Obras - José Saramago - O memorial do Convento

Question 1

Qual é a visão crítica do memorial do convento?

Answer 1

• O rei que ordenou a construção do convento, não foi obviamente ele quem construiu, mas sim o povo: milhares de trabalhadores foram recrutados à força e morreram, sem que a Historial de Portugal se lembre deles, dai a obra seja um “memorial”.
• Criticas em relação ao seculo XVIII tal como: poder absolutista de um rei e a sua coroa; critica ao mau investimento do ouro do Brasil, deixando Portugal sem rendimentos (com o sucessor D. José I, filho de D. João V);
• Perseguição da Inquisição à Ciência, tal como a obra de Bartolomeu julgada como uma obra demoníaca.
• O contrastre entre a miséria do povo e a riqueza/a opilência do rei D. João V e da Igreja, patente, por exemplo, no facto de Baltasar e Blimunda dorminem no chão, enquanto o rei encomenda uma cama luxuosa para a rainha;
• Corrupção generalizada;
• Adultério;
• Justiça portuguesa, que castiga os pobres e despenaliza os ricos;

Question 2

Qual é a linguagem e estilo utilizada?

Answer 2

• Tom oralizante: aproximação do discurso escrito com o discurso oral;
• Comentários e ironia do narrador (geralmente omnisciente);
• Intertextualidade com obras e autores portugueses e estrangeiros, provérbios populares e expressões idiomáticas;

Question 3

Qual é a dimensão simbólica?

Answer 3

• A construção do convento, simboliza a megalomania real (fantasias do poder);
• A passarola, simboliza a superação do ser humano, representando o contraste entre o poder opressivo e o poder do sonho;

Question 4

Significado do titulo da obra

Answer 4

É do senso comum que a palavra “memorial” significa um texto escrito cujo factos, eventos e acontecimentos do passado nele retratados foram contados para que ficassem na memória de quem os ler.

Quanto ao “convento”, refere-se ao Convento de Mafra que o rei D. João V mandou construir como promessa, pois queria muito um filho.

Simbologia do número sete que pode ser considerado um presságio a um futuro tráfico.

Question 5

Caracterização do herói coletivo

Answer 5

O herói coletivo é o povo e é transversal a todo o romance, sobre ele é que recai a atenção de José Saramago: foram os populares incígnitos, sobre quem nunca rezou a História de Portugal, que realmente construíram o Convento de Mafra, e não propriamente el-rei D. João V;

Os populares são incultos, rudes, humildes e muito sacrificados, vivendo na miséria, mas revelam-se muito respeitadores e obedientes à Coroa e às tarefas que dela lhes chega.

Question 6

Caracteristicas das personagens

Answer 6

D. João V - Vaiodoso e megalómano (determinação na construção do convento por egocentrismo); Infliel; Representante do poder absolutista.

Padre Bartolomeu: Protegido por D. João que apoia suas ideias; Perseguido pela Inquisição pelo seu interesse científico; Desaparece após queda da máquina e morre louco;

Povo: Herói e protagonista real daa obra, representado no grupo anónimo de trabalhadores explorados e oprimidos, obrigados a cumprir a vontade megalómana do rei; Personificado em Baltasar, Blimunda e figuras que com eles se relacionam no ambiente popular.

Question 7

Importancia de Blimunda na consecução do sonho.

Answer 7

Dotada de poderes sobrenaturais - a capacidade extraordinária de vidência (no interior dos corpos e debaixo da taerra) - Blimunda participa na concretização do sonho de voar;

Inspecionando os materiais de construção da passarola;

Recolhendo as duas mil vontades com as quais se encherão as esferas que farão voar a máquina;

Question 8

Exemplos significativos do motivo do povo ser considerado o herói da obra

Answer 8

Os trabalhadores que participaram na construção do convento de Mafra, mantidos no anonimato pela História, conquistam em Memorial do Convento, o estatuto de heróis, graças ao sacrificio e ao sogrimento que lhes foram impostos:

• O abandono, muitas vezes forçado, das suas terras, familias e amigos;
• As precárias condições de alojamento e de alimentação;
• A dureza das condições de trabalho, que chega a provocar a morte;
• O esforço extremo exigido pelas tarefas de uma obra gigantesca, destacando-se, por exemplo, o transporte de pedra (o carro que a transporta é comparado pelo narrado a uma “nau de Índia”, assim reforçando o carácter épico deste empreendimento).