Liga de Neuro - João Flashcards
Como se dá o processo de formação da linha primitiva?
Há o espessamento do epiblasto pelas células HNK1, formando a linha primitiva. Há uma proliferação celular caudo-cefálica. Na parte cefálica, há a formação do nó primitivo. Após esse primeiro momento, ocorre uma invaginação em toda a extensão da linha primitiva, formando o sulco primitivo. Na parte cefálica é formada a fosseta primitiva.
Como ocorre a conversão do disco embrionário de bilaminar para trilaminar?
As células da camada profunda do epiblasto migram para a parte central entre o epiblasto e o hipoblasto, formando o mesoderma. O epiblasto passa a se chamar ectoderma, o hipoblasto passa a se chamar endoderma.
Como é formado o processo notocordal? Qual a sua relação com a formação de neuroporos? E como a notocorda propriamente dita é formada?
O processo notocordal consiste na junção de parte das células mesenquimais com células do nó primitivo e da fosseta primária. Ela cresce em sentido caudo-cefálico, cessando seu crescimento na placa pré-cordal. A fosseta primária se projeta para o interior do processo notocordal, formando uma luz. Isso vai ser o canal notocordal. A camada do processo notocordal que está ligada ao endoderma vai se fundir e degenerar. A partir disso, há o aparecimento do neuroporo. A parte remanescente do processo notocordal invagina e forma a notocorda.
Qual o processo de formação dos discos intervertebrais a partir da notocorda?
A notocorda começa a desaparecer, mas a parte remanescente origina o núcleo pulposo do disco intervertebral.
Como é induzido o processo de neurulação e como ele ocorre?
A notocorda induz o espessamento do ectoderma, processo no qual as células se diferenciam em epiteliais espessas, compondo a placa neural. Essa placaneural vai crescer lateralmente, e com o desenvolver do processo cria-se uma invaginação. Essa invaginação gera duas cristas e formam um sulco neural. Paralelamente, nesse sulco neural, estão as pregas neurais que se aproximam cada vez mais, fechando e formando o tubo neural. Esse tubo neural se separa da superfície da ectoderme, assim como as cristas neurais que formarão posteriormente gânglios sensitivos, espinhais, do SNA e dos nervos cranianos V, VII, IX, X.
O que o tubo neural origina? O que cada terço de sua extensão forma?
O tubo neural formará o SISTEMA NERVOSO CENTRAL. Os dois primeiros terços do tubo formam o encéfalo, enquanto que o terço caudal forma a medula espinhal.
Como são formados os ventrículos e o canal central da medula? ÊNFASE em neuroporos. ÊNFASE no suprimento sanguíneo.
O canal neural que está diretamente em contato com a cavidade amniótica, por volta do 25º dia começa a fechar a partir do neuroporo rostral. Dois dias depois, o neuroporo caudal também é fechado, restando um espaço no interior desse tubo. Esse espaço nos dois primeiros terços do tubo - referentes à formação do encéfalo- origina os ventrículos. O espaço do terço caudal- referente à formação da medula espinhal- origina o canal central. Concomitantemente ao fechamento do canal neural é estabelecido o suprimento sanguíneo no tubo neural.
Como são formadas as zonas: ventricular, intermediária e marginal? ÊNFASE no que a zona ventricular origina // ZONA INTERMEDIÁRIA; ZONA MARGINAL. ÊNFASE na camada ependimária
Há o espessamento das células neuroepiteliais colunares pseudoestratificadas. Elas compõem a camada ependimária que reveste a luz do canal central da medula espinhal. Essa região é chamada de zona ventricular e nela será originada todos os neurônios e macróglias da medula. A zona intermediária será formada . A zona marginal é resultado das projeções axonais e futuramente será a substância branca da medula espinhal. A camada ependimária dará origem aos astroblastos que posteriormente formarão astrócitos. As microglias são provenientes do sangue.
Como se dá o processo de delimitação das regiões dorsal e ventral da medula espinhal?
O tubo neural é espessado pela proliferação das células neuroepiteliais. O crescimento lateral resulta em uma invaginação e na formação do sulco limitante. Esse sulco limitante separa a parte dorsal e ventral da medula espinhal através das placas alar e basal. A alar delimita a parte dorsal e a basal delimita a parte ventral. A placa basal forma o septo ???ventral??? e a fissura mediana ventral.
Entre a pia-máter e a aracnóide máter existe um espaço subaracnoideo preenchido pelo líquido cefalorraquidiano. Essas são duas das três camadas meníngeas. Como se dá a formação das camadas meníngeas e o líquido cefalorraquidiano? Onde essas meninges param de crescer? ÊNFASE em filum terminale. ÊNFASE em cauda equina.
A condensação do mesênquima origina a camada mais externa: a dura-máter. A camada mais interna gera a pia-aracnóide, juntamente com a participação da crista neural. O fluido acumulado entre a pia-aracnóide a divide em pia-máter e aracnoide-mater, criando o espaço subaracnoideo. A partir do surgimento dos plexos coroideos, haverá a secreção do líquido cefalorraquidiano que preencherá o espaço subaracnóideo. A medula espinhal finda nas vértebras L1 e L2. A dura-máter e a aracnóide-máter findam na vértebra S2. A pia-máter termina no ligamento filum terminale conectado a primeira vértebra coccígea. As raízes dos nervos inferiores à extremidade da medula ( cone medular) formam a cauda equina.
