Imunodeficiência secundária Flashcards

1
Q

Definição imunodeficiência secundária

A

comprometimento transitório ou persistente da função das células ou dos tecidos do sistema imunológico, por conta de fatores extrínsecos a ele. A melhora da condição primária costuma melhorar ou reverter o problema imunológico;

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2
Q

Consequências imunodeficiências secundárias

A

Alteração na barreira epidérmica e de mucosa.

Alteração na fagocitose e na citotoxicidade.

Perda de anticorpos, ou diminuição da produção.

Alteração dos linfócitos T helpers.

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3
Q

Como abordar imunodeficiências secundárias

A

Manejo: melhora da condição primária e remoção do infrator ou do fator ambiental.

Medidas gerais: redução da exposição a infecções, profilaxia com antibiótico, reposição de imunoglobulinas e imunização.

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4
Q

Doenças infecciosas

A

Principais doenças: HIV, sarampo, micobactérias, COVID-19 e esquistossomose.

  • HIV: sem tratamento adequado, pode levar à AIDS, caracterizada por linfopenia (redução de LT CD4) e aumento da suscetibilidade e infecções oportunistas, pela falta de qualidade na produção de anticorpos, com consequente imunodeficiência.

Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão: apoptose induzida, efeito citopático vital, apoptose causada por ativação imune específica e citotoxicidade para células infectadas pelo HIV.

Infecções oportunistas frequentes: candidíase disseminada, citomegalovírus, pneumonia por P. jirovecii, disseminação de fungos (na criptococose ou na hipoplasmose, por exemplo), herpes simples, entre outras.

  • Sarampo: leva à imunossupressão persistente por meses ou anos após a infecção inicial. Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão: linfopenia de células B e T; diminuição de células B e T de memória; inibição da proliferação de linfócitos; tendência à resposta induzida por Th2 (alergia).
  • COVID-19: em casos graves, pode haver exaustão das células T reguladoras e tempestade de citocinas inflamatórias, com consequente inflamação maciça nos pulmões, destruição deles, hipóxia e miocardite. Pode haver infecções bacterianas secundárias também. A imunodeficiência secundária pode, ou não, ser transitória.

Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão: redução do número e da função de células NK (comprometendo a resposta imunológica para vírus); linfopenia de LT CD4 e LT CD8; sinalização de IFN-alfa prejudicada.

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5
Q

Desnutrição

A

Epidemiologia: é a causa mais comum de imunodeficiência no mundo, por conta do acesso limitado a fontes de alimentos ou de doenças crônicas, como neoplasias. Sem substrato, o sujeito não monta novas proteínas de forma eficaz, o que inclui as imunoglobulinas.

  • Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão:Atrofia do timo, apoptose de timócitos, redução de IgA secretora e celulari-
    dade diminuída em baço e linfonodos, mais comuns em crianças, o que compromete a maturação de linfócitos T.

Diminuição dos níveis de sistema complemento.

Prejuízo da quimiotaxia e da função dos neutrófilos.

Prejuízo da citotoxicidade de células NK e da maturação de células dendríticas.

Redução de células T efetoras de memória e dos linfócitos B circulantes.

Deficiência de micronutrientes, como zinco, selênio, vitamina A, vitamina C, vitamina D e vitamina E, o que prejudica o bom funcionamento do sistema imune, mas é raro.

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6
Q

Diabetes Melittus

A

Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão: disfunção de neutrófilos; redução de C4 (prejudicando o sistema complemento, importante para a defesa contra infecções bacterianas) e redução da resposta proliferativa linfocitária.

  • Infecções mais comuns: pele, tecidos moles, trato respiratório, trato urinário, sepse e osteomielite.
  • Consequências:

Disfunção imunológica aumenta a suscetibilidade a infecções e faz com que os pacientes morram mais, em decorrência delas.

Neuropatia diabética e má circulação, especialmente na doença vascular periférica, aumentam o risco de infecções. A migração de leucócitos pode não ser adequada em tecidos desnervados.

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7
Q

Extremos de idade

A

Neonatos e prematuridade: quase todos os parâmetros imunológicos são mais baixos ao nascimento do que na vida adulta, sendo que, quanto mais prematura for a criança, menos imunocompetente ela é.

Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão: predomínio do fenótipo Th2, causando alergias; resposta reduzida ao receptor TLR das células mononucleares, reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias. Menor citotoxicidade das células NK; diminuição dos componentes da cascata do sistema complemento (C1q, C3, C4, properdina e fator B); ativação ineficiente e falha das células T citotóxicas efetoras; linfócitos B abundantes ao nascimento, mas ainda do tipo NAIVE a apenas com IgM na superfície.

