Infecções Do Trato Urinário (ITU) Flashcards

1
Q

Qual é a definição de ITU?

A

Resposta inflamatória do urotélio à invasão bacteriana, normalmente associada a bacteriúria e piúria

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2
Q

Qual é a definição de piúria?

A

Presença de leucócitos na urina, geralmente indicando infecção e resposta do urotélio à invasão bacteriana (tuberculose, litíase e neoplasia podem causar essa situação)

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3
Q

Como é a prevalência de ITU?

A

Alta. Obs: 40% das Infecções hospitalares (associação com sondagem vesical de demora - 1 semana dessa sondagem: 25% dos pacientes com bacteriúria)

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4
Q

Quais são os 2 picos de ITU na vida da mulher?

A

1º: início da atividade sexual
2º: pós menopausa

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5
Q

Quais são os 2 picos de ITU na vida do homem?

A

1º: poucos meses de idade
2º: após os 45 anos (Hiperplasia de próstata e prostatismo)

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6
Q

Resistência bacteriana na ITU

A

1) Crescente
2) Uso indiscriminado de antibióticos
3) Aumento do nº de bactérias produtoras de Beta lactamase - Sensibilidade exclusiva a carbapenêmicos (endovenosos)
4) Dia a dia: resistência crescente a fluorquinolonas e cefalosporinas

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7
Q

Patogênese da ITU

A

1) Ascendente (+comum)
a) Trato gastrointestinal - E. coli e enterobactérias: mulheres, pós cateterização e instrumentação (inserção única - 1 a 2% ITU, uso de sonda vesical de demora com sistema aberto - bacteriúria aparece nos próximos 3 ou 4 dias)
2) Hematogênica: Staphylococos aureus, Candida sp, Salmonella sp e Mycobacterium tuberculosis
3) Linfática (rara)

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8
Q

Bacteriúria significante em adultos

A

1) >10^3 uropatógenos/ml em jato médio urinário de cistites agudas não complicadas em mulheres
2) 10^4 uropatógenos/ml em jato médio urinário de pielonefrites agudas não complicadas em mulheres
3) 10^5 uropatógenos/ml em jato médio de mulheres ou 10^4 em jato médio urinário de homens (ou diretamente de cateter urinário em mulheres), com ITU complicada
4) Em amostra de punção supra-púbica, qualquer contagem de bactéria é relevante

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9
Q

Considerando a anatomia, quais regiões podem ser atingidas por uma ITU?

A

Uretra (uretrite), bexiga (cistite), rim (pielonefrite), sangue (sepse), testículos (orquite), epidídimos (epididimite), próstata (prostatite)

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10
Q

Quais os possíveis graus de gravidade de uma ITU?

A

Grau I: assintomático
Grau II: Sintomas locais (disúria, polaciúria, urgência miccional, dor em baixo ventre ou sensibilidade vesical)
Grau III: Sintomas locais + sistêmicos (febre, dor lombar, náuseas e vômitos)
Grau IV: Resposta sistêmica - SIRS (febre, tremores, falha circulatória)
Grau V: Falha circulatória e de órgãos (insuficiência renal, hepática, SNC)

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11
Q

Como classificar uma ITU em relação à complexidade?

A

1) Não complicada: paciente saudável e sem alterações no trato genitourinário
2) Complicada: associada a fatores que aumentam a chance de adquirir a bactéria e diminuem a eficácia da terapia
a) Estrutura ou função do TGU alterada
b) Hospedeiro imunocomprometido
c) Bactérias de alta virulência ou resistentes a antibióticos

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12
Q

Classificações da ITU quanto a infecções prévias

A

1) Primeira ou isolada: indivíduo que nunca apresentou ou foi há muito tempo
2) Persistente: mesma bactéria após terapia adequada
3) Reinfecção: bactéria isolada é diferente da prévia ou é a mesma bactéria após tratamento e cultura de controle negativa

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13
Q

Resultados de exames que indicam bacteriúria assintomática

A

Homem: 1 amostra maior ou igual a 10^5 ufc/ml
Mulher: 2 amostras maiores ou iguais a 10^5 ufc/ml

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14
Q

Qual é a epidemiologia da bacteriúria assintomática?

