Interpretação Textual Flashcards
INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade se refere à presença de elementos formais ou semânticos de textos, já produzidos, em uma nova produção textual. Em outras palavras, refere-se aos textos que apresentam, integral ou parcialmente, partes semelhantes ou idênticas de outros textos produzidos anteriormente.
PARÁFRASE
PARÁFRASE - é um tipo de texto elaborado com base em outro já existente e conhecido pelos leitores, mantendo a ideia do texto original.
Isso quer dizer que paráfrase é um tipo de intertextualidade. Parafrasear significa “Interpretar um texto com palavras próprias, mantendo seu sentido original.
”Reescritura de um texto. Divide-se em dois tipos: resumo e perífrase.
Resumo: Reduzir o tamanho de um texto.
Perífrase: Aumentar o tamanho de um texto.
A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está na categoria de figuras de palavras.
Recurso estilístico que consiste em exprimir por muitas palavras aquilo que poderia ser dito em poucas palavras.
Também se chama paráfrase a uma tradução livre ou desenvolvida.
PARALINGUAGEM
A Paralinguagem é um conjunto de elementos não-verbais utilizado para modificar sentido e transmitir emoção durante uma comunicação, ela pode ser expressa consciente ou inconscientemente e engloba o tom de voz, volume, e em alguns casos, uma expressão facial. Seus signos vocais podem distribuir-se em dois grupos: 1) Qualidade vocal e 2) Postura vocal
MODALIZADORES TEXTUAIS
Os modalizadores indicam as intenções discursivas, são, portanto, os elementos que indicam os argumentos de quem produz o texto. Em outras palavras, se há argumento, há modalizador. Utilizar modalizadores nos textos argumentativos dá ênfase ao ponto de vista apresentado pelo produtor do texto.
PARÔNIMO
As palavras parônimas se assemelham no som e escrita. Mas fique atento, pois um erro pode causar grande confusão. Veja abaixo algumas palavras parônimas:
Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)
Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)
Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)
Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)
Delatar (denunciar) e dilatar (alargar)
Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)
Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)
POLISSEMIA
Polissemia é um fato linguístico em que uma palavra que pode ter vários significados. Por exemplo, a palavra mangueira significa árvore da manga e tubo de borracha que usamos para jogar água.
Quando falamos a palavra mangueira, sabemos qual o seu significado de acordo com o contexto em que ela está sendo usada.
A palavra polissemia é a junção do grego polis, que significa “muitos”, e de sema, de “significado”.
Exemplos de polissemia
A letra da música do Chico Buarque é incrível. (composição musical)
A letra daquele aluno é inteligível. (caligrafia)
Meu nome começa com a letra D. (caractere do alfabeto)
Isto é leve como uma pena. (revestimento das aves)
Tenho pena dos pobres. (dó)
Qual é a pena do reú? (punição)
Foi todo picado logo depois de pisar num formigueiro. (toca das formigas)
A praia parecia um formigueiro no sábado. (muitas pessoas, multidão)
O paciente queixou-se ao médico do formigueiro nas mãos. (coceira)
Machucou a boca no jogo. (parte do corpo)
A boca da garrafa está com ferrugem. (abertura)
Acenda a vela. (de cera)
O marinheiro reparou que a vela estava rasgada. (de barco)
Posso me sentar neste banco? (assento)
GÊNERO EPISTOLAR
O gênero epistolar é uma forma de comunicação escrita que se baseia na troca de correspondências entre duas ou mais pessoas. Essas correspondências podem ser cartas, bilhetes, e-mails ou qualquer outro meio de comunicação escrito. O termo “epistolar” vem do grego “epistolé”, que significa “carta”.
UFANISMO
Ufanismo é o orgulho exagerado que leva à exaltação apaixonada da pátria, que vai além do patriotismo e do nacionalismo.
3 sinônimos de ufanismo para 1 sentido da palavra ufanismo: Orgulho exagerado no seu país: 1 nacionalismo, otimismo nacionalista, patriotismo.
ATARAXIA
Ataraxia (em grego clássico: Ἀταραξία ataraxia) traduz-se por “ausência de inquietude/preocupação”, “tranquilidade de ânimo”.
