P2 Flashcards

1
Q

Tumor maligno do colo uterino pode crescer de 3 maneiras

A

Crescer no próprio colo uterino
Crescer para fora em direção do cérvix, criando uma lesão exofítica e ulcerada
Crescer para dentro do canal endocervical, acometendo o corpo uterino
Esses que crescem para o interior do canal endocervical tem seu diagnóstico difícil

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2
Q

Fatores de risco - Neoplasia de Colo de Útero

A

HPV (principal fator)
Promiscuidade sexual - 6 ou mais parceiros sexuais
Início sexual precoce
História de DST
Multiparidade - 5 ou mais gestações possuem risco maior
Uso de anticoncepcionais orais
Imunossupressão
Tabagismo (CEC)

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3
Q

Carcinogênese do HPV no CA de colo uterino - 99,7%

A

HPV é a ist mais prevalente - 99,7%
subtipos 16 e 18 -> Genoma do vírus promove a expressão das oncoproteínas E6 e E7 -> responsáveis pela inativação das proteínas supressoras de tumor (p53 e Rb) -> proliferação celular contínua e acúmulo de danos do DNA
E6, que sequestra p53
E7, que sequestra Rb

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4
Q

Rastreamento Colo uterino

A
  • citologia oncótica (ou papanicolau)
  • mulheres dos 25 a 64 anos: exame anualmente
    Se 2 exames seguidos com um intervalo de 1 ano vierem normais, os exames de rastreamento podem ser feito a cada 3 anos
    Mulheres acima de 64 anos que nunca fizeram o exame devem realizar 2 exames com intervalo de 1 a 3 anos
    Se ambos vierem negativos, elas estão dispensadas
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5
Q

Subtipos histológicos CA de colo ueterino

A

Carcinoma de células escamosas (70-80% dos casos)
Adenocarcinoma (20-25% dos casos)

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6
Q

Manifestações clínicas Ca de colo ueterino

A
  • sangramento vaginal anormal ou pós coito
  • Corrimento: Mal-cheiroso, Purulento, Mucoso, Aquoso,
  • Dor pélvica espontânea ou à relação
  • Doença avançada: Sintomas urinários e Sintomas intestinais
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7
Q

Diagnóstico CA de colo uterino

A

-> citológico (papanicolau) = presença de células pré-malignas ou malignas
-> Colposcopia com biópsia (padrão ouro)

Estadiamento: imagem e patologia
Tomografia de tórax e abdômen superior
TC ou RNM de pelve
PET-CT para avaliação dos linfonodos
Videolaparoscopia para ressecar linfonodos hipermetabólicos detectados no PET-CT

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8
Q

Tratamento do CA de colo uterino

A

Estadiamento clínico IA1 (lesões pequenas microscópicas)
Histerectomia simples

Estadiamento clínico IA2 e IB1 ou IB2 (lesões até 4 cm)
Histerectomia radical com dissecção linfonodal

Estadiamento clínico IB3 (lesão restrita ao cólon do útero mas com mais de 4 cm) e IIA1 (lesão que atinge os 2/3 superiores da vagina)
Histerectomia radical com dissecção linfonodal e radioterapia adjuvante
Ou cisplatina com radioterapia (em lesões que acometem o paramétrio)
Chance de RT adjuvante é grande, com morbidade, pois o intraoperatório pode vir margem comprometida ou ver linfonodo acometido, por isso já faz cisplatina + RT

Estadiamento IIA2 (lesões que acometem o paramétrio), IIB (lesões que acometem o paramétrio mas maiores), III (lesões que acometem a parede pélvica) e IVA (lesões que acometem o reto e bexiga)
Cisplatina com radioterapia (cirurgia não)

Tratamento em doenças avançadas sistêmicas (4B)
Quimioterapia paliativa
Primeira linha: Platina associada + paclitaxel + bevacizumabe (antiangiogênico)
Outras linhas: Gencitabina, Topotecano, Vinorelbina, Imunoterapia (pembrolizumabe)

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9
Q

Neoplasia de Endométrio

A

Geralmente ocorrem após a menopausa (75 a 80% dos casos)
A maioria dos casos ocorre na faixa etária entre 55 a 64 anos
Incidência entre mulheres abaixo de 50 anos vem aumentando → está relacionado à obesidade

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10
Q

Subtipos histológicos

A

Endometrióide - 75 a 80% dos casos - melhor prognóstico
Mucinoso
Seroso
Células claras
Escamoso
Carcinossarcoma
Misto
Indiferenciado

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11
Q

Subtipos clínico-histológicos: divididos em tipo 1 e 2

A

Tipo 1
80% dos casos
Histologia endometrióide
Grau 1 ou grau 2 de diferenciação
São células bem diferenciadas
Se assemelham às células normais do endométrio
Relacionados à exposição estrogênica
Muito estrógeno circulante sem antagonismo da progesterona → estimula endométrio a se proliferar (hiperplasia endometrial)
Podem ser precedidos por hiperplasia endometrial
Mais presentes em pacientes mais jovens
Prognóstico favorável

Tipo 2
20% dos casos
Histologias não endometrióides
Mucinoso, seroso, células claras, escamoso, carcinossarcoma, misto e indiferenciado
Grau 3 de diferenciação
Células neoplásicas não se assemelham às células normais do endométrio
Sem relação com exposição ao estrógeno
Sem lesões precursoras
Pacientes mais idosas
Prognóstico desfavorável

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12
Q

Fatores de risco do tipo 1 - CA de endometrio

A

relacionado com o hiperestrogenismo
- Hiperplasia do endométrio
- História familiar de câncer ginecológico
- Idade
- Obesidade (maior qtde de aromatases - que convertem androgênios em estrógenos)
- Uso de tamoxifeno (usado no CA de mama - funciona como estrogênio artificial)
- Terapia com estrógeno sem restrições/ reposição hormonal
- Menarca precoce e menopausa tardia
- Nuliparidade
- Síndrome do ovário policístico (relacionado a DM e obesidade)
- DM2
- Síndrome de Lynch (perda de genes de reparo do DNA MMR ou perda de expressão de MSH2)
- Síndrome de Cowden (perda da função do gene PTEN)
- Reparo do DNA: deficiência do mismatch repair: Proteínas MSH2 e MSH6 detectam erros no pareamento de bases do DNA-> tivam as proteínas MLH1 e PMS2 que clivam a região com os pares de bases pareados de forma errada
-> seguida é ressintetizada pela polimerase a porção da fita que é clivada, permitindo o pareamento da dupla fita de DNA reparada

