Otites Flashcards
Otite externa difusa aguda (OEDA)
- Inflamação do contudo auditivo externo que pode atingir também o pavilhão auricular e a membrana timpânica, também conhecida como orelha do nadador.
- Não é decorrente de IVAS, é uma inflamação de pele dentro da orelha.
Principais bactérias relacionadas na OEDA
- Pseudomonas aeruginosa
- S. epidermidis
- S. aureus
Diagnóstico da OEDA
- Dx: história de banho de mar e piscina, uso de cotonete.
- Clínica: febre, hipoacusia, otalgia intensa (manipulação do tragus).
- Otoscopia: edema, hiperemia e otorreia em conduto auditivo externo.
Tratamento da OEDA
- Tratamento: analgésico e AINE + ciprofloxacino tópico (gota otológica, otociriax ou ciproHC) é a escolha ideal, tem mais eficácia e não tem ototoxicidade (dar preferência ao ATB tópico).
- Limpeza em consultório: evitar banhos de imersão e manter ouvidos seco nos banhos de chuveiro. Evitar uso de cotonete.
Otite média aguda
• Surgimento rápido de sinais e sintomas de inflamação do mucoperiósteo da orelha media – pode ser viral ou bacteriano.
De 1997-2003 teve redução dos dx. Motivos:
- Vacinação para pneumococo e influenza.
- Campanha de educação quanto a etiologia viral.
- Melhor diferenciação de OMA e otite medica com efusão (OME).
Pico de incidência da OMA
Entre 6 e 12 meses de idade (começa a frequentar creche).
Fatores de risco e proteção para OMA
Fatores Ambientais: • IVAS. • Creche/escola. • Tabagismo passivo. • Uso de chupeta.
Fatores de risco do hospedeiro: • Idade: 1º episódio de OMA antes dos 6 meses é preditor de OMAR. • Anormalidades craniofaciais: fenda palatina não corrigida, síndrome de Down. • Refluxo gastroesofágico: controverso, evitar dar de mama deitado.
Fator de proteção: aleitamento materno exclusivo por 6 meses reduz 45% de OMA nos primeiros 2 anos de vida.
Fisiopatologia da OMA
IVAS → infecção e edema da TA → disfunção tubária → pressão negativa na orelha média → acúmulo de secreção → colonização bacteriana
Patogênese da OMA
- OMA é precedida em 3-4 dias por IVAS.
- Etiologia viral: VSR, influenza A e B e adenovírus.
- Etiologia Bacteriana: S. pneumoniae, H. influenzae não tipável e M. catarrhalis.
Principal complicação do resfriado comum (IVAS)
OMA
Principais patógenos na OMA
S. pneumoniae e H. influenza (vacina só para o Haemophilus tipo B)
Diagnóstico da OMA
Quadro clínico • Otalgia. • Febre. • Irritabilidade. • Otorreia: drenagem espontânea da OMA (nesse momento a dor passa porque diminui a pressão).
Dx:
• Sempre através da otoscopia.
• Hiperemia: pode ser confundida pelo choro.
• Alteração da transparência.
• O achado de maior poder dx é o abaulamento da MT (especificidade de 97%).
O líquido drena de 6-14 dias
Tratamento da OMA
- Resolução espontânea: 60% dos pacientes nas primeiras 24h.
- Ausência de sintomas em 80% após 2-3 dias.
- Ter calma em tratar o paciente! Recomendação não é sair tratando de cara.
- Risco de complicações é o mesmo entre crianças tratadas com atb e não usadas.
Observação inicial
• Devido ao aumento da resistência bacteriana.
• A observação ocorre nas primeiras 72h, apenas com uso de sintomáticos.
• O ATB é indicado quando os sintomas pioram ou permanecem após esse período.
Indicação do uso de ATB na OMA
• < 6 meses: sempre
• 6 meses a 2 anos: otorreia, OMA com sintomas graves, OMA bilateral sem otorreia.
- Sintomas graves: toxemia, otalgia persistente por mais de 48h e temperatura acima de 39C.
- 6 meses a 2 anos OMA unilateral sem otorreia: observação. Nesse caso, garantir possibilidade de acompanhemnto ou iniciar ATB se ocorrer piora ou persistência do quadro após 72h.
• > 2 anos: OMA com otorreia e OMA com sintomas de gravidade
- Observação quando OMA bilateral sem otorreia ou OMA unilateral sem otorreia
Tratamento da OMA
- Amoxicilina: 1ª escolha, em dose elevada 80-90 mg/kg/dia por 10 dias.
- Associar clavulanato: em crianças que usaram amoxicilina no último mês ou com conjuntivite (suspeita de H. influenzae).
