PEDIATRIA Flashcards
Reanimação Neonatal: primeiras perguntas feitas para avaliar vitalidade do RN, indicando necessidade de reanimação neonatal?
A. É termo (IG≥ 34 sem)?
B. Respirando (regular) ou chorando?
C. Tônus muscular em flexão?
SE RESPONDER “NÃO” PARA UMA DESSAS PERGUNTAR - INICIAR REANIMAÇÃO NEONATAL
Reanimação Neonatal: passos iniciais
PSPA:
− (P)rover calor:
✓ Fonte de calor radiante e campos aquecidos
✓ Se < 34 sem = saco plástico + touca dupla →
devido ao maior risco de perder calor
− (S)ecar:
✓ Secar cabeça e fontanela e desprezar campos
úmidos.
− (P)osicionar:
✓ Posicionar cabeça em leve extensão para
retificar via aérea
− (A)spirar:
✓ Boca e nariz, se necessário
Após primeiros passos da reanimação neonatal (PSPA), quais as indicações de iniciar VPP (ventilação com pressão positiva)?
FC < 100 bpm, apneia ou respiração irregular
OTITE MÉDIA AGUDA
Quadro: febre, otalgia/choro excessivo, Otorreia, Hipoacusia
Diagnóstico: clínico com otoscopia obrigatória
Otoscopia na OMA: abaulamento, opacidade, imobilidade, Otorreia, hiperemia (inespecífico)
Complicações: trombose de seio venoso, complicações intracranianas, mastoidite, paralisia do nervo facial
Tratamento: analgésicos + antibiótico
Indicações de antibiótico:
- <6 meses: independentemente da apresentação da OMA, inicia-se ATB
- OMA com Otorreia ou sintomas graves: inicia ATB independentemente da faixa etária
- Sintomas graves: indicação de antibiótico, independente da faixa etária ou forma de apresentação. São eles: toxemia, otalgia moderada/grave, febre ≥39 e sintomas ≥48h
- OMA bilateral sem otorreia: ATB de 6 meses a 2 anos, mas nos >2 anos pode-se fazer conduta expectante (analgesia + reavaliar após 48h para definir inicio de ATB)
- OMA unilateral sem Otorreia: ATB de cara se tiver <6 meses; se >6 meses pode fazer tratamento expectante
Esquema Antibiótico:
- de escolha: amoxicilina
- quadro associado com conjuntivite: amoxicilina-clavulanato
- macrolídeos: pacientes alérgicos ao uso de betalactâmico
OMA - complicação: mastoidite
Quadro clínico: aumento do volume retroauricular; desvio anterior do pavilhão auricular; edema, calor e rubor na mastoide
Conduta: internar, TC para definir extensão de acometimento e ATB parenteral (melhor cobertura e nível sérico); avaliar abordagem cirúrgica junto com a otorrino.
SÍNDROME DO CRUPE (INFECÇÃO DE VIA AÉREA MÉDIA): diagnóstico diferencial
– LARINGITE VIRAL / LARINGOTRAQUEOBRONQUITE VIRAL: PRÓDROMOS VIRAIS QUE EVOLUI PARA ESTRIDOR, MAS SEM TOXEMIA
– TRAQUEÍTE BACTERIANA: PRÓDROMOS VIRAIS QUE EVOLUI PARA ESTRIDOR, COM TOXEMIA
– EPIGLOTITE AGUDA / SUPRAGLOTITE: QUADRO AGUDO DE ESTRIDOR (SEM PRÓDROMOS) COM TOXEMIA
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS (IVAS, IVAM e IVAI): diagnóstico diferencial
FEBRE + TOSSE —> infecção respiratória.
SEM TAQUIPNEIA E SEM ESTRIDOR —> infecção de via aérea superior (IVAS): gripe, resfriado, rinite alérgica, rinossinusite bacteriana aguda, faringoamigdalite estreptocócia.
FR VARIÁVEL COM ESTRIDOR, TOSSE METÁLICA, ROUQUIDÃO —> Infecção de via aérea média (IVAM) / síndrome do crupe: laringite viral, traqueíte bacteriana e epiglotite.
