Hipersensibilidade Flashcards

1
Q

Define Hipersensibilidade

A

Conjunto de sinais e sintomas, objetivamente reprodutíveis (típicos e que se repetem com o mesmo estímulo), pela exposição a um estímulo.

ESTÍMULO -> QUADRO CLÍNICO TÍPICO REPRODUTÍVEL

NOTA: Um mesmo estímulo não causará qualquer manifestação num indivíduo “saudável”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Quais são os tipos de Hipersensibilidade?

A

Hipersensibilidade:
* ALÉRGICA:
> .IgE medidada:
Atópicas
Não atópicas
> .Não IgE mediada
* NÃO ALÉRGICA

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Caracteriza as Reações de Hipersensibilidade Alérgicas

A

envolvimento do Sistema Imune!
* Os mecanismos celulares e/ou humorais condicionam a reação.

Pode ser dividida em:
* RH Alérgicas Mediadas por IgE (Atópicas ou Não Atópicas)
* RH Alérgicas Não mediadas por IgE

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Caracterize as RH Alérgicas Não mediadas por IgE

A

Há sempre envolvimento do sistema imune nas RH alérgicas. Neste caso, serão mediadas por:
* Outras classes de anticorpos: IgG, IgM e IgA

ou
* Outras células: Linfócitos T, Eosinófilos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Caracterize as RH Não Alérgicas

A

Não há envolvimento do Sistema Imune!

Contudo, continua a existir um ESTÍMULO que produz um QUADRO CLÍNICO REPRODUTÍVEL. O mesmo estímulo não irá causar quaisquer manifestações num indivíduo “saudável”.

Logo é uma Reação de HS.

Exemplo - Intolerância à Lactose: esta intolerância não é mais do que a ocorrência reprodutível de um conjunto de sinais ou sintomas (flatulência, dor abdominal, diarreia, mal-estar) sempre que o individuo é exposto a produtos que contenham lactose, algo que não acontece
com um individuo dito saudável. Assim, podemos dizer que estamos perante uma hipersensibilidade.

Surge-nos então a questão: “será que esta reação de hipersensibilidade tem alguma relação com mecanismos imunológicos?”.

A resposta é não, pois esta intolerância surge uma vez que não existe a enzima lactase (que degrada a lactose a nível intestinal), ou esta existe
em níveis deficitários. Esta deficiência enzimática irá então condicionar o quadro clínico.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Distingue de forma sucinta e eficaz as RH Alérgicas, de acordo com a Classificação Clássica (1968)

A

Segundo Gell e Coombs (1968 – classificação clássica), as reações de hipersensibilidade podem ser divididas em 4 tipos diferentes, todas elas envolvendo mecanismos imunes, isto é, envolvendo a imunidade celular e/ou a imunidade humoral.

Tipo I - Mediada por IgE
Tipo II, III, IV - Não Mediada por IgE (outros anticorpos e/ou células)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Nas RH Alérgicas não mediadas por IgE, quais os seus mediadores?

A

Outras classes de Anticorpos (IgM, IgG e IgA) & Células imunes (eosinófilos, linfócitos T)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Qual é a divisão das RH Alérgicas Mediadas por IgE?

A
  • Atópica
  • Não atopica
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Como é feita a divisão das RH Alérgicas de acordo com Gell e Coombs?

A
  • Tipo I: imediata (mediada por IgE)
  • Tipo II: citotóxica (mediada por IgG/IgM)
  • Tipo III: por imunocomplexos (IgG)
  • Tipo IV: retardada ➞ sintomatologia pode demorar até 72hr (Cell-Mediated)

Todas elas envolvem mecanismos imunes (celular ou humoral)!

Tipo I, II, III - Antibody-Mediated
Tipo IV - Cell-Mediated (daí durar mais)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Caracteriza as RH do Tipo I

As 2 características essenciais (+importantes) e como ocorrem

A
  • São imediatas (primeiras horas após a exposição a um determinado alergénio)
  • São IgE mediadas

Ocorrem por exposição a um determinado alergénio que contacta com moléculas de IgE na superfície de mastócitos e basófilos.
Para isto ocorrer é necessário o necanismo de cross-linkage ➞ dá-se sensibilização prévia

2 fases do cross-linkage:
* Fase de Sensibilização
1º há uma presença de um novo alergénio, é reconhecido (PAMPs) e apresentado a células apresentadoras de antigénio. Posteriormente, estas ligam-se às células Tnaive e convertem-nas em Th2 ➞ libertação de citocinas inflamatórias - nomeadamente IL-4 ➞ indução da produção de plasmócitos de IgE, sendo estas IgEs específicas para o alergénio.
* Fase Efetora
Ligação de 1 ALERGÉNIO ↔ 2 IgEs sensibilizados na membrana do mastócito (e de outros granulócitos, mas em menor quantidade dada a menor expressão dos recetores das IgEs - FcεRI). Esta ligação irá promover uma cascata de sinalização dentro da célula promovendo a DESGRANULAÇÃO ➞ libertação de todos os mediadores inflamatórios, condicionando a sintomatologia alérgica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Explica o processo de cross-linkage que ocorre nas RH Tipo I

A

É o mecanismo necessário para a ocorrência das RH Tipo I, no qual há a ligação de 1 ALERGÉNIO ↔ 2 IgEs na membrana do mastócito, promovendo a libertação de mediadores inflamatórios causando o quadro clínico alérgico.
Para isto ocorrer temos 2 fases:
* Fase de Sensibilização
1º há uma presença de um novo alergénio, é reconhecido (PAMPs) e apresentado a células apresentadoras de antigénio. Posteriormente, estas ligam-se às células Tnaive e convertem-nas em Th2 ➞ libertação de citocinas inflamatórias - nomeadamente IL-4 ➞ indução da produção de plasmócitos de IgE, sendo estas IgEs específicas para o alergénio.
* Fase Efetora
Ligação de 1 ALERGÉNIO ↔ 2 IgEs sensibilizados na membrana do mastócito (e de outros granulócitos, mas em menor quantidade dada a menor expressão dos recetores das IgEs - FcεRI). Esta ligação irá promover uma cascata de sinalização dentro da célula promovendo a DESGRANULAÇÃO ➞ libertação de todos os mediadores inflamatórios, condicionando a sintomatologia alérgica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Quais são os exemplos clínicos das RH Tipo I?

6

A
  • Rinite
  • Urticária
  • Alergias alimentares
  • Eczema
  • Asma
  • Anafilaxia
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

INFORMAÇÃO EXTRA

Caracterização dos FcεR

Não está na teórica

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Caracteriza as RH do Tipo II

A
  • São citotóxicas
  • São IgG e IgM mediadas
  • Envolvem mecanismos de ADCC (antibody-dependent cell-mediated cytotoxicity) e mecanismos de CDC (complement-dependent cytotoxicity)
    Permitindo a destruição da célula alvo!

