Palpação Flashcards
A palpação abdominal tem por objetivo:
◗ Avaliar o estado da parede abdominal
◗ Explorar a sensibilidade abdominal, provocando ou exacerbando uma dor, relatada ou não pelo paciente durante a anamnese
◗ Reconhecer as condições anatômicas das vísceras abdominais e detectar alterações de sua consistência.
Órgaõs distinguidos pela palpação
Em condições normais, não se consegue distinguir pela palpação todos os órgãos intra abdominais.
o estômago, o duodeno, o intestino delgado, o pâncreas, as vias biliares e o peritônio NÃO são reconhecíveis pela palpação
Nas pessoas magras, se a parede abdominal estiver bem relaxada, é possível reconhecer o fígado, os rins, a aorta abdominal, o ceco, o cólon transverso e o
sigmoide.
Primeiramente palpação superficial
À palpação superficial do abdome, investiga a SENSIBILIDADE, a RESISTÊNCAI da parede, a CONTINUIDADE da
parede abdominal, as PULSAÇÕES e o REFLEXO cutâneo abdominal.
Sensibilidade - Palpação superficial
A técnica para avaliação da sensibilidade consiste em palpar de leve ou apenas roçar a parede abdominal com objeto pontiagudo.
PONTOS DE DOR
pontos gástricos, ponto cístico ou biliar, ponto apendicular, ponto esplênico e pontos ureterais
💨Os pontos GÁSTRICOS compreendem o ponto XINFOIDIANO e o ponto EPIGÁSTRICO:
O ponto XINFOIDIANO localiza-se logo abaixo do apêndice xifoide, dor nessa área é observada na cólica biliar e nas afecções do esôfago, do estômago e do duodeno que incluem principalmente as esofagites, as úlceras e as neoplasias.
O ponto EPIGÁSTRICO corresponde ao meio da linha
xifoumbilical e é particularmente sensível nos processos inflamatórios do estômago (gastrite), nos processos ulcerosos e tumorais. Sensibilidade dolorosa dos pontos gástricos justifica uma exploração adequada tanto do esôfago e do estômago quanto do duodeno.
💨O ponto biliar ou ponto cístico situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e a borda externa do músculo reto
abdominal.
💨O ponto apendicular situa-se geralmente na extremidade dos dois terços da linha que une a espinha ilíaca anterossuperior direita ao umbigo. Cumpre lembrar que nas crianças o ceco localiza-se um pouco mais acima, e nos adultos é necessário levar em conta o biotipo, pois, como já foi referido, a projeção superficial dos órgãos é bastante variável. O ponto apendicular denomina- se, também, ponto de McBurney.
💨O ponto esplênico localiza-se logo abaixo da reborda costal esquerda no início do seu terço externo; o infarto esplênico
provoca dor nesse local.
💨Os pontos ureterais situam-se na borda lateral dos músculos retos abdominais em duas alturas: na interseção com uma linha horizontal que passa pelo umbigo e no cruzamento da linha que passa pela espinha ilíaca anterossuperior.
A palpação desses pontos deve ser feita com as mãos superpostas, comprimindo-se a parede com as polpas digitais dos dedos indicador, médio, anular e mínimo. Dor nos pontos ureterais surge nos pacientes com cólica renal e traduz quase sempre a migração de um cálculo renal pelos ureteres.
💨Dor REFERIDA da colecistite (ombro direito),
dor pleurítica (flanco direito ou esquerdo), cólica renal, apendicite (região escrotal) e dor do infarto do miocárdio (epigástrio)
bônus: sinais
Sinal de Murphy: respira, fígado, dedo no apêndice, dor, para de respirar. (Colecistite Aguda)
Sinal de Rovsing: a pressão progressiva, lenta e contínua (apendicite aguda)
-Teste do psoas. Dor no quadrante inferior direito que ocorre ao se fazer flexão ativa ou hiperextensão passiva do membro inferior direito.
-Teste do obturador. Dor no quadrante inferior direito ao se fazer flexão passiva da perna sobre a coxa e da coxa sobre a pelve com rotação interna da coxa.
Sinal de blumberg: dor que ocorre à descompressão brusca da parede abdominal. Essa manobra – descompressã0 rápida – pode ser aplicada em qualquer região da parede abdominal, significando (peritonite.)
Resistência da parede abdominal - Palpação superficial
Em condições normais, a resistência da parede abdominal é a de um músculo descontraído. Quando se encontra a musculatura
contraída, a primeira preocupação do examinador é diferenciar a contratura voluntária da contratura involuntária. TENTANDO ENTRETER O PACIENTE COM OUTRA COISA.