A

1) 1 - 5% mulheres pré-menopausa
2) Aumento progressivo:
a) 4 - 19% mulheres e homens idosos
b) 0,7 - 27% pacientes com DM
c) 15 - 50% institucionalizados
d) 23 - 89% lesados medular (ex: paraplégicos)
Obs: homem jovem - raro (pensar em prostatite bacteriana)

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15
Q

Como prosseguir no caso de uma bacteriúria assintomática?

A

A princípio NÃO tratar. Não causa danos aos rins. Mulheres e crianças - tratamento aumenta o risco de ITU subsequente
Quando tratar:
1) Gestantes
a) Comum (2 - 10%)
b) Risco de trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascimento se não houver tratamento
c) Aumento do risco de ITU sintomática e pielonefrite se não houver tratamento
2) Prévio à manipulação urológica

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16
Q

Qual é a epidemiologia da cistite?

A

1) Principalmente mulheres:
a) Cerca de 50% das mulheres terão pelo menos 1 episódio na vida
b) 1 em 3 mulheres terá pelo menos 1 episódio até os 24 anos de idade
2) DM
3) Imunossuprimidos (ex: HIV): relação com contagem de CD4 (<200 células/ml)
4) Patógenos (ex: E. coli: 70 - 95%, Staphylococos saprophyticus)

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17
Q

Como é feito o diagnóstico de cistite?

A

O diagnóstico é clínico (história e exame físico)
Sintomatologia:
Disúria, polaciúria, urgência miccional, sensação de esvaziamento incompleto, dor supra-púbica, hematúria, urina com odor forte
Obs: Descartar irritação e corrimento vaginal

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18
Q

Em quais casos é preciso solicitar uma urocultura no caso de uma cistite?

A

Só é preciso solicitar urocultura em um caso de cistite nos seguintes contextos:
1) Suspeita de pielonefrite aguda
2) Não melhora dos sintomas ou recorrência com 2 - 4 semanas após o término do tratamento
3) Mulheres com sintomas atípicos
4) Gestantes
5) Homens com suspeita de ITU

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19
Q

Como tratar cistite na mulher?

A

1) Fosfomicina 3g VO dose única
2) Nitrofurantoína 100mg VO 6/6hs por 5 dias
3) Sulfametoxazol - Trimetropin (SMTZ - TMP) 100mg VO 12/12hs por 5 dias

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20
Q

Tratamento da cistite no homem

A

Mínimo 7 dias:
1) SMTZ - TMP
2) Fluorquinolonas

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21
Q

Tratamento de cistite em gestantes

A

Até 5 dias
1) Penicilina
2) Cefalosporinas
3) Fosfomicina
4) Nitrofurantoína (não dar no 3º trimestre)
5) Trimetropin (não dar no 1º trimestre)
Não dar fluorquinolonas

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22
Q

Como é o tratamento de cistite em pacientes com insuficiência renal?

A

1) Taxa de filtração glomerular maior que 20 ml/min: não precisa ajustar dose, apenas se o antibiótico tiver potencial nefrotóxico (ex: aminoglicosídeos)
2) Contraindicados: Nitrofurantoína e tetraciclinas

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23
Q

O que fazer se um paciente com cistite mantém-se sintomático ou tem resolução com retorno dos sintomas em menos de 2 semanas?

A

Tratar com classe de antibiótico diferente da anterior por pelo menos 7 dias

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24
Q

Como é feito o diagnóstico de pielonefrite?

A

O diagnóstico é clínico (história e exame físico)
Sintomatologia:
Dor lombar, náuseas e vômitos, febre (>38ºC), sensibilidade ângulo costovertebral, com ou sem sintomas de cistite, punho percussão dolorosa (Giordano+)