  1. No mecanismo de ADCC temos um determinado antigénio na superfície de uma célula que é reconhecido pela parte variável de uma IgG, sendo que esta se liga, na sua parte constante, ao recetor Fc de uma célula NK.
    Quando se forma a cadeia Antigénio ↔ IgG ↔ NKcell vamos ter uma cascata de sinalização no interior da NK cell, promovendo a sua DESGRANULAÇÃO e, consequente, libertação de citosinas promovendo a destruição da célula alvo;
  2. No mecanismo de CDC dá-se a ligação do anticorpo em circulação (IgM) ao antigénio que está na superfície da célula alvo. Quando ocorre a formação do complexo imune Ac ↔ Ag irá induzir a ativação da cascata do complemento, formando o MAC (membrane attack complex) que vai culminar na lise da célula alvo;
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Distingue os mecanismos ADCC e CDC envolvidos nas RH Tipo II

ADCC (antibody-dependent cell-mediated cytotoxicity)
CDC (complement-dependent cytotoxicity)

A
  1. No mecanismo de ADCC temos um determinado antigénio na superfície de uma célula que é reconhecido pela parte variável de uma IgG, sendo que esta se liga, na sua parte constante, ao recetor Fc de uma célula NK.
    Quando se forma a cadeia Antigénio ↔ IgG ↔ NKcell vamos ter uma cascata de sinalização no interior da NK cell, promovendo a sua DESGRANULAÇÃO e, consequente, libertação de citosinas promovendo a destruição da célula alvo;
  2. No mecanismo de CDC dá-se a ligação do anticorpo em circulação (IgM) ao antigénio que está na superfície da célula alvo. Quando ocorre a formação do complexo imune Ac ↔ Ag irá induzir a ativação da cascata do complemento, formando o MAC (membrane attack complex) que vai culminar na lise da célula alvo;
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Quais são os exemplos clínicos das RH Tipo II?

Na aula teórica - 4

A
  • Reações de transfusão sanguínea (eritrócitos)
  • Eritroblastose fetal (eritrócitos)
  • Anemia hemolítica autoimune (eritrócitos)
  • Doenças autoimunes especificas de órgão

Pode ajudar: Tipo 2➞eritrócitos (sem ser as específicas de órgãos)

Type II reactions are typically drug-induced reactions which are considered a cause of allergic cytopenia. However, type II reactions are an essential pathogenetic event in several autoimmune diseases, such as immune thrombocytopenia, autoimmune haemolytic anaemia (AIHA), autoimmune neutropenia, Biermer’s disease, Goodpasture syndrome, haemolytic disease of the foetus and the newborn (erythroblastosis fetalis), myasthenia gravis, pemphigus and transfusion reactions involving mismatched blood types

  • Biermer’s disease (formerly known as pernicious anemia) is an autoimmune atrophic gastritis, predominantly fundic, responsible for a malabsorption of vitamin B12. It is characterized immunologically by the presence of anti-intrinsic factor antibodies and/or anti-parietal cells antibodies.
  • Goodpasture syndrome also referred to as anti-glomerular basement membrane (anti-GBM) disease, is an autoimmune disease that affects both the kidneys and lungs by the formation of autoantibodies that attack their basement membranes.
  • Myasthenia gravis (MG) is a chronic autoimmune disorder in which antibodies destroy the communication between nerves and muscle, resulting in weakness of the skeletal muscles
  • Pemphigus is a disease that causes blistering of the skin and the inside of the mouth, nose, throat, eyes, and genitals. The disease is rare in the United States. Pemphigus is an autoimmune disease in which the immune system mistakenly attacks cells in the top layer of the skin (epidermis) and the mucous membranes. People with the disease produce antibodies against desmogleins, proteins that bind skin cells to one another. When these bonds are disrupted, skin becomes fragile, and fluid can collect between its layers, forming blisters. Em pt - Pênfigo
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Caracteriza as RH do Tipo III

A
  • São mediadas por imunicomplexos
    1. Ligação Anticorpo↔Antigénio ➞ Formação do imunocomplexo
    2. O imunocomplexo, com um peso molecular elevado, deposita-se na superfície das células endoteliais
    3. Desencadeia-se a Cascata do Complemento e com amplificação de sinal levando ao recrutamento de mais células inflamatórias.
    4. Deposição destas nas paredes dos vasos condicionando a sintomatologia

Dado o seu peso molecular estes imunocomplexos vão se depositar nas paredes do endotélio, e consequentemente (processo inflamatório), estes vão atravessar os vasos, depositando-se nos tecidos, causando um grande recrutamento das células imunes ➞ Inflamação extravascular ➞ Sintomas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Quais são os tecidos em que tipicamente ocorrem as RH Tipo III?

4

A

Os tecidos em que se depositam os imunocomplexos, promovendo a Inflamação Extravascular são:
* Articulações (sinovial)
* Cérebro
* Rim (glomérulo)
* Pulmão (alvéolo)

A deposição dá-se devido ao elevado peso molecular dos imunocomplexos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Quais são os exemplos clínicos das RH Tipo III?

Na teórica - 3

A
  • Reação local (reação de Arthus)
  • Reações sistémicas (doença do soro)
  • Doenças autoimunes sistémicas (glomerulonefrite, lúpus eritematoso sistémico, artrite reumatoide)

Type III allergic reactions include the acute phase of hypersensitivity
pneumonitis
(also referred to as extrinsic allergic alveolitis) - a fase crónica é Tipo IVa, druginduced vasculitis, serum sickness and Arthus reaction.
Type III reactions are associated with several autoimmune diseases, including systemic lupus erythematosus (SLE), rheumatoid arthritis (RA) and post-streptococcal glomerulonephritis. - Bibliografia extra Aula 8

Reação de Arthus: reação local devido a vacinas do tétano + difteria

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Caracteriza as RH do Tipo IV

A
  • NÃO SÃO mediadas por anticorpos
  • São mediadas por células T
  • São reações tardias ➞ pelo menos 72h (3dias) para o aparecimento de sintomatologia

Temos envolvimento tanto das CD4+ ➞ na forma de Th1 (nas IVa) e Th2 (nas IVb) e das CD8+ ➞ citotóxicas

A ativação das CD4+ (já sensibilizadas - respondem a antigénio específico) vai condicionar a resposta imune com recrutamento das células imunes ➞ condiciona a sintomatologia

Na aula está apenas isto

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Quais são os exemplos clínicos das RH Tipo IV?

Na aula teórica - 5

A
  • Dermatite de contacto
  • Reações de corpo estranho
  • Doenças granulomatosas
  • Lesões trabeculares
  • Reações tardias a fármacos e drogas (síndrome de Lyell ou síndrome de Stevens-Johnson).

Extra importante: Doença Celíaca

  • Type IVa – T1 immune response
    Typical clinical manifestations of type IVa reaction are allergic contact dermatitis, the chronic phase of hypersensitivity pneumonitis(also referred to as extrinsic allergic alveolitis) and celiac disease.
    Type IVa reactions can also be essential for non-T2 endotypes of
    asthma
    , allergic rhinitis (AR), chronic rhinosinusitis (CRS) or atopic dermatitis (AD). These mechanisms also explain non-immediate allergic reactions to drugs, which occur after the haptenization of the drug with a carrier protein
  • Type IVb – T2 immune response
    The most characteristic expression of a type IVb hypersensitivity reaction can be observed in the classical allergic reaction with chronic
    airway inflammation
    in allergic rhinitis (AR), chronic rhinosinusitis (CRS), asthma and atopic dermatitis (AD - T2 endotype), food allergy, eosinophilic oesophagitis (EoE) or protein-contact dermatitis.
  • Type IVc – T3 immune response
    Th17, Tc17, ILC3 and other IL-17A- and IL-17F-producing cells have been implicated in neutrophilic inflammation and the pathogenesis of AD and neutrophilic asthma
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

INFORMAÇÃO EXTRA

Explica o processo de Haptenização, e como este influencia as RH do Tipo IV

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

INFORMAÇÃO EXTRA

Distingue as diferentes RH do Tipo IV

IVa, IVb e IVc

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Define Atopia

A

Tendência pessoal e/ou familiar para produzir anticorpos IgE dirigidos contra aeroalergénios comuns.
Traduz-se clinicamente por asma, rinite e eczema

