Oncologia Flashcards
Qual a diferença entre neoplasia e tumor?
Tumor - um crescimento celular que pode ser ou não neoplásico (qualquer massa anómala que pode surgir nos tecidos)
Neoplasia - crescimento novo, que não está sob controlo fisiológico (formação da massa apresenta uma taxa de crescimento que ultrapassa a taxa de crescimento dos tecidos normais.
• Benigna: crescimento localizado, não letal, pode causar transtornos ao hospedeiro, evolução lenta
• Maligna/cancro: células de crescimento acelerado, que infiltram o tecido e metastatizam; perda de homeostase que pode levar a morte
Fases de progressão de uma neoplasia:
Hiperplasia (proliferação de células - reversível) → Metaplasia (alteração do tipo celular - reversível) → Displasia (células levemente ou moderamente anormais - irreversível) → Anaplasia (células altamente anormais - irreversível) → Neoplasia (proliferação anormal)
Características de uma neoplasia benigna:
- não é cancro
- raramente são ameaçadores de vida
- crescimento lento
- localizados / sem capacidade de invasão à distância
- semelhantes às células e tecido de origem (morfológica e funcionalmente)
- baixa probabilidade de recidiva e de transformação maligna
Características de uma neoplasia maligna:
- Aumento rápido de tamanho
- Menor diferenciação (ou falta de diferenciação = anaplasia)
- limites mal definidos
- capacidade de invadir localmente e mestastizar
Maneira simples de um tumor metastatizar:
Tumor crescendo localmente → tumor causando invasão local → tumor alcança vasos sanguíneos → célula tumoral adere ao vaso sanguíneo de outro órgão → célula tumoral invade tecido → novo tumor formado a distância (metástase)
Característica de uma anaplasia:
- Variação no tamanho e forma (pleomorfismos)
- Alterações do núcleo das células: razão núcleo-citoplasma torna-se desproporcional; forma variável, irregular; cromatina desorganizada e distribuída ao longo da membrana celular ou hipercromática
- muitas células em mitose
- perda de polaridade
- desenvolvimento de áreas de necrose
Em Portugal qual a ordem dos cancros com maior prevalência geral?
Colorretal → Mama → Próstata → Pulmão → Estômago
Quais os 3 cancros com mais prevalência nos homens?
Próstata → Colorretal → Pulmão
3 cancros com maior prevalência nas mulheres:
Mama → Colorretal → Pulmão → Tiroide
Fatores de risco para cancro:
→ Idade → Género → alterações precursoras benignas (possibilidade de rastreio e diagnóstico precoce) → hereditários → estilos e hábitos
No cancro da próstata, 6 em cada 10 casos surge em homens com idade igual ou superior a _____.
65
Aproximadamente, ___ % de total de casos de cancro da mama são hereditários
10 %
Mutações em BRCA1 estão associadas a um risco de ______ de cancro da mama e _____ de cancro no ovário.
50-85%
15-45%
Mutações em BRCA2 estão associadas a um risco de _____ no cancro da mama e _____ no cancro de ovário.
40%
8%
Exames complementares para diagnóstico de tumores?
→ Biópsia
→ Estudos de imagem (TAC, Ressonância magnética, Tomografia de Emissão de Positrões)
→ Biomarcadores tumorais (sangue e tecidos)
Marcadores tumorais:
Mama, pulmão, pâncreas, ovários: CA 125, CEA Fígado: AFP Estômago, cólon: CEA Próstata: PSA Testículos: AFP, HCG
Os graus dos tumores baseiam-se na:
Diferenciação e taxa de crescimento (agressividade):
Graus de cancro da próstata, segundo Gleason’s Pattern?:
- Pequeno, glândulas uniformes
- Mais estroma entre as glândulas
- Margens infiltrativas distinguíveis
- Massas irregulares de glândulas neoplásticas
- formação de glandulas ocasional
Conforme aumenta o grau, _______ a diferenciação das células
Diminui
Para o tratamento é necessário saber:
→ Localização do tumor
→ Caracterização anatomo patológica
→ Tamanho do tumor
→ Se se espalhou para os nódulos linfáticos próximos ou se metastatizou
Qual o sistema de estadiamento mais utilizado?
Sistema TNM:
→ T: tamanho e extensão do tumor principal
→ N: número de gânglios em proximidade envolvidos por neoplasia
→ M: invasão à distância
Para tumores ginecológicos utiliza-se o sistema de estadiamento:
FIGO:
→ I: confinado ao cérvix
→ II: invasão para além do útero, mas não se extendo para o terço mais baixo da vagina ou da parede pélvica;
→ III: invasão do terço inferior da vagina, hidronefrosis, rim não funcional, invasão parede abdominal
→ IV: extensão para além da pélvis ou envolvimento com a mucosa da bexiga e reto
Opções de tratamento local e sistémico:
Local → cirurgia e radioterapia
Sistémico → Quimioterapia, hormonal e terapia medicamentosa direcionada
Qual a diferença entre radioterapia/quimioterapia neoadjuvante e adjuvante:
Neoadjuvante → diminuir o tumor antes da cirurgia
Adjuvante → diminuir o risco de incidência, eliminar células cancerígenas que não tenham sido removidas cirurgicamente
Um proto-oncogene pode ser ativada por mudanças genéticas ou epigenéticas que afetam o nível de proteínas ou a sua estrutura. Do que pode derivar o seu ganho de função?