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13
Q

Manifestações clínicas de Ca de Endométrio

A

Sangramento vaginal na pós-menopausa (principal manifestação clínica e que leva a mulher a ir procurar o ginecologista e permitir diagnóstico precoce e com bom prognóstico)
Dor pélvica
Cansaço
Anemia
Para pacientes na pré-menopausa
Sangramento entre os ciclos menstruais (escapes)
Sangramento vaginal mais intenso que o habitual

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14
Q

Diagnóstico do CA de Endométrio

A

> Investigação -> espessamento endometrial = Ultrassom transvaginal, Tomografia de abdome e pelve, Ressonância de abdome e pelve
O método de escolha da biópsia e o diagnóstico histológico é a histeroscopia
A biópsia e curetagem endometrial possuem sensibilidade de 90%

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15
Q

Tratamento da neoplasia endometrial

A
  • histerectomia total com salpingo-ooforectomia bilateral
    Nesse momento, também se analisa o aspecto dos linfonodos pélvicos e dos para-aórticos e avalia-se doença extra-uterina
  • CA-125 não costuma estar elevado na doença inicial, mas pode estar elevado na doença avançada (quando o tumor já saiu do útero e pelve)
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16
Q

Classificação de risco do CA endometrial - realizada após a paciente ser operada e leva em conta os principais fatores de risco para recorrência (recidiva)

A

Critérios
A partir do grau 3 os tumores já invadiram outros órgãos e estruturas próximas
Subtipos não endometrióides possuem maior risco de recidiva
Idade (avançada)
Invasão vásculo-linfática

A combinação dos critérios de risco definem o tratamento adjuvante para diminuir o risco do tumor reaparecer (recidiva)
Baixo risco
Recorrência local após cirurgia é menos do que 5%
Somente acompanhamento
Risco intermediário
Radioterapia acompanhada ou não de quimioterapia
Alto risco
Quimioterapia acompanhada ou não de radioterapia
Tumores estádio 3

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17
Q

Tratamento sistêmico (doença avançada - estádio 4B)
CA Endometrial

A

Quimioterapia
Primeira linha: Carboplatina e paclitaxel
Outras linhas: Doxorrubicina, Ifosfamida, Topotecano
Hormonioterapia para subtipo endometrióide
Bloqueio hormonal
Imunoterapia

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18
Q

Neoplasia de Ovário

A

Pouca sintomatologia -> doença silenciosa -> muitos casos são diagnosticados com a doença metastática -> baixa sobrevida

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19
Q

Fatores de risco de CA Ovários

A

Fatores genéticos
idade avançada
Menarca precoce (abaixo de 12 anos)
Menopausa tardia (52 anos)
Dois últimos estão relacionados a um grande período de ovulação
Nuliparidade
Endometriose - Gera inflamação crônica por depósito de endometrioma
Obesidade
História familiar

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20
Q

Fatores de risco genético Ca de Ovários

A

Mutação nos genes BRCA1 (35 a 46% de risco de câncer) e BRCA2 (12 a 23% de risco)
Síndrome de Lynch (14% de risco)
Outras mutações (menos importantes)
BRIP1
RAD51C
RAD51D
PALB2
BARD1

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21
Q

Fatores de proteção CA de Ovarios

A

Uso de contraceptivo oral
Diminui o tempo de ovulação
Multiparidade
Diminui o tempo de ovulação
Amamentação
Diminui o tempo de ovulação
Salpingotripsia
Retirada das tubas uterinas
Uma grande parte dos tumores ovarianos tem a sua origem nas fímbrias das tubas uterinas

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22
Q

Origens dos tumores de ovários

A

Tumores epiteliais (foco da aula, mais comum)
Seroso
Mucinoso
Endometrióide
Células claras

Tumores do cordão sexual (bem raros)
Célula da granulosa, Tecoma, Fibroma, Células de sertoli, Células de Leydig, Esteróides

Tumores de células germinativas (bem raros)
Disgerminoma, Carcinoma embrionário, Coriocarcinoma, Teratoma

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23
Q

Subtipos histológicos CA de Ovario - epitelial

A

Carcinoma seroso de alto grau (70% dos tumores)
Carcinoma endometrioide (10%)
Carcinoma de células claras (10%)
Carcinoma mucinoso (3%)
Carcinoma seroso de baixo grau (< 5%)
Outros menos frequentes
Carcinoma seromucinoso
Carcinoma indiferenciado

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24
Q

Patogênese dos carcinomas epiteliais CA de Ovario

A

Carcinoma seroso -> Origem nas fímbrias da tuba uterina
É um tumor originado na tuba uterina e não no ovário propriamente dito
As células neoplásicas das fímbrias são depositadas no ovário, onde o tumor cresce (apesar de não ser do ovário e sim das tubas uterinas)
Carcinoma endometrióide e carcinoma de células claras -> Origem nos tecidos endometriais e com a presença de endometriose
Carcinoma mucinoso -> Origem na junção túbulo-mesotelial

