IRC Flashcards

1
Q

Definição de doença renal crônica:

A

Lesão renal ou redução da função renal por pelo menos 3 meses.
A lesão renal pode ser estrutural ou funcional - como formas de alterações renais podemos ter a albuminuria, anormalidades de sedimento urinário (hematúria, proteinúria), anormalidades de imagem (agenesia renal, rim único, rim pélvico, rim em ferradura, hipoplasia), anormalidades patológicas (GESF, doença da membrana basal fina) e pacientes com transplante renal.

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2
Q

Equação de Cockroft e Gault (clearence de creatina):

A

(140 - idade) X peso / Creatina plasmática X 72 se for mulher multiplicar por 0,85

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3
Q

Quais as causas da doença renal crônica?

A

1- Diabetes mellitus.
2- Hipertensão arterial.
3- Glomerulonefrite crônica.
4- Doenças auto imunes (LES, vasculites).
5- Amiloidose.
6- Mieloma múltiplo.

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4
Q

Causas de DRC congênita:

A

Agenesia renal, hipoplasia renal, válvula de uretra posterior.

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5
Q

Causas hereditárias de DRC:

A

Doença renal policística dominante, síndrome de Alport e cistinose.

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6
Q

Doenças renais primárias que causam DRC:

A

GN crônicas (principalmente!), pielonefrites e nefropatias túbulo-intersticiais, doenças obstrutivas crônicas (calculose, bexiga neurogênica).

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7
Q

Progressão fisiopatológica da DRC:

A

Durante a evolução da DRC, um número progressivamente menor de néfrons segue funcionando adequadamente. Acredita-se que os glomérulos dos néfrons ainda funcionantes sofrem um processo de hipertrofia devido à hipoperfusão glomerular, que acontece por conta da redução do leito capilar glomerular total e a vasodilatação das arteríolas aferentes, com vasoconstrição das arteríolas eferentes.

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8
Q

Explique o balanço de água na DRC:

A

Balanço de água: Devido ao aumento do fluxo glomerular, o fluxo inratubular é muito maior, impedindo o gradiente osmótico córtico-medular. O desarranjo estrutural medular leva a dificuldade de concentrar a urina na DRC. O excesso de água é eliminado pela diminuição da resposta do túbulo contorcido ao ADH, ou seja, logo no começo, quando o paciente está progredindo para a DRC, o paciente vai urinar mais (queixa de nictúria), mas a urina vai ser mais difícil de ser concentrada.

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9
Q

Explique o balanço de sódio:

A

Ocorre aumento da filtração do néfron com aumento da reabsorção de sódio (Na) no túbulo proximal, porém, com redução da reabsorção de sódio no túbulo coletor.
A retenção de Na leva ao aumento do volume extracelular e aumento da hipertensão arterial - causando Natriurese pressórica (elevação da pressão arterial gera aumento proporcional na excreção urinária de sódio e água) por menor reabsorção do túbulo proximal e alça de Henle devido ao aumento da pressão hidrostática do capilar peritubular.
A hipertensão arterial é o preço a pagar pela manutenção do balanço de Na.

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10
Q

Explique o balanço de potássio e quando ocorre hipercalemia:

A

Ocorre uma maior excreção de K devido a maior filtração glomerular por néfron, a secreção de K aumenta devido a um aumento da atividade da bomba Na-K ATPase das células principais do túbulo coletor.
A hipercalemia só ocorre nas fases finais da doença renal crônica, começa a aparecer quando o clearance é menor do que 15. O potássio alto altera ECG - onda T apiculada, em tenda - sinal de hiperpotassemia, hipercalemia.

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11
Q

Balanço de Ca e Ph

A

A diminuição de néfrons provoca retenção de potássio, que acarreta na diminuição de cálcio (eles sempre andam em vias opostas, é como se não se gostassem, onde o potássio está o cálcio não vai junto). A diminuição de cálcio diminui a atividade da enzima 1-alfa-hidroxilase, que leva a diminuição da síntese de vitamina D3 ativa (calcitriol).
A diminuição do calcitriol, redução da síntese de vitamina D, leva à redução de cálcio e ao aumento da produção do PTH.
O hiperparatireoidismo é o preço que o organismo paga pela manutenção da homeostase de cálcio e potássio.

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12
Q

O que o marcador de FGF 23 significa?

A

Dosagem de FGF 23: O fator de crescimento de fibroblastos (FGF 23) é uma fosfatonina secretada pelos osteócitos e osteoblastos, fundamental na regulação do metabolismo fosfato e vitamina D. Age nos rins aumentando a excreção de fosfato - causa fosfatúria - e assim o corpo mantém um equilíbrio das concentrações. Nos pacientes com DRC, a excreção do paciente está prejudicada, então, o fosfato é retido.

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13
Q

Complicações na DRC:

A

HAS, dificuldade na concentração e diluição da urina, hiperpotassemia e acidose metabólica, proteinúria, anemia, doença mineral óssea, desnutrição, alterações metabólicas, neurológicas e dermatológicas.

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14
Q

Síndrome urêmica:

A

A polineuropatia urêmica é caracterizada por hipoestesia, parestesia, redução do reflexo patelar, fraqueza muscular, soluços - casos finais, mais graves - melhora com diálise e transplante.