TAQUIPNEIA SEM ESTRIDOR + ALTERAÇÃO NA AUSCULTA PULMONAR (MV DIMINUÍDO, SIBILOS, CREPITAÇÕES) —> infecção de via aérea inferior (IVAI): pneumonia bacteriana (achado localizado), pneumonia viral e bronquiolite viral aguda (achados difusos)
PAC NA INFÂNCIA: indicações de internamento
− < 2 meses;
− SatO2 < 92%;
− Desconforto respiratório: Gemência, Batimento de asa de nariz, retrações e/ou apneia.
− FR muito elevada: > 70 irpm nos < 12m; > 50 irpm nos > 12m.
− Rebaixamento do nível de consciência;
− Desnutrição grave
− Complicações (como derrame pleural ou pneumatocele);
− Comorbidades;
− INT.
Bronquiolite Viral Aguda
Quadro Clínico:
Pródromo gripal (“resfriado que desce”) → tosse/taquipneia; sibilância/expiração prolongada/ desconforto respiratório
Tratamento:
Oxigenioterapia → manter SpO2 > 92% Hidratação
Lavagem nasal
Salina hipertônica
Suporte ventilatório S/N
Indicações de internamento:
Desconforto respiratório (moderado/grave) → batimento de asa de nariz, tiragem subcostal/intercostal importante, gemência; Apneia; Hipoxemia; Lactentes jovens (< 3 meses)
Comorbidades que aumentam risco de gravidade; INT (Incapacidade familiar; Não come e não bebe; Toxemia).
PAC NA INFÂNCIA: tratamento
Tratamento ambulatorial:
- Amoxicilina 50 mg/kg/dia, 7 dias → tratamento de escolha;
- Macrolídeos na suspeita de Pneumonia Atípica;
- Reavaliação após 48-72h;
- Falhou? RX de tórax. Se derrame → Puncionar; sem derrame: avaliar ATB;
Tratamento hospitalar:
- < 2 meses: Ampicilina / Penicilina + Aminoglicosídeo OU Ampicilina /Penicilina + Cefalosporina de 3ª geração (preferência por cefotaxima).
- ≥ 2 meses: Ampicilina ou Penicilina Cristalina (cobrir pneumococo);
- Suspeita de S. aureus: associar oxacilina
COQUELUCHE: indicações de quimioprofilaxia de contactantes
< 1 ano: independente de vacinação prévia;
Entre 1 e 7 anos: caso vacinação incompleta ou desconhecida;
> 7 anos: caso contato íntimo e prolongado com caso suspeito ou comunicante vulnerável (ex.: RN, gestante em 3o trimestre de gestação ou imunodeprimido).
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
FEBRE + EXANTEMA:
- Rubéola: Período prodrômico com febrícula, astenia, adenopatia retroauricular, occiptal e cervical. Sinal de Forchheimer (lesões petequiais no palato mole): não é patognomônico. Exantema: maculopapular róseo difuso, cefalocaudal, desaparece em 3 a 5 dias.
- Sarampo: Febre alta, coriza hialina abundante e tosse, conjuntivite não purulenta, fotofobia e/ou lacrimejamento. Sinal de Koplik: É patognomônico. É um enantema → manchas amarelas-acinzentadas-azuladas na mucosa jugal na altura dos molares. Exantema: Maculopapular eritematoso; distribuição cefalocaudal e
centrípeta. Início retroauricular → evolui para tronco e membros. Febre piora e dura até 2-3 dias após exantema → sintomas prodrômicos também pioram → período toxêmico. É uma das únicas doenças exantemáticas que cursa com sintomas respiratórios. - Escarlatina: Início súbito com febre alta e sintomas gerais: prostração, mal estar, vômitos, dor abdominal, cefaleia e inapetência. Odinofagia com amígdalas hiperemiadas com exsudato (podendo cursar com petéquias). Adenomegalia cervical e submandibular dolorosa. Língua saburrosa 1º e 2º dias → framboesa 4º e 5º dias. Após 24-48h dos pródromos: exantema
escarlatiniforme → micropápulas não confluentes, eritematoso e áspero em todo corpo, aspecto “em lixa”ou “pele de galinha”. Sinal de Pastia: dobras cutâneas mais vermelhas. Sinal de Filatov: palidez perioral. Descamação laminar de mãos e pés, ao final da 2ª e 3ª semanas. - Doença de kawasaki: Febre por 5 dias (obrigatório) + 4 de 5 critérios → sendo eles: 1. Conjuntivite não purulenta. 2. Língua em framboesa, eritema e edema de orofaringe, fissuras e eritema labial. 3. Eritema e edema de mãos e pés com
descamação periungueal. 4. Exantema escarlatiniforme, morbiliforme ou polimórfico (não pode ser vesicobolhoso!). 5. Linfonodomegalia cervical unilateral >1,5cm.
