Hipertensão Flashcards
Quando um paciente é diagnosticado com hipertensão?
Média de duas aferições (na mesma consulta) ≥140/90 mmHg em duas circunstâncias diferentes.
Na primeira consulta:
- PA ≥ 180/110 ou ≥140/90 com alto risco cardiovascular;
- PA ≥140/90 com baixo ou médio risco cardiovascular:
Visita 2: ≥140/90 (hipertenso).
Considera-se MAPA ou MRPA em casos de relato de valores pressóricos diferentes:
Hipertensão Mascara;
Hipertensão do Jaleco Branco.
Quando se deve pesquisar a Hipertensão Mascarada?
- Histórico Familiar de Hipertensão;
- PA normal, mas presença de lesão de órgãos alvos;
- Risco cardiovascular alto;
- Medida fora do consultório (casual) anormal.
Em pacientes idosos é comum a presença de pseudo-hipertensão, como este diagnóstico é feito?
O diagnóstico definitivo só pode ser estabelecido através da medida direta da PA, porém, pode ser suspeitado através da manobra de Osler positivo.
Classificação da PA
Normal =120 =80 Pré-Hipertensão 121-139 81-89 Grau I 140-159 90-99 Grau II 160-179 100-109 Grau II >/= 180 >/=110 H. Sistólica Isolada PAS >/= 140 PAD<90
Fatores de Risco
Idade; Sexo (predomínio masculino antes dos 50 anos), predomínio feminino pós-menopausa); Etnia; Excesso de peso e obesidade; Ingestão de sal; Ingestão de álcool; Sedentarismo.; Fatores socioeconômicos; Dislipidemia; Genética.
Indicações para pesquisa de PA extra-consultório (MAPA, MRPA)
- Suspeita de S. Avental Branco;
- Suspeita de Hipertensão mascarada;
- Grande variação de PA na mesma consulta ou em consultas diferentes;
- Hipotensão postural, pós-prandial ou induzida por fármacos;
- Confirmação de hipertensão resistente;
- MAPA (diferenças entre aferições em casa e no consultório; suspeita de hipertensão por apneia do sono).
Defina hipertensão complicada e acelerada:
Complicada: são quadros hipertensivos avançados, nos quais há lesão de órgão alvo (nefropatia hipertensiva, encefalopatia hipertensiva…);
Acelerada Maligna: presença de papiledema e níveis pressóricos muito altos.
Quais são os indícios de hipertensão secundária?
- Início <30 anos ou >50 anos;
- HA estágio 3 ou Resistente à terapia (mais de 4 medicações, sempre suspeitar de má adesão);
- Tríade do feocromocitoma: palpitações, sudorese e cefaleia em crises;
- Uso de medicamentos ou drogas que elevam PA;
- Sinais/ sintomas de doenças que cursam com PA elevada: cushing, doença renal, hipertireoidismo, acromegalia;
- Massas ou sopros abdominais;
- Assimetria de pulsos;
- Aumento de creatinina sérica;
- Hipopotassemia (tumor secretor de aldosterona suprarrenal);
- Proteinúria ou hematúria;
- Sintomas de Apneia do sono.
Descreva a estratificação de Risco do Paciente Hipertenso
Limítrofe (130-139) - Sem Fator de Risco: s/ risco adicional
- 1-2 fatores de risco: Baixo risco - >/= 3 fatores de risco: moderado risco - Presença de LOA, DCV, DRC, DM: alto risco
Estágio I - Sem Fator de Risco: Baixo Risco
- 1-2 fatores de risco: Moderado Risco - >/= 3 fatores de risco: Alto Risco - Presença de LOA, DCV, DRC, DM: Alto Risco
Estágio II - Sem Fator de Risco: Moderado Risco
- 1-2 fatores de risco: Alto Risco - >/= 3 fatores de risco: Alto Risco - Presença de LOA, DCV, DRC, DM: Alto Risco
Estágio III - Sem Fator de Risco: Alto Risco
- 1-2 fatores de risco: Alto Risco - >/= 3 fatores de risco: Alto Risco - Presença de LOA, DCV, DRC, DM: Alto Risco
Quais são os Fatores de Risco utilizados para estratificação de risco CV?