- Mutação ativadora (dominante)
- Aumento do número de cópias (gene ou RNA)
- Aumento da atividade da proteína
A perda de função dos supressores de tumores podem surgir por:
- Mutações no DNA (mutação recessiva)
- Baixo número de cópias (genes, RNA)
- Perda da atividade da proteína
- Metilação genética (silenciamento)
A origem do tumor é ___________. Adquire heterogeneidade por:
Monoclonal → Células adquirem mutações adicionais aleatórias e modificações epigenéticas isoladas que atribuem ao tumor heterogeneidade.
Modelo de evolução clonal para explicar a heterogeneidade tumoral?
• Modelo de evolução clonal: cancro resulta de acumulação de mutações de DNA numa única célula somática;
Modelo de células estaminais de cancro para explicar a heterogeneidade do tumor?
• Modelos da células estaminais do cancro: carcinogênese é um produto da conversão de células normais em CSC, que depois podem sofrer mudanças como divisão celular anormal, mudanças genéticas e epigenéticas e dar origem a células capazes de originar um tumor;
→ Esta teoria sugere que apenas algumas subpopulações de células cancerígenas podem levar ao tumor
→ É a diferenciação das CSC que dá origem à heterogeneidade dos tumores
Explica a resistência a tratamento → se se usar um tratamento que mata todo o tipo de células menos as estaminais, estas voltarão a dar origem ao tumor
O microambiente tumoral fornece suporte fisiológico para o crescimento do tumor e metástase: → células endoteliais: → pericitos: → fibroblastos: → membrana basal e ECM: → neutrófilos, monócitos e mastócitos: → células linfáticas:
→ células endoteliais: VEGF e PDGF - formação novos vasos sanguíneos
→ pericitos: VEGF e PDGF
→ fibroblastos: fatores de crescimento e suporte estrutural
→ membrana basal e ECM: proteínas que degradam a matrix
→ neutrófilos, monócitos e mastócitos: fontes de fatores de crescimento, fatores angiogénicos e remodelação da ECM
→ células linfáticas: VEFG, PDGF - vasos linfáticos
As células tumorais produzem a sua energia através de que processo? Porquê?
Glicólise anaeróbica → apesar do rendimento de ATP ser superior, as células tumorais aumentam a captação de glicose (ao sobreexpressarem GLUT-1) o que compensa.
• muitos intermediários desta via são utilizados na produção de ácidos nucleicos e ácidos gordos, necessários para a divisão celular, o que torna favorável a preferência desta via
De que maneira a ativação de oncogenes vai suportar a via da glicólise nas células tumorais?
- Aumento via PI3K/AKT → aumento mTOR → aumento HIF-1α → aumento expressão GLUT + aumento da expressão de enzimas presentes na glicólise anaeróbica
- c-myc → também aumenta a expressão de GLUT e de enzimas glicolíticas
Regulação de HIF-1α numa célula normal vs tumoral?
Numa célula normal, um complexo composto por VHL, vai hidroxilar HIF-1α, permitindo que seja posteriormente ubiquitinado e degradado. Numa célula tumoral, VHL pode estar mutado, não havendo a hidroxilação de HIF-1α e a sua degradação. Assim este acumula-se e leva à expressão de enzimas que originam o Warbug effect (glicolise anaeróbia)
Como é que a sobre expressão de GLUT 1 pode ser usado como diagnóstico?
PET (Positron Emission Tomogrophy) → uso de 18F-fluorodesoxiglicose (FDG-glicose) um análogo da glicose → uma vez dentro da célula, a FDG-glicose é fosforilada a FDG-glicose-6-fosfato pela hexoquinase, mas como o grupo 3’-OH está ocupado, não pode ser oxidado mais → acumula-se e pode ser visualizado por tomografia por emissão de pósitrons
Mecanismo de evasão imune por parte dos cancros e como pode ser identificado?
Supressão de MHC classe I → é possível observar a perda de coloração de HLA-A em tumores
O risco de cancro é ____________ em pacientes transplantados.
3 a 5 vezes maior
Imunoedição das células tumorais:
Eliminação: imunidade inata e adaptativa trabalham para reconhecer e destruir o tumor → Equilíbrio: as células tumorais ocultas residuais não destruídas entram num estado de dormência e são editadas para escapar → Escape: as células tumorais editadas não são reconhecidas nem eliminadas pelo sistema imune, crescem e induzem um microambiente imunossupressor → cancro
Evasão dos tumores a Fas-FasL
- Secretam moléculas que neutralizam FasL
2. Elas próprias secretam FasL, matando células T
Sítios mais comuns de metastização de acordo com o sítio primário do cancro:
Mama →
Próstata →
Cólon →
Mama → cérebro, figado, ossos e pulmões
Próstata → ossos
Cólon → fígado
O tumor primário é responsável por cerca de _____% das mortes e os restantes _____ derivam de metástases.