→ Hematológico: Anemia (EPO), sangramentos (o número de plaquetas está normal, mas elas não funcionam corretamente, é uma disfunção plaquetária + alteração estrutural do fator VIII da cascata de coagulação) - ou seja, muito cuidado com pacientes DRC, possuem alto risco de hemorragia! Alteração da quimiotaxia de neutrófilos, redução da função linfocitária - o paciente DRC é mais suscetível a ter infecções, é mais imunossuprimido.

→ Trato gastrointestinal: Hálito urêmico (uréia na saliva), anorexia por aumento de leptina. Devido ao aumento da uréia pode fazer estomatite, úlceras superficiais. Aumento da incidência de úlcera péptica - por conta do aumento da gastrina e da secreção de PTH, que aumenta a secreção gástrica. Hemorragia digestiva. Presença de náuseas, vômitos matinais ou pós prandial, diarréia.

→ Aparelho cardiovascular e pulmonar: HIPERVOLEMIA - Percebida através do sinal de Godet - Hipertensão arterial, ICC, edema e edema agudo de pulmão. SEROSITE - Pericardite, derrame pleural. O processo de aterosclerose é acelerado (DM, fumo, dislipidemia, HVEm HA - o paciente DRC tem alta mortalidade por complicações cardiovasculares, às vezes são piores do que as próprias alterações renais presentes).

→ Endócrino: O paciente DM, quando em DRC mais avançada, “melhora” da DM - isso porque 30% da metabolização da DM é feita nos rins, dessa forma, com a redução da função renal, tem diminuição do metabolismo renal e consequentemente, a metabolização da insulina, fazendo com que a insulina fique mais tempo circulando (aumenta o tempo de meia vida). A DRC também está associada a alterações de vitamina D e PTH, além do acúmulo de testosterona - que nas mulheres pode causar infertilidade, ciclos anovulatórios, amenorréia e diminuição da concentração de progesterona.

→ Metabólicos: Perda de peso, osteodistrofia renal, acidose metabólica, hiperpotassemia, hiperuricemia - no ECG é possível observar a onda T apiculada, em tenda, quando tem hipercalemia.

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15
Q

Manejo do estágio 1 e 2:

A

Determinar a etiologia da DRC, identificar a progressão da DRC (a cada 3 meses). Identificar maiores riscos de progressão (persistência da doença primária, DM não controlada, obstrução urinária, uso crônico de AINE, gestação) - caracterização e tratamento de fatores de risco modificáveis, principalmente quanto aos eventos cardiovasculares - metas de controle rigoroso da PA, controle glicêmico, controle da anemia, interromper tabagismo, praticar atividade física, combater sobrepeso. Redução da proteinúria e albuminúria.
→ Considerar como progressão da DRC uma queda > 5mL/min/1.72 m2 em 1 ano

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16
Q

Manejo do estágio 3:

A

Paciente com TFG entre 39-59 mL/min. É o ponto onde a maioria dos pacientes é encaminhado ao nefrologista. Considerar a natureza progressiva da nefropatia pela albuminúria e a grande prevalência de idosos nesse estágio sem risco de progressão da doença renal em si, mas com grande elevação do risco para doenças cardiovasculares! Nesse estágio são frequentes as complicações associadas à DRC. É necessário instituir manejo do estágio 1 e 2 além de avaliar e tratar a anemia (melhora a qualidade de vida e evita transfusões), repor EPO, garantir níveis adequados de ferro e ferritina, avaliar estado nutricional do paciente (dieta hipoproteica, ingestão calórica adequada, avaliação do peso,a albumina sérica, inquérito alimentar) - o acúmulo de toxinas urêmicas pode levar a anorexia. Abordagem multidisciplinar com uma nutricionista.

17
Q

Manejo do estágio 4:

A

FC entre 15 a 29 ml/min. Nessa fase, todos vão evoluir para o estágio seguinte, sem sombra de dúvidas - isto é, se não apresentarem eventos cardiovasculares que coloquem a vida em risco, pois a maioria dos DRC nessa fase evoluem para óbito antes de chegar na diálise. Manter o manejo do estágio 3 e acompanhar o paciente a cada 3 meses, monitorar o potássio sérico, cuidado com síndromes metabólicas, vacinação para hepatite B, pneumo e influenza. Os pacientes devem ser orientados sobre escolha da modalidade da diálise e preparo para transplante.
→ Nessa fase, o uso de IECA ou BRA torna-se limitado devido a hiperpotassemia e a queda da FG.

18
Q

Manejo do estágio 5:

A

Fase em que o paciente é indicado para diálise ou tratamento conservador paliativo em casos de doenças terminais. A indicação para diálise é clínico e laboratorial. Às vezes o paciente está anoréxico, pela falta de alimentação está em um quadro de desnutrição proteico-calórica, consequentemente sua uréia não está elevada, então o exame laboratorial indicaria que por conta disso não seria necessário a diálise, mas aí é necessário uma avaliação mais clínica do caso. É considerada indicação quando tem uma piora grande da pressão, edema, náuseas, vômitos, alteração de consciência, queda do estado nutricional, piora da anemia com grande sintomatologia, hipercalemia e hiperfosfatemia muito frequentes.