- Sexo Masculino;
- Idade ≥55 (homens) 65(mulheres);
- Tabagismo;
- Dislipidêmico (CT≥190, LDL≥115, HDL<40 homens <46 mulheres, TG≥150;
- Obesidade (IMC≥30);
- Glicemia em Jejum 100-125;
- Hemoglobina Glicada 5,7-6,4
Quais são as metas pressóricas de acordo com cada paciente?
A meta para todo paciente é manter a PA≤130x80
Em alguns pacientes Hipertensos, a terapia inicial pode ser feita com monoterapia, desde que a escolha do fármaco siga os seguintes critérios: capacidade de o agente escolhido reduzir a morbimortalidade CV; mecanismo fisiopatogênico
predominante no paciente a ser tratado; características
individuais; doenças associadas; condições socioeconômicas.
Com base nisso, descreva o tratamento para hipertensos grau I com baixo ou moderado risco cardiovascular.
Pacientes Hipertensos Grau I com baixo ou moderado risco cardiovascular podem ser tratados inicialmente com mudanças de estilo de vida. Se após 3 meses a hipertensão continuar, deve-se optar por terapia farmacológica monoterápica, escolhendo entre:
- DIU tiazídicos (cortalidona);
- IECA (enalapril, captopril);
- BRA (losartana);
- Bloqueador de Canais de Cálcio (nifidepino).
Em pacientes coronariopatas ou com enxaqueca, a escolha inicial pode ser BB (atenolol).
Se o resultado for parcial, mas sem efeitos adversos, pode-se aumentar a dose.
Se ainda assim não houver controle, acrescenta-se um segundo medicamento;
Se ainda assim não houver controle, opta-se por terapia tríplice com IECA, BCC e Diuréticos.
Como é a terapia inicial de pacientes Grau I com alto risco CV, ou grau II e III?
A terapia inicial já se faz com associação dupla de fármacos, de classes diferentes, em baixas doses.Caso não haja controle, as doses podem ser aumentadas ou pode ser realizada troca de combinações.
Por fim, pode-se optar pela terapia tríplice (IECA+DIU+BCC).
A HAS resistente é o quadro em que o paciente necessita de mais de três fármacos para tratamento. Como proceder nesses casos?
K<4,5 mmol - add espironolactona
K>4,5 mmol - diurético de alça (clortalidona) em altas doses;
Se esse esquema não for tolerado ou não surtir efeito, utilizar BB ou alfa-agonista.
Quais são as principais causas de HAS secundária e quando se suspeita?
- SÍNDROME DA APNEIA DO SONO (Ronco, sonolência diurna, SM) - polissonografia.
- HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO (hipocalemia não induzida por DIU e HA resistente) - aldosterona (>15 ng/dL) e atividade/concentração de renina plasmática; TC com
cortes finos ou RNM. - DOENÇA RENAL PARENQUIMATOSA (Edema, anorexia, fadiga, creatinina e ureia elevadas, alterações do sedimento urinário) - urina, cálculo do RFG, US renal, pesquisa de albuminúria / proteinúria.
- DISSECÇÃO DE AORTA (Pulsos em femorais ausentes ou de amplitude diminuída, PA diminuída em membros inferiores) - alterações na radiografia de tórax, sopros sistólicos de ejeção, Ecocardiograma e/ou angiografia de tórax por TC.
- SÍNDROME DE CUSHING (Ganho de peso, diminuição da libido, fadiga, hirsutismo, amenorreia, “fácies em lua cheia”, “giba dorsal”, estrias purpúreas, obesidade central, hipopotassemia) - Cortisol salivar, cortisol urinário livre de 24h e teste de supressão: cortisol matinal (8h) e 8h após
administração de dexametasona (1mg) às 24 h. RNM; - FEOCROMOCITOMA - (cefaleia, sudorese e palpitações) - catecolaminas séricas e metanefrinas urinárias. TC e RNM.
- HIPOTIREOIDISMO (Fadiga, ganho de peso, perda de cabelo, fraqueza muscular) - TSH e T4 livre;
- HIPERTIREOIDISMO (Intolerância ao calor, perda de peso, palpitações, exoftalmia, hipertermia, reflexos exaltados, tremores, taquicardia) - TSH e T4 livre;
- HIPERPARATIREOIDISMO (Litíase urinária, osteoporose, depressão, letargia, fraqueza ou espasmos musculares, sede, poliúria) - Cálcio sérico e PTH.