Vídeos
METALINGUAGEM
A metalinguagem ocorre quando, no próprio discurso, faz-se referência à linguagem utilizada para transmitir uma ideia. Assim, o enunciado fala de si próprio, podendo apontar inclusive para suas próprias características. É canvapossível observar exemplos de metalinguagem na literatura, na publicidade, na música, na pintura e em diversos outros contextos que falem do ato de se comunicar.
Por exemplo, um romance que fala sobre literatura, um filme cuja temática é o cinema, um poema que fala de poesia etc.
REFERENCIAÇÃO
A referenciação é uma atividade discursiva que consiste na construção e reconstrução de objetos-de-discurso caracterizada pela retomada de elementos no texto. Este artigo analisa a referenciação realizada por meio de uso de expressões pronominais, adverbiais, sinônimos etc.
ANAFÓRICO x CATAFÓRICO x DÊITICO
A anáfora trabalha com a retomada de elementos apresentados anteriormente na frase ou no texto, a catáfora faz o processo de referenciar-se elementos que serão apresentados posteriormente.
Dêitico refere-se a um termo que não está presente no texto.
Alguns pronomes ajudam a identificar a referenciação.
Ex.: esses e aqueles (anáfora).
INTERDISCURSIVIDADE
O conceito de interdiscursividade alinha-se à concepção de que os discursos se relacionam a outros discursos. Um discurso traz, em sua constituição, outros discursos, é tecido por eles, seja pelos já ditos, em um dado lugar e momento histórico, seja por aqueles a serem ainda produzidos.
O diálogo entre os quadros entra em uma rede interdiscursiva, pautada pelo trabalho com o já dito, já representado. Como exemplo, pode-se citar a Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, obra que suscitou inúmeras reproduções, paráfrases, paródias, gerando uma multiplicidade de efeitos de sentido.
HIPERONÍMIA x HIPONÍMIA
Hiperonímia
Como o próprio prefixo já nos indica, esta palavra confere-nos uma ideia de um todo, sendo que deste todo se originam outras ramificações, como é o caso de frutas.
Hiponímia
Demarcando o oposto do conceito da palavra anterior, podemos afirmar que ela representa cada parte, cada item de um todo, no caso: maçã, banana, abacaxi, melão. Sim, essas são palavras hipônimas.
Hiperonímia: Frutas
Hiponímia: banana
Hiperonímia: farmácia
Hiponímia: dorflex
Hiperonímia: casa
Hiponímia: cozinha
Hiperonímia: animais
Hiponímia: leão
Hiperonímia: veículos
Hiponímia: carros
MERONÍMIA
Definição de Meronímia
A meronímia é uma relação de inclusão, onde um termo mais específico (a parte) está contido em um termo mais amplo (o todo). Essa relação é fundamental para a compreensão de como as palavras estão interconectadas e como conceitos mais complexos são formados a partir de elementos mais simples.
Exemplos de Meronímia
Alguns exemplos comuns de meronímia incluem: dedo - mão, motor - carro, pétala - flor, pneu - bicicleta. Nestes casos, a primeira palavra é um merônimo da segunda palavra, representando uma parte essencial ou componente do todo.
Exemplos de Meronímia
A palavra “roda” é um merônimo de “carro”.
O termo “pétala” é um merônimo de “flor”.
“Cadeira” é um merônimo de “mesa”.
A expressão “dedo” é um merônimo de “mão”.
O termo “capítulo” é um merônimo de “livro”.
“Folha” é um merônimo de “árvore”.
A palavra “tecla” é um merônimo de “teclado”.
O termo “comprimento” é um merônimo de “régua”.
“Lata” é um merônimo de “lata de refrigerante”.
A expressão “braço” é um merônimo de “corpo”.
EPÍLOGO x PROLÓGO
O epílogo é o oposto do prólogo. É a última parte do texto, adicionada ao final da obra para encerrar a narrativa. Trata-se de um recurso utilizado para desfecho, sendo bastante útil quando não é possível deixar todas as pontas amarradinhas no último parágrafo, por exemplo. Também é usado para projetar o futuro dos personagens ou dar voz a um deles, revelando seus sentimentos a partir dos acontecimentos narrados.
Prólogo é o mesmo que introdução, prefácio, prefação, preâmbulo. É a introdução de um trabalho, onde o autor desenvolve as ideias preliminares sobre o assunto.
