Oftalmologia Flashcards
Glaucoma: definição
Neuropatia óptica de progressão lenta que leva ao comprometimento do campo visual, tendo como principal fator de risco o aumento da PIO. Segunda maior causa de cegueira (a primeira é a catarata), mas a primeira maior causa de cegueira irreversível.
Glaucoma: fatores de risco (5)
- Aumento da pressão intraocular.
- Miopia.
- Negros.
- Idade avançada.
- Antecedente familiar.
Glaucoma: fisiologia do humor aquoso
Produzido no corpo ciliar na câmara posterior > Passa para a câmara anterior através da pupila > Drenado pela malha trabeculada no ângulo até o canal de Schlemm (80%) e pela raiz da íris através das fibras musculares do corpo ciliar (20%), em ambos os casos alcançando as veias epiesclerais.
Glaucoma: limite superior da pressão intraocular
21 mmHg.
Pode haver glaucoma com pressão < 21 mmHg, chamado de glaucoma de pressão normal, assim como pode não haver glaucoma mesmo com pressão > 21 mmHg, chamado de hipertensão intraocular.
Glaucoma: alterações ao fundo de olho (3)
- Aumento da proporção escavação/rima nervosa.
- Assimetria de escavação (o glaucoma normalmente acomete mais um olho do que o outro).
- Hemorragia de disco óptico.
Glaucoma: campo visual normal (3)
- Limitado superiormente pela órbita e nasalmente pelo nariz, com 100% de extensão temporal - formato elíptico.
- O centro do campo corresponde à mácula.
- A mancha cega, que corresponde ao disco óptico, se encontra temporalmente ao centro (pois o disco se localiza nasalmente à mácula e há inversão entre o campo visual e a retina).
Glaucoma: distribuição das fibras nervosas no disco óptico (5)
- Polo superior: fibras da retina temporal superior.
- Polo inferior: fibras da retina temporal inferior.
- Polo temporal/lateral: fibras da mácula.
- Polo nasal/medial superior: fibras da retina nasal superior.
- Polo nasal/medial inferior: fibras da retina nasal inferior.
Glaucoma: progressão do defeito no campo visual (4)
- Polo superior/inferior do disco óptico: escotoma paracentral nasal inferior/superior > degrau nasal inferior/superior > escotoma arcinado (união dos dois anteriores) > extensão até a mancha cega.
- Polo inferior/superior: escotoma paracentral nasal superior/inferior > degrau nasal superior/inferior > escotoma arcinado (união dos dois anteriores) > extensão até a mancha cega.
- > Até aqui há preservação da região central do campo (acuidade visual mantida) e a temporal periférica. - Polo lateral: região central do campo (macular).
- > Aqui há cegueira por glaucoma. - Polo medial: campo temporal periférico.
Glaucoma: clínica
Totalmente assintomático, gerando manifestações já proximo à cegueira.
(Importância do diagnóstico precoce por rastreamento!)
Glaucoma: rastreamento
Exame de rotina em pacientes > 40 anos: medida da pressão intraocular + fundoscopia para avaliar disco óptico +/- campimetria (casos suspeitos).
Glaucoma: tratamento (4)
- Colírios: reduzem a produção (alfa-agonista, betabloqueador) ou aumentam o escoamento (policarpina e prostaglandina) do humor aquoso.
- Trabeculoplastia a laser: favorece o escoamento pela via convencional.
- Trabeculectomia: nova via de escoamento através de uma fístula que comunica a câmara anterior ao espaço subconjuntival.
- Outros: implantação valvular, ciclofotocoagulação.
Glaucoma: classificação (4)
- Primário de ângulo aberto (mais comum).
- Secundário: trauma, uveíte, tumor, pigmentação, neovascular (retinopatia diabética progressiva).
- De ângulo estreito.
- Congênito.
Glaucoma agudo: fisiopatologia
Contato entre a íris e o cristalino, impedindo a passagem do humor aquoso para a câmara anterior > Acúmulo de humor aquoso na câmara posterior e deslocamento anterior da íris, fechando a malha trabeculada > Elevação aguda da PIO e inflamação ocular.
Glaucoma agudo: clínica (5)
- Dor ocular aguda.
- Hiperemia conjuntival.
- Redução da acuidade visual e visão de halos coloridos.
- Pupila semidilatada (médio-midríase).
- Cefaleia e náuseas.
Glaucoma agudo: tratamento
Iridotomia a laser: comunicação direta entre a câmara anterior e posterior através de um orifício feito na íris.
Glaucoma congênito: fisiopatologia e clínica
- Malformação do sistema de drenagem do humor aquoso.
- Aumento de volume do globo ocular e da córnea, córnea azulada, fotofobia e lacrimejamento.
Neuropatia óptica e disfunções do nervo óptico: sinais (3)
- Redução da acuidade visual, deficiência da visão em cores e sensibilidade ao contraste.
- Defeito de campo visual: escotomas, central, cecocentral, arqueado, altitudinal, constrição difusa.
- Defeito pupilar aferente relativo (DAR): pupila de Marcus-Gunn.
(Podem ser uni ou bilateral, súbita ou progressiva, doloroso ou não à movimentação)
Neuropatia óptica: principais tipos e suas representantes (3)
- Inflamatória: neurite óptica desmielinizante.
- Hipertensão intracraniana: síndrome do pseudotumor cerebral.
- Isquêmica: neuropatia óptica isquêmica anterior (NOIA) arterítica e não arterítica.
Neuropatia óptica: clínica da neurite óptica desmielinizante (3)
- Perda visual aguda ou subaguda de intensidade moderada.
- Dor com piora à movimentação ocular.
- FO normal em 2/3 dos casos (inflamação retrobulbar) e alterado com edema de disco em 1/3 dos casos.
Neuropatia óptica: exames complementares da neurite óptica desmielinizante (2)
- RNM: confirmação diagnóstica e prognóstico neurológico (risco de conversão para esclerose múltipla).
- LCR: avaliar causa infecciosa.
Neuropatia óptica: tratamento e prognóstico da neurite óptica desmielinizante (2)
- Pulsoterapia com metilprednisolona EV seguido de prednisona VO.
- Normalmente há recuperação visual.
Neuropatia óptica: definição da síndrome do pseudotumor cerebral
Condição com clínica da síndrome de HIC, porém sem alterações estruturais à RNM de crânio.
Neuropatia óptica: causas da síndrome do pseudotumor cerebral (4)
- Idiopática: mulher jovem e obesa (fora desse padrão é preciso investigar causas estruturais, como alteração venosa).
- Medicamentos: tetraciclina, retinoides.
- Alteração do fluxo venoso.
- Alteração da composição do líquor.
Neuropatia óptica: clínica da síndrome do pseudotumor cerebral (4)
- Síndrome da HIC: cefaleia + vômitos em jato + papiledema bilateral (borramento do contorno do disco óptico).
- Diplopia por acometimento do NC VI (falso sinal localizatório).
- Obscurecimento transitório da visão.
- Defeito do campo visual: constrição difusa.
(Acuidade visual é normal!)