Atualmente a hipótese mais aceita diz que há vários locais de fechamento do tubo neural, provavelmente cinco. Um defeito no fechamento de um desses locais pode determinar o curso de algumas patologias. Cite as patologias associadas a deficiência no fechamento dos seguintes locais:
- LOCAL 1
- LOCAL 2
- LOCAL 1, 2 E 4, associados.
LOCAL 1: espinha bífida cística
LOCAL 2: anencefalia
LOCAL 1, 2 E 4, associados: craniorraquisquise
O que são os cornos ventrais e dorsais? Como é formado a fissura mediana ventral e o septo dorsal? Como são formadas as raízes dorsais da medula espinhal
Cornos dorsais e ventrais são corpos celulares das placas alares e basais, originados das colunas cinzentas dorsais e ventrais, respectivamente. No caso dos cornos dorsais, sua função está ligada à núcleos aferentes, enquanto que nos cornos ventrais, sua função está ligada a núcleos eferentes. Devido ao crescimento do axônio dos cornos ventrais das placas basais, essas projeções axonais vão para fora da medula espinhal e formam as raízes dorsais dos nervos cranianos. As placas alares, em seu processo de crescimento, formam um septo dorsal. Já as placas basais, formam a fissura mediana ventral.
Como ocorre o desenvolvimento dos gânglios espinhais?
Gânglios espinhais são provenientes de células da crista neural que formam inicialmente neurônios bipolares, que juntam suas projeções e formam uma espécie de T, criando assim o neurônio unipolar aferente do gânglio espinhal. A projeção periférica desse gânglio espinhal vai através de nervos espinhais até terminações sensoriais. Já a projeção central desse neurônio unipolar penetram a medula espinhal e formam as raízes dorsais dos nervos espinhais.
O que é o processo de mielinização? ÊNFASE: oligodendrócitos ÊNFASE: células de Schwann
O processo de mielinização consiste no envolvimento dos axônios do neurônio por bainha de mielina. Essa mielinização começa no período fetal e se estende até o primeiro ano pós-natal. A mielinização ocorre primeiro nas raízes motoras para que depois seja realizada nas raízes sensitivas. Oligodendrócitos formam a bainha de mielina que vai envolver feixes dos nervos do SNC, enquanto que Células de Schwann- proveniente de células da crista neural- formam a bainha de mielina para envolver axônios dos nervos dos SNP.
Qual a definição para seio dérmico espinhal?
Seio dérmico espinhal é uma depressão da pele no plano mediano das costas na região lombossacral. O local dessa depressão é onde há o fechamento do neuroporo rostral do tubo neural, sendo ele o último lugar de contato do tubo neural com o ectoderma da superfície. Pode ocorrer, em alguns casos a ligação da dura-máter com o seio dérmico espinhal por um cordão fibroso.
ESPINHA BÍFIDA OCULTA. Discorra sobre isso.
Anomalias que envolvem algum defeito relacionado aos arcos vertebrais pode ser considerado como uma espinha bífida. A espinha bífida oculta é um dos tipos da patologia. Ela ocorre devido ao não-fechamento dos arcos vertebrais no plano mediano, devido a falta de crescimento das metades embrionárias dos arcos. Um sinal clínico característicos nesses casos é o aparecimento de um tufo de pêlos na região lombossacral do indivíduo. Geralmente não apresenta sintomas clínicos significativos, porém o paciente pode desenvolver algum tipo de dano às raízes dorsais e da medula espinhal subjacente.
ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA. Discorra sobre isso. ÊNFASE: meningocele ÊNFASE: meningomielocele ÊNFASE: mielosquise
A espinha bífida cística, ao contrário da oculta, consiste numa protusão da medula espinhal devido a um defeito no arco vertebral. Quando o saco apresenta meninges e líquido cefalorraquidiano (LCR), mas a posição da medula espinhal e suas respectivas raízes e gânglios estão em posição normal, popdemos caracterizar o caso clínico como uma espinha bífida cística com meningocele. Se houver no saco, além da presença de meninges e LCR, o deslocamento da medula espinhal e suas raízes e gânglios da posição de normalidade, podemos defini-la como uma espinha bífida cístico com meningomielocele. O sintomas clínicos associados à espinha bífida cística é a perda da sensibilidade da pele ( anestesia), e paralisia de movimentos musculares. Pode haver até a paralisia dos esfíncteres em casos de meningomielocele. Caso haja um histórico familiar de pessoas que apresentaram espinha bífida cística, deve ser realizado uma amniocentese transabdominal, que consiste na retirada de parte do líquido amniótico para análise laboratorial. Caso esse líquido apresente uma alta taxa de alfa-fetoproteínas (AFP), uma ultrassom do feto pode confirmar um diagnóstico de espinha bífida cística. A meningomeilocele é mais perigosa e mais comum que meningocele. Por último, a mais grave das condições clínicas de espinha bífida cística é a mielosquise. Ela consiste num crescimento excessivo da placa neural e a não concretização do fechamento das pregas neurais e do neuroporo caudal, deixando a medula espinhal do feto aberta e exposta.
Qual a etiologia dos defeitos no tubo neural (fatores ambientais)?
Além dos fatores genéticos, fatores ambientais influenciam na incidência de espinhas bífidas. A ingestão de ácido valpróico- alticonvulsionante e antiepiléptico- pode aumentar as chances de ocorrência dessa patologia. Além disso, hipotermia e hipervitaminose de vitamina A, pode influenciar negativamente no aparecimento da anomalia congênita. Em contrapartida, a ingestão de ácido fólico antes da gravidez e até 3 meses a partir do seu início, reduz consideralvelmente os riscos de desenvolvimento de uma espinha bífida.