HOMÔNIMO x PARÔNIMO
Homônimos
As palavras homônima têm a mesma pronúncia (às vezes, a mesma escrita) e significados distintos. Elas são classificadas em: homógrafas, homófonas, perfeitas.
Homógrafas: são palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia, por exemplo: colher (verbo) e colher (substantivo); jogo (substantivo) e jogo (verbo); denúncia (substantivo) e denuncia (verbo).
Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na grafia, por exemplo: concertar (harmonizar) e consertar (reparar); censo (recenseamento) e senso (juízo); acender (atear) e ascender (subir).
Perfeitas: são palavras iguais na grafia e iguais na pronúncia, por exemplo: caminho (substantivo) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (advérbio de tempo); livre (adjetivo) e livre (verbo).
Parônimos
As palavras parônimas são parecidas na pronúncia e na escrita, entretanto, possuem significados diferentes.
Exemplos de palavras parônimas:
Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)
Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)
Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)
Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)
Comprimento (extensão) e cumprimento (saudação)
Coro (música) e couro (pele animal)
Delatar (denunciar) e Dilatar (alargar)
Descrição (ato de descrever) e discrição (prudência)
Despensa (local onde se guardam alimentos) e dispensa (ato de dispensar)
Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)
Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país)
Eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer)
Flagrante (evidente) e fragrante (perfumado)
Fluir (transcorrer, decorrer) e fruir (desfrutar)
Imergir (afundar) e emergir (vir à tona)
Inflação (alta dos preços) e infração (violação)
Infligir (aplicar pena) e infringir (violar)
Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração)
Osso (parte do corpo) e ouço (verbo ouvir)
Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)
Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento)
Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)
Recrear (divertir) e recriar (criar novamente)
Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal)
Soar (produzir som) e suar (transpirar)
SENTIDO TEXTUAL (Denotativo x Conotativo)
Denotação - emprego do sentido real, literal das palavras e expressões, por exemplo: Depois de jogar bola, nós comemos um churrasco.
Conotação - emprego do sentido subjetivo, figurado das palavras e expressões, por exemplo: Ele comeu bola na prova de matemática.
Exemplos de denotação
- O homem foi picado por uma cobra.
- Piolin foi um palhaço muito famoso.
- Alguém atirou uma pedra na janela.
- O meu animal preferido é o gato.
- Acende o fogo!
Exemplos de conotação
- Dizem que aquela mulher é uma cobra.
- Ele não deixa ninguém ficar triste. É um - verdadeiro palhaço.
- Você tem um coração de pedra!
- Aquele ator é um gato.
- Essa matéria é fogo.
TIPOS DE DISCURSO
1) Direto
2) Indireto
3) Indireto-livre
Discurso Direto, Discurso Indireto e Discurso Indireto Livre são tipos de discursos utilizados no gênero narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos personagens. Seu uso varia de acordo com a intenção do narrador.
Discurso Direto
No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do personagem.
O objetivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o narrador se distancia do discurso, não se responsabilizando pelo que é dito.
Discurso Indireto
No discurso indireto, o narrador da história interfere na fala do personagem preferindo suas palavras. Aqui não encontramos as próprias palavras da personagem.
Características do Discurso Indireto
O discurso é narrado em terceira pessoa.
Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar. Contudo, não há utilização do travessão, pois geralmente as orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser marcado através da conjunção “que” (verbo + que).
Exemplos de Discurso Indireto
- Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com firmeza e honestidade.
- O réu afirmou que era inocente.
- Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e perguntou quem estava falando. Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e perguntou com tom de simpatia com quem a pessoa queria falar.
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
As variações linguísticas são as diferenças que uma língua apresenta mediante fatores como a região e as condições culturais ou sociais onde ela é usada. Por exemplo, existem variações na língua portuguesa falada no Brasil e em Portugal.
Os tipos de variações linguísticas são:
1) geográficas, como os regionalismos
2) históricas, como o português medieval e o atual
3) sociais, como os termos técnicos usados por profissionais
4) situacionais, como as gírias.
- Variação geográfica ou diatópica
A variação geográfica ou diatópica está relacionada com o local em que é desenvolvida, tal como as variações entre o português do Brasil e de Portugal, chamadas de regionalismo.