Assim, um indivíduo é considerado atópico se desenvolver anticorpos da classe IgE contra alergénios ambientais/aeroalergénios comuns (ácaros do pó doméstico, pelo do cão, pelo do gato, pólenes de oliveira, pólenes de gramíneas, etc) e, consequentemente, apresentar asma, rinite ou eczema

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Dá os 3 exemplos clínicos de Atopia

A
  • Asma
  • Rinite
  • Eczema
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Distingue os alergénos comuns dos “não comuns”

A

Alergénos comuns:
* Ácaros do pó doméstico
* Pelo do cão/gato
* Pólenes de oliveira/gramíneas

Em indivíduos atópicos vão ser o ESTÍMULO causador do Quadro Clínico típico e reprodutível! (asma, rinite e eczema)

Alergénos não comuns - NÃO ATÓPICOS
* Alergia Alimentar
* Alergia Medicamentosa
* Alergia a veneno de himenópteros (abelhas e vespas)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Carateriza a Génese de uma Doença IgE Mediada

2 grandes fatores

A
  1. PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA
    posteriormente
  2. EXPOSIÇÃO AMBIENTAL
  3. Génese de uma doença IgE mediada
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Quais são os 2 tipos de lesão que podemos ter nas RH do Tipo II?

A
  • Lesão das células
  • Lesão dos tecidos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Como é a Hipótese Higiénica da génese de uma doença IgE mediada?

Erika von Mutius - investigadora alemã

A

Esta hipótese diz que, se um indivíduo for exposto -exposição ambiental, desde o início da sua vida, a endotoxinas bacterianas, não desenvolve alergias ao longo da vida, já que as células Th0 são estimuladas, formando um perfil Th1.
É de salientar a necessidade de um priming e de uma estimulação do aparelho gastrointestinal, particularmente do sistema GALT, por estas endotoxinas bacterianas.
Assim, compreendemos a importância da colonização precoce por bactérias comensais.
Por outro lado, se uma criança com predisposição genética para a alergia, habitar desde sempre um ambiente muito esterilizado, não for amamentada, tiver uma grande cobertura em termos de esterilização de biberões e de chupetas, for muito vacinada, tiver contacto com antibióticos (leva à esterilização da flora) e se for exposta, por exemplo, ao fumo do tabaco, desenvolverá alergias devido ao comprometimento do priming/estimulação das células T naive.
Ou seja, neste caso, as células Th0 não são estimuladas por bactérias, e caminham para um perfil Th2, o que justifica o surgimento de alergias a ácaros, leite, ovos, pelo de animais, entre outros

Erika von Mutius, investigadora internacional alemã, reparou que as crianças alemãs que viviam em grandes cidades (como Munique) tinham tipicamente doenças alérgicas, como a asma e as alergias alimentares, enquanto que, as crianças que viviam na Alemanha rural (na imagem
superior vemos um exemplo de uma casa típica, em que animais vivem no rés do chão e a família nos andares superiores) não tinham doenças alérgicas. Deste modo, postulou uma teoria que designou por Hipótese Higiénica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Como é a Hipótese Higiénica Modificada da génese de uma doença IgE mediada?

Paolo Matricardi

A

Esta teoria postula que TODOS temos células T reguladoras cuja principal função é manter o equilíbrio entre as células Th1 e Th2 e garantir a não ocorrência de resposta contra antigénios ambientais. Se não tivermos células T reg em número e/ou função (pode haver uma desregulação das mesmas) suficiente, perante a predisposição genética e um estímulo ambiental, podemos desenvolver uma doença alérgica.

Segundo Paolo, seria correto evidenciar que, no Mundo Ocidental, tinha ocorrido um aumento exponencial das doenças alérgicas, que são o paradigma do perfil Th2, mas que também tinha existido, ao longo dos anos, um aumento das doenças Th1, que são doenças com um perfil
claramente autoimune, nomeadamente LES (lúpus) e artrite reumatoide.
Segundo a afirmação deste investigador, fez-se um estudo em África e verificou-se que as crianças, embora fossem expostas a helmintes desde tenra idade, não desenvolviam alergias.
Além disso, Paolo descobriu uma população de células em circulação que designou por células T reguladoras, e assim surgiu uma nova hipótese designada Hipótese Higiénica Modificada, sendo esta, atualmente, a teoria mais aceite.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Qual o efeito da exposição do fumo do tabaco/poluição in útero/primeiros anos de vida?

A

Induz diferenciação células Th0 em Th2 que potencia doenças alérgicas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Quais os microbiomas importantes na potenciação de alergias?

A
  • Pele
  • Nasofaringe
  • Pulmonar
  • Intestinal logo evitar utilização de antibióticos na vida precoce/fetal e tentar ter dieta com fibra.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Slide da aula

Os vários fatores que podem influenciar o desenvolvimento ou não de alergias na criança

7 grupos - 16 fatores

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

Fatores Protetores e Fatores Predisponentes - doença IgE mediada

Qual o benefício da amamentação?

A

Se houver, desde o início, amamentação, há a passagem de anticorpos da classe IgA (defesas da mãe) para o filho através do leite materno, e isso é potenciador do desenvolvimento de um microbioma favorável para a proteção às alergias.

A existência de uma amamentação artificial é um fator que não protege da alergia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Fatores Protetores e Fatores Predisponentes - doença IgE mediada

Qual o benefício do modo do parto?

A

O modo do parto pode também condicionar uma menor propensão para as alergias.
As cesarianas estão associadas a um maior risco de doença alérgica, em oposição ao parto eutócico.

Pensa-se que a exposição às bactérias da flora do trato vaginal podem condicionar uma estimulação com um perfil Th1. (não alérgico)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

Fatores Protetores e Fatores Predisponentes - doença IgE mediada

Qual o problema com a exposição a Antibióticos nos primeiros anos de vida/vida intrauterina?

A

A utilização de antibióticos precocemente, particularmente no primeiro ano de vida, e a toma de antibióticos pela mãe durante a gravidezaumentam a propensão para a alergia, pois condicionam uma alteração do microbioma da criança.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

Fatores Protetores e Fatores Predisponentes - doença IgE mediada

Qual a diferença entre exposição a bactérias e vírus na propensão de potenciar alergias nos primeiros anos de vida da criança?

A

Sabemos que as crianças que têm exposição viral precoce, particularmente ao vírus sincicial respiratório, têm uma maior propensão para o priming Th2.

Logo, a exposição a vírus é deletéria, enquanto a exposição a antigénios bacterianos é benéfica.

Vírus ➞ Mau (Priming Th2) / Bactérias ➞ Bom (Priming Th1)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
38
Q

Fatores Protetores e Fatores Predisponentes - doença IgE mediada

O que é a Janela de Oportunidade - Time Window?

A

É o timing perfeito para o desenvolvimento do sistema imune e dos seus órgãos, estando esta janela situada nos primeiros anos de vida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
39
Q

Fatores Protetores e Fatores Predisponentes - doença IgE mediada

A exposição a fumo de tabaco/poluição é benéfica nos primeiros anos de vida/vida intrauterina?

A

A exposição ao fumo do tabaco in útero, ou mesmo nos primeiros anos de vida, bem como a exposição à poluição (sobretudo relevante nos países industrializados), são fatores que induzem a diferenciação de células Th0 em células Th2, potenciando a ocorrência de doenças alérgicas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
40
Q

Fatores Protetores e Fatores Predisponentes - doença IgE mediada

A exposição a animais de companhia/quinta é benéfica nos primeiros anos de vida/vida intrauterina?