25
Qual é a população de risco para pielonefrite?
1) Gestantes a) Mãe: Anemia, insuficiência renal e respiratória b) Feto: Trabalho de parto prematuro e nascimento a pré-termo 2) DM a) Atenção: níveis de glicemia, grau de desidratação e cetoacidose diabética b) Pielonefrite enfisematosa (produção de gás CO2) - histologia: Infiltração piogênica com micro abcessos. - Principais agentes: E. coli (50 - 70%), Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa)
26
Exames laboratoriais para pielonefrite
1) Urina I: níveis de leucócitos, hemácias e nitrito 2) Urocultura: maior ou igual a 10^4 ufc/ml
27
Exames de imagem para pielonefrite
1) Ultrassonografia - sempre. Descartar obstrução urinária e litíase 2) Tomografia computadorizada, urografia excretora e cintilografia renal (DMSA): Apenas se houver febre >72 horas após o início do tratamento Obs: gestantes - preferência à ultrassonografia e à ressonância
28
Tratamento para pielonefrite não complicada
1) Leve a moderada: terapia oral 10 - 14 dias 2) Severa: a) Náuseas e vômitos - inviabilizando terapia oral b) Tratamento parenteral (IV) c) Hospitalar: fatores de risco não podem ser descartados e/ou paciente com sinais e sintomas de sepse d) Antibioticoterapia pode ser modificada para VO assim que o paciente apresentar melhora clínica devendo ser completado o esquema de 14 dias
29
Seguimento do paciente com pielonefrite
1) Paciente assintomático: Não é necessário Urina I e urocultura de controle. Exceto em gestante com suspeita de bacteriúria assintomática 2) Urocultura e antibiograma + imagem a) Sem melhora dos sintomas após 3 dias de tratamento ou resolução do quadro com retorno dos sintomas em <2 semanas. Tratar com antibiótico de classe diferente da anterior e pelo período de 14 dias 3) Cirurgia: abcesso renal, litíase, pionefrose
30
Qual é a definição de ITU de repetição?
1) 2 episódios de ITU não complicada em 6 meses ou 3 uroculturas positivas em 12 meses 2) Persistência: mesma bactéria após terapia adequada 3) Reinfecção: bactéria isolada é diferente da original ou mesma bactéria pós tratamento e cultura negativa
31
Qual é a epidemiologia da ITU de repetição?
50 - 60% das mulheres terão 1 episódio na vida (25% dessas mulheres terão ITU de repetição)
32
Qual é a fisiopatologia da ITU de repetição?
Mesma da ITU convencional. E. coli mais comum
33
Fatores de risco da ITU de repetição
Mesmos da ITU convencional
34
Como é feito o diagnóstico de ITU de repetição?
1) Urocultura: obrigatória 2) Imagem do trato superior e cistoscopia: a) Não obrigatória b) Somente em casos atípicos (aferir resíduo pós miccional)
35
Como prevenir ITU de repetição?
1) Terapia comportamental 2) Terapia não antimicrobiana: Reposição hormonal, vacinas, Cranberry 3) Profilaxia antimicrobiana
36
Qual é a terapia comportamental para ITU de repetição?
Ingestão hídrica, micção pós coito, método de higiene, evitar roupas apertadas, atenção ao absorvente íntimo, evitar banho de banheira, não fazer ducha vaginal, evitar espermicida Obs: obstipação, história familiar e troca de parceiro aumentam o risco de ITU de repetição
37
Reposição hormonal para tratamento de ITU de repetição
O tratamento é feito com estrógenos tópicos (via oral não funciona): estrógenos aumentam nº de lactobacilos vaginais, reduzindo o pH vaginal, dificultando infecções 1) Indicações: >60 anos e com sinais de atrofia vaginal 2) Vaginal: prevenção de ITU, melhora dos sintomas de vaginite atrófica e urgeincontinência
38
Quais são as contra-indicações para reposição hormonal no tratamento de ITU de repetição?
Carcinoma endometrial e de mama, doença tromboembólica, doença hepática
39
Vacinas para ITU de repetição
1) Mulheres com ITU de repetição não complicadas 2) Mecanismo de ação a) Lisado bacteriano (18 cepas E. coli) b) Ativação de células dendríticas, aumento da capacidade fagocítica e produção de TNF, interleucina e interferon 3) Posologia: 1 cápsula em jejum por 3 semanas. Reforço: 7º, 8º, 9º por 10 dias
40
Resultados das vacinas para ITU de repetição
1) Redução de 20 - 46% dos episódios de ITU
