Limitações constitucionais ao poder de tributar Flashcards
Quais institutos são utilizados pela CF/88 para limitar o poder de tributar e como é feita sua regulação?
Princípios e imunidades tributárias. Cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II, CF/88).
Pode o Presidente da República editar lei delegada sobre matéria tributária?
O Presidente da República pode criar leis delegadas sobre matéria tributária, pois tal assunto não foi proibido no § 1° do art. 68 da CF/88, o qual elenca as restrições desta norma.
Podem as medidas provisórias tratarem de assuntos relativos à matéria tributária e, ainda, instituir tributos?
Sim. Porém, destaque-se que a MP não pode tudo na seara tributária, pois a CF proibiu a edição de MPs que versem sobre matéria reservada a lei complementar. Há vários temas, em matéria tributária, cujo tratamento é restrito às leis complementares, e também, tributos, cuja instituição é restrita à LC.
Quais tributos só podem ser criados mediante lei complementar?
Imposto sobre Grandes Fortunas;
Impostos Residuais (tributos diferentes daqueles enumerados na CF, desde que sejam não cumulativos e não tenham FG ou BC próprios dos demais);
Contribuições Residuais (outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social);
Empréstimos Compulsórios.
Para a criação e extinção de tributos não existe exceção ao princípio da legalidade.
Contudo, para a majoração e redução de alíquotas, a CF prevê algumas exceções. Quais são elas?
Quatro exceções constam do texto original da CF/88:
Imposto de Importação (II)
Imposto de Exportação (IE)
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Duas surgiram na EC 33/2001:
CIDE-Combustíveis (redução e restabelecimento)
ICMS-Combustíveis (alíquotas fixadas mediante deliberação dos Estados e do DF, por meio de
convênios interestaduais - CONFAZ).
A atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo pode ser fixada por decreto?
Sim.
A atualização do valor da base de cálculo não é considerada aumento do tributo, e por isso não se sujeita ao princípio da legalidade, desde que a atualização respeite o índice oficial de correção monetária. Qualquer atualização superior à este índice é considerada aumento, e precisa ser feita por lei.
A atualização do valor da base de cálculo do IPTU, se feita com respeito ao índice oficial de correção monetária, pode ser feita mediante decreto municipal.
Pode, portanto, este decreto atualizar a BC do IPTU com base na taxa SELIC?
NÃO.
A taxa SELIC representa não só a correção monetária, mas também os juros moratórios. Por essa razão, não pode ser considerada apenas como correção monetária.
Desse modo, o ato é inválido, pois configura majoração do imposto, não podendo ser realizada por ato infralegal (decreto), mas tão somente por meio de lei.
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Este é o pilar do princípio da capacidade contributiva, que versa sobre a progressividade de alíquotas.
Qual entendimento do STF em relação à progressividade aplicada aos impostos reais?
- *Pessoais**: sempre progressivos;
- *Reais**: somente progressivos quando a CF dispuser, como é o caso do IPTU.
Porém, já houve decisão permitindo a progressividade do ITCMD (imposto real), mesmo sem previsão na CF.
Para o STF, qual critério deve ser adotado para verificar se um tributo possui efeito confiscatório?
A caracterização do efeito confiscatório deve ser obtida analisando a totalidade de tributos a que um contribuinte está submetido, dentro de determinado período, em relação à mesma pessoa política. Ou seja, se o objetivo é descobrir se determinado imposto federal está sendo utilizado com efeito de confisco, há que se verificar todo o ônus tributário com que certo contribuinte arca em relação à União.
Porém,a aplicação do princípio deve ser atenuada quando se trata de tributos extrafiscais. Tais tributos são utilizados como forma de controle e, por isso mesmo, a doutrina e a jurisprudência aceitam que se estipulem alíquotas elevadas nesses tributos.
Quais os limites estabelecidos pelo STF na aplicação de multas tributárias, para que estas não tenham efeito confiscatório?
Multa punitiva: 100% do valor do tributo.
Multa moratória: 20% do valor do tributo.
Norma que altera o prazo de recolhimento do tributo se sujeita ao princípio da anterioridade?
STF: Súmula Vinculante 50 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Qual entendimento do STF em relação à extinção de benefícios fiscais e os princípios da anterioridade anual e nonagesimal?
A majoração indireta de tributo, levada a cabo por meio de redução de benefício fiscal, atrai a aplicação do princípio da anterioridade anual e nonagesimal.
Quais são as exceções ao princípio da anterioridade?
Quais são as exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal?
Qual a exigência constitucional para que a MP que instituia ou majore impostos produza efeitos no ano seguinte ao da sua edição?
A medida provisória, que implique instituição ou majoração de impostos, só produzirá efeitos no exercício seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Contudo, essa regra não se aplica aos impostos que não se submetem ao princípio da anterioridade (II, IE, IPI, IOF e IEG).