A

Particularmente os de companhia ou de quinta, logo nos primeiros tempos de vida, é benéfico.

No entanto, no caso de uma criança em idade escolar que apresente uma alergia declarada à exposição aos animais, já não é benéfico. Pelo contrário, irá provocar o desenvolvimento de sintomatologia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
41
Q

Fatores Protetores e Fatores Predisponentes - doença IgE mediada

A dieta com baixo teor de fibras é benéfica nos primeiros anos de vida/vida intrauterina?

A

Uma dieta pobre em fibras influencia negativamente o microbioma intestinal. Perfil Th2

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
42
Q

Como é que podemos relacionar e prever o desenvolvimento de atopia, usando a suscetibilidade genética e a envolvente ambiental?

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
43
Q

Que doenças estão associadas a um menor risco de desenvolvimento de alergias?

3

A
  • Tuberculose
  • Sarampo
  • Hepatite A

Estão manifestamente associadas a um menor risco de desenvolver doenças alérgicas. Especificamente sobre
esta última, há um recetor (TIM1) para o vírus da hepatite A que está também envolvido nas alergias.
Embora saibamos que estas doenças podem condicionar um menor risco de desenvolvimento de doenças alérgicas, a sua indução com vista à redução da probabilidade de
ocorrência não é aceitável do ponto de vista ético.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
44
Q

Mecanismos Imunológicos dos Perfis Atópicos

Qual o mecanismo primordial necessário à formação de ambos os perfis (Th1 e Th2)?

A

➞ A comunicação entre a APC (Antigen Presenting Cell) e a Célula T
➞ Vai desencadear um millieu citocínico (desenvolve-se uma cascata de ocorrências no citoplasma), no qual, através da expressão de genes específicos ou fatores de transcrição intracelulares ➞ Condicionando um dos 2 perfis.

45
Q

Mecanismos Imunológicos dos Perfis Atópicos

Quais são os fatores necessários induzir para a existência de um perfil Th1? O que vão promover?

A
  • Stat-1
  • TBet1

Irão promover a produção de IFN-gama (IFN-γ)

46
Q

Mecanismos Imunológicos dos Perfis Atópicos

Quais são os fatores necessários induzir para a existência de um perfil Th2? O que vão promover?

A
  • Stat6
  • GATA-3
  • Stat4 (discutível)^

Promove a produção de IL-4 e IL-5
IL-4 ➞ maior estímulo ➞ produção de IgE por parte dos plasmócitos
IL-5 ➞ maior estímulo ➞ produção de eosinófilos na medula óssea

^ - No Immunobiology do Kenneth Murphy, na página 376 fig 9.32 das diferentes famílias de STATs, diz que a STAT4 promove o fator T-bet e consequentemente um perfil Th1. Logo apenas o STAT6, induz o GATA3 e consequentemente um perfil Th2.

Pus no flashcard como tá na teórica, mas é preciso ter em atenção

47
Q

Porque denominamos os perfis Th1 e Th2 como perfis de oposição?

A
  • IFN-γ inibe Th2
  • IL-4 inibe Th1

Sendo que no perfil Th1 há a produção de IFN-γ e no Th2 de IL-4.

48
Q

A desgranalução mastocitária irá libertar vários mediadores e efetores. Onde atuam?

5

A

A desgranulação mastocitária induz a libertação de histamina, heparina, protéases, etc, que vão atuar em vários órgãos/células:
- Vasos Sanguíneos
- Glândulas Mucosas
- Plaquetas
- Músculo Liso
- Terminações Nervosas

49
Q

De que forma a desgranulação mastocitária afeta os Vasos Sanguíneos?

A

Aumentando a sua permeabilidade o que pode condicionar a saída de líquido

Justifica a ocorrência de pápulas.

50
Q

De que forma a desgranulação mastocitária afeta as Glândulas Mucosas?

A

Aumentado as
secreções
, tanto a nível nasal como a nível brônquico

51
Q

De que forma a desgranulação mastocitária afeta as Plaquetas?

A

Promove a sua chamada,
sendo que são agentes pro-inflamatórios

52
Q

De que forma a desgranulação mastocitária afeta o Músculo Liso?

A

Provocando a sua contração

53
Q

De que forma a desgranulação mastocitária afeta as Terminações Nervosas?

A

Estimulando as mesmas e condicionando, por exemplo, o prurido.

54
Q

Resuma como é que o perfil Th2 atua na resposta inflamatória

A
  • Fase inicial/imediataSensibilização
    Com a criação de imunoglobulinas (IgEs) específicas e Indução de resposta Th2, seguindo-se a fase efetora.
  • Fase efetora, já com imunoglobulinas específicas.
    Esta presença permite a ligação a um alergénio específico a 2 IgEs ➞ cross-linkage ➞ ativação de mecanismos bioquímicos no mastócito (ativação da adenilato ciclase - cAMP) ➞ desgranulação ➞ libertação de mediadores pré-formados (histamina, heparina,…)

Ocorre também a ativação de outras cascatas, como a cascata do ácido araquidónico através da fosfolipase A2, que condiciona a produção de leucotrienos e de prostaglandinas que induzem, respetivamente, a broncoconstrição e a inflamação.

55
Q

O que promove a cascata do ácido araquidónico?

A

A ativação da cascata ocorre através da fosfolipase A2, que condiciona a produção de leucotrienos e de prostaglandinas que induzem, respetivamente, a broncoconstrição e a inflamação.

56
Q

Imagem da aula - Mediadores libertados pelos mastócitos

A

Na imagem ao lado temos representado a estimulação de um mastócito, isto para mostrar a imensa quantidade de mediadores e citocinas, algumas das quais que vão ser responsáveis pelo recrutamento de outras células inflamatórias, condicionando o aumento do espaço entre células endoteliais, por aumento da permeabilidade (explicando a já referida existência de pápulas que condicionam a urticária) e a ativação de terminações nervosas (que pode provocar prurido cutâneo, ocular e/ou nasal).

57
Q

Qual é o mediador específico mastócitário, usado para corrobar o diagnostico clínico de anafilaxia?

A

Triptase
Quando surge aumentada, nas 6h após uma reação pode corrobar o diagnóstico clínico de anafilaxia

Remodela o tecido conjuntivo ao nível da matriz (ex. Asma brônquica há inflamação crónica logo a triptase leva a destruição da matriz ➞ doença pulmonar obstrutiva

58
Q

Como se distinguem as formas de libertação mastocitária de mediadores?

3

A
  • Libertação Imediata, com a libertação de mediadores pré-formados - Histamina, heparina TNF-α, proteases,…
  • Libertação em Minutos - Leucotrienos e Prostaglandinas
  • Libertação em Horas - IL-4 e IL-13
59
Q

Qual a função das citocinas libertadas em minutos na desgranulação dos mastócitos?

A

Leucotrienos e Prostaglandinas ➞ Pieira e Broncoconstrição

60
Q

Qual a função das citocinas libertadas em horas na desgranulação dos mastócitos?

A

IL-4 e IL-13 ➞ Produção de muco & Recrutamento de eosinófilos
Culmina na perpetuação da inflamação

61
Q

Libertação mastocitária de mediadores

Quais são os efeitos imediatos da histamina?

4

A
  • Rinorreia
  • Congestão nasal
  • Esternutos (=espirros)
  • Conjuntivite
62
Q

O que é a Urticária?

A
  • Aparecimento de lesões papulares (lesões com relevo, eritema e muito pruriginosas).