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25
Disseminação do Ca de ovario
A principal forma de disseminação é a peritoneal -> células que se desprendem da massa tumoral e se depositam nos órgãos adjacentes (implantes neoplásicos), podendo cair no Peritônio, Ligamento largo do útero, Útero, Omento, Serosa do intestino, Serosa do fígado, Superfície subdiafragmática - Linfonodal - Hematológica
26
Manifestações clínicas do CA de ovário
* volume abdominal aumentado, paciente emagrecido, massa abdominal palpável, massa pélvica palpável, Linfonodomegalia inguinal *edema *empachamento, dor abdominal, urgência abdominal *derrame pleural por extravasamento do liquido ascitico - com presença de células mullerianas malignas no líquido pleural, sendo sugestivo de carcinoma epitelial de ovário * falta de ar *obstrução intestinal (náuseas e vômitos) * abdome agudo obstrutivo *TVP
27
Diagnóstico do Ca de Ovario
O diagnóstico da paciente é cirúrgico quando há massa suspeita em exame de imagem - Casos em que é necessário realizar a biópsia = Pacientes que não são candidatas a citorredução inicial: doença é muito extensa ou performance status ruim Investigação se faz por Ultrassom - Componente sólido ou nodular - Presença de fluxo no componente sólido (ultrassom Doppler) - Septações grosseiras (acima de 2 a 3mm) - Tamanho grande: massas é de 10 cm - Exames complementares Ressonância magnética de pelve TC de abdome superior e pelve TC de tórax CA 125 Tríade típica = Massa pélvica + ascite + derrame pleural
28
Rastreamento CA de Ovario
Ultrassom transvaginal (alta especificidade e sensibilidade) Sensibilidade de 80 a 100% Especificidade de 94 a 99% Predisposição genética 10 a 15% - mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 (pesquisar mutações em todas as pcts com Ca de ovário) - Síndromes hereditárias: BRCA1, BRCA2 e síndrome de Lynch
29
Salpingo-ooforectomia bilateral preventiva
Reduz o risco de câncer epitelial de ovário em mulheres com mutações dos genes BRCA 1 e BRCA2 em 80% Reduz 30 a 75% o risco de câncer de mama Indicado para mulheres com filhos (prole constituída)
30
Tratamento CA de ovario
Cirurgia de citorredução -> Ressecção completa da doença (otima residual <1 cm- subotima residual >1cm Estádio IA grau 3, IB grau 2, IC e II e células claras Quimioterapia adjuvante depois da cirurgia Carboplatina com paclitaxel por 3 a 6 ciclos Tumores localmente avançados - grau II em diante (não candidatos à citorredução primária) Quimioterapia neoadjuvante seguida da cirurgia Carboplatina com paclitaxel Tratamento sistêmico na doença avançada 1ª linha Carboplatina com paclitaxel com ou sem bevacizumabe Manutenção com inibidores de PARP para pacientes com boa resposta e portadoras de BRCA
31
(BI-RADS) - Padronização do laudo da mamografia
BI-RADS I - Mamografia normal (Parênquima mamário é branco + Gordura é escuro) BI-RADS II - Macrocalcificações - regular e espalhadas e não agrupadas = processos benignos BI-RADS III - Achado provavelmente benigno - bordas bem definidas -> fazer USG BI-RADS IV - Nódulo irregular OU/E microcalcificações agrupadas BI-RADS V - Achado altamente sugestivos de malignidade - Nódulo espiculado Câncer metastático é denso com borda redonda Câncer primário é espiculado (imagem) Categoria 6: malignidade comprovada por biópsia
32
Conduta de acordo com as categorias de BI-RADS
Categoria 0 → novos exames - avaliação incompleta Categoria 1 → rastreio anual Categoria 2 → rastreio anual Categoria 3 → controle semestral Categoria 4 → biópsia Categoria 5 → biópsia Categoria 6 → tratamento adequado
33
Biópsias em nódulo suspeito para CA de mama
PAAF - Punção Aspirativa com Agulha Fina Para nódulos maiores, e não microcalcificações Apenas citologia (só consegue captar células e não tecido) Biópsia por Agulha grossa (core biópsia) Usada em microcalcificações e guiada por USG Material para estudo anatomopatológico, não apenas células Cuidado para não contaminar a mama
34
Diagnóstico anatomopatológico A transformação neoplásica ocorre no epitélio de revestimento dos ductos e dos lobos - O revestimento do ducto transforma-se em tumor
Carcinoma in situ - membrana basal não foi rompida Carcinoma Invasivo - Presença de êmbolos tumorais dentros dos vasos → atingem circulação → algumas células tumorais produzem fibrina → plaquetas formam êmbolos de fibrina + célula tumoral, driblando o sistema imunológico → metástase
35
Mecanismo de carcinogênese de mama
Aumento do número de cópias de um gene: - HER2: Human epitelial Receptor - Superexpressão do receptor de estrógeno → no núcleo, o estrógeno funciona como fator de transcrição
36
Classificação CA de mama
Luminal A 90% de expressão de receptor de estrógeno e progesterona Luminal B Expressão baixa do receptor de progesterona (< 20%) Triplo negativo Não expressa nada HER2 enriquecido
37
Estadiamento Clínico para CA de mama
Estadiamento dado pela palpação das mamas e axila (acha linfonodo) Carcinoma in situ (TIS): estadio 0 Diagnóstico pela mamografia e depois exame físico Não tem linfonodos comprometidos e nem metástases Sobrevida de 100% em 5 anos *Estadio I Tumor < 2 cm sem acometer linfonodos *Estadio II T > 2 cm com axila (linfonodo) + ou - *Estadio III *Estadio IV Disseminação hematogênica Pulmão, fígado, osso, SNC, ou qualquer outras região comprometida Sobrevida, dependendo da expressão das proteínas, varia muito
38
CA de mama - Tipos de tumores
Carcinoma ductal é o mais frequente Carcinoma lobular ocorre em 20 % Tumores do tipo luminares (luminal A ou luminal B são os mais frequentes Tumores do tipo triplo negativo são mais agressivos
39
Testamento vital
Documento com valores e desejos para quando o paciente não for mais capaz de responder por si
40
Cuidados paliativos - definição
visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes (adultos e crianças) e suas famílias que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida 4 dimensões do ser humano: social,. psicológica, física e social → dimensão holística dos cuidados paliativos Previne e alivia o sofrimento através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas físicas, psicossociais ou espirituais
41
Quais instrumentos viabilizam a aplicação dos cuidados paliativos
