Hepatite B crônica Flashcards
Quais são os critérios diagnósticos para hepatite crônica?
A hepatite B implica:
- HBsAG + por mais de seis meses
- Anti-HBc IgG positivo
Qual a relação da cronificação com a idade?
A cronificação é inversamente proporcional à idade. Quanto menor a idade, maior a chance de cronificação.
Quais são as principais complicações do hepatite B?
- 50% dos pacientes terão cirrose em 20 anos
- 5 a 15% desenvolvem CHC
A hepatite B é carcinogênica?
Sim, é o único dos vírus da hepatite que é diretamente carcinogênico. Pode haver CHC mesmo na ausência de cirrose (30 a 50%)
Qual a história natural da hepatitive B?
Imunotolerância:
- sistema imune ainda não reconhece o vírus. Há proliferação viral livre.
- HBeAG +, anti-HBe -, DNA viral > 20000, relação ALT/AST normal.
Imunoeliminação
- HbeAg +, anti-HBe -, DNA varia, ALT/AST muito alta
Soro conversão –> maioria dos casos
- HBeAG -, anti-Hbe +, DNA cai expressivamente, ALT/AST varia
- pode haver reativação ou cura
- cura da hepatite crônica: 0,5-2% ao ano, mesmo após os 6 meses. HBsAg negativo, anti-HBs +;
Reativação
- 4 a 20% –> nova fase aguda
- HbeAge + , anti-Hbe -, DNA aumenta novamente, ALT/AST aumenta.
Quais os fatores que levam à reativação? O que isso muda nos exames laboratoriais?
- Imunodepressão do hospedeiro
- Mutação viral: mutante pré-core –> bloqueio da síntese do antígeno E. O vírus se prolifera a despeito sem secretar o antígeno E.
Nesse caso, não há HBeAg negativo e anti-Hbe positivo. O DNA está alto e ALT/AST alta.
No caso de paciente crônico reativado com esse perfil, deve-se pedir a carga viral.
Aumenta a chance de cirrose e CHC
Qual o quadro clínico?
Assintomática ou oligossintómática:
- Fadiga, como na maioria das doenças hepáticas crônicas
- surtos de hepatite aguda subrepostos
- manifestações extrahepáticas: glomerulonefrite membranosa e poliarterite nodosa clássica
Qual o tratamento?
Primeiro passo: avaliar presença de cirrose
Segundo passo: avaliar fase evolutiva
Dosagem de HBeAg e anti-HBe para determinar fase evolutiva
HBeAg positivo + anti-Hbe negativo –> replicativo
HBeAg negativo + antiHbe positivo –> não-replicativo
exceção: mutante pré-core
Se perfil não replicativo + ALT/ AST elevada –> solicitar carga viral para tirar dúvida da mutação
Quais os objetivos terapêuticos?
- Cura (HBsAg neg + anti-Hbs posi)
- Controle da replicação viral (HBeAg neg + HBV-DNA indetectável) –: controle < 10000 cópias/ml ou < 2000 UI/ml
menor replicação, menor chance de cirrose
Quando tratar o paciente sem cirrose hepática?
HBeAg+:
- Enzimas maior ou igual 2x a normalidade
- biópsia hepática com importante grau de inflamação e/ou de fibrose
Tratamento: interferon-alfa
HBeAg-:
- Enzimas maior ou igual 2x LSN + DNA > 10000
- Enzimas maior 2x LSN + DNA entre 1000 e 10000 cópias + biópsia suspeita
- Enzimas normais + DNA > 10000.
Tratamento: tenofovir (TDF)
Quando tratar paciente com cirrose?
- sempre que tiver HBeAg+
- Child A + HBeAg neg –> avaliar
- — enzimas: maior ou igual a 2x LSN
- — carga viral > 1000 cópias ou > 200 UI
- Child B ou C –> tratar e listar para TOF
Tratamento: entecavir, jamais interferon
Qual o tratamento da coinfecção HBV e HDV?
Interferon peguilado associado ou não a lamivudina (se HBV-DNA muito alto)