Para ser considerada urticária as lesões não duram mais de 24h. O quadro clínico pode ser estendido, mas cada lesão específica (“pontinho vermelho”) desaparece ao fim deste tempo, podendo aparecer outros - sem deixar lesão residual.
50% dos casos cursam com angioedema - transudação de líquido e da saída do plasma para o espaço extracelular.
Se for um angioedema isoladoALERTA, temos ir à procura de doenças mais raras (angioedema hereditário ou até mesmo um angioedema adquirido, que pode surgir, por exemplo, num contexto paraneoplásico)

63
Q

O que é a Anafilaxia?

A

A anafilaxia é um quadro que se caracteriza pelo acometimento simultâneo de dois órgãos/sistemas distintos, podendo esta situação ser potencialmente fatal.
Imediato ➞ Tratamento com adrenalina.

Assim, podemos ter manifestações a nível cutâneo, respiratório, GI, cardiovascular ou outros.

Quando ocorrem simultaneamente manifestações cutâneas e respiratórias, por exemplo, um doente que após ingestão de camarão desenvolve, 20 minutos mais tarde, urticária, angioedema e broncoespasmo, podemos dizer que estamos perante uma anafilaxia, tendo em conta que temos um envolvimento cutâneo e respiratório.
Por outro lado, também podemos ter um estridor com náuseas/vómitos e aí temos também uma anafilaxia, por acometimento respiratório e GI.
Podemos ainda ter uma urticária com vómitos e diarreia e, nesta situação, temos envolvimento cutâneo e GI.

64
Q

Qual o tipo de alergia que é mais comum cursar com anafilaxia?

A
  • Alergia alimentar

São a grande preocupação, pois há a possibilidade de
existência de alimentos ocultos e a pessoa poder ingerir um determinado alimento sem saber da existência desses vestígios. Portanto, basta apenas resquícios de um determinado alimento que possam existir numa simples partilha de talheres, pela inalação de vapores ou até mesmo ser transmitidos num beijo.

A alergia medicamentosa também pode cursar com anafilaxia, mas costuma ser mais em contexto hospitalar, inclusive, se uma pessoa é alérgica a um medicamento, sabe que o deve evitar.

65
Q

Como é que é feito o Tratamento da Anafilaxia?

A

Imediato ➞ Tratamento com adrenalina
* Administração de adrenalina intramuscular

O tratamento pode reverter os sintomas iniciais, contudo, em casos mais refratários, pode ser necessário a administração de uma segunda dose.
Temos de ter em atenção que todos os doentes que dão entrada no SU com uma anafilaxia têm de, obrigatoriamente, ficar internados pelo menos 6-8h, devido à possibilidade de ocorrerem sintomas de fase tardiadesgranulação mastocitária bifásica e, com isto, repetir-se a sintomatologia mais tarde

66
Q

Qual é a relevância clínica da desgranulação mastocitária bifásica?

A

Dada a possibilidade da ocorrência de uma desgranulação mastocitária bifásica, os doentes internados com anafilaxia, são obrigados a ficar em observação durante 6h-8h, sob o risco de ocorrência de sintomatologia tardia, havendo a necessidade de nova dose de adrenalina.

67
Q

Quais são as razões que tornam a adrenalina no fármaco de eleição da anafilaxia?

A
  1. Estimula os recetores α1 ➞ Vasocontrição (↑RVP) ➞ Reduz o edema
  2. Atua nos recetores α2 ➞ ↓ libertação da noradrenalina & ↓ da libertação de insulina
  3. Recetores β1 ➞ ação inotrópica e cronotrópica positiva (↑)
  4. Recetores β2↑Broncodilatação e
    ↓ Libertação de mediadores

α1 e β2 são os mais importantes

68
Q

O que é a Reatividade Cruzada? Lista os Síndromes da mesma

3 exemplos

A

Quando o sistema imune reage da mesma maneira a duas substâncias diferentes mas que têm proteínas estruturalmente diferentes (ex. Camarão e lula)
* Pólen / Vegetais e Frutos
* Ácaros / Crustáceos / Moluscos
* Latex / Frutos / Pólens

69
Q

Quais são as reações IgE mediadas mais conhecidas?

7

A
  • Urticária
  • Rinite alérgica
  • Asma
  • Alergia alimentar
  • Alergia medicamentosa
  • Alergia ao látex
  • Anafilaxia
70
Q

Como explicas os sintomas prolongados na asma crónica e rinite crónica?

A

Devido ao mecanismo de reação de
hipersensibilidade tipo IV
- mediado pelas Células CD4+ (nomeadamente as Th2)

As células Th2 mantém-se na submucosa e perpetuam a libertação de IL-4 e a IL-5, com recrutamento de eosinófilos e outras células inflamatórias, mantendo a sintomatologia.

71
Q

O que é que ocorre na fase tardia das RH Tipo IV?

A
  • Infiltração celular de eosinófilos, linfócitos, mastócitos,… ➞ BRÔNQUIO
    A libertação mastocitária de mediadores ao nível do brônquio leva a uma alteração estrutural do músculo lisoIRREVERSÍVEL

Constante recrutamento celular ➞ constante apresentação antigénica (APC) à célula Th2 ➞ constante produção de IL-4 e IL-5 ➞ constante estimulação plasmócitária ➞ constante libertação de IgEs específicas ao antigénio presente ➞ constante cross-linkage na membrana do mastócito ➞ constante INFLAMAÇÃO.

72
Q

O que é que ocorre na fase imediata das RH Tipo IV?

A

A exposição de um determinado alergénio, há uma fase imediata com libertadores de histamina e de mediadores pré-formados de leucotrienos, prostaglandinas e o fator de ativação das plaquetas (PAF), que dão uma resposta de fase precoce.

A infiltração de eosinófilos e linfócitos T que originam a resposta tardia - Momento de transição

73
Q

De que forma a fase da RH tipo IV em que o doente se encontra pode influenciar a terapêutica a administrar?

Na rinite alérgica e asma brônquica

A

Exemplo da Rinite alérgica:
* Fase aguda (imediata) ➞ Rinorreia e prurido ➞ Anti-histamínicos
* Fase crónica (tardia) ➞ Obstrução nasal pelo muco prosuzido pela inflamação crónica ➞ Anti-leucotrienos ou corticoides inalados nasais

Exemplo da Asma Brônquica:
* Fase aguda (imediata) ➞ Bronconstrição ➞ Broncodilatadores (ou até anti-leucotrienos para prevenção)
* * Fase crónica (tardia) ➞ Inflamação brônquica crónica ➞ Corticoides inalados^

^Numa fase inicial, damos corticoides inalados para reduzir esta infiltração das células inflamatórios. Se não conseguirmos tratar, temos de associar broncodilatadores de longa ação e, muitas vezes, anti-leucotrienos.

74
Q

RH do Tipo II

Caracteriza o fenómeno fisiopatológico que ocorre nas Reações Transfusionais

A

Diversos genótipos ➞ diferentes grupos sanguíneos
* Indivíduos AA ou A0 tem o grupo sanguíneo do tipo A.
Isto significa que:
Superfície dos eritrócitosAntigénio A
SoroAc - isohemaglutininas Anti-B.
* Genótipo BB ou B0, têm o grupo sanguíneo tipo B
Superfície dos eritrócitosAntigénio B
Soro ➞ isohemaglutininas Anti-A.

Logo, pessoas com o gs A, não podem receber sangue do grupo B, porque têm em circulação anticorpos anti-B, e vice-versa
Se tal acontecer, os anticorpos anti-B ligam-se à superfície dos eritrócitos do dador ➞ induz reações ADCChemóliseReações transfusionais.

As reações transfusionais são então reações de
hipersensibilidade do tipo II
, que vão dar sintomatologia sistémica no recetor.

