PANCREATITE CRÔNICA Flashcards
O que significa a pancreatite crônica?
Reação inflamatória, com progressão irreversível de fibrose, células acinares e langherns atrofiam, heterogênea, podendo ter agudização, muitas vezes abre com pancreatite aguda e cronifica. Ocorre infiltrado de linfócitos, plasmocitos, eosinófilos.
Classificação da pancreatite de acordo com simpósio de Marsellha-Roma?
Pancreatite calcificante crônica: mais comum, 95%, causa mais comum é álcool, plugs de proteína, ocorre de forma heterogênea e variada. Pancreatite obstrutiva crônica: menos comum, obstrução do ducto principal (Wirsung), ocorre de forma homogênea, tendo como causa mais comum o tumor intraductal, podendo também ser estenose ductal, pâncreas divisum. Pancreatite inflamatória crônica: tipo raro, como na síndrome de sjogren, inflamação sem plugs, sem estenoses e sem dilatações.
Qual a principal causa de pancreatite crônica?
Álcool.: Pancreatite crônica alcoólica: 70-80%, apenas 5-10% dos alcoólatras crônicos tem pancreatite crônica, produção de plugs, parar de beber melhora sintomas, mas não impede progressão da fibrose.
Qual a causa da pancreatite tropical?
Calcificante não alcoolica, rara no Brasil, comum na Àfrica e Ásia, comum na infância, associado a desnutrição, no Brasil o consumo excessivo de mandioca causa. Pancreatite crônica hereditária: 2% dos casos, grau de parentesco, geralmente jovens.
Tratamento da pancreatite cronica autoimune?
4-6%, infiltrado linfoplasmático, sexo masculino, associada a outras doenças autoimunes, dosagem de igG4 é especifica, aumento de enzimas colestásicas, amilase, lipase,hipergamaglobulinemia, TC mostra aumento difuso, e CPER mostra estreitamento, tratamento é feito com corticoide.
Causas menos comum de pancreatite cronica ?
Pancreatite crônica idiopática: 10-30%, sem causa específica, pico na forma juvenil e senil, com dor na juvenil e pouca dor na senil. Outras causas: pancreatite crônica obstrutiva crônica,pâncreas divisum, hiperparatireoidismo, deficiência de alfa1-antitripsina, trauma, radioterapia.
Tríade clássica da pancreatite cronica:
Diabete, esteatorreia, calcificações; embora esteja presente em um terço apenas
Qual o sintoma mais comum da pancreatite cronica?
Dor abdominal: sintoma mais comum, em epigástrio, HD ou HD, podendo irradiar para o dorso, dois padrões da dor: período curto e meses sem, ou continua com exarcebações, tipicamente aumenta após ingestão de alimentos (assim como na isquemia mesentérica) e 2-3 dias após libação alcoolica, mas existem paciente com insuficiência que não apresentam dor.
Os famosos 4Ds da pancreatite cronica?
Diarreia, dermatite, demência E death.
Porque ocorre emagracimento e desnutrição?
Ocorre medo de alimentação, esteatorreia, diabetes, parasitoses.
Qual a consequência da insuficiência pancreática exócrina?
Esteatorreia, porque perda excessiva de gordura, fezes com odor fétido, e que se aderem ao vaso, cólicas, flatulências são comuns; para haver esteatorreia 90% do parênquima deve estar lesado, logo é sinal tardio, e se lipídeo não está sendo degradado, provavelmente carboidrato e proteínas também não, mas as proteínas passam imperceptíveis e os carboidratos causam diarreia osmótica; a deficiência de vitaminas lipossolúveis( A,D ,E K) passam imperceptíveis clinicamente devido compensatórios, mas ocorrem, assim como deficiência de vitamia B12. A esteatorreia é confirmada com pesquisa de gordura fecal: método qualitativo sudam, e o método quantitativo não ocorre mais: 100g de consumo de gordura, por três dias, se maior que 7 gramas, tem, maior que 14 é muito alto.
Porque ocorre a insuficiência pancreática endócrina?
Manifestação tardia da doença, mais comum após esteatorreia, ocorre após destruição de 80% de células de Langherans, a necessidade de insulina é menor, a chance de hipoglicemia maior já que glucagon também não funciona, complicações são mais raras.
Sinais de estigmas da doença hepática que podem ser observadas na pancreatite cronica?
Telangectasias, rarefação de pelos, eritema palmar, ginecomastia, ingurgitamento de parótida, contratura palmar de Dupuytren.
Exames utilizados no diagnóstico de pancreatite crônica?