Controle dos sintomas Comunicação adequada Apoio à família Trabalho em equipe
42
O planejamento dos cuidados paliativos deve ser Cuidado paliativo começa no diagnóstico
Identificação precoce Considerar as 4 dimensões do indivíduo Discutir as trajetórias com o paciente e cuidador Plano seria integrar os cuidados da doença com boa comunicação - Ganho: Aumenta a qualidade de vida Aumento da sobrevida Diminuição do sofrimento para pacientes e familiares Diminuição dos gastos com saúde
43
Principais sintomas em oncologia
Quem é o paciente Qual sua funcionalidade atual e prévia Qual é o diagnóstico? Qual a fase da doença? Dor: 35-96% Depressão: 3-77% Ansiedade: 79% Confusão/ delirium: 6-93% Fadiga: 32-90% Dispneia: 10-70% Insônia: 9-96% Náuseas: 6-68% Constipação: 23-65% Diarreia: 3-29% Anorexia: 30-92%
44
Cuidado paliativo na linha de cuidado do paciente oncológico
Controle de sintomas - principalmente depressão e ansiedade, disturbio de sono Auxílio na comunicação de prognóstico - satisfação, maior adesão, maior qualidade de vida, superação de incapacidades Elaboração de plano de cuidado com base em decisões compartilhadas Utilização racional de recursos Cuidados de fim de vida
45
Fatores de risco para câncer gástrico
H. pylori EBV Dieta (carnes e alimentos conservados em sal) Tabagismo Alcoolismo Historia familiar de CA gástrico Obesidade
46
Subtipos de Ca gástrico
Esporádico (80%) Início precoce (10%): antes de 30 anos De coto gástrico (7%) - porção do estômago que permanece depois da cirurgia de uma úlcera Difuso hereditário (3%)
47
Classificação anatômica
Proximal - Cárdia Distal/ Não cárdia - Piloro Mudança na histologia, incidência e tto
48
Classificação Histológica
*Adenocarcinoma tubular (45 a 65%) -Antigamente tipo intestinal de Lauren. Possui células neoplásicas formando estruturas tubulares ou glandulares *Adenocarcinoma papilífero (2 a 10% *Adenocarcinoma de células pouco coesas com ou sem células em anel de sinete (20 a 50%) *Adenocarcinoma mucinoso (2 a 8%) *Adenocarcinomas mistos (6 a 20%)
49
Carcinogênese do tipo intestinal
1- Mucosa normal → gastrite crônica → metaplasia devido a: H pylori ou Epstein Barr fazem metilação que causa metaplasia Lesões em microssatélites Compostos nitrogenados: ativação da telomerase 2- Aumento de proliferação → mais mutações aparecem (APC, p53, K-Ras) 3- Alterações epigenéticas → formação de um Adenoma (mutação/LOH p53 + expressão reduzida de p17) 4- Adenocarcinoma inicial bem diferenciado → outras alterações LOH cromossomo 7q Amplificação HER2 Expressão reduzida de p27 Transcrição aberrante CD44 5- Adenocarcinoma avançada tipo intestinal/ tubular Associação com infecções por H pylori ou Epstein Barr ou compostos nitrogenados
50
Tipo esporádico tubular / intestinal
principal fatores de risco do tipo esporádico tubular/ intestinal = Infecção. 2º = comidas salgadas e compostos nitrogenados, álcool, fumo
51
Carcinogênese do H.Pylori
bactéria secreta a urease, que transforma a ureia presente no ácido gástrico em amônia, elevando o pH ao redor da bactéria -> permitindo Como consequência há Gastrite crônica Úlcera pépticas Úlcera duodenal A infecção pela bactéria H. Pylori (gram negativa) está relacionada a Carcinoma gástrico Linfoma gástrico
52
Adenocarcinoma de células pouco coesas com ou sem células em anel de sinete/ tipo difuso
Células neoplásicas difusamente distribuídas, podendo conter células em anel de sinete → mau prognóstico São células soltas Ausência do sinal do anel de sinete é considerado mal prognostico
53
Adenocarcinoma de células pouco coesas com ou sem células em anel de sinete/ tipo difuso - CARCINOGENESE
Mutação do gene CDH1, gene que codifica a e-Caderina e p53 -> mucosa normal ou uma mucosa com metaplasia com gastrite crônica (causada por infecção) -> adenocarcinoma inicial pouco diferenciado -> amplificação do gene C-MET -> adenocarcinoma avançado tipo difuso - Mutação pode ser herdada ou adquirida O tipo difuso está localizado de forma mais proximal no estômago (próximo à cárdia)
54
Tipo difuso hereditário Adenocarcinoma de células pouco coesas com ou sem células em anel de sinete/ tipo difuso
*Câncer gástrico difuso hereditário - 50% das famílias que desenvolvem esse CA possuem mutação no gene CDH1 e 40% mutação no gene PALB2 gene de reparo (ligado ao BRCA2), o que aumenta o risco de câncer de mama Pacientes jovens e tto gastrectomia total
55
Síndrome de Lynch -> intestinal tubular difuso
Mutação nos genes que codificam as proteínas de reparo do DNA MLS1 (mais frequentes) MSH2 (mais frequentes) MSH6 PMS2 EPCAM A 1ª neoplasia fora do cólon -> endométrio A 2ª neoplasia foram do cólon -> gástrica tipo intestinal Tumores associados (Sd de Lynch) Ca de ovário Intestino delgado Ureter Trato biliar Pâncreas Glioblastoma Adenoma de glândulas sebáceas Ceratoacantomas
56
Sinais e sintomas do carcinoma gástrico
- Fase intestinal = assintomático - Fase avançada = sintomas Emagrecimento Plenitude prandial Desconforto abdominal persistente Hematêmese Melena Ascite Nódulo supraclavicular esquerdo (sinal de troisier) - aparecimento do linfonodo de Virchow = indicativo de neoplasia abdominal de tubo digestivo na fase avançada
57
Métodos diagnósticos CA Estomago
*Endoscopia digestiva alta com teste de urease - apresentação de CA pode não ser homogênea *Biópsia e análise histológica - *Pesquisa do H. Pylori - Métodos de imagem USG abdominal USG endoscópica TC: imagens tão característicos que as metástases não precisam ser biopsiadas - neoplasia primaria oculta RNM
58
Métodos de estadiamento
Métodos de imagem: estadiamento N e M Laparoscopia - Permite a visualização de ascite e de implantes peritoneais (não visíveis na tomografia) - completa estadiamento e ajuda a decidir estadiamento - Presença de implantes em peritônio contraindica ressecção cirúrgica, por isso começa com QT antes
59
Estadiamento
USG endoscópica pode fazer Dx e guiar ressecção TC: Metástases hepáticas- nem precisa fazer biopsia Laparoscopia: carcinomatose peritoneal (implante peritoneal) *sem implante e com margem= ressecção cirúrgica *sem implante e sem margem: neoadjuvante+ cir+ adjuvante *com implante = Qt adjuvante
60
Estadiamento T (tumor primário)
Tis ou T1 cir ressectiva T2 invade muscular e submucosa T3 penetra tec conectivo T4 - invasão de peritônio
