Leucemias Agudas Flashcards
Do que a infiltração na medula é acompanhada na LMA?
É frequentemente acompanhada de neutropenia, anemia e plaquetopenia.
O que é a leucemia mieloide aguda (LMA)?
É uma doença clonal do tecido hematopoiético caracterizada pela proliferação anormal de células progenitoras da linhagem mieloide, ocasionando a produção insuficiente de células sanguíneas maduras normais.
Qual a fisiopatologia da leucemia mieloide aguda?
- proliferação rápida de um clone que também perde sua capacidade de diferenciação
- acúmulo de células de aspecto citológico imaturo ou blastos no sangue periférico e na medula óssea
- a proliferação exagerada do clone dentro da medula óssea leva a uma inibição da hematopoese normal
- isso resulta em anemia, plaquetopenia, neutropenia e os sintomas associados como: cansaço, fraqueza, sindrome purpúrica e febre
Qual é o quadro clínico da leucemia?
- a falência medular é caracterizada por cansaço, fraqueza, palidez cutânea e de mucosas, decorrentes da anemia
- quadro purpúrico caracterizado por petequias, sangramento gengival e metrorragias, equimoses cutâneas secundárias a plaquetopenia
- processos infecciosos secundários a neutropenia
- infiltração de órgãos e tecidos pelo clone leucêmico, como discreta hepatoesplenomegalia, infiltração de gengivas com consequente hipertrofia gengival e, mais raramente, infiltração cutânea
- massa tumoral formada por mieloblastos acometendo a medula espinhal e órbita (mais raro)
- leucostase (sindrome caracterizada por isquemia de múltiplos órgãos e por disfunção respiratória e do SNC. Associada à número elevado de blastos circulantes (acima de 100.000/mm3)
Como é feita a investigação diagnóstica na leucemia mieloide aguda?
Estudo do hemograma e mielograma.
Hemograma:
- anemia, plaquetopenia e, habitualmente, leucocitose a custa de blastos, ou número normal ou diminuído de leucócitos normais com presença de blastos
Mielograma:
- medula inteiramente substituída por blastos. Os blastos tem uma relação núcleo-citoplasma mais baixa, com cromatina frouxa, presença de vários nucleolos e citoplasma granular, com presença de bastonete de Auer.
*deve ser feita a imunofenotipagem dos blastos para demonstrar sua origem mieloide, já que isso define o diagnóstico e o tratamento a ser feito.
Quais são os fatores prognósticos da leucemia mieloide aguda?
- Idade: paciente com mais de 60 anos tem pior prognóstico do que pacientes jovens
- Quadro de mielodisplasia previa ao diagnóstico ou tratamento quimioterápico anterior, especialmente com drogas anquilantes, tem pior prognóstico.
- presença de mutações no receptor de tirosina-quinase FLY3 confere pior prognóstico
- resposta à terapia de indução de reemissão: os pacientes que entram em missão completa tem sobrevida francamente melhor do que os que não entram
Quais os cariótipos de melhor e pior prognóstico?
Pacientes com menos de 60 anos de idade:
- portadores de t(8;12), t(15;17) e inv(16) ou t(16;16) tem prognóstico favorável
- os portadores de anomalias cromossômicas complexas -7, anormalidades do (3q), del(5q) e -5, t(6;9), t(6;11), t(11;19) tem prognóstico adverso ou desfavorável.
- o resto das anormalidades, incluindo cariótipo normal tem prognóstico intermediário.
Nos maiores de 60 anos
- anomalias cromossômicas complexas com 3 ou mais alterações, tem pior prognóstico
- anomalias não-complexas com menos de 3 alterações tem melhor prognóstico
Qual é o tratamento suporte para a LMA?
- verificar se existe acesso venoso adequado. Usualmente os pacientes requerem o uso de cateteres de longa permanência para garantir que a terapia seja adequadamente administrada, nos horários certos, com velocidade necessária, sendo bastante recomendável o uso de bombas de infusão.
- se o paciente for neutropênico febril, antes de começar a quimioterapia é necessário iniciar antibióticos de amplo espectro
- para preservar a função renal o paciente deve ser hidratado de forma endovenosa com 3.000ml de soro em 24hrs e usar alopurinol 600mg/dia VO.
- para evitar náuseas e vômitos usar ondansetrom na dose de 8mg antes da quimioterapia e a cada 12hrs após o término desta.
- fazer uso de concentrados de plaquetas de forma profilática se o nível destas cair abaixo de 10.000 no sangue periférico.
Qual é a terapia de indução de remissão completa para LMA?
O objetivo principal é diminuir a massa tumoral e restituir a hematopoese normal.
A terapia padrão para todos os tipos de LMA, exceto a LMA M3 consiste no uso da daunorrubicina (45 a 60mg/dia durante 3 dias, EV, 60min) e citarabina (100mg a 200 mg/dia EV, de forma contínua durante 7 dias).
Este ciclo pode ser repetido 14 a 28 dias após o início, se não for obstina uma remissao completa caracterizada pela ausência de blastos, número normal de neutrófilos e plaquetas acima de 100.000/mm3 no sangue periférico e presença de menos de 5% de blastos na medula óssea.
Qual a terapia de indução de remissão para a LMA M3?
Adição de ácido all-transretinoico (ATRA) ao tratamento quimioterápico é mandatória, ja que melhora a porcentagem de remissao completa e diminui as complicações hemorrágicas.
Qual a terapia pós remissão para LMA?
O objetivo dessa terapia é, após a remissão completa, evitar a recidiva da doença.
- para os portadores de anomalias cariotípicas de bom prognóstico, 3 ou mais ciclos mensais de quimioterapia com citarabina em doses elevadas (3g/m2 a cada 12 hrs nos dias 1,3 e 5 do ciclo) é o tratamento preconizado.
- para os portadores de anomalias cariotípicas de prognóstico intermediário ou adverso, o tratamento de escolha nos menores de 60 anos de idade é um transplante alogênico com doador HLA-compatível na família ou, como segunda opção, um doador HLA-compatível não relacionado.
- nos maiores de 60 anos de idade, a melhor opção, independente do cariótipo, é usar citarabina em doses intermediárias por mais de um ciclo conforme a tolerância.
Qual a grande causa de óbito precoce nas LMA e qual a prevenção?
São episódios de neutropenia febril tratados inadequadamente. Por esse motivo o uso de antibióticos de amplo espectro e a trazia de suporte adequada devem ser iniciados o mais cedo possível.
O que é a leucemia linfoide aguda (LLA)?
Se caracteriza pela proliferação clonal e pelo acúmulo na medula óssea e no sangue periférico de células imaturas denominadas linfoblastos. Essas células proliferam e ocupam a medula óssea inibindo o crescimento e a maturação normal dos precursores hematopoieticos da série vermelha, granulocítica e megacariocítica.
Qual a epidemiologia da LLA?
Neoplasia mais frequente em crianças. Acomete principalmente crianças entre 2 e 10 anos de idade. No adulto a incidência é menor, aumento após os 40 anos. É mais comum no sexo masculino. Se não tratada evolui para óbito rapidamente.
Qual a etiopatogenia da LLA?
- contato com agente químicos (benzeno, agrotóxicos, tintas, solventes)
- exposição a radiações ionizantes ou tratamento com quimioterapia por neoplasias prévias.
- vírus (EBV, HIV, HTLV1) podem estar presente na etiologia
- alterações cromossômicas como: Down, oferecem 20x mais risco de o indivíduo desenvolver leucemia do que outras crianças.