Pancreatite Flashcards

1
Q

Qual a função e composição exócrina do pâncreas?

A
  • Neutralizar quimo ácido
  • Suco pancreático: rico em água, bicarbonato e enzimas
  • Enzimas proteolíticas (tripsina), glicolíticas (amilase), lipolíticas (lipase e fosfolipase)
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2
Q

Qual o estímulo à secreção exócrina do pâncreas?

A
  • Secretina: estimula a secreção de água e bicarbonato pelas células acinares e ductais. é liberada quando o conteúdo ácido chega no duodeno.
  • CCK: estimula a secreção rica em enzimas, atuando nas células acinares. é liberada quando o conteúdo proteico-gorduroso chega no pâncreas
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3
Q

Quais os mecanismos de proteção da auto-digestão do pâncreas

A
  • Secreção de enzimas como precursores inativos (pró-enzimas): são inativas e só se tornam ativadas por enteropeptidases na luz do intestino
  • Fluxo unidirecional: há um gradiente de pressão do fluxo do ácino pancreático para o duodeno, direcionando a secreção sempre para luz intestinal
  • Inibidores de proteases presentes no suco pancreático
  • Enzimas são armazenadas em grânulos de zimogênios
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4
Q

Quais os principais mecanismos de gênese da pancreatite?

A
  • Grau de obstrução

- Estímulo para ativação da secreção glandular

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5
Q

Quais as duas principais causas de pancreatite e quais seus mecanismos?

A
  • Alcoólica (35%): mudança de viscosidade da secreção pancreática pelo alcool (alter a composição), tornando-a mais rica em enzimas, isso estimula a ativação enzimática da secreção dentro do pâncreas
  • Biliar (45%): o cálculo faz com que haja aumento de pressão no ducto, favorecendo a ativação da secreção pancreática
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6
Q

Cite causas de pancreatite

A
  • Litíase
  • Álcool
  • Idiopática
  • Gordurosa
  • Trauma
  • Autoimune
  • Drogas
  • Pós-CPRE
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7
Q

Pancreatite biliar - características

A
  • Causada mais frequentemente por cálculos menores
  • 4F
  • Cálculo pode ser retirado por uma CPRE com esfincterectomia (secção do esfincter de Oddi, drenagem da bile e do cálculo impactado).
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8
Q

Pancreatite alcoólica - características

A
  • Principal causa de pancreatite crônica
  • Menos de 10% dos etilistas crônicos desenvolvem
  • Estímulo alcoolico glandular para secreção de suco pancreático
  • Aumento da viscosidade da secreção biliar, favorecendo a formação de cálculos que obstruem os ductos
  • Redução do limiar ao estímulo de CCK
  • Alcool causa espassmo do esfíncter de Oddi
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9
Q

Pancreatite por trauma - características

A
  • 1% dos casos
  • Mais frequente em lesões penetrantes (PAF)
  • Normalmente há associação com trauma em outros órgãos
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10
Q

Pancreatite por drogas - características

A
  • Geralmente é branda
  • Mecanismo idiossincrático ou dose dependente
  • Colher história detalhada de todos as drogas usadas nos últimos 3 meses
  • Azatioprina, sulfonamidas, tetraciclinas, valproato, metildopa, furosemida, corticoides
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11
Q

Pancreatite por infecção - características

A
  • Quadros brandos
  • Mais comum na AIDS
  • Caxumba, coxsakie, EBV, ascaridíase ductal
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12
Q

Pancreatite por hipertrigliceridemia - características

A
  • Degradação de tgls no leito pancreático - lesão endotelial pancreática por ác graxos
  • Principalmente em valores de tgls > 1000
  • ttmto: fibrato
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13
Q

Pancreatite idiopática - características

A
  • Representa cerca de 10% dos casos
  • A maioria apresenta microlitíase ou anomalias na via biliopancreática
  • Pcts devem ter via biliopancreática investigada com ecoendoscopia, CPRE com coleta de bile ou colangioressonância, que é o exame de escolha
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14
Q

Como é o quadro clínico da pancreatite?

A
  • Dor abdominal: em barra ou não. é intensa, de início abrupto, pode ter queimação
  • Náusea e vômito
  • Distensão abdominal
  • Íleo paralítico: pobreza de ruídos hidroaéreos e distensão abdominal
  • Icterícia: se houver edema da cabeça do pâncreas comprimindo as vias biliares
  • Sinal de Cullen, Grey Turner e Fox: pancreatite necrohemorrágica.
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15
Q

Classificação de Atlanta 2007 da pancreatite

A
  • Pancreatite edematosa intersticial: forma aguda leve, possui uma evolução favorável, mais comum
  • Pancreatite necrotizante: grave, logo se torna sistêmica, podendo evoluir com CIVD, IRA, coma. A necrcose pode ser pancreática e/ou peripancreática, podendo ser estéril ou infectada. A extensão da necrose está relacionada com o prognóstico e o índice de mortalidade.
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16
Q

O que solicitar de exames laboratoriais após a suspeita clínica de pancreatite?