FEBRE —> EXANTEMA:
- Eritema infeccioso: Artralgia/artrite, cefaleia e mal estar podem estar presentes
principalmente em adolescentes. 3 Fases: 1. Faces esbofeteadas → mancha vermelha nas bochechas + palidez perioral. 2. Rash de aspecto rendilhado → pápulas em extensoras em membros + desaparecimento central das pápulas. 3. Recidiva → gatilhos: temperatura, estresse e exercício. - Exantema súbito: Febre alta de 3 a 5 dias + irritabilidade com estado geral bom. Fim da febre e inicio súbito do exantema maculopapular róseo que atinge tronco, membros e face e dura de horas a 3 dias → não descama e não coça.
EXANTEMA VESICULAR:
- Varicela: febre + astenia + anorexia → Exantema. Polimorfismo. Mácula → pápula → vesícula → pústula → crosta. Prurido intenso; acomete mucosas e couro cabeludo.
- Síndrome mão-pé-boca: sintomas catarrais, associado a exantema papulovesicular em extremidades e em mucosa oral.
SARAMPO: TRATAMENTO E PROFILAXIA
TRATAMENTO:
* Medidas de suporte: repouso, lavagem nasal e
ocular, hidratação, suporte nutricional e controle de temperatura
* Vitamina A: em países em desenvolvimento e
subdesenvolvidos, recomenda-se que se faça
administração de palmitato de retinol (vit. A), em 2
doses, sendo a 1ª no dia da suspeita e a 2ª no dia
seguinte.
− <6 meses: 50.000UI.
− 6 meses – 11 meses e 29 dias: 100.000UI.
− Maiores de 12 meses: 200.000UI.
* Sarampo é uma doença de notificação compulsória!
PROFILAXIA:
* Pré-exposição: vacina tríplice viral (sarampo,
caxumba e rubéola).
− Crianças: tríplice viral aos 12 meses + tetra viral aos 15 meses.
− Adultos: tríplice viral – 2 doses até 29 anos; 1 dose de 30 a 59 anos.
− Profissionais de saúde: 2 doses, independentemente da idade.
* Pós-exposição: vacina tríplice viral até 3 dias do
contato ou imunoglobulina até 6 dias do contato
− Indivíduo já vacinado? Apenas observar a evolução
− Contraindicações à vacina: imunossuprimidos,
gestantes susceptíveis e menores de 6 meses. Nesses casos, fazer a imunoglobulina.
VARICELA: TRATAMENTO E PROFILAXIA
TRATAMENTO:
É indicado (além de sintomáticos) o uso de aciclovir com o intuito de reduzir replicação viral, sintomatologia e período de doença nos seguintes casos:
− Imunossuprimidos
− Doença dermatológica crônica
− Pneumopatias crônicas
− > 12 anos.
PROFILAXIA:
* Pré-exposição: vacina tetra viral aos 15 meses;
varicela aos 4 anos.
* Pós-exposição: vacina até 5 dias, após contato
(120h); imunoglobulina até 4 dias do contato (96h).
V5I4: vacina em até 5 dias, imunoglobulina em até 4 dias.
* Indicação da imunoglobulina (quando a vacina é
contraindicada): a varicela é uma vacina de vírus
vivo, sendo contraindicada para:
− Imunodeprimidos e gestantes susceptíveis
− RN de mãe com varicela até 5 dias antes ou até 2
dias após o parto
− < 1 ano com contato intra-hospitalar:
✓ Se disponível vacina que possa ser feita aos 9
meses, poderia ser utilizada
✓ Como regra geral, <1 ano pode ser feita vacina
em até 5 dias e imunoglobulina em até 4 dias.
− RN PRÉ-TERMO ≥ 28 semanas e mãe sem história de varicela
− RN < 28 semanas ou 1kg independente da história materna.