Exemplos de regionalismos:
Português do Brasil: Celular
Português de Portugal: Telemóvel
MNEMÔNICO: Geotópica
- Variação histórica ou diacrônica
A variação histórica ou diacrônica ocorre com o desenvolvimento da história, tal como o português medieval e o atual.
Exemplo de português arcaico:
“ Veja que belos movimentos elípticos fazem essas ondas, meu caro amigo! Pega-las-emos nesse instante ou mais tardiamente?”
Pega-las-emos - não se usa mais.
MNEMÔNICO: Histocrônica
- Variação social ou diastrática
A variação social ou diastrática é percebida segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, tal como uma conversa entre um orador jurídico e um morador de rua. Um exemplo desse tipo de variação são os socioletos.
Ex.: A linguagem técnica utilizada pelos médicos nem sempre é entendida pelos seus pacientes.
MNEMÔNICO: Socitrática
- Variação situacional ou diafásica
A variação situacional ou diafásica ocorre segundo o contexto, por exemplo, situações formais e informais. As gírias são expressões populares utilizadas por determinado grupo social.
Exemplos de gíria:
Que mico! (Que vergonha!)
Fui trollado. (Fui enganado)
Minha apresentação flopou. (Minha apresentação foi um fracasso.)
MNEMÔNICO: Situfásica
VÍCIOS DE LINGUAGEM
Vícios de linguagem são desvios gramaticais que ocorrem por descuido ou desconhecimento das normas nos diferentes níveis linguísticos: fonético, semântico, sintático ou morfológico.
Os vícios de linguagem são:
1) pleonasmo vicioso 2) solecismo 3) barbarismo
4) ambiguidade 5) eco 6) cacófato 7) hiato 8) colisão 9) plebeísmo 10) gerundismo.
PLEONASMO VICIOSO
Pleonasmo vicioso, também chamado de redundância, é a repetição de uma informação desnecessária na frase.
EXEMPLO: Vamos entrar para dentro de casa. (entrar já supõe que seja para dentro)
SOLECISMO
Solecismo é o erro de sintaxe, muito comum nas linguagens orais.
Reúne os erros de concordância (singular e plural), regência verbal ou nominal e a utilização de termos no lugar de outros corretos gramaticalmente.
EXEMPLO: Vamos no Cinema. (Vamos ao cinema.)
BARBARISMO
Barbarismo é o uso incorreto da palavra ou do enunciado. Ele ocorre nos níveis fonéticos (erros de pronúncia), morfológicos (irregularidade na palavra) e semânticos (significados) da língua. São classificados em:
- Silabada: mudança do acento tônico de alguma sílaba da palavra, por exemplo: gratuíto em vez de gratuito.
- Cacoépia: pronúncia incorreta de uma palavra, por exemplo: pobrema em vez de problema.
- Cacografia: erros de ortografia, por exemplo: geito em vez de jeito.
AMBIGUIDADE
Ambiguidade, também chamado de anfibologia, ocorre quando, num determinado enunciado, há duplicidade de sentidos, o que dificulta o entendimento do texto pelo ouvinte.
EXEMPLO: Roberto estava com Maria falando de sua mãe. (a mãe de quem?)
ECO
No eco, ocorrem rimas nos textos em prosa, porque há palavras com a mesma terminação. Os textos em prosa são os que não se estruturam como os poemas.
EXEMPLO: Certamente, realizamos o trabalho calmamente e alegremente.
CACÓFATO
O cacófato ou cacofonia ocorre a nível fonético da língua. Ele apresenta uma construção sintática onde surgem sons engraçados, desagradáveis ou mesmo que confundem o ouvinte.
EXEMPLO: Vi ela ontem pela manhã (viela); Eu amo ela (moela).
HIATO
O hiato é uma sequência de vogais sonoramente desagradável.
EXEMPLO: Pode escolher: ou eu ou ela!
COLISÃO
A colisão é uma sequência de consoantes sonoramente desagradável.
EXEMPLO: O cultivo coletivo das comunidades camponesas.
PLEBEÍSMO
O plebeísmo é um vício de linguagem que consiste na utilização de termos coloquiais (gírias e palavras de baixo calão) ou de expressões informais.
EXEMPLO: Conseguiu falar com o cara? (indivíduo)
GERUNDISMO
O gerundismo é o uso exagerado do gerúndio. Isso acontece quando essa forma nominal é utilizada no lugar de uma conjugação mais adequada em termos gramaticais.
