INTOXICAÇÃO FARMACOLÓGICA Flashcards
Intoxicações que cursam com midríase:
cocaína, cafeína, anfetamina, efedrina, anticolinérgicos como atropina, escopolamina, antidepressivos tricíclicos, anti-histamínicos, antiparkisonianos, alucinógenos como LSD, além do álcool, IMAO, nicotina e crise de abstinência.
Intoxicações que cursam com miose:
Opioides, sedativos-hipnóticos como barbitúricos, benzodiazepínicos, álcool, colinérgicos como inseticidas organosfoforados, carbamatos, pilocarpina, edrofonio, e simpaticolíticos como clonidina, antipsicóticos, oximetazolina.
Intoxicações que podem cursar tanto com midríase quanto miose:
Barbitúricos, carbamazepina, fenitoína, lítio, etanol, osganofosforados, IMAO, quetamina.
Etapas no tratamento de qualquer intoxicação:
Suporte clínico;
Descontaminação;
Antídoto;
Acelerar a eliminação da droga.
Qual substância é acumulada na intoxicação por Acetaminofeno/paracetamol?
NAPQI., Diagnóstico com laboratório e exame físico, dosagem de nível sérico entre 4 e 24 horas, tratar com suporte clínico, lavagem e carvão ativado perde efetividade em menos de 30 minutos
Nome do normograma utilizado na intoxicação por paracetamol?
O nomograma de Rumack-Matthew determina intoxicação, principal causa de morbidade é a lesão hepática.
Antídoto do paracetamol:
n-acetilcisteína.
Sintomas da intoxicação por antidepressivos tricíclicos:
Sedação, crise convulsiva, coma, taquicardia, hipotensão, anormalidades na condução, anticolinérgicos (midríase, retenção urinária, boca seca, redução da motilidade intestinal). Causa prolongamento de QT, causando torsades de pointes (tratar com sulfato de magnésio), R> S, lidocaína trata prolongamento de QRS, tratar crises convulsivas com benzodiazepínicos ou barbitúricos, nunca com fenitoina, bicarbonato de sódio indicado em bolus após crises, hipotenso e alteração de eletro, manter ph 7,5-7,55. Logo, sintomas adrenérgicos mais anticolinérgicos.
Sintomas da intoxicação por betabloqueador:
Não seletivos (agem nos receptores B1 e B2, carvedilol, propanalol, timolol, pindolol, labetalol, nadolol) e seletivos (atenolol, bisoprolol, metoprolol, acebutolol, betaxolol, esmolol). Náuseas, vômitos, bradicardia, hipotensão e depressão do SNC, mas o acebutolol, pindolol, carteolol e o penbutolol podem causar hipertensão e taquicardia. Pode ter crise convulsiva, pele fria e úmida, edema pulmonar e broncoespasmos podem ocorrer, hipercalemia, acidose e hipoglicemia. ECG: BAV, BR, prolongamento QRS, bradicardia, assistolia, o sotalol pode causar prolongamento QT, TV, FV e torsades pointes. Diagnóstico: exame físico e histórico, dosagem pouco utilizada. Tratamento: carvão ativado desintoxica, vasopressores podem ser usados, marca-passo e balão de contra pulsação aórtica, sais de cálcio.
Droga de escolha para antídoto por betabloqueadores:
Glucagon.
Sintomas da intoxicação por benzodiazepínicos:
Depressão do SNC, o coma e a depressão respiratória mesmo raros podem acontecer, os metabólitos da urina não necessariamente são úteis.
Antídoto para intoxicação por benzodiazepínicos:
Flumazeníl. Carvão ativado apenas por benzodiazepínicos está em desuso, risco de broncoaspiração, suporte ventilatório.
Fatores de risco para intoxicação por digitálicos:
Insuficiência renal, idade, doenças cardíacas, fatores metabólicos (principalmente a hipocalemia.
Drogas que influenciam na concentração dos digitálicos:
Drogas que diminuem concentração dos digitálicos: fenitoina,rifampicina, sulfasalazina, neomicina,colestiramina. Drogas que aumentam concentração: quinidina, verapamil,amiodarona, ciclosoporina, itraconazol,espinorolactona, macrolideos, tetraciclina, diltiazem, flecainida.
Podem causar depressão de st (ST escavado ou pá de pedreiro):
Digitálicos.