A
  • Amilase: elevada em 70% dos casos. é efêmera, persistindo no sangue apenas por 72h. pouco específica, pode estar elevada na parotidite, gravidez tubária rota
  • Lipase: mais específica e sensível. permanece elevada 1 semana após o quadro.
  • PCR: marcador de gravidade e util no acompanhamento
17
Q

O que solicitar de exames de imagem para o diagnóstico radiológico de pancreatite?

A
  • Rotina de abdome agudo: PA de tórax, AP de abdome em ortostase, AP de abdome em decúbito. Exclui outros diagnósticos possíveis. Pode visualizar derrame pleural, alça sentinela (paresia devido ao processo inflamatório), dilatação do colon transverso, calcificações pancreáticas.
  • USG: bom exame para vesícula biliar, mas ruim para coledocolitiase e pâncreas. pode mostrar hipoecogenicidade e edema no pâncreas
  • TC: exame bem acurado, bom para estadiamento
  • RNM: superfluo se há TC. Usar em gestantes.
  • Ecoendoscopia: avaliação de microlitiase na vesícula e em casos de pancreatite idiopática. mas n é essencial.
  • CPRE: bom para avaliação do pâncreas divisum e pancreatite recorrente não diagnosticada.
18
Q

CRITÉRIOS DE RANSON - avaliação do prognóstico

A
  • NA ADMISSÃO
  • Idade > 55
  • Leucometria > 16000
  • Glicose > 200
  • LDH > 350
  • TGO > 250
  • PRIMEIRAS 48H
  • Queda do hematócrito > 10%
  • Aumento do BUN > 5
  • Cálcio sérico < 8
  • PaO2 < 60
  • Déficit de base > 4
  • Sequestro líquido estimado > 6L
19
Q

Como estabelecer o prognóstico com base nos critérios de Ranson

A
  • 0-2: < 1% letalidade
  • 3-4: 15%
  • 5-6: 50%
  • > 6: 98%
20
Q

Como é feita a avaliação da necrose pancreática?

A
  • TC com contraste IV, observando áreas hipoperfundidas. Quanto maior for, maior a chance do pct evoluir mal, havendo tb risco de necrose infectada. É impotante que seja feita vigilância em UTI, com monitorização hemodinâmica
21
Q

CRITÉRIOS DE BALTHAZAR

A
GRAUS DE PANCREATITE
- Aumento do pâncreas (1)
- Inflamação peripancreática (2)
- Coleção líquida (3)
- 2 ou + coleções líquidas (4)
GRAUS DE NECROSE
- Necrose de 1/3 do pâncreas (2)
- Necrose de metade do pâncreas (4)
- Necrose de mais da metade do pâncreas (6)

Obs: tudo isso é definido na TC

A: 0-1 pontos. 0 morbidade e mortalidade
B: 2-3 pts. 8% de morbidade; 3% mortalidade
C: 4-6 pts: 35% morb; 6% mort
D: 7-10 pts: 92% morb; 17% mort

22
Q

No que se baseia o ttmto da pancreatite?

A

INIBIÇÃO DA SECREÇÃO PANCREÁTICA

23
Q

Como é o ttmto da pancreatite?

A

MEDIDAS PARA REPOUSO PANCREÁTICO

  • Dieta zero: fazer na fase aguda. impede liberação de secretina, cck
  • Sonda nasojejunal: importante pq após 72h o pct fica muito catabólico
  • IBP: reduz acidez do estômago

MEDIDAS DE SUPORTE

  • Hidratação: ocorre muito sequestro hídrico nesses pcts
  • Controle da dor: evitar morfina, pq induz espasmo do esfincter de Oddi
  • Reposição de cálcio: somente se hipocalcemia

Obs; drogas biológicas (ex. inibidor de TNF, como infliximab) ainda não estão nos guidelines de ttmto de pancreatite aguda, mas são promissoras, já que agem na enorma cascata inflamatória que ocorre.

24
Q

Qual o benefício da introdução de uma dieta precoce para o pct?

A
  • Reduz o risco de translocação bacteriana e redução de necrose infectada em pcts que evoluem mal
  • A sonda nasojejunal deve ser introduzida após 24-48h, distante do duodeno, para evitar a secreção pancreática.
25
Q

Esfincterectomia de emergência

A

Em casos de pancreatite biliar aguda grave, a papilotomia por CPRE deve ser realizada para desobstrução do colédoco. Reduz significativamente a mortalidade.

26
Q

Como é feito o combate a necrose infectada na pancreatite?

A
  • Sempre monitorar PCR, pro-calcitonina para quantificar a gravidade
  • Se a necrose for mt extensa, utilizar carbapenêmicos - IMIPENEM (terapia profilática é recomendada na pancreatite necrotizante grave). O tempo de atb depende da evolução do pct; se for boa, pode ser de 10-14 dias.
  • Cirurgia tb pode tratar necrose infectada: indicada em pancreatites graves sem melhora, se o pct estiver instável clinicamente após 4-6 semanas de ttmto.
  • Cirurgia: periostomia (abdome aberto com dreno para lavagem da cavidade), podendo ser acompanhada de necrosectomia.
27
Q

O que e quais são os inibidores de protease?

A

drogas inibidoras das enzimas ativadas

  • Gabexate e aprotinina
  • não são indicadas rotineiramente