41
Cranberry para ITU de repetição
1) Protoacianidinas - impede a aderência da E. coli 2) Metanálise não comprovou eficácia do Cranberry na diminuição de episódios de ITU
42
Profilaxia antimicrobiana para ITU de repetição
1) Administração a) Diária (3 ou mais ITUs/ano) b) Semanal c) Pós coito (3 ou mais ITUs/ano): Gestantes com história de ITU de repetição antes da gestação 2) Quando: após medidas comportamentais sem eficácia e tratamentos não antimicrobianos ineficazes 3) Auto tratamento (2 ou menos ITUs/ano) a) Paciente orientada e aderente b) Pedido de urina I e urocultura c) Se não melhora em 48 horas, procurar especialista
43
Resultados da profilaxia antimicrobiana para ITU de repetição
1) Diminuição dos episódios em 95% 2) Diminuição de 2 - 3 episódios/ano para 0,1 - 0,4 3) Remissões de até 6 meses
44
Quais são os sintomas de prostatite bacteriana?
Febre, prostração, dor (pode acometer todo o TGU), LUTS (lower urinary tract symptoms)
45
Classificações da prostatite bacteriana
Aguda ou crônica (>3meses)
46
Como fazer o exame físico em um paciente com prostatite bacteriana?
Toque retal: volume aumentado, dolorosa à palpação, calor, consistência amolecida Obs: é contraindicada a massagem prostática, pois há risco de disseminação. Importante: afastar abcesso prostático
47
Quais os exames laboratoriais realizados no paciente com prostatite bacteriana?
1) Urina I e urocultura 2) Hemograma completo e provas infecciosas (PCR, VHS) 3) Espermograma e cultura (suspeita de tuberculose) 4) Hemograma completo (sinais de SIRS ou sepse) 5) PSA (Antígeno prostático específico): bastante elevado (até 20X)
48
Qual é o principal agente causador de prostatite bacteriana?
E. coli
49
Observações importantes sobre exames para prostatite bacteriana
USG trans retal e biópsia: não devem ser realizadas na suspeita de prostatite bacteriana aguda
50
Tratamento para prostatite bacteriana
1) Antibioticoterapia a) Parenteral: febre, sinais de SIRS ou sepse b) Oral: leve a moderado Tempo: 2 a 4 semanas Classe de antibióticos: 1) Ideal: fluorquinolonas 2) Opção: Trimetropin
51
Tratamento cirúrgico para prostatite bacteriana
1) Ideal: Evitar 2) Retenção urinária aguda (RUA): ideal - cistostomia 3) Abscesso prostático: punção aspirativa de coleção
52
Qual a epidemiologia da orquiepididimite?
Orquite 1) <35 anos, sexualmente ativos 2) Principal etiologia: viral a) Caxumba: história de parotidite (IgM +) b) Transmissão hematogênica 3) Bacteriana a) Secundária a ITU ou decorrente de epididimite b) Descartar DST (gonorréia, linfogranuloma venéreo e sífilis) Etiologia: mais comuns: E. coli e Pseudomonas
53
Como é feito o exame físico em um paciente com orquiepididimite?
1) Dor testicular a) Associada: desconforto abdominal, náuseas e vômitos b) Normalmente unilateral, se bilateral, pensar em etiologia viral 2) Febre 3) Aumento de volume testicular 4) Calor e hiperemia local Atenção: importante diferenciar de torção testicular
54
Quais são as possíveis complicações de orquiepididimite?
Abscesso, infarto testicular, atrofia testicular, dor crônica, infertilidade
55
Tratamento para orquiepididimite
1) Tratar DST 2) Preferência por fluorquinolonas por 14 dias
56
Qual é a definição de Gangrena de Fournier?
1) Fascite necrotizante envolvendo a região perineal e seus órgãos 2) Evolução rápida e extremamente agressiva 3) Necessidade de resolução rápida 4) Fatores de risco: a) DM b) Trauma c) Parafimose d) Infecções retais e perianais 4) Etiologia: flora mista: Gram positivos, Gram negativos, anaeróbios
57
Exame físico do paciente com Gangrena de Fournier
1) Edema escrotal 2) Evidência de abscesso com ponto de flutuação 3) Áreas de necrose 4) Odor fétido 5) Toque retal: avaliar acometimento intestinal
58
Tratamento para Gangrena de Fournier
1) Cirúrgico a) Desbridamento cirúrgico + drenagem de abscessos b) Derivação urinária (sonda vesical de demora ou cistostomia) c) Derivação intestinal (colostomia) 2) Antibioticoterapia a) Amplo espectro (abordagem inicial) b) Específico ( após resultado de culturas)