A amilase e lipase costumam aumentar somente na fase inicial e agudizações, logo costuma estar normal ou baixas. Raio x: presença de calcificações, ausência não exclui, as calcificações são cálculos intraductais, doença avançada. Teste de secretina: mais sensível e especifico para pancreatite crônica; teste de estimulador, suco pancreático coletado por cateter duodenal. Na insuficiência leve: redução de enzimas, insuficiência moderada: enzimas e bicarbonato, na insuficiência grave: enzimas, bicarbonato e esteatorreia, pouco usado devido disponibilidade, mas usado em suspeita clínica e radiologia normal. Pode estar alterado com CPRE normal. Teste indiretos na função pancreática exócrina: não é bom para precocidade, apenas mais grave, teste de bentiromida e teste da ingestão de do dilaurato de fluoresceína são menos invasivos e mais baratos, teste da elastase fecal. Tomografia: contraste venoso, sensibilidade de 80-90%, especificidade de 85%, atrofia, aumento de pâncreas, calcificações, dilatações ductais, cálculos pancreáticos, complicações (pseudocistos). A USG pode ser utilizada na ausência de TC, sensibilidade de 60-70%, especificidade semelhante. CPER: era o de maior acurácia, mas a ultrassonografia endoscópica pode superar, usados apenas quando não invasivos não forem suficientes; o diagnóstico é feito com estenoses, dilatações, cálculos, tortuosidades da arvore ductal pancreática; o principal diagnostico diferencial é com câncer de pâncreas, que pode apresentar tumor e necessite de citologia. Ressonância nuclear magnética com colangiopancreatografia (RNM-CP): utiliza ao mesmo tempo parênquima pancreático, e arvore biliar, pouco disponível, mas tem progressivamente substituído CPER. USG endoscópica: sensibilidade e especificidade semelhante a CPER, sem ter risco de pancreatite como na CPER, e pode fazer biopsia.
Tratamento da dor na pancreatite cronica:
Abstinência ao álcool, refeições pequenas com pouca gordura, preparado de enzimas, ocreotide análogo da somatostatina inibe liberação de bicarbonato e colecistoquinina e vitamina E possuem resultados controversos.
Tratamento da pancreatite cronica:
Existem ectasias do ducto principal e colaterais (mais comum), tratamento influencia a partir deles, dois métodos de desobstrução: cirurgia (drenagem) e descompressão endoscópica (que pode ser por stent, endoproteses, dilatação do balão, ou remoção endoscópica de cálculos pancreáticos após esfincterotomia). A descompressão endoscópica é boa para grande ducto, não para formas difusas, e boa para refratarias. O tratamento cirúrgico visa aliviar dor, complicações, diagnostico diferencial de câncer de pâncreas, e todo paciente candidato deve fazer CPER. Cirurgia: procedimentos de drenagem ductal: a mais conhecida é a pancreatojejunostomia laterolateral (= procedimento de Puestow = Puestow-Parrington-Rochelle), que procura ducto, anostomosado e alça de jejuno em Y de roux. Na ausência de dilatações, exuberância, realizar procedimentos ablativos: pancreactomia subtotal resseca 95% do parênquima, tem como efeito diabetes, existe também a pancreatoduodenoctomia que preserva piloro e limitada a cabeça do pâncreas. Bloqueio do plexo celíaco: guiado radiologicamente, restrito a casos malignos, pode causar hipotensão e hemiparesia. Tratamento da esteatorreia: reposição de enzimas lipases. Tratamento da diabetes: raro existir cetoacidose diabética, geralmente precisa de doses menores de insulina, já que não tem resistência e genes associados.
Quais as complicações da pancreatite cronica?
Pseudocistos, ascite pancreática, obstrução do colédoco, pseudoaneurismas, trombose de eia esplênica, fístulas, deficiencia de vitamina B12, aumento de incidência de giardíase, mais chance de cancer de pâncreas.
Tratamento dos pseudocistos na pancreatite cronica:
Geralmente são assintomáticos, mas podem causas morte e ser descobertos na palpação ou USG, são coleções liquidas que duram mais de 4 semanas. Se houver dúvida com cisto neoplásico, realizar punção. Diagnóstico com TC ou USG, a abordagem do pseudocisto maior que 6cm, se for não comunicante com o ducto principal: realizar aspiração ou drenagem endoscópica, se for comunicante: cistogastrostomia ou cistoenterostomia. Os pseudocistos assintomáticos devem ser acompanhados por exames de imagem.
Tratamento de fístulas:
Uma fístula pode causar, dosagem de amilase em liquido ascético e pleural acima de 1000, confirmam, tratamento conservador, paracentese, toraconcentese podem ser usados. A octreotide pode ser efetiva no fechamento da fistula, os casos graves podem ser usados com stent ou ressecção
Como tratar a obstrução de colédoco?
CPER diagnostica,coledocojejunostomia indicada quando há colestase persistente.
Tratamento dos pseudoaneurismas:
Rara, dor súbita,HDA, massa palpável pulsátil, se instável realizar arteriografia, tratamento ou pela embolização da arteriografia ou ligamento cirúrgico dos vasos.
Tratamento da trombose de veio esplênica:
Causa da hipertensão portal segmentar, forma varizes em fundo gástrico, trata com esplenectomia.
Tratamento das fístulas externas:
das próprias cirurgias, tratamento clinico, nutrição parenteral total, octreotide.