As pessoas do grupo sanguíneo AB, têm antigénios A e B e não têm isohemaglutininas, o que significa que são o recetor universal, pois podem receber sangue de qualquer tipo de dador.
O grupo sanguíneo 0 tem o genótipo 00 e não têm antigénios na superfície dos seus eritrócitos, o que significa que são o dador universal, ou seja, eles podem dar sangue a qualquer pessoa sem o risco de reação transfusional. Mas, têm isohemaglutininas anti-A e anti-B, por isso, não podem receber sangue nem do grupo A, nem do grupo B, nem do grupo AB. Apenas podem receber sangue de pessoas do grupo 0.

75
Q

Caracteriza o fenómeno fisiopatológico que ocorre nas Eritoblastose Fetal

A

Eritroblastose fetal ou Doença hemolítica do recém-nascido.
Mãe ➞ Rh negativo + Pai ➞ Rh positivo, significa que a criança pode ser do grupo sanguíneo Rh positivo ou Rh negativo.

Se for do grupo sanguíneo Rh positivo (diferente da mãe) e houver passagem de eritrócitos da criança para a mãe, a mãe pode desenvolver uma resposta imune, em que há produção de anticorpos anti-D (sendo D o antigénio Rh). A Mãe fica então com anticorpos anti-D em circulação.
Numa segunda gravidez, esses anticorpos anti-D passam a placenta e, se o segundo filho for Rh positivo (com o antigénio D), ligam-se à superfície dos eritrócitos do bebé e condicionam uma hemólise.

Ao condicionar essa hemólise, surge uma sintomatologia de uma anemia hemolítica com:
* Hepatoesplenomegália
* Libertação de bilirrubina
* Aumento de LDH

Acaba por ser tóxico para o sistema nervoso central e, por isso, estas crianças precisam mesmo de ter fototerapia

Nós falamos do exemplo clássico de uma primeira e de uma segunda gravidez, mas temos de ter em atenção que, na primeira gravidez da mulher, ela já pode ter tido anteriormente transfusões ou abortos. Nestes casos, logo na primeira gravidez, existe o risco de eritroblastose fetal

76
Q

Quais são os sintomas causados no feto numa Eritoblastose Fetal?

3

A

Surge uma sintomatologia de uma anemia hemolítica com:
* Hepatoesplenomegália
* Libertação de bilirrubina
* Aumento de LDH

77
Q

Porque razão devemos ter em atenção uma possível Eritoblastose Fetal também na 1ª gravidez?

A

Nós falamos do exemplo clássico de uma primeira e de uma segunda gravidez,

Mas temos de ter em atenção que, na primeira gravidez da mulher, ela já pode ter tido anteriormente transfusões ou abortos. Nestes casos, logo na primeira gravidez, existe o risco de eritroblastose fetal.

78
Q

Para que serve o Teste de Coombs indireto?

A
  • Procurar a existência de Anticorpos anti-D (Anti-Antigénio do Rhesus)

Sempre que nós temos uma mulher que é rhesus negativo e o seu companheiro é rhesus positivo ➞ Incompatibilidade Rh
Há necessidade de vigiar a gravidez! ➞ Análises de sangue regulares, nas quais se realiza o Teste de Coombs indireto.

79
Q

Como deves proceder se o teste de Coombs indireto for positivo?

Teste de Coombs realiza-se sempre em gravidezes com incompatibilidade Rh

A

A mulher TEM anticorpos anti-D em circulação
* GRAVIDEZ DE ALTO RISCO! (possibilidade de Eritoblastose Fetal)
Contudo, é impossível ter a certeza se há ou não EF, uma vez que se o Pai for Rh +, ele pode ser homozigótico ou heterozigótico, portanto o bebé pode, ou não, ser Rh+.
Se o bebé for Rh-, não haverá problema nenhum nesta gravidez, mas se for Rh+, então como a mãe já tem anticorpos anti-D que passam a placenta, pode condicionar uma EF.

80
Q

Como deves proceder se o teste de Coombs indireto for negativo?

Teste de Coombs realiza-se sempre em gravidezes com incompatibilidade Rh

A

Podemos prevenir a existência de sensibilização!
A mãe NÃO TÊM anticorpos anti-D, e o bebé pode ser ou Rh+ ou Rh-. Isto vai implicar uma administração profilática de anticorpos anti-D (RHOGAM).
SE algum eritrócito do bebé entrar na circulação da mãe será neutralizadoNão há sensibilização.

Só se faz esta prevenção a partir do segundo trimestre da gravidez, porque este corresponde à altura em que há a formação do sangue do bebé.
Durante o parto, existem várias trocas de sangue. Após o bebé nascer, vamos fazer a tipagem AB0 e Rh. Se:
* Bebé ➞ Rh- ➞ não se avança com mais nada
* Bebé ➞ Rh+administrar novamente RHOGAM, porque na primeira administração os anticorpos que demos já foram eliminados e existem grandes trocas de sangue novamente durante o parto e, portanto, nós temos de evitar a todo o custo que o sistema imune da mãe contacte com os antigénios D.

81
Q

Em que alturas se faz a prevenção da Eritoblastose Fetal, com administração de Anticorpos anti-D (RHOGAM), durante a gravidez?

A

Só se faz esta prevenção a partir do SEGUNDO TRIMESTRE da gravidez, porque este corresponde à altura em que há a formação do sangue do bebé.

Durante o PARTO, existem várias trocas de sangue. Após o bebé nascer, vamos fazer a tipagem AB0 e Rh. Se:
* Bebé ➞ Rh- ➞ não se avança com mais nada
* Bebé ➞ Rh+administrar novamente RHOGAM, porque na primeira administração os anticorpos que demos já foram eliminados e existem grandes trocas de sangue novamente durante o parto e, portanto, nós temos de evitar a todo o custo que o sistema imune da mãe contacte com os antigénios D.

Resumo, 2º trimestre e parto

82
Q

Lista as RH do tipo II que ocorrem por Lesão das células

4

A

Lesão das células é quando os antigénios estão na superfície das células (p.e. nos eritrócitos), podendo ser:
* Reações Transfusionais
* Doença Hemolítica do Recém-Nascido ou Eritoblastose Fetal
* Anemia Hemolítica Autoimune
* Anemia Hemolítica induzida por Drogas (Penicilina, quinidina e metildopa)

Temos reações de hipersensibilidade quando temos a existência de, por exemplo, anticorpos anti-plaqueta, que provocam trombocitopenias, ou anticorpos anti-neutrófilo, que podem condicionar uma neutropenia.

83
Q

Lista as RH do tipo II que ocorrem por Lesão de Tecido Alvo

6

A

Lesão de tecido alvo ➞quando existe na superfície dos tecidos antigénios que vão ser reconhecidos por determinados anticorpos, o que está na base das doenças autoimunes específicas de órgão:
* Tiroidite Autoimune ou Tiroidite de Hashimoto
* Doença de Graves
* Síndrome de Goodpasture (em que existe anticorpos anti-membrana basal ao nível do pulmão e ao nível do rim, portanto, há lesão pulmonar e renal)
* Pênfigo (em que existem anticorpos anti-desmossoma, e, portanto, existe uma disrupção da integridade da barreira entre a epiderme e a derme, com a existência de lesões bolhosas)
* Miastenia gravis (anticorpos anti-recetor da acetilcolina, com comprometimento da placa
neuromuscular)
* Síndrome de Lambert-Eaton (anticorpos dirigidos contra os canais de cálcio ao nível das vesículas pós-sinápticas)

84
Q

Carateriza o mecanismo imunológico que causa a Miastenia Gravis

A

Miastenia Gravis ➞ RH do Tipo 2 ➞ Reações mediadas por anticorpos, neste caso AUTO-ANTICORPOS anti-recetor acetilcolina:

  1. Libertação de acetilcolina por parte do nervo na placa neuromuscular
  2. Presença de autoanticorpos dirigidos contra o recetor da acetilcolina
  3. Ativação do músculo é inibida

Estes doentes acabam por ter uma ptose palpebral (queda das pálpebras, em particular ao fim do dia), cansaço e fadiga muscular.

