda da junção xifocondral
(apêndice xifoide), com um angulação de 45° em relação à pele,
direcionando para a clavícula esquerda.