Ossificação Flashcards
Como acontece a ossificação intramembranosa? Onde ela ocorre?
Na ossificação intramembranosa, as células mesenquimais se diferenciam em osteoblastos no tecido conjuntivo embrionário. Isso se dá a partir das vias de sinalização BMPs e Cbfa1, que ativam o fator de transcrição osterix, o qual ativa genes que sintetizam proteínas que formam os osteoblastos. Assim, os osteoblastos começam a secretar matriz extracelular não calcificada (osteóide). Quando ocorre a calcificação da matriz óssea, os osteoblastos se tornam osteócitos, ficando encapsulados em lacunas na matriz.
Qual a causa da displasia cleidocraniana? Quais são as características de pacientes acometidos com esta doença?
A causa da displasia cleidocraniana são mutações no gene Cbfa que codifica o fator de transcrição Runx2, afetando a formação e o desenvolvimento adequado de tecidos ósseos. As características de pacientes acometidos por essa doença são problemas nos ossos da mandíbula e dentição permanente, ausência das clavículas e dentição extranumerária.
Como acontece a ossificação endocondral? Onde ela ocorre?
A ossificação endocondral utiliza como como molde a cartilagem hialina, formada a partir de células mesenquimais que se diferenciam em condrócitos e formam um molde cartilaginoso do futuro osso. Os condrócitos proliferativos se multiplicam, e através de sinalizações se diferenciam em condrócitos hipertróficos, que sintetizam colágeno tipo X e produzem o fator de crescimento VEGF. No centro do molde de cartilagem (centro de ossificação) há a invasão de vasos sanguíneos e células osteoprogenitoras, essas células se diferenciam em osteoblastos, que depositam matriz óssea sobre a cartilagem hialina e formam o centro de ossificação primário, localizado na região da diáfise do osso. À medida que a ossificação continua a partir do centro de ossificação primário em direção às extremidades do osso, novos centros de ossificação secundários se formam nas epífises (extremidades) do osso. Esses centros seguem o mesmo processo de invasão vascular e substituição de cartilagem por osso. Esse processo de ossificação endocondral ocorre principalmente nos ossos longos.
O que é placa epifisária? O que caracteriza cada uma das suas regiões?
A placa epifisária é uma camada de cartilagem presente nas extremidades dos ossos longos em crescimento de crianças e adolescentes. Essa placa é responsável pelo crescimento ósseo em comprimento e é fundamental para o desenvolvimento adequado dos ossos durante o crescimento. A placa epifisária possui cinco regiões, a zona de reserva, em que há a produção de matriz extracelular; a zona de proliferação, em que ocorre a proliferação de condrócitos, que ficam enfileirados em colunas e sofrem mitose, além de atuarem na produção de matriz cartilaginosa e colágeno; a zona de maturação e hipertrofia, que contém células cartilaginosas hipertróficas que crescem devido ao seu acúmulo de lipídeos e glicogênio, e continuam secretando colágeno; a zona de calcificação, onde a matriz cartilaginosa se calcifica e os condrócitos hipertróficos sofrem apoptose; e a zona de ossificação/reabsorção, que é a zona mais próxima da diáfise e é onde ocorre a invasão de vasos sanguíneos e células osteoprogenitoras, na área antes ocupada pelos condrócitos.
Por que parece haver uma “fuga dos condrócitos” quando observamos o crescimento dos ossos longos?
A proliferação dos condrócitos ocorre na área mais distante da diáfise, na região da placa epifisária. Nessa região, os condrócitos se dividem ativamente, formando colunas de células cartilaginosas que contribuem para o crescimento em comprimento dos ossos longos. Essas colunas de condrócitos são empurradas em direção à epífise à medida que novas células são formadas, enquanto as células mais antigas são gradualmente substituídas por osso. Assim, durante o crescimento dos ossos longos, os condrócitos aparentam estar fugindo em direção à extremidade da epífise.
Qual a importância da sinalização Ihh para o crescimento dos ossos longos?
A sinalização Ihh regula a proliferação dos condrócitos na placa epifisária, estimulando sua multiplicação na região mais distante da diáfise. Isso promove o alongamento ósseo, contribuindo para o crescimento em comprimento dos ossos longos. Além disso, a sinalização Ihh também está envolvida na regulação da diferenciação dos condrócitos, garantindo que eles se desenvolvam adequadamente e contribuam para a formação do tecido ósseo.
Qual a importância da sinalização do FGF através do seu receptor FGFR3 no crescimento dos ossos?
A sinalização do FGF (Fibroblast Growth Factor) através do seu receptor FGFR3 desempenha um papel importante no crescimento dos ossos, especialmente na regulação do crescimento longitudinal dos ossos longos. O FGFR3 é expresso nas células da placa epifisária e atua como um regulador negativo do crescimento ósseo em comprimento, inibindo a proliferação e diferenciação dos condrócitos. Quando há uma mutação ativadora no gene FGFR3, como é o caso em algumas condições genéticas como a acondroplasia, ocorre uma sinalização excessiva do FGFR3, resultando em uma diminuição na proliferação dos condrócitos e, consequentemente, um crescimento ósseo reduzido em comprimento, levando ao nanismo. Assim, a sinalização do FGF através do FGFR3 é crucial para regular o crescimento ósseo adequado durante o desenvolvimento.
Como acontece o crescimento em espessura da diáfise?
Para o crescimento em espessura da diáfise, primeiro há a proliferação dos osteoblastos, que depositam osteóide. Há então o crescimento do osteóide em volta do vaso sanguíneo e os osteoblastos que revestem o canal de havers depositam novas lamelas. A adição de novas lamelas sobre o vaso sanguíneo forma um novo ósteon e possibilita o aumento em espessura da diáfise.
Como acontece o reparo de um osso quebrado?
Logo após a fratura, ocorre a formação de um hematoma (acúmulo de sangue coagulado) no local da lesão. Isso desencadeia uma resposta inflamatória, com a liberação de substâncias que promovem a migração de células sanguíneas para a área afetada.
Formação de cartilagem de calo (fase intermediária): Após a formação do hematoma e a resposta inflamatória inicial, células especializadas chamadas condroblastos migram para a área da fratura e começam a produzir uma matriz cartilaginosa. Esse tecido cartilaginoso, conhecido como cartilagem de calo, atua como um ponto de ancoragem temporário entre os fragmentos ósseos quebrados. Enquanto isso, células do tecido circundante, chamadas osteoprogenitoras, também se proliferam e se diferenciam em osteoblastos, que são responsáveis pela formação de novo tecido ósseo.
Formação de osso novo (fase tardia): Durante a fase tardia do reparo ósseo, ocorre a substituição gradual da cartilagem de calo por osso novo, em um processo conhecido como ossificação endocondral. Os osteoblastos depositam matriz óssea ao redor das áreas calcificadas da cartilagem de calo. Esse osso novo começa a unir os fragmentos fraturados, fornecendo estabilidade estrutural à área afetada. À medida que o osso se consolida, os osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea, começam a remover o osso excessivo e remodelar a estrutura óssea de acordo com as tensões e demandas funcionais. Esse processo de remodelação continua por meses ou mesmo anos após a fratura, permitindo que o osso retorne à sua forma e força originais.