61
Referente ao estadiamento N
OBS a disseminação linfonodal tem uma hierarquia
62
TTo - remoção de tumor
Ressecção endoscópica = Tis ou T1a Gastrectomia parcial = CA distal Gastrectomia total = CA proximal Categorizar com R0; r1 e R2 Cirurgia convencional = aberta Cirurgia laparoscópica minimante invasiva Cirurgia robótica
63
Fatores de risco CA colorretal
Distribuição por fator de risco 70% dos casos são esporádicos (risco esporádico) 20% dos casos possuem história familiar (risco familiar) 10% dos casos são hereditários (risco hereditário) Fatores de risco esporádicos Doença inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa e Doença de Cronh) Tabagismo Ingestão de bebidas alcoólicas Carnes processadas Obesidade Fatores de risco familiar História familiar de câncer colorretal Um parente de 1o grau com CA colorretal diagnosticado abaixo de 50 anos Dois ou mais parentes com CA colorretal em qualquer idade História pessoa de CA = Colorretal / Ovário / Endométrio / Mama Um paciente que já tem um CA primário, tem risco superior de ter outro CA primário Todas as neoplasias mais frequentes femininas possuem maior risco de desenvolver CA colorretal Fatores de risco hereditários Susceptibilidade genética Síndrome de Lynch ( polipose adenomatosa não hereditária - HNPCC ) Polipose adenomatosa familiar ( FAP )
64
Rastreamento
Histórico familiar - de acordo com a partir dos 50 anos sem histórico familiar
65
Diferenças na apresentação de acordo com a idade
Jovens - reto sigmoide e colón E - histologia mucinosa, células me anel de sinete (mal prognostico) e instabilidade de DNA, mutações BRCA2, ATM, MSH2 e ATR Idosos -
66
Instabilidade de microssatélites - defeito em sistema de Mismatch Repair (MMR)
Defeito nas enzimas de reparo = instabilidade de microssatélites MSH 2 MSH 6 MLH 1 PMS2
67
Via de Carcinogenese de instabilidade de microsatelites - erro de paramento de base
CA de estomago, esofago e colorretal
68
Mutação dos genes
Germinativa Síndrome de Lynch - câncer colorretal hereditário não polipóides Esporádico Hipermetilação da região promotora do gene MLH 1 Mutação do oncogene BRAF
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Como saber se a célula tumoral tem instabilidade
*Imunohistoquímica → proteínas MMR (enzimas de instabilidade) *PCR → MSI * Pesquisa de mutação = Genes MMR (padrão outro para LS) e BRAF → pesquisa de mutação
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Comportamento de tumor com instabilidade de microssatélite
Cólon proximal é o que mais tem instabilidade de microssatélites (cólon D) Enzimas que identificam que base está errada: MSH2 e MSH6 Enzimas que finalizam o processo: MLH1 e PMS2 Na síndrome de Lynch (hereditário) todas estão alterada, no esporádico, hipermetilação de MLH1 e PMS2
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Carcinogênese
Sequência de evolução do adenoma para carcinoma colorretal (carcinogênese colorretal) Se dá por 3 vias Via clássica (canônica) Via de instabilidade do microssatélite Via neoplasia serrada
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Via clássica/ canônica - via WNT alterada tanto no câncer esporádico quanto no câncer familiar
mutação germinativa ou somática no gene APC -> Beta-catenina torna-se desinibida e há proliferação celular sem regulação -> mutações adicionais em genes supressores de tumor (perda de função) e e genes de proliferação tumoral (ganho de função) TP53 (gene supressor de tumor) - perda de função KRAS, SMAD2, SMAD4 (genes de proliferação celular) - ganho de função
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Via de instabilidade do microssatélite
incapacidade de reparo do DNA via mismatch repair -> mutação nos genes de proteínas de sinalização ou reparo MLH1, MSH2, MSH6, PMS1, PMS2 -> ocorrência de mutações nas regiões de repetição de bases Receptor TGF-beta O receptor TGF beta inibe a proliferação celular BAX O gene BAX é um indutor da apoptose BRAF O gene BRAF é responsável pela hipermetilação nas ilhas CpG na região promotora eceptor TGF-beta e BAX há perda de função, desinibindo a proliferação celular e perdendo a indução da apoptose
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Via neoplásica serrada
Mais frequente no cólon direito -> maior frequência de instabilidade de microssatélites -> lesão polipoide serrada séssil -> evolução de pólipo para carcinoma
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Adenocarcinoma serrado
Mais frequente no cólon direito No cólon D apresenta alta frequência de MSI e surge de SSL Instabilidade de microssatélite No cólon E apresenta fenótipo MSS ou baixa MSI surgem a partir de TSA Estabilidade de microssatélite MSS - estabilidade de microssatélite MSI - instabilidade de microssatélite TSA - adenoma serrado tradicional SSL - lesão serrada séssil
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Sinais e sintomas de carcinoma de cólon
Hemorragia digestiva baixa Anemia por deficiência de ferro ( por hemorragia constante ) crônica e de baixo volume Tumoração abdominal Dor abdominal Perda de peso Mudança do hábito intestinal Mas são todos sintomas inespecíficos
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Diagnóstico
Colonoscopia sob anestesia geral Biópsia da lesão Exame anatomopatológico
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Estadiamento
Linfonodos Fígado Pulmão Imunohitoquimica CDX2 e Expressão do CEA (via serica ou na IH)
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CA de próstata - FATORES DE RISCO
Idade (> 50 anos - raro antes dos 40) Etnia - Negros possuem maior incidência Histórico familiar (10% dos casos - a maioria é esporádico) -> manifestação < 50 2,2x o risco 1 parente de 1º grau / 4,9x de risco 2 parentes de 1o grau /10,9x de risco 3 parentes de 1º grau Dieta (Alta ingestão de carne vermelha e laticínios gordurosos e Baixa ingesta de frutas e vegetais) Obesidade Tabagismo Produtos químicos Prostatite (pequeno aumento) DST (pequeno aumento) Vasectomia (pequeno aumento) Mutações gênicas - Gene BRCA (proteínas de reparo do DNA), especialmente no gene BRCA2 Síndrome de Lynch (risco quase 5x maior)
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Rastreamento (screening) das neoplasias de próstata - Dosagem do PSA e toque retal
