H1N1 Flashcards
- Em 2009, aconteceu uma pandemia de influenza, causado pelo vírus H1N1. Quais as informações importantes relacionadas a este evento?
Em abril de 2009, foi detectado no México um novo vírus da Influenza A, o (H1N1), colocando em alerta a Saúde Pública mundial. Esta nova cepa rapidamente se disseminou causando uma pandemia e o agente passou a ser denominado vírus influenza pandêmico (H1N1) 2009.
Até a semana epidemiológica 47, que terminou em 28 de novembro de 2009, casos de influenza provocados por este agente haviam sido confirmados laboratorialmente em 207 países, incluindo 8.768 óbitos, especialmente em pacientes jovens e gestantes.
Para o enfrentamento desta situação, planos para as fases de contingência e mitigação do problema foram elaborados e foram sistematicamente atualizados pelo Ministério da Saúde com base nas orientações emanadas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e OPAS, bem como do conhecimento produzido no curso desse evento.
- Quais as principais características estruturais do vírus influenza?
O vírus Influenza pertence à família Ortomixiviridae. São vírus RNA de hélice única, que se subdividem em três tipos antigenicamente distintos: A, B e C.
Os tipos A, responsáveis pela ocorrência da maioria das epidemias de gripe, são mais suscetíveis a variações antigênicas, razão pela qual, periodicamente, suas variantes sofrem alterações na estrutura genômica, contribuindo para a existência de diversos subtipos.
Estes vírus são classificados de acordo com os tipos de proteínas que se localizam em sua superfície, chamadas de hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). A proteína H está associada à infecção das células do trato respiratório superior, onde o vírus se multiplica; enquanto a proteína N facilita a saída das partículas virais do interior das células infectadas.
- Como surgiu o vírus da influenza A H1N1?
Através da recomebinação de vírus de diferentes espécies.
- Quais são os reservatórios do vírus influenza?
Os reservatórios conhecidos na natureza para o vírus da influenza são os seres humanos, os suínos, os equinos, as focas e as aves. As aves migratórias, principalmente as aquáticas e as silvestres, desempenham importante papel na disseminação natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre. Em geral, a transmissão ocorre dentro da mesma espécie, exceto no porco, cujas células têm receptores para os vírus humanos e aviários.
Os vírus influenza do tipo A infectam seres humanos, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves; os do tipo B ocorrem exclusivamente em seres humanos; e os do tipo C, em seres humanos e suínos.
- Como ocorre a transmissão do vírus influenza?
O modo mais comum é a transmissão direta (pessoa a pessoa), por meio de pequenas gotículas de aerossol (> 5 milimicras de diâmetro) expelidas pelo indivíduo infectado com o vírus (ao falar, tossir e espirrar) às pessoas suscetíveis.
O modo indireto também ocorre por meio do contato com as secreções do doente. Nesse caso, as mãos são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular.
A eficiência da transmissão por essas vias depende da carga viral e fatores ambientais (umidade e temperatura) e ao tempo transcorrido entre a contaminação e o contato com a superfície contaminada.
- Qual o período de incubação do H1N1?
Dados produzidos por alguns países, indicam que, atualmente, o período de incubação relacionado ao novo vírus da Influenza Pandêmica A(H1N1) 2009, pode variar de 1 a 7 dias, sendo mais comum entre 1 a 4 dias.
- Qual o período de transmissibilidade do vírus influenza H1N1?
Informações preliminares dos casos de Influenza Pandêmica A (H1N1) 2009 pandêmica investigados até o momento indicam que, para o adulto, o período pode variar de: 1 dia antes, até 7 dias após o início dos sintomas e, para menores de 12 anos, 1 dia antes até o 14° dia após o início dos sintomas.
- Quais as principais manifestações clínicas da infecção pelo influenza H1N1?
O quadro, na maioria dos casos de Influenza Pandêmica A(H1N1) 2009 pandêmica, é benigno e autolimitado, clinicamente moderado, caracterizado por febre, tosse, coriza, dor de cabeça e mal-estar. No entanto, uma proporção de pacientes apresentam a forma grave, com importante acometimento pulmonar, que pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória, principalmente em grupos de risco já conhecidos para complicações para influenza sazonal.
