Crise Hipertensiva Flashcards
Defina Urgência, Emergência e Pseudocrise Hipertensiva:
Urgência Hipertensiva: PAd >120 mmHg, sem LOA, sem risco iminente de morte;
Emergência Hipertensiva: PAd>120 mmHg, com LOA aguda e progressiva e risco iminente de morte;
Nos dois casos a PAs, geralmente, está acima de 180mmHg.
Quais são as principais emergências hipertensivas?
Encefalopatia hipertensiva;
AVEI e AVEH;
Dissecção Aguda de Aorta;
IAM;
Angina Instável;
Edema Agudo de Pulmão;
Insuficiência Renal Rapidamente Progressiva;
Crises Adrenérgicas (feocromocitoma, drogas ilícitas);
Hipertensão gestacional (HELLP e eclâmpsia).
Descreva a Fisiopatologia das Crises Hipertensivas:
O organismo possui capacidade de autorregulação da PA, desde que a PAM esteja entre um limite de 60-120mmHg. Quando acima ou abaixo deste limite, esta autorregulação é prejudicada.
Assim, um aumento súbito da PAM acima deste limite leva a um extravasamento de filtrado, causando edema e lesão endotelial, com extravasamento de fibrina e fatores de coagulação. Isto causa a liberação de fatores de vasoconstrição que aumentam ainda mais a PA.
A perda da capacidade regulatória causa isquemia em O.A. devido ao aumento súbito da RVP. Esta vasoconstrição leva a um aumento de PA e ativação da natriurese pressórica, com consequente hipovolemia, aumentando ainda mais a RVP como forma de compensação. Isso gera um ciclo vicioso e fatal nas crises hipertensivas.
Porque não se deve abaixar rapidamente a PA nas emergências hipertensivas?
Hipertensos crônicos possuem um maior grau de remodelamento vascular (com aumento da camada muscular) como forma de proteção às altas pressões constantes. A diminuição repentina da PA causa isquemia tecidual por hipofluxo, pois o fluxo sanguíneo em diversos tecidos depende das altas pressões.
Em que consiste o diagnóstico das crises hipertensivas?
O diagnóstico consiste no aumento de pressão (PAD>120mmHg) associado, ou não, à sintomas. Porém, para realizar diferenciação delas, devemos nos basear nas leões de órgãos alvos, o que é feito por meio do exame físico e laboratoriais.
- Cardiovascular: alterações de ictus, B3/B4, cardiomegalia. RX, ECG, ECO.
- Neurológico: cefaleia, confunsão mental, sonolência, alterações visuais, rigidez de nuca, consulsão e coma. RNM, TC e punção lombar.
- Renal: hematúria, edema, desidratação, alterações urinárias. Urina I, creatinina, eletrólitos, gasometria.
- Fundoscopia: edema de papila, hemorragia, exsudatos.
Como tratar a Urgência Hipertensiva?
Tratamento é ambulatorial e o paciente deve ser reavaliado após 24h a 72h. Iniciar IECA ou Clonidina ou BB ou BCC associado à diurético VO no PS.
Pseudocrises:repouso, analgésicos e tranquilizantes.
Quais as recomendações gerais para redução da PA na EH?
- ↓ PA ≤ 25% na 1ª hora;
- ↓ PA 160/100 -110 mmHg em 2-6 h
- PA 135/85 mmHg 24-48 h
OBs.: são sempre tratadas em sala de emergência ou UTI e medicação endovenosa.
Encefalopatia Hipertensiva:
Ocorre por edema cerebral. Sinais e sintomas: cefaleia, evolução gradual com alterações de consciência, convulsões e coma.
TTO: terapia anti-hipertensiva iniciada de imediato. Nitroprussiato de sódio IV + Labetalol (BB) ou Captopril (IECA) VO.
METAS: Reduzir PAM em 20% na 1ºh ou (PAD<110mmHg);
Diminuir PAM 25% nas 6 horas seguintes;
Normalizar PA em 48h.
AVEH:
A elevação súbita da PA costuma ser o gatilho para o evento hemorrágico.
SINAIS E SINTOMAS: cefaleia muito intensa, súbita e associada a déficit focal.
META: Tratar se a PAS>220 ou PAD>110mmHg;
- PAM reduzida em 25% nas primeiras 3h;
- PA deve alcançar 160 x 100 mmHg nas 3-6h seguintes;
- Após o controle inicial o controle é mantido com AH VO, objetivando-se PAD entre 85-90 mmHg.
TTO: Nitroprussiato IV e Nimodipina IV e Nicardipina IV, não usar nifedipina.
AVEI:
Tratar hipertensão durante a fase aguda se a pressão for maior que 220x120 e em candidatos à trombólise.
- METAS: Reduzir de 15 a 20% nas primeiras 24h;
A PA retorna ao valor normal em 4 dias.
TTO: Nitroprussiato IV, antagonistas do receptor de angiotensina VO (BRA - losartana). Não usar BB.
Edema agudo de Pulmão:
Tripé do Tratamento: sedação, oxigenação e diminuição da pré-carga/ pós-carga.
TTO: nitroprussiato de sódio IV até controle da dispneia. Seguindo redução gradual com IECA (captopril) e ARA (losartana) VO.
Dissecção de aorta:
SINAIS E SINTOMAS: dor precordial lancinante, assimetria de pulsos e possível presença de sopro em foco aórtico;
METAS: PAS <120 mmHg deve ser alcançada em 20 minutos;
TTO: Nitroprussiato associado à BB.
Lesão Renal Aguda Rapidamente Progressiva:
A LRA rapidamente progressiva é definida como agravamento súbito da função renal em um período de 48 horas. O tratamento inclui hidralazina, DIU de alça e BB. Quando não houver resultado, pode-se considerar NPS até realização de diálise.