Transferência materna de IgG: só ocorre a partir das 32 semanas de IG, então a criança prematura pode nascer sem este anticorpo;

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8
Q

Imunossenecência

A

as alterações imunológicas da velhice ocorrem a partir dos 60
anos.

Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão: diminuição da função dos TLR; células B de memória, plasmócitos e anticorpos específicos diminuem com a idade; prejuízo da função das células NK; involução tímica reduz os linfócitos T NAIVE e os linfócitos T de memória.

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9
Q

Síndromes genéticas e metabólicas:

A

Síndrome de Down: aumento de infecções, autoimunidade, doenças auto inflamatórias e malignidades hematológicas, por conta da desregulação da expressão de genes localizados no cromossomo 21, normalmente relacionados ao INF.

Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão: redução tímica e involução tímica prematura; hipogamaglobulinemia; diminuição das células B virgens e de memória, por apoptose, o que pode estar relacionado à enteropatia perdedora de proteínas.

Doença infecciosa mais frequente: otite média.

  • Síndrome de Turner
  • Fibrose cística
  • Erros inatos do metabolismo.
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10
Q

Medicamentos imunodeficiencia secundária

A

Causas: medicamentos usados para tratar doenças inflamatórias, distúrbios autoimunes, doenças alérgicas, malignidades, rejeição de transplantes e doença do enxerto contra o hospedeiro.

  • Glicocorticoides: são fatores de transcrição que alteram a expressão de vários genes, o que resulta em um efeito anti-inflamatório não seletivo, com repercussão sobre a função celular. Quando usados em doses maiores do que o necessário, podem levar à imunossupressão, com consequente suscetibilidade a infecções virais,bacterianas e fúngicas.

Repercussões na imunidade, que levam à imunossupressão: diminuição de resposta, anergia celular, citocinas pró-inflamatórias, fagocitose e quimiotaxia.

  • Imunobiológicos: são mais direcionados, mas também podem causar imunodeficiência secundária (o metotrexato causa citopenia e diminui a proliferação das células T e B e dos anticorpos, por exemplo).
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11
Q

Doenças neoplásicas

A

Patogenia: tratamento com quimioterapia, agentes biológicos e radioterapia destrói as células do sistema imunológico e causa imunodeficiência secundária. Doenças em que isto é mais comum:

Leucemia linfocítica crônica (LLC) – costuma cursar com hipogamaglobulinemia, de modo que a suplementação de IgG pode ser indicada.

Mieloma múltiplo – há deficiência na imunidade humoral, por conta da produção deficiente de plasmócitos (linfócitos B que produzem anticorpos).

Linfoma não Hodgkin;
Timoma com imunodeficiência (síndrome de Good).

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12
Q

Cirurgia e trauma da imunodeficiencia secundária

A

Principais causas de imunossupressão: traumas graves e extensos; queimaduras; cirurgias; sepse pós-operatória.

  • Patogenia: rompimento das barreiras epiteliais libera DAMPs, o que aumenta as citocinas inflamatórias e a resposta inflamatória sistêmica não infecciosa (SIRS), com consequente prejuízo da imunidade inata.
  • Mecanismos compensatórios: são ativados para evitar danos causados por reações inflamatórias avassaladoras. Podem ser pró ou anto-inflamatórios, com consequentes imunossupressão e anergia.
  • Repercussão imunológica da remoção cirúrgica do timo (timectomia) ou do baço (esplenectomia).

o Timectomia – costuma ser feita na cirurgia cardíaca para a correção de malformações cardíacas congênitas. Em lactentes, causa linfopenia de células T (afetando mais LT CD4 do que LT CD8, normalmente, devido a um prejuízo na maturação). Adultos jovens podem ter populações de linfócitos com abundância de células T efetoras e redução da diversidade delas, o que sugere um envelhecimento prematuro, após a timectomia na infância.

Esplenectomia – compromete as funções do baço enquanto filtro opsonizante e eliminador de patógenos; retarda a produção de imunoglobulinas; prejudica a função fagocitária; e diminui a remoção de imunocomplexos. Também aumenta a suscetibilidade a infecções por bactérias encapsuladas, principalmente S. pneumoniae, N. meningitidis e H.influenzae tipo B. A esplenectomia é feita em alguns casos de trauma, citopenias autoimunes e neoplasias, e a asplenia funcional pode ocorrer na doença falciforme, após repetidos isque-
mias e infartos esplênicos.

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