10% - primário
90% - metástases.
Viagem gera de células tumorais do local do tumor primário para um sítio de potencial metástase.
Formação primário do tumor → Invasão localizada → interação com plaquetas, linfócitos e outros componentes dos vasos sanguíneos (intravasamento) → transporte através da circulação → aprisionamento nos microvasos de vários órgãos → extravasamento → formação de micrometástase → colonização (formação de macrometástase)
Que acontecimento é o inicial para uma eventual disseminação das células do tumor e serve como prognóstico da doença metastática?
Perda da membrana basal → uma vez que invadem o estroma, as células tumorais têm acesso ao sangue e vasos linfáticos e podem ser estimuladas pro fatores que promovem a sua migração
Caracteriza a EMT (transição de células tumorais epiteliais para mesenquimais - separam-se das células vizinhas e ganham a capacidade de migrar e invadir membranas basais e as paredes dos vasos sanguíneos/linfáticos):
→ Dissociação de tight junctions
→ Perda de microvilosidades
→ Perda de polaridade basal-apical
→ Sub relgulação de E-caderina, claudinas, ocludinas (moléculas de adesão)
→ Aumento da expressão de N-caderina, colagénio, fibronectina, colagénio I/III
As CTCs nos vasos formam agregados com _______________, e é o tamanho destes agregados que vai promover a captura das CTCs nos capilares.
Plaquetas
Existe correlação entre a quantidade de CTCs no sangue e com a gravidade dos tumores?
Não
Qual a ação da libertação de Angptl4 no extravasamento?
Induz a retração das células epiteliais, deixando lacunas na parede celular, permitindo o extravasamento
Classificação do tamanho do cancro da mama:
T1 - inferior a 2 cm
T2 - entre 2 e 5 cm
T3 - superior a 5 cm
Que alterações em que genes é que estão associados a elevado risco de cancro da mama?
BRCA1, BRAC2, TP53 e PTEN (supressores tumorais)
Como é que os ciclos hormonais da mulher influenciam o risco de cancro da mama?
Durante os ciclos menstruais, um desequilíbrio entre estrogénio e progesterona aumenta a proliferação celular e pode causar acúmulo de danos no DNA. → Quando ativado pela ligação do estrogénio, o RE localizado no núcleo pode modular a expressão génica ao interagir com elementos de resposta ao estrogénio localizados na região promotora de genes específicos. Além disso, o RE também pode interagir diretamente com proteínas, como recetores de fatores de crescimento, para aumentar a expressão génica relacionada à proliferação e sobrevivência celular.
Com a repetição do processo a cada ciclo, pode ocorrer uma reparação defeituosa, que leva a mutações em células pré-malignas e depois em células malignas. Nesta fase, o estrogénio estimula o crescimento dessas células e a proliferação de células estromais que suportam o desenvolvimento do cancro.
Subtipos do cancro da mama através da análise histoquímica de ER, PR, HER2 e Ki67 (marcador de proliferação celular)
- Luminal A
- Luminal B
- HER positivo
- Triplo negativo
Caracteriza o subtipo luminal A:
ER+ ≥ 1%; PR ≥ 20%; HER2- ≤ 10% e Ki67 < 14%
Caracteriza o subtipo luminal B:
- luminal B (HER2-): ER+ (≥ 1%), HER2-, PR- (< 20%) ou (≤ 10%) altos níveis de Ki-67 (≥ 20%)
- luminal B (HER2+): ER+ (≥ 1%), HER2+ (> 10%), qualquer nível de PR e Ki-67
Caracteriza o subtipo HER+:
• 15-20% dos novos casos de cancro da mama diagnosticados.
• HER2 (> 10%), ER- (< 1%) e PR- (< 20%) e alta
expressão de Ki-67 (> 20%)
• índice proliferativo alto e propensão a
metástases, levando a um pior diagnóstico.
Caracteriza o subtipo negativo triplo:
• 10-20% de todos os casos de cancro da mama.
• ER (< 1%), PR (< 20%), HER2 (≤ 10%) e Ki-67 (> 30%) - tumores altamente proliferativos,
• geralmente mais prevalente em pacientes com mutações BRCA1 e mulheres jovens e
está associada a um pior prognóstico.
Terapia hormonal para cancros da mama com recetores hormonais positivos:
- Reduzir os niveis de estrogénio - tamoxifeno e Fulvestrant
- impedir a ligação aos recetores - inibidores da aromatase
Frequentemente usada como terapia adjuvante (depois da cirurgia) para ajudar a reduzir o risco de incidência
Características das células em estado de anaplasia:
- Alteração núcleo:
• Razão núcleo citoplasma (normalmente é 1:4-1:6) torna-se desproporcional (até 1:1)
• Forma irregular e variável;
• Cromatina desorganizada e distribuída ou longo da membrana nuclear - Elevada proliferação celular
- Perda de polaridade
- Desenvolvimento de áreas de necrose
Neoplasias de aparecimento em idades mais jovens:
Testículo, Tiroide, Linfoma de Hodgkin