- Homens a partir dos 50 anos devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada. Aqueles de raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. - > 70 anos assintomáticos não realizar rastreamento - Após os 75 anos sintomático realizar rastreio para os sintomático se expectativa de vida de acima de 10 anos
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Avaliação do PSA
- Solicitar PSA livre e PSA total Relação entre PSA livre/ PSA total e probabilidade de carcinoma de próstata = quanto mais PSA livre, menor a chance de Ca de próstata 25% → 8% (25 ou mais, menor a chance de ter câncer de próstata) 20% → 16% 15% → 28% 10% → 56% Fosfatase alcalina (avaliação óssea) e outros exames a depender dos sintomas
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O que fazer com srenning positivo?
- Cintilografia óssea - RNM da próstata antes da biopsia PIRADS 1 - risco muito baixo de câncer clinicamente significativo PIRADS 2 - risco baixo de câncer clinicamente significativo PIRADS 3 - risco intermediário de câncer clinicamente significativo PIRADS 4 - risco alto de câncer clinicamente significativo (provável) PIRADS 5 - risco muito alto de câncer clinicamente significativo - Biópsia e análise patológica
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Biópsia e análise patológica
A biópsia é feita transretal, é colhido 10 a 12 fragmentos - anestesia e cobertura com ATB Patologia = + 95% adenocarcinoma acinar Gleason (1 a 5) glândulas neoplásicas separadas 3 -> bem diferenciado glândulas mal formadas, cribiforme, glomeruloide 4 -> caminhando para indiferenciação ácinos soltos ou em cordões - não forma glândulas 5 -> indiferenciado -> maior chance de metástase
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CA próstata - Estratificação de risco – Doença Localizada
Risco muito baixo: Estádio T1c, escore de Gleason ≤ 6, Grau 1, PSA < 10 ng/mL, menos de 3 fragmentos de biópsia positivos com ≤ 50% de comprometimento Risco baixo: Estádio ≤ T2a, escore de Gleason ≤ 6, Grau 1 e PSA < 10 ng/mL Risco intermediário: Estádio T2b ou T2c ou escore de Gleason 3 + 4 = 7 (Grau 2) ou escore de Gleason 4 + 3 = 7 (Grau 3) ou PSA 10-20 ng/mL. Risco alto: Estádio ≥ T3a ou escore de Gleason 8, Grau 4, ou escore de Gleason 9 ou 10, Grau 5, ou PSA > 20 ng/mL. Risco muito alto: Estádio T3b ou T4 ou padrão do escore de Gleason primário 5/Grau 5 ou > 4 fragmentos com Gleason escore 8-10/Grau 4 ou 5
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Relação PSA x Gleason
PSA < 10 e Gleason 6 ou 7 → improvável que cintilografia óssea descubra alguma doença óssea PSA > 20 ou Gleason 8 ou mais, a cintilografia já detecta metástase em mais 5-15% dos casos
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História natural do câncer de próstata
É hormônio-sensível (indicando que pode ser tratada satisfatoriamente com castração química se descoberta na fase inicial) Evolução assintomática -> sintomas quando a doença já estiver metastática (tto apenas Qt)
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Tipos de tratamento
Paciente de baixo risco - Vigilância ativa - Prostatectomia radical = Impotência, Risco cirúrgico, Incontinência - Radioterapia externa = Cistite, Proctite, Impotência, Incontinência (menor índice de incontinência e impotência que a cir)- uma vez iniciada a radio e difícil cir de resgate - Braquiterapia = Proctite, Cistite, Impotência, Incontinência Paciente de risco intermediário - Prostatectomia radical - Radioterapia externa associado ao análogo de LHRH (aLHRH) por 6 a 36 mese Aumenta o tempo livre de doença e sobrevida Paciente de alto risco - Radioterapia externa associado ao análogo de LHRH ou - Orquiectomia
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Doença metastática no CA de prostata
Ossos (principal sítio de metástase) Linfonodos (2o principal) Pulmão (raro) / Cérebro (raro) / Fígado (raro) Tratamento na doença sistêmica Tratamento hormonal Orquiectomia (cirúrgico) Análogo de LHRH (químico) Antiandrogênicos periféricos antigos Corticóide e Cetoconazol Antiandrogênicos de nova geração (bloqueiam a síntese de testosterona na suprarrenal - Necessitam de orquiectomia ou análogos de LHRH) Radium 223 e samarium Quimioterapia Inibidores de PARP - mutações nos genes BRACs *imunoterapia não é eficaz para o tratamento sistêmico
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Tratamento de suporte
Radioterapia antiálgica (como dá metástase óssea, causa muita dor) Bifosfonados (zoledronato) - evita fraturas patológicas Anti-RANKL (denosumab) - inibe a lise óssea pelos osteoclastos no caso de tumores metastáticos ósseos, diminuindo a dor do paciente
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Fatores de risco para CA renal
Tabagismo Obesidade HAS Doença policística renal adquirida Predisposição genética Síndrome de Von Hippel-Lindau (mutação do gene supressor tumoral VHL) Câncer renal de células claras / Hemangioblastoma cerebral ou de retina ou em medula espinhal / Cancer da adrenal Carcinoma renal papilífero hereditário (Mutação no proto-oncogene MET) = carcinoma papilífero Síndrome de Birt-Hogg-Dubé (Mutação do gene BHD) Leiomiomatose familiar (Mutação na enzima fumarato hidratase) Carcinoma papilífero renal agressivo / Tumores benignos de pele / Leiomiomas uterinos
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Quadro clínico CA renal
Tríade clássica (presente na minoria) Dor Hematúria Massa palpável nos flancos Fadiga Febre Caquexia Achado incidental
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Tipos patológicos Ca renal
Carcinoma de células claras - 75 a 85% dos carcinomas de rim Carcinoma de células papilíferas - 10 a 15% Carcinoma de células cromófobas 5 a 10%
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Fisiopatologia do carcinoma de células claras
mutação de perda de função nos alelos do gene VHL -> não é mais formado o complexo VHL/HIF -> fazendo com que o HIF não seja poli-ubiquitinado e não seja degradado pelo proteassoma -> acúmulo do HIF -> deslocado para o núcleo e atua como fator de transcrição -> expressão dos genes VEGF,PDGF, EPO e MOR-1 Invasão Altamente vascularizadas Resistência à quimioterapia citotóxica
