Nova República - Sarney Flashcards

1
Q

Nossa aventura histórica é singular. Por isso e por realizar-se nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços, que vamos chegar ao futuro.
Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas, barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento
— o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da segunda redemocratização — refez o retrato do Brasil. Mudou, ao longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou polifonicamente se completam.

A

Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500–2000) — a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).

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2
Q
  1. Ao falar em sístole e diástole ao longo da república brasileira, o autor reitera o ponto de vista, hoje majoritário na historiografia, da linearidade do processo histórico vivido pelo país ao longo do século XX. Momentos de crise, ainda que agudos em determinadas circunstâncias, não foram suficientes para alterar um quadro geral de continuidade que levou o Brasil a apresentar no fim do século XX uma fisionomia bastante próxima da que tinha nas primeiras décadas republicanas.
A

Errado.

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