EXEMPLO: Vou estar te telefonando logo no início das promoções. (Telefonarei logo no início das promoções.)
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante.
Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função fática, função conativa e função metalinguística.
Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação: emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos atos comunicativos.
Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num mesmo texto.
- Função referencial ou denotativa (informar)
Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo principal informar, referenciar algo.
Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na terceira pessoa (singular ou plural) enfatizando seu caráter impessoal.
Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
Exemplo de função referencial
Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da sua história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que o Real foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994.
- Função emotiva ou expressiva (transmitir emoções)
Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião.
Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que possui um caráter pessoal.
Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários. Todos eles são marcados pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, ponto de exclamação, etc.
Exemplo de função emotiva
Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em breve a mamãe chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a viagem em uma semana!!! Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã…. Quando chegar, quero encontrar essa casa em ordem, combinado?!?
- Função poética (forma de transmitir a mensagem)
A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
Nessa função, o emissor preocupa-se na maneira como a mensagem será transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é a mensagem.
Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários. Também encontramos a função poética na publicidade ou nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
Exemplo de função poética
Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava de tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.
- Função fática (estabelecer comunicação)
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que o mais importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no canal de comunicação.
Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao telefone, etc.
Exemplo de função fática
— Consultório do Dr. João, bom dia!
— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua preferência?
— Dia 8 está ótimo.
- Função conativa ou apelativa (convencer)
Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva que tem o intuito de convencer o leitor ou o ouvinte. Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem.
Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, de modo a influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do vocativo.
Exemplos de função conativa
Vote em mim!
Entre. Não vai se arrepender!
É só até amanhã. Não perca!
- Função metalinguística (descrever ou explicar a própria linguagem)
A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o próprio código.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema são alguns exemplos.
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e os dicionários.
Exemplo de função metalinguística
Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como exemplifica a função metalinguística.
COESÃO & COERÊNCIA
Coesão: Campo da estrutura textual.
Coerência: Campo das ideias e lógica do texto.
A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual.
Para um texto ser eficaz na transmissão da sua mensagem, é essencial fazer sentido para o leitor. Além disso, deve ser harmonioso, para a mensagem fluir de forma segura, natural e agradável aos ouvidos.
Coesão textual
A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e pode ocorrer por meio de palavras chamadas de conectivos.
Mecanismos de coesão
Os mecanismos de coesão são:
1) referência
2) substituição
3) elipse
4) conjunção
5) coesão lexical
Referência
Utilizar outros elementos (pronomes pessoais, pronomes demonstrativos e comparações) para evitar repetições.
Substituição
Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as repetições.
EXEMPLO: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.
Elipse
Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido através da elipse.
EXEMPLO: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer?
Conjunção
A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.
EXEMPLO: Nós não sabemos quem é o culpado, MAS ele sabe. (adversativa)
Coesão lexical
A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre outros.
EXEMPLO: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A INSTITUIÇÃO está literalmente caindo aos pedaços.
Coerência textual
A coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação - resultado especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem.
Um texto contraditório e redundante, ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um texto incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura.
Fatores de coerência
São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua abrangência, tais como:
1) conhecimento de mundo
2) inferências
3) fatores de contextualização
4) informatividade
Tipos de Linguagem
Verbal: Utiliza palavras faladas ou escritas para se comunicar.
Não verbal: Utiliza gestos, expressões faciais, posturas corporais e outros sinais não verbais para transmitir uma mensagem.
Mista (ou híbrida): Combina elementos verbais e não verbais.
NÃO SÃO TIPOS DE LINGUAGENS:
Arcaísmo: é o nome dado ao uso de palavras ou expressões em desuso na linguagem oral e escrita. Podem ser de dois tipos: linguísticos e literários. O arcaísmo é o contrário do neologismo, fenômeno que confere à língua possibilidades de renovação. Uma pessoa que faz uso de muitos arcaísmos na comunicação diária pode deixar claro que é um falante que não renovou seu vocabulário.
Neologismo: é o fenômeno da criação de palavras novas. Essas palavras são criadas para preencher lacunas acerca de um novo conceito, especialmente nas áreas da ciência e da tecnologia.