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Biopsia no CA renal de células claras
Biópsia não é feita pois é tumor muito vascularizado
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Tratamento do CA renal
Tratamento da doença localizada Nefrectomia parcial quando tumores de estadiamento T1 (menor de 7 cm) Nefrectomia total com linfadenectomia, adrenalectomia e ressecção da gordura perirrenal (limitação para cir = trombose de v. renal ou v. cava inf - tumor altamente trombogênico) Terapias ablativas Não recomendado Qt, terapias adjuvantes ou radio adjuvante Tratamento de doença metastática - acordo com os critérios prognósticos de Motzer Risco baixo segundo o critério de risco IMDC = TKI ou imunoterapia ou antiangiogênico Risco alto segundo o critério de risco IMDC = TKI associado a imunoterapia
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Histologia do CA de bexiga
Carcionam uroteliais (90%)- carcinomas de células transicionais CEC (7%) Raros: adenocarcinoma, carcinoma neuroendocrino, Linfoma, Sarcoma CEC: pior prognóstico
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Exames necessários para o estadiamento Ca de bexiga
RTU TC ou Rx de tórax → pode dar metástase para pulmão se for de alto grau RNM ou TC de abdome total (antes da RTU) CO (cintilografia óssea) quando aumento de FA, dor óssea, ou tumores avançados
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Tratamento da doença músculo-invasiva CA de bexiga
RTU máxima > QT neoadjuvante > cirurgia (cistectomia total) RTU máxima > QT + RT (preservação da bexiga) - Não é tto padrão - Tentativa de imunoterapia para preservar a bexiga Cistectomia radical + linfadenectomia com possibilidade de reconstrução da bexiga → QT adjuvante (impacta na qualidade de vida)
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Tratamento de tumores não músculo-invasivos CA de bexiga
RTU máxima -> Onco BCG intravesical Olhar linfonodos com TC abdominal e pélvica
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Tratamento da doença metastática CA de bexiga
QT paliativa Terapia de suporte (bifosfonatos, anti-RANKL) RT paliativa Imunoterapia Anti-FGFR3 e 2 - Fibroblast Growth Factor Receptor - erdafitinib - Inibidor de tirosina quinase
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Fatores de risco CA de bexiga
Tabagismo aumenta em 4X o risco Exposição ocupacional as aminas aromáticas Radioterapia pélvica prévia Uso de ciclofosfamida Infecção crônica por Schistosoma Haematobium Síndromes genéticas Síndrome de Lynch Perda da heterozigose do cromossomo 9 Polimorfismo G879A da ciclina D1 - asiáticos
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Quadro clínico CA de bexiga
Hematúria macroscópica ( mais comum ) Hematúria microscópica Sintomas irritativo ( menos frequente ) Pode haver células neoplásicas em exame de citologia de urina
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Diagnóstico de câncer de bexiga
Cistoscopia → principal ferramenta diagnóstica Permite a avaliação e intervenção USG -> rastreio TC, RNM, Cintilografia: estadiamento e acompanhamento PET/CT - FDG Exames laboratoriais: Urinálise e Citologia urinária *BIOPSIA: anatomia patológica (fecha conduta) Ressecção transureteral/ transuretral e biópsia
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Diagnostico do CA bexiga
Metástase: linfonodos, pulmão, fígado e ossos Pulmão é muito vascularizado e possui uma disposição dos vasos que facilita a implantação da célula metastática Drenagem venosa da bexiga: Hipogástrica → VCI → AD → VD → pulmão Drenagem linfática
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Fatores de risco - Neoplasia de Testículo
Criptorquidia Síndrome de Klinefelter Histórico familiar HIV Fatores de risco incertos Orquite Trauma testicular Irradiação prévia Microlitíase testicular Predisposição genética Deleção parcial do gene AZF2, associada a azoospermia e infertilidade Polimorfismo específicos no cromossomo 12
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Quadro clínico - Neoplasia de Testículo
Aumento abrupto indolor do testículo Dor aguda Dor abdominal ou lombar Dor abdominal se dá pela irradiação do canal inguinal A dor lombar pode ser indicativo de metástase para os linfonodos retroperitoneais Desconforto respiratório
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Tumor de testículo - Classificação
erminativos (participa da linhagem de formação dos espermatozoides) - células totipotentes *Seminomas - 40% Assemelha-se às células do túbulo seminífero (não produzem biomarcadores) *Não-Seminomas - 35% Carcinoma embrionário Teratoma Teratocarcinoma - mais agressivo Coriocarcinoma - produz placenta (produz Bhcg) Saco vitelino - produz células do saco vitelínico *Mistos - 20% Não-Germinativos (apenas 5%) *Primários: (3%) Células de Leydig Células de Sertoli Sarcomas *Secundários: (2%) Linfomas Metastáticos
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Diagnostico e Marcadores tumorais do Ca de testículo Importância dos marcadores -> massa testicular + aumento de marcadores = tumor
USG lesões de até 0,3cm → muito específico e sensível Marcadores: diagnostico, estadiamento, seguimento e prognostico: DHL → inespecífico - apenas vê massa tumoral, geralmente metástase Beta HCG - Deve ser indetectável no homem → coriocarcinoma AFP (alfafetoproteína) → saco vitelino
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Disseminação do CA testículo Drenagem linfática testículo - aórtico e para-aórtico Drenagem linfática escrotal - inguinal
Linfática → disseminação para dentro da cavidade abdominal, com linfonodos sentinela D entre a aorta e a cava e do E entre a gonadal e a renal Contiguidade → sobe pelo cordão inguinal Hematogênica → disseminação pulmonar pela circulação da VCI Não-Seminoma com maiores chances de metástases (60%) → cresce mais rápido: Agressividade: Seminoma (menos) → Teratoma → Teratocarcinoma → Carcinoma Embrionário → Coriocarcinoma (mais)
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Câncer hereditário
Muito mais raro que os esporádicos Mutações em células germinativas (herdadas) = variante germinativa patogênica (monoalélica) Passível de aconselhamento genético com rastreamento, diagnóstico precoce e tratamento preventivo