- Alérgicos: cefalosporinas de 2º geração (cefuroxima).
- Normal a presença de OMA 40% das crianças em até 1 mês – NÃO É RESISTÊNCIA BACTERIANA, não precisa trocar o ATB.
- Sulfametoxazol-trimetroprim, azitromicina não possuem boa cobertura antibiótica.
• Usou amoxicilina sem melhora após 72h → amoxicilina-clavulanato ou cefalosporina de 2 (cefuroxima) e 3 (ceftriaxona) geração → Sem melhora: timpanocentese com cultura da secreção.
Complicações da OMA
• Mastoidite (Abaulamento na parte posterior da orelha).
• Abscesso epidural.
• Meningite.
• Abscesso subdural.
• Trombose séptica.
• Labirintopatia.
• Paralisia facial.
• Abscesso de Bezold (quando desce).
- Não se observa diferença na frequência de complicações entre crianças tratadas com ATB ou não.
- Principais complicações: mastoidite (abaulamento na proeminência ostea posterior) e paralisia facial periférica.
Otite média serosa (ou otite média com efusão)
- Presença de fluido no ouvido médio na ausência de sinais de infecção.
- Potenciais efeitos sobre desenvolvimento da linguagem e da fala.
Epidemiologia da OMS
- 90% das crianças apresentam episodio de OME até a idade escolar.
- Podem ocorrer por mau funcionamento da tuba auditiva e principalmente após quadros de OMA e IVAS.
- Presença de efusão é regra após OMA.
- Resolução espontânea ocorre em 75-90% das crianças após 3 meses.
- Resolução espontânea é menor após persistência de 3 meses ou em casos bilaterais.
Fatores de risco da OMS
Os mesmos da OMA.
Fisiopatologia da OMS
Mesma da OMA, mas geralmente sem IVAS prévio e sem a colonização bacteriana no final.
Diagnóstico da OMS
- Otoscopia: aumento da vascularização radial da MT, presença de bolhas e nível hidroaéreo.
- Timpanometria: curva de Jerger tipo B.
- Audiometria: com perda condutiva. No diapasão tem condução óssea melhor do que condução auditiva (teste de RINNE negativo!).
Tratamento da OMS
• Atentar para crianças em risco: atraso na fala, linguagem ou aprendizado.
Tratamento medicamentoso:
• Lavagem nasal com sf.
• ATB – pouco efetivo.
• Corticoide – não há evidência a longo prazo.
• Valsalva – ineficaz
• Antihistamínico e descongestionante – ineficaz.
Cirurgia – Inserção de tubo de ventilação.
• Após 3 meses de dx em quadros bilaterais.
• Após 6 meses do dx em quadros unilaterais.
• Em crianças com atraso de fala a gente acaba não respeitando isso, porque não sabe quanto tempo está aquele liquido ali.
Otite média aguda recorrente
- ≥ 3 episódios de OMA em 6 meses ou ≥ 4 episódios de OMA em 1 ano.
- Conduta: controlar fatores de risco, vacinação e cx.
- Cx: tubo de ventilação, ele é expulso em cerca de 6 meses (normalmente ele fecha depois disso, mas pode ficar perfurado).
Classificação da Otite média crônica
- Clínico: condição inflamatória associada a otorreia e perfurações amplas e persistentes da MT.
- Temporal: processo inflamatório da orelha média > 3 meses.
- Histopatológico: processo inflamatório da orelha média associado a alterações teciduais irreversíveis (esse é o preferível).
Subclassificação da OMC
- Colesteatomatosa: espectro mais agressivo, causando infecção e destruição óssea.
- Não colesteatomatosa: perfurações timpânicas centrais ou marginais.
- Silenciosa: alterações teciduais inflamatórias irreversíveis na fenda auditiva associadas a uma membrana timpânica integra.
Colesteatoma
• Tumor benigno que vai destruindo todas as estruturas importantes ali perto. Pode ficar secreção vazando.
• Pode destruir a cadeia ossicular – piora a audição.
• DESTROI canal semicircular lateral – protrai pra dentro do ouvido médio, a pessoa fica com vertigem o tempo todo.
- Parte de cima causa abscesso.
- Parte de trás destrói toda a mastoide.
- Pode destruir o canal do nervo facial e causar paralisia facial irreversível.
- Maioria das vezes o tto é cx.
Tratamento da OMC
Medicamentoso
• Ciprofloxacino tópico (gota otológica) escolha ideal. Melhor eficácia e não é associado a ototoxicidade.
Cirúrgico
• Objetivo é retirada do tumor e restauração de um ouvido sem otorreia.
• Objetivo secundário – preservação ou recuperação funcional da audição.