Leucemias - Parte I Flashcards
Vírus do tipo RNA de fita simples, endêmico em regiões asiáticas e tropicais, transmitido pela via sexual, transfusional ou materno-fetal e que está relacionado ao desenvolvimento de leucemia de células T em 3~5% de seus portadores após um período de latência estimado em 30 anos?
Vírus HTLV-1.
Identifique o mecanismo fisiopatológico das síndromes de predisposição à leucemia dispostas abaixo:
1. Anemia de fanconi, síndrome ataxia-telangiectasia e síndrome de Bloom;
2. Anemia de Diamond-Blackfan e síndrome de Schwachman-Diamond;
3. Disceratose congênita.
- Deficiência do reparo do DNA;
- Disfunção de medula óssea e anormalidades ribossômicas;
- Disfunção da manutenção do telômero.
A radiação ionizante é altamente leucemogênica. Dito isso, após quanto tempo da exposição ocorre o pico de diagnósticos de leucemia?
Após 5~10 anos.
Qual o principal agente químico relacionado ao desenvolvimento de leucemias?
Benzeno.
Qual a principal classe de antineoplásicos capaz de predispor a leucemias? Dentro desta classe, qual o principal agente relacionado?
Alquilantes. Melfalan.
V ou F: leucemias associadas ao uso de agentes alquilantes costumam ocorrer cerca de 4~6 anos após o uso da QT e passam por uma fase de SMD, com exame citogenético caracterizado por perdas totais ou parciais dos cromossomos 5 ou 7 ou, menos frequentemente, com a trissomia do 8.
Verdadeiro.
V ou F: ao contrário das leucemias induzidas por alquilantes, às relacionadas ao uso de agentes antitopoisomerase II possuem período de latência menor (1~2 anos), não manifestam SMD e possuem como principais anormalidades citogenéticas o acometimento do cromossomo 11q23.3 (gene KMT2A) e, menos comumente, translocações 21q22.
Verdadeiro.
A mutação em qual gene pode ser encontrada em até 1/3 dos pacientes com leucemia relacionada ao uso de quimioterápicos e que explica, parcialmente, sua pior resposta terapêutica?
Mutação em TP53.
Qual o ponto de corte referente a % de blastos encontrados em sangue periférico ou medula óssea e que definem LMA?
≥ 20%.
V ou F: segundo a classificação da WHO 2022, pacientes com 10% a 19% de blastos em medula óssea ou sangue periférico passam a ser qualificados como SMD/LMA pela sua similaridade biológica e prognóstica com os pacientes com blastos ≥ 20%.
Verdadeiro.
Quais as 3 condições que definem LMA, independentemente da contagem de blastos?
Como diferenciar LMA com mutação em BCR::ABL1 de uma LMC em fase acelerada?
LMA com BCR::ABL1 deve apresentar contagem de blastos ≥ 20%; já a LMC em fase acelerada, ≥ 10%.
Com relação a imunofenotipagem da LMA, quais os marcadores de células precursoras de linhagem neutrofílica ou monocítica?
CD34, CD117, CD33, CD13 e HLA-DR.
Com relação a imunofenotipagem da LMA, quais os 2 marcadores de granulócitos?
MPO e CD65.
Leucemia que expressa CD14, CD36 e CD64, provavelmente, pertence a qual linhagem?
Monocítica.
Leucemia que expressa CD36, CD71 e CD245a (glicoforina A), provavelmente, pertencea qual linhagem?
Eritróide.
Quais os 2 marcadores imunofenotípicos mais característicos de leucemias megacariocíticas?
CD41 e CD61.
Qual o ponto de corte de idade, em LMA, que configura um importante marcador prognóstico para estes pacientes?
≥ 60 anos.
V ou F: a t(8;21) é frequentemente acompanhada pela perda de um cromossomo sexual, particularmente o Y, ou pela del(9q). Por outro lado, a inv(16)/t(16;16) é mais comumente acompanhada de trissomias em 22, 8 e 21.
Verdadeiro.
Qual a definição de um cariótipo complexo?
≥ 3 anormalidades cromossômicas não relacionadas.
Qual a % de pacientes entre 16 e 60 anos que vão apresentar um cariótipo normal ao diagnóstico?
35 a 40%.
Pacientes portadores de mutações bialélicas em um gene específico de LMA possuem ótimo prognóstico mesmo quando tratados com QT isoladamente. Qual é este gene?
CEBPA.
Qual a % de casos de LMA que portam o gene FLT3-ITD? É um gene relacionado a um prognóstico bom ou ruim?
20 a 25%. Prognóstico ruim, relacionado a um fenótipo proliferativo, com maior quantidade de blastos, além de recaídas precoces e pior sobrevida.
Existe uma co-mutação que, quando presente em conjunto com FLT3-ITD, pode indicar melhor prognóstico para este subgrupo de pacientes. Qual é esta mutação?
NPM1.
Qual mutação IDH é mais comum em LMA: IDH-1 ou IDH-2?
IDH-2 (9 a 13% x 6% a 10%).
Quais os 2 métodos utilizados para avaliar DRM em LMA? Sua presença é marcador de prognóstico bom ou ruim?
Citometria de fluxo e estudos moleculares (PCR ou NGS). A presença de DRM está intimamente relacionada a pior prognóstico.
Qual o tratamento de primeira linha para pacientes com LMA elegíveis a QT intensiva de indução?
Esquema 3 + 7 (ou 7 + 3). Consiste na combinação de uma antraciclina por 3 dias (daunorubicina ou idarubicina) com citarabina por 7 dias.
É possível reduzir a dose de daunorrubicina no esquema 3 + 7 de 90mg/m² para 45mg/m²?
Não. A dose de 90mg/m² foi correlacionada a maiores taxas de remissão completa, especialmente na população entre 50~60 anos e com mutações em FLT3-ITD e NPM1.
Para pacientes submetidos a indução com o esquema 3 + 7 e que persistem com ≥ 5% de blastos ou uma celularidade ≥ 10% em medula após 10 dias do término do tratamento, o que pode ser ofertado?
Re-indução.
Para pacientes portadores de LMA com mutação em FLT3-ITD, qual droga pode ser adicionada em terapia de primeira linha?
Midostaurin, um inibidor multiquinase, com ganho em OS com a sua inclusão na população mutada.
Qual droga pode ser associada em terapia de primeira linha para pacientes com LMA com CD33+? A sua indicação se estende para quais grupos de risco?
Gemtuzumabe ozogamicin, com benefícios restritos aos grupos de risco favorável a intermediário.
Qual o principal efeito colateral com o uso de gemtuzumabe ozogamicin?
Hepatotoxicidade, inclusive com risco para doença veno-oclusiva hepática, especialmente em cenário de TMO.