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Tipos de herança
Dominante Apenas 1 alelo afetado leva ao fenótipo Ex: BRCA1, BRCA2, MLH1, MSH2 Não há salto de gerações 50% de passar o alelo (de 4 filhos, provavelmente 2 vão ter o gene) Recessiva Precisa ter 2 alelos afetados para o desenvolvimento do fenótipo O pai e mãe tem que ser portadores dos alelos, mas sem ter a doença e mesmo assim a chance de passarem os dois, é de 25% Ex: MUTYH
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Oncogenes Necessita de apenas 1 evento mutacional para o desenvolvimento tumoral (1 alelo mutado) O alelo mutante é dominante e possui ganho de função Raramente está associado a síndromes de câncer hereditário (Exceção: RET )
Envolvidos na estimulação da proliferação celular Quando ativados, ganham função e conferem vantagem de crescimento à célula tumoral Os mecanismos que convertem um proto-oncogene em oncogene são: - Translocação ou transposição Inserção do exon próximo a um promotor do gene novo e que é mais ativo - Amplificação do gene Mais quantidade da unidade codificante do gene - Mutação pontual no elemento controlador da expressão genética do gene. Expressão genética mais frequente - Mutação pontual no gene Expressão genética com frequência normal, mas gene diferente. Produz fator de crescimento mais ativo (hiperativo) ou resistente à degradação
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Genes supressores tumorais Necessita de 2 eventos mutacionais para o desenvolvimento tumoral (2 alelos mutados - second hit) Frequentemente está associado a síndromes de câncer hereditário
Codificam proteínas que inibem a progressão do ciclo celular ou que determinam a apoptose da célula caso haja algum dano irreparável no DNA Ex: Quando o gene RB1 é mutado, ele produz a proteína RB 1 disfuncional e incapaz de inibir a progressão do ciclo celular, fazendo com que não haja inibição da síntese de DNA e haja progresso irrestrito no ciclo celular Para que haja o câncer é necessário que haja o fenômeno do second hit O fenômeno second hit consiste na inativação somática do segundo alelo, fazendo com que haja 2 alelos mutados
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Síndrome de predisposição hereditária ao câncer Quando suspeitar
Tumores em idade precoce Multifocalidade ou bilateralidade do tumor Mais de um tumor primário no mesmo indivíduo Mais de 2 parentes próximos com câncer, sendo pelo menos 1 em idade atípica Evidência de herança autossômica dominante (sem salto de geração) Tipos histológicos específicos e raros Carcinoma medular de tireóide Adenocarcinoma adrenocortical
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Principais síndromes
Polipose adenomatosa familiar e variantes Síndrome de lynch ou câncer colorretal hereditário não poliposo Síndrome de Li-Fraumeni Síndrome de câncer de mama e ovário Síndrome da ataxia telangiectasia Neoplasia endócrina múltipla tipo 2
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Polipose adenomatosa familiar (FAP)
Polipose colônica intensa (centenas a milhares de pólipos) muito jovens (abaixo de 30 anos Síndrome autossômica dominante causada por mutações do gene supressor tumoral APC penetração da mutação do gene APC é 100% Colonoscopia ou retossigmoidoscopia flexível anual a partir dos 10 a 15 anos Prevenção = Colectomia profilática
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Síndrome de Lynch (HNPCC)
Herança autossômica dominante Mutação germinativa em um dos genes do mismatch repair do DNA (MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2), gerando uma instabilidade de microssatélites CA endometrial, colorretal e gástrico
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Síndrome de Li-fraumeni
Síndrome autossômica dominante Mutação germinativas no gene TP53 O p53 atrasa a progressão do ciclo celular sempre que há lesão do DNA para que outras proteínas realizam o reparo do DNA e quando não é possível reparo a célula entre em apoptose CA de mama (tipo mais importante) Sarcoma Tumores do SNC Leucemia Risco de múltiplos tumores
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Síndrome de Câncer de Mama e Ovário (HBOC)
Causada por mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 BRCA1 Mama (mulheres): 50-80% Ovário: < 40% Próstata: < 30% Pâncreas: 1,3 - 3,2% BRCA2 Mama (mulheres): 40-70% Ovário: < 20% Próstata: <39% Pâncreas: 2,3 - 7% Prevenção Mulheres: mastectomia profilática Salpingo-ooforectomia bilateral Quimioprofilaxia com tamoxifeno
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Rastreamento - Síndrome de Câncer de Mama e Ovário (HBOC)
Rastreamento Mulheres Exame médico das mamas a cada 6 a 12 meses a partir dos 25 anos Entre 25-29 anos: RNM das mamas ou mamografia anual Mamografia é pior para ver mama com muita glândula/ densa > 3-75 anos: RNM das mamas e mamografia anual > 75 anos: individualizar Para pacientes não submetidos á SOB: USG transvaginal e CA 125 a cada 6 meses a partir dos 30 anos Homens: Exame médico das mamas a cada 6 a 12 meses a partir dos 35 anos Mamografia anual a partir dos 40 anos Rastreamento de câncer de próstata a partir dos 40 anos
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Síndrome de Ataxia-Telangiectasia
Síndrome autossômica recessiva rara (precisa ocorrer em homozigose) pode ocorrer em heteroxigose em uma variante patogenica para CA de mama, estomago e colon Gene ATM → reparo de quebras da dupla fita de DNA Ataxia cerebelar, alterações oculares, telangiectasias, imunodepressão Neoplasias linfóides na infância Tumores epiteliais na idade adulta (mama, pulmão, TGI, TGU e parótida)
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NEM Tipo II Neoplasia endócrina múltipla
Síndromes autossômicas dominantes Mutação no proto oncogene RET Carcinoma medular de tireóide multifocal/ bilateral associado a hiperplasia de células parafoliculares → penetrância 100% Sporadic MTC = Carcinoma medular da tireóide esporádico MEN 2A, MEN 2B, Carcinoma medular familial da tireoide NEM 2A e NEM2B: associação com feocromocitoma é comum, megacólon (2A), hiperparatireoidismo (2B) Profilaxia Tireoidectomia total profilática - caso haja mutação do RET