Continuidade da parede abdominal - Palpação superficial
Deve-se avaliar a continuidade da parede abdominal deslocando-se a mão que palpa por toda a parede e, ao encontrar uma área de
menor resistência, tenta-se insinuar uma ou mais polpas digitais naquele local. Desse modo, é possível reconhecer diástases e
hérnias.
DIÁSTASE X HÉRNIA
Pulsações - Palpação superficial
As pulsações epigástricas podem ser a transmissão das contrações do VENTRÍCULO DIREITO hipertrofiado ou pulsações da AORTA ABDOMINAL
No primeiro caso, a sensação percebida lembra a do ictus cordis. Em pessoas magras, as pulsações da aorta costumam ser
facilmente percebidas. Para se admitir a hipótese de dilatação aneurismática, além do encontro de pulsações é necessário observar
se há outros elementos, como a existência de massa palpável ou o reconhecimento de alteração da forma do vaso. Em pessoas idosas, a aorta abdominal costuma ser endurecida e tortuosa
Palpação profunda
Por meio da palpação profunda investigamse os órgãos contidos na cavidade abdominal e eventuais “massas palpáveis” ou “tumorações”.
A palpação do fígado, do baço, do intestino grosso, dos rins, da bexiga e do útero constitui parte fundamental do exame físico do
abdome.
ÓRGÃOS FACILMENTE PALPÁVEIS
ceco, o transverso e o sigmoide.
O encontro de órgãos, massas palpáveis ou “tumorações” obriga o examinador a analisar as seguintes características:
localização, forma, volume, sensibilidade, consistência, mobilidade e pulsatilidade.
-A localização é definida em relação às divisões clínicas do abdome.
-A forma e o volume das massas palpáveis variam dentro de amplos limites. para fins práticos, recorre -se a designações comparativas (tamanho de azeitona, limão, laranja e assim por diante).
-A sensibilidade refere-se à dor, sintoma cuja intensidade depende da lesão em si mesma e da personalidade do paciente.
-A consistência é avaliada pela sensação tátil despertada pela massa ou “tumoração”. Pode ser cística, borrachosa, dura ou
pétrea. As variações de consistência dependem da estrutura do órgão ou massa e podem ser muito úteis ao raciocínio diagnóstico.
-A análise da pulsatilidade implica, inicialmente, diferenciar pulsações próprias de pulsações transmitidas. As “tumorações”
superpostas à aorta ou a um de seus grandes ramos tornam-se pulsáteis pela simples transmissão das pulsações destes vasos.
As massas palpáveis, quase sempre representadas por tumores, podem ser confundidas com rim palpável, principalmente o rim
direito.
Fígado -Palpação profunda
A investigação da borda hepática analisando se a espessura (fina ou romba), a superfície (lisa ou nodular), a consistência (diminuída, normal ou aumentada) e a sensibilidade (indolor ou dolorosa).
TÉCNICA DE MATHIEU
Palpar o hipocôndrio direito, o flanco direito e o epigástrio, partindo do umbigo até a reborda costal.
Em seguida, executa-se a palpação junto à reborda, coordenando a com os movimentos respiratórios da seguinte maneira: durante a expiração, a(s) mão(s) do examinador ajusta(m)se à parede abdominal sem fazer compressão e sem se movimentar;
à inspiração, a mão do
examinador, ao mesmo tempo que comprime, é movimentada
para cima, buscando detectar a borda hepática.
TÉCNICA DE LEMOS TORRES
Em outra técnica, posiciona-se o paciente em decúbito semilateral esquerdo, enquanto o examinador se coloca ao seu lado direito, voltado para os seus pés. A(s) mão(s) do examinador, cujos dedos formam uma leve garra, repousa(m) sobre o hipocôndrio direito. Em seguida, coordena-se a palpação com os movimentos respiratórios do paciente. À inspiração, quando o
órgão se desloca para baixo, procura-se reconhecer sua borda.
Pequenas hepatomegalias são aquelas em que o fígado pouco ultrapassa – até dois dedos transversos – a reborda
costal no final da inspiração; nas hepatomegalias médias, o fígado dista da reborda costal em torno de quatro dedos transversos;
nas grandes hepatomegalias, a borda da víscera situa-se a mais de quatro dedos e pode alcançar a cicatriz umbilical ou o quadrante.
Vesícula biliar - Palpação profunda
A vesícula biliar normalmente não é identificada pela palpação, e somente se torna palpável em condições patológicas.
Na colelitíase e na colecistite crônica , embora a vesícula não seja palpável, é frequente o paciente acusar dor quando se faz compressão sob a reborda costal direita, durante a inspiração profunda – é o sinal de Murphy.