Vômitos, diarreia, dor abdominal, confusão, delirium, alucinações, borramento da visão, fotofobia, escotomas, cromatopsia, arritmias sinusais, bloqueio AV, extrassístoles ventriculares, bigeminismo( batimento normal seguido por precoce), taquicardia ventricular e fibrilação ventricular. Sugestivos: taquicardia supraventricular com bloqueio AV e taquicardia ventricular bidirecional (alteração de polaridade) são sinais de qual intoxicação?
Digitálicos.
Na intoxicação por digitálicos ocorre taquiarritmias ou bradiarritmias?
Pode ocorrer tanto taquiarrtimias quanto bradiarritmias. As bradiarritmias são mais comuns, com bradicardia sinusal um dos primeiros, bloqueio AV, sendo que o bloqueio de segundo grau raramente é causado por intoxicação, fibrilação e flutter atrial podem ocorrer, mas raramente por intoxicações. Aguda x crônica: na crônica a bradiarritmias e hipocalemia são mais comuns, na aguda taquiarritmias e hipercalemia são mais comuns. Hipercalemia na fase aguda é mal preditor. Os níveis séricos podem estar normais ou diminuídos na crônica e altos na aguda.
Tratamento da intoxicação por digitálicos:
Tratamento: carvão ativado, normatizar cálcio, potássio, magnésio e hipóxia. Taquiarritmia ventricular: tratar com fenitoina ou lidocaína. Bradiarritmia importante: atropina ou marca-passo provisório, marca-passo transcutaneo em instabilidade hemodinâmica.
Antídoto para a intoxicação por digitálicos:
Anticorpo Fab antidigoxina: arritimias ameaçadoras a vida, potássio sérico >5,5 em overdose aguda, lesão em órgão alvo por hipoperfusão (renal, estado de consciência), sendo que seus efeitos aparecem somente depois de uma hora. Sempre evitar cardioversão.
O que é a síndrome neuroléptica maligna?
Fatores de risco incluem jovens, desnutridos, desitratados, Parkinson, uso de altas doses de neurolépticos, é mais comum em agentes mais antigos como o haloperidol, deve ser sempre considerado em paciente psiquiátrico com rabdomiólise, hipertermia, rigidez muscular, instabilidade autonômica (hipertensão, hipotensão, taquicardia, diaforese, incotinencia urinaria, alteração do estado mental, laboratório: leucocitose e aumento da CK( rabdomiólise). Bradicinesia,coreia, distonia, disfagia, disartria, tremores, convulsões. Diagnóstico diferencial: síndrome serotonérgica , meningite infecciosa, overdose, síndrome de abstinência , tireotoxicose, hipertermia maligna. Mortalidade sem tratamento: 10%. Tratamento: suporte, suspensão de neuroléptico, agonistas dopaminérgicos( bromocriptina, amantadina) em moderados e graves até a diminuição de rigidez muscular, Opções em casos refratários: Eletroconvulseterapia, dantrolene.
O que leva a síndrome serotonérgica?
As drogas que levam são os ISRS, IMAO, inibidores de receptação da serotonina e noradrenalina, antidepressivos heterocíclicos (trazodona), psicoestimulantes, estabilizadores do humor, opioides, antieméticos.
Qual a associação mais comum de fármacos que leva a síndrome serotonérgica?
A associação mais comum é ISRC e IMAO, logo é necessário um intervalo de 14 dias para substituição de um por outro. Alteração do estado mental, instabilidade autonômica ( taquicardia, hipertensão , diarreia, diaforese) , alterações neuromusculares ( midríase,rigidez, tremores, hiperreflexia,calafrios), hipertermia, aumento da CK.Diagnóstico diferencial: síndrome neuroléptica maligna, meningite infecciosa, toxicidade, síndrome de abstinência . Tratamento: suporte, suspensão das drogas, sedação com benzodiazepínicos , antangonistas serotonérgicos ( ciproeptadina é a escolha).
A nível de esclarecimento, outras menos conhecidas:
Escopalamina( buscopan) : delírio, mucosas hipohidratadas, retenção urinária, efeitos semelhante a anticolinérgicos.
Dor abdominal, visão turva, estado mental alterado, acidose com anion-gap aumentado: metanol.
Teofilina: arritmias, convulsões, vômitos .
Verapamil: hipotensão, bradicardia, coma.
Intoxicação por AAS:
Toxicidade acima de 300mg/kg, em tentativa de suicídio, acidose metabólica mais alcalose respiratória, alterações auditivas, zumbidos, vomito e vertigem. A hemodiálise é indicada em níveis séricos cima de 100mg/dl. Tratamento: descontaminação do TGI, suporte ventilatório, glicose hipertônica, e bicarbonato de sódio para alcalinizar o plasma. Intoxicações devem ser notificadas