85
Q

Carateriza o mecanismo imunológico que causa a Doença de Graves

A

Doença de Graves ➞ RH do Tipo 2 ➞ Reações mediadas por anticorpos, neste caso AUTO-ANTICORPOS anti-recetor TSH:

  1. Ligação do autoanticorpo anti-recetor TSH ao recetor TSH
  2. Estimulação da glândula tiroideia
  3. Produção exagerada da hormona tiroideia

Como sabemos, a hormona pituitária liberta TSH que se liga aos recetores da TSH que, por sua vez, estimula a produção da hormona tiroideia. Estes autoanticorpos vão, então, mimetizar a função da TSH, correspondendo a anticorpos estimulatórios.
Na doença de Graves, temos um hipertiroidismo clássico, que caracteristicamente se apresenta com exoftalmia, devido à proliferação do tecido conjuntivo retro orbitário.
Vemos ainda uma imagem de uma cintigrafia com captação e, portanto, hiper funcionamento da função tiroideia, o que condiciona um aumento do volume da mesma

86
Q

Qual é a grande diferença entre os autoanticorpos entre a Doença de Graves e a Miastenia Gravis?

A

A grande diferença entre a Doença de Graves e a Miastenia Gravis, é que na miastenia os autoanticorpos são inibitórios e, na doença de graves, os autoanticorpos são estimulatórios.

87
Q

Carateriza o mecanismo imunológico que causa a Doença de Hashimoto

A

Doença de Graves ➞ RH do Tipo 2 ➞ Reações mediadas por anticorpos, neste caso AUTO-ANTICORPOS anti-tiroideus

  1. Ligação do autoanticorpo a um antigénio presente na célula tiróideia.
  2. Disfunção da célula
  3. Disfunção da glândula
  4. substituição da tiroide por tecido fibroso

Bócio com hipotiroidismo

88
Q

Qual é o principal problema que leva à existência de RH do Tipo III?

Comum a todas

A
  • Sobrecarga dos mecanismos de
    depuração
    (eliminação)

RH Tipo III ➞ reações mediadas por imunocomplexos. Estes, NORMALMENTE, são eliminados pelas células fagocíticas, contudo, nestes casos há uma persistência da produção de complexos imunes circulantes, tornando impossível a sua destruição total.
Portanto, sempre que temos uma persistência da produção de anticorpos contra antigénios pode existir sobrecarga dos mecanismos de depuração, depositando-se nos tecidos, particularmente nos que têm microvasculatura:
* Rim
* SNC
* Articulações

Condicionando a ativação do complemento e de células efetoras e a lesão tecidual/sintomatologia

89
Q

RH do Tipo III

Quais são as possíveis causas da produção excessiva de imunocomplexos?

3

A
  • Infeção persistente ➞ lepra, malária, hepatites virais crónicas e no dengue.
  • Doença autoimune ➞ LES, artrite reumatoide, poliomiosite, entre outras.
  • Inalação de material antigénico (o Professor não mencionou na aula, mas está no slide).
90
Q

Qual é o mecanismo que leva à lesão nas RH Tipo III?

A
  • Deposição de complexos imunes no endotélio
    Promove uma chamada de plaquetas, fenómenos de trombose e microtrombos e, essencialmente, há ativação do complemento, particularmente das anafilatoxinas (C3a e C5a).
    Tipicamente, há um infiltrado massivo de neutrófilos.
91
Q

Associa o fenómeno de Raynaud com as RH Tipo III

A

As RH Tipo III caraterizam-se pela deposição de complexos imunes no endotélio, podendo ser de forma sistémica ou local.
Neste caso, a deposição de complexos imunes vai levar a uma alteração na circulação ➞ Vasoconstrição periférica, promovendo o fenómeno de Raynaud ➞ as pontas dos dedos, por contacto com água fria ou ambientes de baixa temperatura, ficam primeiramente pálidas e depois azuladas e, posteriormente, quando há cessação desse estímulo térmico, existe uma recuperação da vascularização ficando os dedos muito vermelhos e muito dolorosos

92
Q

Qual é o sinal patagnómico do Lúpus Eritematoso Sistémico?

A
  • Rash em asa de borboleta
    Rash a nível malar, com forma de borboleta, que (quando ocorre) é indicador da doença.
    NOTA: Este não ocorre na totalidade dos doentes
93
Q

Que regiões são afetadas no Lúpus Eritematoso Sistémico?

A

O LES é uma doença sistémica que pode afetar o coração, os pulmões, os rins (causando uma glomerulonefrite), as articulações, ou até mesmo causar o fenómeno de Raynaud^.

Existem critérios bem definidos para a classificação do LES, que passa não só por características clínicas, como pela avaliação da repercussão ao nível da função renal, inflamação e consumo de complemento.

^Atenção que este fenómeno surge em muitas doenças autoimunes, e também pode ser idiopático, isto é, existe uma percentagem da população que apresenta este fenómeno sem significância clínica.

94
Q

O que é a doença do soro ou reação de Arthus?

A

É quando existe uma inoculação de material antigénico e, posteriormente, a deposição de complexos imunes com a chamada de plaquetas e de neutrófilos o que, em termos de
imunopatogénese, é semelhante, mas que dá os tais
sintomas inflamatórios locais.

A doença do soro em que, perante a exposição a um
determinado antigénio
, existe uma resposta imune e são formados os complexos imunes.
Estes complexos chegam a uma determinada altura em que são eliminados e, posteriormente, existe a libertação dos anticorpos, que deixam de estar ligados a determinados antigénios.
O que acontece é que existem pessoas que ficam nesta janela duas a três semanas após o contacto com o antigénio, com sintomas, a que chamamos a doença do soro.

P.S. não percebi muito bem a explicação da aula. Nas notas está mais explícito

Resumindo: período de 2-3sem após inoculação de 1antigénio em que há IL

IL=Inflamação local (sintomatologia)
Fig. 14.17 The deposition of immune complexes in tissues causes a local inlammatory response known as an Arthus reaction. In individuals who have already made IgG antibody against an antigen, the same antigen injected into the skin forms immune complexes with IgG antibody that has diffused out of the capillaries.
Because the dose of antigen is low, the immune complexes are formed only close to the site of injection, where they activate mast cells bearing Fcγ receptors (FcγRIII).
The immune complex induces activation of complement, and the complement component C5a contributes to sensitizing the mast cell to respond to immune complexes. As a result of mast-cell activation, inlammatory cells invade the site, and blood vessel permeability and blood flow are increased. Platelets also accumulate inside the vessel at the site, ultimately leading to vessel occlusion.
If the reaction is severe, all these changes can lead to tissue necrosis.

95
Q

Quais os fármacos que podem causar a doença do soro/reação de Arthus?

