Paracoccidioidomicose Flashcards
Aleatórios sobre paracoccidioidomicose
É a infecção fungica mais importante no Brasil, natural de países latinos;
Chama-se também de blastomicose sul-americana, micose de lutz;
80% da forma clinica crônica em homens, presença de receptor para estradiol que impede conversão para forma patogênica;
7ª causa de morte por doença infecciosa crônica.
Sem tratamento é fatal;
em imunodeprimidos a mortalidade é 30%;
Recaídas após Tto ocorrem.
Como se apresenta a paracoccidioidomicose?
Lesão mucocutânea clássica é uma placa ulcerovegetante, com presença de pontilhado hemorrágico, chamado de moriforme, no fundo da lesão.(aspecto de framboesa?)
Ocorre manifestação pulmonar em 80-90% dos casos, sem sintomas ou com poucos(tosse seca ou secressão escassa e esbranquiçada), com dispneia aos esforços progressiva. Além disso pode evoluir para doença pulmonar crônica obstrutiva e suas alterações radiológicas são variáveis.
Em mucosas, a lesão na cavidade oral é frequente na forma crônica do adulto e rara em juvenil, pode apresentar também estomatite moriforme de Aguiar Pupo(localizadas na mucosa do lábio inferior, mucosa jugal, gengivas, palato, pilar amigdaliano e língua.
Sialorreia é frequente.
As lesões cutâneas geralmente ocorrem por contiguidade das mucosas, disseminação hematogênica ou excepcionalmente inoculação direta, preferencialmente no segmento cefalico, seguido dos MMII e MMSS, podendo ser ulceradas, infiltrativas, papulo-nodulo-tumorais, vegetante, verrucosas e tipo abcesso
Quais as classificações clínicas da paracoccidioidomicose?
Existe a infecção, com ausência de sinais e sintomas clinicos e teste intradermico positivo;
E existe a doença, que possui as seguintes formas:
Regressiva - com infecção pulmonar primária e manifestações respiratórias inespecíficas;
Aguda-Subaguda - ocorre principalmente em crianças, adolescentes e adultos jovens, após disseminação hematogênica primária, com tropismo do fungo pelo sistema monocítico-fagocitário(gânglios, baço e medula óssea), se apresenta de forma grave;
Crônica - Principalmente em adulto, ocorrendo devido à reativação endógena de focos quiescentes ou à reinfecção exógena, podendo ser unifocal(pulmão, pele, mucosas e glandulas adrenais) ou multifocais(tegumento-pulmão)
Associada a Imunossupresão
Quais os padrões radiológicos observados na paracoccidioidomicose?
Micronodular(10%), Nodular(11%), Infiltrativo-Intersticial(40%), Pneumônico(16%), Cavitário(8%), Fibrótico/Estriado(5%), Misto(20%)
Como é a apresentação sistêmica da paracoccidioidomicose?
Nos casos juvenis sempre há comprometimento ganglionar, principalmente cadeias cervicais superficiais, axilares e inguinais, supurando e não cicatrizando espontaneamente
Pode ocorrer adenomegalia mesentérica, para-aortica e para-hilar hepática, então nesses casos sempre suspeitar
pode comprometer figado, baço e intestino nos casos juvenis
Sinais e sintomas de acometimento adrenal e SNC devem ser valorizados
Lesões osteoarticulares são assintomáticas e incomuns.
Quais os principais DD para paracoccidioidomicose?
TB pulmonar e micobacterioses atípicas; Sarcoidose; Histoplasmose; Pneumonite intersticial difusa idiopática; Silicose crônica; Coccidioidomicose; Cromoblastomicose; Leishmaniose cutânea e visceral; Hanseníase; Neoplasias cutâneas e da laringe.
Quando se suspeita de paracoccidioidomicose?
Paciente com uma ou mais das seguintes manifestações por pelo menos 4 semanas, se excluída a tuberculose e outras doenças que cursam com quadro semelhante:
Tosse com ou sem expectoração e dispneia;
Sialorreia, odinofagia, rouquidão;
Lesão ulcerada na mucosa nasal ou oral;
Lesões cutâneas(ulceras, vegetações, nódulos, plascas, etc)
Adenomegalia cervical ou generalizada, com ou sem supuração e fistulização;
Criança ou adulto jovem com hepatoesplenomegalia e/ou tumoração abdominal.
Como é o diagnóstico da paracoccidioidomicose?
Clínico-epidemiológico principalmente, podendo ser feito uso de histopatológico, exame micológico direto com isolamento e identificação em cultura(padrão ouro), que pode ser feito com material purulento, escarro, raspado de lesões tegumentares e fragmentos de tecido(deve ser obrigatoriamente requisitado e quando positivo imagem em roda de leme, gemulações multiplas)
Pode ser pedida também sorologia, com imunodifusãi dupla para avaliação das titulações.(Anti-P brasiliensis)
Pode ser feito também Rx de torax, TC dos pulmões, VHS, Hipergamaglobulenemia e hipoalbuminemia
Como é o tratamento da paracoccidioidomicose?
Pode ser feito com Itraconazol 200mg diários por 9-18 meses, sendo que em crianças com <30kg ou >5 anos deve ser ajdustada a dose para 5-10mg/kg/dia;
Pode ser feito com Cotrimoxazol, trimetoprim 160mg + sulfametoxazol 800mg VO, 8/8h ou 12/12h por 18-24 meses, e em crianças trimetoprim 8-10mg/kg/dia + sulfametoxazol 40-50mg/kg/dia, VO 12/12h, com prolongamento da duração se envolvimento de SNC;
Anfotericina B, desoxicolato 0,5-0,7 mg/kg/dia ou com formulações lipidicas 3-5 mg/kg/dia por 2-4 semanas e tratamento de manutenção com itraconazol ou cotrimoxazol(até melhora)
Como é o prognóstico e a evolução?
As lesões cutaneas cicatrizam em algumas semanas, a regressão dos linfonodos mais lenta, a melhora do quadro pulmonar em alguns meses e o acompanhamento sorológico é imprescindível.
critérios de cura são: clinica, micologia, radiologia e sorologia
O doente deve ficar sob controle permanente, já que podem ocorrer recidivas.
O prognóstico depende do quadro clinico inicial.