interpretação e integração Flashcards
A interpretação histórica tem por objetivo adaptar o sentido ou a finalidade da norma às novas exigências sociais, em atenção às demandas do bem comum.
errado.
essa descrição é da interpretação teleológica
Implícito no sistema jurídico civil, o princípio segundo o qual ninguém pode transferir mais direitos do que tem é compreendido como princípio geral de direito, podendo ser utilizado como meio de integração das normas jurídicas.
certo
Segundo a doutrina, os princípios gerais do direito expressam-se nas máximas jurídicas, nos adágios ou brocardos, sendo todas essas expressões fórmulas concisas que representam experiência secular, com valor jurídico próprio.
errado.
não é qualquer brocardo que representa princípio geral de direito. Ele tem de ter suporte em algum valor jurídico da história do direito. Seja como for, é fato que os brocardos jurídicos geralmente condensam um princípio geral de direito, mas nem sempre. O fato é que princípios gerais de direito não podem ser confundidos com máxi-
mas jurídicas, embora estas possam, em muitas situações, resumir alguns princípios gerais de direito. Os brocardos representam a sabedoria popular, que, em alguns casos, podem conter princípios gerais de direito. Mas nem sempre é assim.
No direito civil, não há doutrina que admita a hierarquia na utilização dos mecanismos de integração das normas jurídicas constantes no Código Civil.
errado.
e o art. 4º da LINDB fixa hierarquia nesta ordem: analogia, costumes e princípios gerais de direito.
Não há distinção entre analogia legis e analogia juris, uma vez que ambas se fundamentam em um conjunto de normas para a obtenção de elementos que permitam sua aplicação em casos concretos.
há distinção entre essas espécies de analogia
O aplicador do direito, ao estender o preceito legal aos casos não compreendidos em seu dispositivo, vale-se da
analogia, costumes, princípios gerais do direito
Quando há omissão legal (= caso não abrangido por um dispositivo legal), o caso é de integração, e não de interpretação
A interpretação teleológica consiste na análise da norma de forma contextual, com a comparação entre os dispositivos do próprio texto legal e outros diplomas normativos.
errado.
A questão define a interpretação sistemática, que é aquela que leva em conta outros dispositivos legais. A interpretação teológica é aquela que busca a finalidade da norma.
Na interpretação sistemática de lei, o intérprete busca o sentido da norma em consonância com as que inspiram o mesmo ramo do direito.
certo.
Ao buscar uma adaptação da lei para aplicá-la a exigências atuais e concretas da sociedade, o intérprete da legislação utiliza-se da interpretação
teleológica/sociológica
Suponha que, no dia 20 de janeiro, tenha sido publicada lei estabelecendo, no art. 2º, que os proprietários de veículos populares pagariam, na ocasião do abastecimento, 20% a menos do preço fixado na bomba de combustível. Suponha, ainda, que, no art. 5º, a referida lei tenha definido veículo popular como aquele com motorização até 1.6. Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Caso o juiz constate erro na definição de veículo popular pela referida lei, ele poderá, em processo sob seu exame, corrigi-lo sob a fundamentação de que toda lei necessita ser interpretada teleologicamente e de que, na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
errado.
Interpretar é extrair um sentido possível da lei, e não um sentido impossível nem para corrigir uma lei. Logo, não é possível usar interpretação teológica para “corrigir” uma lei. Juiz não pode corrigir lei; ele tem de aplicá-la ou, se for o caso, declará-la inconstitucional. Por isso, está errada a questão
Na hipótese de lacuna legal, que consiste em não haver uma hipótese normativa especifica e expressa a ser aplicada para um determinado caso concreto, o Juiz decidirá utilizando a ponderação, a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Errado.
Ponderação não é meio de integração (art. 4º, LINDB).
Segundo as regras legais brasileiras, permite-se ao julgador o non liquet, nos casos de lacunas ou obscuridade da norma.
errado.
É vedado o non liquet no Direito Brasileiro: o juiz sempre tem de dar uma solução aos problemas, mesmo quando faltar lei ou quando esta for obscura. No caso de lacunas legais, o juiz deve valer-se de meios de integração (art. 4º, LINDB).
A lacuna ontológica ocorre quando existe texto legal que soluciona uma situação concreta, mas que contraria os princípios e os axiomas norteadores da própria ideia de justiça.
errado.
A questão define a lacuna axiológica.
LACUNA NORMATIVA = ausência total de norma prevista para um determinado caso concreto. É para esses casos que há os meios de integração para suprir a lacuna, como a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito (art. 4º, LINDB).
LACUNA ONTOLÓGICA = presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha eficácia social (= sem condições fáticas de ser aplicada na prática, como no caso de uma lei a que ninguém obedece ou de uma lei que estabelece obrigações impossíveis materialmente).
LACUNA AXIOLÓGICA = presença de norma para o caso concreto, mas cuja aplicação seja insatisfatória ou injusta. É quando há uma “norma injusta”.
Não se admite no ordenamento jurídico pátrio a chamada integração normativa, ainda que para preencher eventuais lacunas do ordenamento.
errado.
Havendo omissão legal, o art. 4º da LINDB prevê meios de preencher essa lacuna, ou seja, prevê a integração normativa.
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Em caso de omissão da lei, o juiz decidirá o caso de acordo com as regras de experiência.
errado.
Regras de experiência não é meio de integração.
O juiz poderá decidir por equidade, mesmo sem previsão legal.
errado.
Só com previsão legal, conforme o art. 140, parágrafo único, do CPC:
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
A declaração privada da vontade oriunda de outro país terá eficácia no Brasil, ainda que ofenda a ordem pública e os bons costumes locais.
errado.
Lei estrangeira não pode ofender a ordem público, os bons costumes nem a soberania nacional, ao contrário do exposto na questão. É o art. 17 da LINDB:
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costume
Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territorialidade moderada, que permite, em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada dentro de território brasileiro.
certo.
Fatos ocorridos no Brasil se sujeitam à lei brasileira (doutrina da territorialidade), mas há exceções (doutrina da territorialidade moderada). Há, de modo excepcional, fatos que, mesmo ocorrendo no Brasil, serão sujeitos à lei estrangeira. Ex.: se um estrangeiro que vive no exterior morre no território brasileiro, será aplicado a lei estrangeira (a do país de seu domicílio) para disciplinar a sucessão causa mortis (art. 10, LINDB).
As regras sobre o começo e o fim da personalidade são determinadas pela lei do país de origem do estrangeiro domiciliado no Brasil.
errado.
Aplica-se a lei de domicílio da pessoa. Como, na questão, o estrangeiro é domiciliado no Brasil, aplica-se a lei brasileira, conforme art. 7º, caput, da LINDB:
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.