3

A

(alguns)
* Antibióticos
* Antiepiléticos
* Antiarrítmicos (p.e. cefaclor)

A doença do soro pode surgir logo após a administração ou então 2-3 semanas mais tarde. Sintomatologia ➞ febre, vasculite, artrite e nefrite

96
Q

Slide da aula

Gráfico típico da doença de soro/reação de Arthus

A

Reparar que o decréscimo acentuado de proteínas inoculadas no soro é inversamente proporcional ao aumento de complexos imunes, pois os anticorpos criados contra o antigénio (na superfície da proteína) ligam-se formando os tais complexos imunes que se depositam no endotélio, iniciando o quadro sintomatológico

97
Q

Quanto às RH do Tipo IV (retardadas), estas podem evoluir por 3 vias. Quais são?

A
  • Através das células CD4+ do perfil Th1
    Há um antigénio que é solúvel, com uma ativação das células Th1, que ativam os macrófagos que libertam citocinas, como o INF-γ.
    É o que acontece tipicamente na dermatite de contacto e na reação tuberculínica;
  • Através das células CD4 do perfil Th2
    Há um antigénio solúvel e um envolvimento prévio da IgE e dos mastócitos. E posteriormente, numa fase tardia da resposta alérgica, há recrutamento de células Th2 que produzem IL-4, IL-5 e eotaxina, que recrutam mais eosinófilos, linfócitos e células B originando um infiltrado inflamatório ao nível da mucosa respiratória ou cutânea. São responsáveis pela asma crónica, rinite crónica ou manifestações de eczema
  • Reações de tipo IV em que há predomínio de células CD8+
    Neste caso, o antigénio já está sempre ligado a células (ou seja, há apresentação de antigénios por células), levando à estimulação dos mecanismos de citotoxicidade, com destruição da célula alvo.
    Acontece na dermatite de contacto e noutras situações, nomeadamente, na exposição a determinados fármacos.
98
Q

Qual é o antigénio típico da dermatite/eczema de contato?

A

Hapteno!

99
Q

RH do Tipo IV

Carateriza a reação do tipo tuberculínico

A

Esta reação deve-se à exposição a antigénios solúveis microbianos, como por exemplo, M. Leprae, M. Tuberculosis ou Leishmania spp.
Contudo, podemos ter esta reação para estímulos não
microbianos
, como por exemplo, o berílio, o zinco e a sílica.
Nesta reação, temos áreas de enduração, edema e eritema.

A injeção de tuberculina (Mantoux test) pode ser útil para determinar a exposição prévia a um determinado agente e é um método que nos permite inferir a capacidade da imunidade mediada por células.

100
Q

Carateriza as reações granulomatosas

A
  • São características da tuberculose, lepra ou até quando existe uma reação de corpo estranho.

Ocorrem 21 a 28 dias após a exposição ao agente implicado, em que há acumulação de macrófagos, células epitelioides, células gigantes multinucleadas, que tentam destruir sem sucesso esse antigénio/corpo estranho/bactéria intracelular.

Granulomas ➞ coleções focais de aglomerados inflamatórios, constituídos por:
* Macrófagos
* Células epitelióides
* Células gigantes multinucleadas
* Linfócitos T
* Plasmócitos

101
Q

RH do Tipo IV (Via Th1)

Na fase efetora, a ativação macrofagocitária é promovida por que mediadores? O que é que estes vão condicionar no macrófago?

5 mediadores, condicionam 4 coisas

A

Células Th1 libertam (citosinas):
* INF-γ (principal)
* TNF-β
* IL-2
* IL-3
* GM-CSF (granulocyte-macrophage colony-stimulating factor)
* Quimiocinas: IL8, MCAF, MIF

Vão condicionar:
* ⬆︎ moléculas de MHCII
* ⬆︎ recetores TNF
* ⬆︎ Radicais de oxigénio
* ⬆︎ óxido nítrico

  • IL-3 e GM-CSF ➞ Estimular a produção, ao nível da médula óssea, de monócitos
  • TNF-α e β ➞ Aumentar a expressão de moléculas de adesão nos vasos sanguíneos, permitindo que haja o recrutamento de mais monócitos que se transformam em macrófagos & Causam detruição tecidual local
  • INF-γ ➞ Ativar os macrófagos, para produzir radicais livres de oxigénio e outros mediadores de inflamação & Aumentam a expressam de moléculas de adesão
  • Quimiocinas ➞ Recrutam mais macrófagos para o local onde existe a deposição antigénica
102
Q

Quais são as 2 RH tardias a fármacos potencialmente graves?

A
  • Síndrome de Stevens-Johnson
  • Síndrome de Lyell
103
Q

Caraterize a Síndrome de Stevens-Johnson

A

Reação Sistémica, na qual há um acometimento (ataque às) das mucosas, e pode cursar também com febre. O doente refere que fez uma terapêutica nas últimas 3 semanas.
Doente TEM de seuspender imediatamente a terapêutica prévia (não podendo voltar a fazê-la).

Estes doentes têm um antigénio que é apresentado
via celular
(Th1 e Th2) e há a montagem de uma resposta com células T e B de memória e, portanto, aquele doente nunca mais pode fazer aquele tipo de medicamento sobre o perigo de ter uma reação ainda mais grave e, eventualmente, comprometendo a sua vida.

104
Q

O que são os protocolos de dessensibilização?

A

As reações imediatas (tipo IgE mediada) se estritamente necessário poderão ter protocolos de
dessensibilização a fármacos.Vamos introduzindo pequenas doses crescentes deste alergénio (medicamento a que é alérgico, p.e.) até que atingimos a dose terapêutica e, assim, provocámos uma dessensibilização por alteração dos mecanismos imunológicos, porque existe a apresentação de pequenas doses consecutivamente crescentes, induzindo uma resposta imunológica progressivamente menor e uma estimulação das células Treg com diminuição da IgE específica e, portanto, conseguimos protocolos de dessensibilização a medicamentos
NOTA IMPORTANTE: APENAS PARA REAÇÕES IMEDIATAS!

As reações imediatas (tipo IgE mediada) se estritamente necessário poderão ter protocolos de dessensibilização a fármacos.

Isto é, um protocolo de dessensibilização, por exemplo, à penicilina só pode ser efetuado se os doentes tiverem história de reações imediatas. Um doente que tem uma história de urticária ou de uma anafilaxia a antibióticos com penicilina, pode estar indicado, se o medicamente for estritamente necessário, a realização de um protocolo de dessensibilização.

105
Q

Em que situações não se pode realizar os protocolos de dessensibilização?

A

Quando a RH medicamentosa não é imediata, neste caso, temos 2 síndromes específicos em que não podemos usar:
* Síndromes de Stevens-Johnson
* Síndrome de Lyell (descamação cutânea)

Neste caso, são RH do tipo 4, mediadas por células, logo tardias, não sendo possível realizar os mesmos. A apresentação antigénica ocorre ao nível células T e B de memória, logo nunca mais pode fazer-se apresentação do antigénio sob risco de uma RH ainda mais grave.

106
Q

O que torna uma proteína sensibilizante?

5 características

A
  1. Capacidade de induzir a resposta T (via MHCII)
  2. Enzimaticamente ativas que estão sempre presente em pequenas doses (em pequenas doses é sensibilizante e grandes doses tolerante)
  3. Capacidade de difusão através das mucosas, dado o seu baixo peso molecular
  4. Altamente solúveis
  5. Estáveis
107
Q

O que são alergénios?

A

Antigénios proteicos ou glicoproteicos que sensibilizam o hospedeiro para reações alérgicas

108
Q

Qual o ião fundamental na desgranulação?

A

Ca2+

109
Q

Num indivíduo “saudável” sem perfil alérgico qual é a função principal dos mastócitos?

A

Resposta a parasitas mas no meio ocidental quase não existem, logo focam-se nas alergias