4. Historiografia sobre o Período Colonial Flashcards
Os pródromos da historiografia do Brasil independente têm suas raízes em Francisco Adolfo de Varnhagen. Inspirado pela obra do britânico Robert Southey, Varnhagen valorizou a formação do Brasil independente pelo viés social. Sua historiografia singularizou, ineditamente, a miscigenação social e suas repercussões na formação da identidade brasileira.
Errado.
Varnhagen pensa e conta a História por meio de batalhas, de grandes datas, ou seja, pelo viés institucional. Não havia enfoque social nem ele valorizou a miscigenação, que só será, de fato, vista como positiva para a formação nacional em Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Hollanda.
Francisco Adolfo de Varnhagen, em História Geral do Brasil, ressaltou a feição nativista do período colonial, segundo a qual conflitos como a Batalha dos Guararapes (1648-1649) ou a Revolução Pernambucana (1817) continham os elementos fundadores da nacionalidade brasileira. Nesse sentido, o brasileiro seria filho direto da raça negra e da aborígene.
Errado.
Sobre a feição nativista, é algo que depende de interpretação. No entanto, falar de formação do brasileiro como filho direto da raça negra e aborígene é algo que não existe na historiografia de Varnhagen. O viés institucional faz que o enfoque recaísse no elemento europeu, no português branco, na ‘raça europeia’.
Capistrano de Abreu rompeu com a historiografia de Francisco Adolfo de Varnhagen na medida em que valorizou uma história do Brasil diferente daquela de Portugal. Para Capistrano, a escravidão africana seria a matriz da nacionalidade brasileira, o que relativizaria a necessidade de contar a história pátria por intermédio da transmigração de instituição metropolitanas ao Brasil.
Errado.
Capistrano de Abreu, de fato, inovou, ao contar uma História falando mais das pessoas do que das instituições. Todavia, seu enfoque foi no índio e não no negro.
As implicações da tradição francesa da Escola do Anais no Brasil redundaram em estudos consoante os quais o Brasil deveria ser pensado em sua matriz institucional. Reflexo da instabilidade das instituições políticas da Terceira República na França (1871-1940), a historiografia francesa influenciou a brasileira, privilegiando a análise da formação das instituições políticas do Brasil colonial e independente.
Errado.
As influências da Escola dos Anais redundaram em um enfoque social na análise e escrita da História.
A nova historiografia sobre o Brasil colônia reabilitou o conceito de pacto colonial. Haveria um pacto na medida em que as elites da América portuguesa, sobretudo após o século XVI, foram capazes de negociar acesso à administração colonial. Nesse sentido, reafirmou-se a ideia de subordinação colonial e trouxe-se a primeiro plano a força política da metrópole para com sua colônia.
Errado.
A nova historiografia sobre o Brasil colônia lida com a negociação entre forças políticas existentes dos dois lados do Atlântico. O Império português é um projeto, mas a prática se dá pela mediação entre as forças políticas, não havendo a priori, portanto, subordinação de um polo por outro.
À luz das análises historiográficas sobre o deslocamento do poder metropolitano em benefício das elites coloniais, reverteu-se a análise segundo a qual o Antigo Regime português seria estamental. Haveria, nessa perspectiva, possibilidade de ascensão social no que concerne àqueles que se deslocaram para a América portuguesa.
Correto.
A linha historiográfica que critica a interpretação estamental enfatiza as possibilidades de ascenção social na América Portuguesa.
A historiografia econômica sobre o período colonial advoga a centralidade da América no Império português. Haveria, assim, uma reversão de conceitos, na medida em que a periferia seria o coração econômico da Coroa portuguesa. Exceção nessa lógica foi o controle do tráfico negreiro por comerciantes portugueses que, embora tivessem ramificações empresariais na América e na África, estavam sediados em Lisboa.
Errado.
Os comerciantes sediados no Brasil serão os chamados “homens de grosso trato”, que enriqueciam no comércio e, adequando-se à lógica da sociedade da época, imobilizavam o capital ao comprar terras e escravos na América Portuguesa – buscavam enobrecer-se. João Fragoso chamou esse processo de “Arcaísmo como Projeto”.
A Guerra dos Emboabas (1707-1709) e a Guerra dos Mascates (1710-1711) podem ser entendidos como multiplicidade de interesses conflitantes na colônia portuguesa da América, nas quais houve oposição entre a elite local e a elite reinol. Na leitura historiográfica mais recente, embora as políticas centralizadoras da metrópole tenham prevalecido sobre os interesses locais, ambos os conflitos fortaleceram a unidade local contra as lideranças reinóis.
Correto.
Representação dos interesses locais nas Câmaras Municipais (“dos homens bons”).