Cerca de 90% dos pacientes apresentam início abrupto, com febre alta, em geral acima de 38°C, seguida de mialgia, dor de garganta, rinorreia, artralgias, prostração, dor de cabeça e tosse seca. Diarreia, vômitos e fadiga podem estar presentes. Atualmente, os casos que apresentam febre alta (>38°C), tosse e dispneia são classificados como Doença Respiratória Aaguda Grave (DRAG), devendo ser cuidadosamente avaliados.
- Quais os princiapis sintomas da gripe H1N1?
- Qual é a definição de doença respiratória aguda grave, no contexto da infecção pelo H1N1?
Indivíduo de qualquer idade com doença respiratória aguda caracterizada por:
a. FEBRE (Temp > 38ºC)
b. TOSSE + DISPNÉIA
Acompanhada ou não de dor de garganta ou manifestações gastrointestinais
- Quais os principais sinais que indicam gravidade em um qaudro suspeito H1N1?
Sinais e sintomas que devem ser observados:
a. Aumento da freqüência respiratória (> 25 irpm)
b. Hipotensão em relação a pressão arterial habitual do paciente
i. Em crianças além dos itens acima, observar também: batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência.
c. O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais e radiológicas listadas abaixo:
i. Radiografia de tórax: infiltrado intersticial localizado ou difuso ou presença de área de condensação.
- Qual a história natural da infecção por H1N1? Quais as peculiaridades em crianças e idosos?
Clinicamente, a doença inicia-se com a instalação abrupta de febre alta, em geral acima de 38°C, seguida de mialgia, dor de garganta, prostração, cefaleia e tosse seca.
A febre é, sem dúvida, o sintoma mais importante e perdura em torno de 3 dias. Os sintomas sistêmicos são muito intensos nos primeiros dias da doença. Com a sua progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantêm-se em geral por 3 a 4 dias, após o desaparecimento da febre. É comum a queixa de garganta seca, rouquidão, tosse seca e queimação retro-esternal ao tossir, bem como pele quente e úmida, olhos hiperemiados e lacrimejantes. Há hiperemia das mucosas, com aumento de secreção nasal hialina.
O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o achado de aumento dos linfonodos cervicais. Quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais, também podem fazer parte da apresentação clínica em crianças. Os idosos quase sempre apresentam-se febris, às vezes sem outros sintomas, mas em geral a temperatura não atinge níveis tão altos, e às vezes cursam sem febre.
- Que grupos de pacientes estão sob risco de desenvolverem formas graves da infecção pelo H1N1?
As situações reconhecidamente de risco para desenvolvimento de formas graves e de óbito incluem:
- *a. Gestação
b. idade menor do que 2 anos ou maior que 60 anos
c. pessoas que apresentam comorbidades**, como:
i. doença pulmonar crônica (asma e DPOC)
ii. cardiopatias (insuficiência cardíaca crônica, por exemplo)
iii. doença metabólica crônica (diabetes, obesidade mórbida, por exemplo)
iv. imunodeficiência ou imunodepressão.
- Quais as complicações mais frequentes associadas a infecção por H1N1?
As complicações mais frequentes são as pneumonias bacterianas secundárias, sendo geralmente provocadas pelos seguintes agentes:
a. Streptococcus pneumoniae
b. Staphylococcus aureus
c. Haemophillus influenzae.
- Que outras complicações (não pulmonares) do H1N1 podem ser observadas, principalmente em crianças?
Dentre as complicações não pulmonares em crianças, destaca-se a Síndrome de Reye, que também está associada aos quadros de varicela.
Esta síndrome caracteriza-se por encefalopatia e degeneração gordurosa do fígado, após o uso do ácido acetil salicílico (AAS), na vigência de um desses quadros virais.
Recomenda-se, portanto, que não sejam utilizados medicamentos do tipo ácido acetil salicílico, em crianças com síndrome gripal ou com varicela. Entre outras complicações incluem miosite, miocardite, pericardite, síndrome do choque tóxico, síndrome de Guillain-Barré e, mais raramente, encefalite e mielite transversa.