Regra de Courvoisier: vesícula palpável, paciente ictérico: sugestiva de neoplasia pancreática maligna, que, na maioria das vezes, localiza-se na
cabeça do pâncreas
Baço - Palpação profunda
Em geral, palpar este órgão significa que seu volume está aumentado, ou seja, há esplenomegalia. Para que o baço se torne palpável, é necessário que alcance o dobro de seu tamanho normal.
Mede aproximadamente 13 × 8 × 3,5 cm e pesa 180 a 200 gramas, alocando-se na loja esplênica, recoberto pelo diafragma e pela parede
costal esquerda, entre a 9 a e a 11 a costela; sua extremidade inferior dista 5 cm da reborda costal).
Da mesma maneira como foi descrito para a palpação do fígado, sendo a região examinada, então, o quadrante superior
esquerdo.
Não se conseguindo palpar o baço empregando -se as manobras anteriormente descritas, utiliza-se outro recurso que consiste
em fazer a palpação deste órgão com o paciente na posição de Schuster. Esta posição consiste no decúbito lateral direito, estando o
paciente com a perna direita estendida e a coxa esquerda fletida sobre o abdome em um ângulo de 90°; ademais, o ombro esquerdo
é elevado, colocando-se o braço correspondente sobre a cabeça.
De início, o examinador posiciona-se diante do paciente, pousando com alguma pressão sua mão esquerda sobre a área de projeção do baço como se quisesse deslocá-lo para baixo. Enquanto isso, a mão direita executa a palpação, coordenando-a com os movimentos respiratórios do paciente, de tal modo que, durante a inspiração, o
examinador avança sua mão no rumo da reborda costal.
A característica semiológica principal é a distância entre a reborda costal e a extremidade inferior do baço, medida em
centímetros ou em dedos transversos, tomando-se como referência a linha hemiclavicular esquerda. Por meio desse dado, torna-se possível avaliar o volume desta víscera.
Ceco - Palpação profunda
O ceco pode ser reconhecido com relativa facilidade na fossa ilíaca direita. Efetua-se sua palpação deslizando-se a mão palpadora
ao longo de uma linha que une a cicatriz umbilical à espinha ilíaca anterossuperior.
Ao alcançar a borda interna do ceco, percebe-se uma súbita elevação; ato contínuo, as polpas digitais do examinador vão se
deslocando sobre a face anterior do ceco até alcançarem a espinha ilíaca. Sem retirar a mão deste local, o examinador encurva
ligeiramente seus dedos e repete a manobra em direção oposta, procurando deslocar o ceco para dentro, com a finalidade de
investigar o seu grau de mobilidade. A manobra deve ser repetida mais de uma vez.
Palpação do sigmoide
A alça sigmoide é o segmento do trato digestivo de mais fácil percepção ao exame palpatório. Situa-se no quadrante inferior
esquerdo e assemelha-se a uma corda de consistência firme e pouco móvel.
Nos casos de megassigmoide, a alça dilatada se alonga, deixa sua topografia normal e se desloca para a direita e para cima,
sendo palpável em outras regiões do abdome. Se contiver fezes, sua consistência varia de pastosa a pétrea.
Rins - Palpação profunda
Manobras de Guyon, Goelet e Israel)
Com o paciente em decúbito dorsal, a palpação do rim é feita de preferência pelo método bimanual, com uma das mãos
aplicada transversalmente na região lombar enquanto a outra se apoia longitudinalmente sobre a parede abdominal, à altura do
flanco. A mão palpadora é a homônima do lado que se palpa, de modo que o rim direito será palpado com a mão direita do
examinador e o rim esquerdo com a mão esquerda.
O paciente deve respirar tranquila e profundamente, e, a cada inspiração, procura-se sentir sob as pontas dos dedos a descida
do rim, cujo polo inferior é reconhecido por sua superfície lisa, sua consistência firme e seu contorno arredondado.
A mão esquerda exerce pressão suave na região lombar direita, com a finalidade de projetar o rim para frente, tornando-o mais
acessível à palpação. Ao final da inspiração e início da expiração, intensificase a pressão exercida por ambas as mãos, ocasião em
que se percebe o deslocamento súbito do rim em direção ascendente; esse procedimento denomina-se “captura do rim”. A palpação bimanual pode também ser realizada com o paciente em decúbito lateral sobre o lado oposto ao que se irá examinare com os membros inferiores em semiflexão. Tal como foi descrito para o decúbito dorsal, os movimentos respiratórios auxiliam na palpação do rim nesta posição.
Outra manobra utilizada para a identificação de um rim palpável é a do choque lomboabdominal: com a extremidade dos dedos
da mão que comprime a região lombar, realizamse, no nível do ângulo costovertebral, sucessivas e rápidas impulsões, em direção
à mão palpadora, que recebe a sensação de choque do rim quando este é impelido para frente.