Esquistossomose Flashcards
- O que é a Esquistossomese Mansônica?
A Esquistossomose Mansônica é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, cuja sintomatologia clínica depende de seu estagio de evolução no homem.
- Como é caracterizada a fase aguda da Esquistossomose Mansônica?
A fase aguda pode ser assintomática ou apresentar-se como dermatite cercariana, caracterizada por micropápulas eritematosas e pruriginosas, até cinco dias após a infecção. Com cerca de 3 a 7 semanas após a exposição, pode ocorrer a febre de Katayama, caracterizada por linfadenopatia, febre, anorexia, dor abdominal e cefaleia. Esses sintomas podem ser acompanhados de diarreia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia.
- Quais as formas clínicas da fase crônica da Esquistossomose Mansônica? Após quanto tempo elas se manifestam?
As formas clínicas da fase crônica da Esquistossomose Mansônica são:
hepatointestinal,
hepática e
hepatoesplênica.
Essa última pode se apresentar de forma compensada ou descompensada. Essas formas se manifestam após seis meses da infecção.
- Como se caracteriza a forma hepatointestinal da Esquistossomose Mansônica?
Caracteriza-se pela presença de diarreias e epigastralgia. Ao exame físico, o paciente apresenta fígado palpável, com nodulações que, nas fases mais avançadas dessa forma clínica, correspondem a áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de Symmers.
- Como se caracteriza a forma hepática da Esquistossomose Mansônica?
A apresentação clínica dos pacientes pode ser assintomática ou com sintomas da forma hepatointestinal. Ao exame físico, o fígado é palpável e endurecido, a semelhança do que acontece na forma hepatoesplênica. Na ultrassonografia, verifica-se a presença de fibrose hepática, moderada ou intensa.
- Como se caracteriza a forma hepatoesplênica compensada da Esquistossomose Mansônica?
A característica fundamental da forma hepatoesplênica compensada é a presença de hipertensão portal, levando a esplenomegalia e ao aparecimento de varizes no esôfago. Os pacientes costumam apresentar sinais e sintomas gerais inespecíficos, como dores abdominais atípicas, alterações das funções intestinais e sensação de peso ou desconforto no hipocôndrio esquerdo, devido ao crescimento do baço. Às vezes, o primeiro sinal de descompensarão da doença é a hemorragia digestiva com a presença de hematêmese e/ou melena. O exame físico detecta hepatoesplenomegalia.
- Como se caracteriza a forma hepatoesplênica descompensada da Esquistossomose Mansônica?
A forma hepatoesplênica descompensada é considerada uma das formas mais graves. Caracteriza-se por diminuição acentuada do estado funcional do fígado. Essa descompensação relaciona-se a ação de vários fatores, tais como os surtos de hemorragia digestiva e consequente isquemia hepática e fatores associados (hepatite viral, alcoolismo).
- Qual o agente etiológico da Esquistossomose Mansônica?
Schistosoma mansoni, um helminto pertencente à classe dos Trematoda, família Schistosomatidae e gênero Schistosoma.
- No ciclo da Esquistossomose Mansônica, quem faz o papel de hospedeiro definitivo?
O homem é o principal hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma adulta, reproduzindo-se sexuadamente, possibilitando a eliminação dos ovos do S. mansoni, no ambiente, pelas fezes, ocasionando a contaminação das coleções hídricas. Os primatas, marsupiais (gamba), ruminantes, roedores e lagomorfos (lebres e coelhos), são considerados hospedeiros permissivos ou reservatórios, porém, não está clara a participação desses animais na transmissão.
- No ciclo da Esquistossomose Mansônica, quem faz o papel de hospedeiro intermediário?
No Brasil, são os caramujos do gênero Biomphalaria: B. glabrata, B. tenagophila, B. straminea.
- Como ocorre, sucintamente, o ciclo da Esquistossomose Mansônica?
Os ovos do S. mansoni são eliminados pelas fezes do hospedeiro infectado (homem). Na agua, eclodem, liberando uma larva ciliada denominada miracídio, que infecta o caramujo. Após 4 a 6 semanas, a larva abandona o caramujo, na forma de cercária, ficando livre nas águas naturais. O contato humano com águas infectadas pelas cercárias é a maneira pela qual o individuo adquire a Esquistossomose.
- Qual o período de incubação da Esquistossomose Mansônica?
Em media, 1 a 2 meses após a infecção.
- Qual o período de transmissibilidade dos hospedeiros definitivo e intermediário no ciclo da Esquistossomose Mansônica?
O homem pode eliminar ovos viáveis de S. mansoni nas fezes a partir de 5 semanas após a infecção, e por um período de 6 a 10 anos, podendo chegar até mais de 20 anos. Os hospedeiros intermediários começam a eliminar cercárias após 4 a 7 semanas da infecção pelos miracídios Os caramujos infectados eliminam cercárias durante toda a sua vida que é de, aproximadamente, 1 ano.
- Quais as principais complicações da Esquistossomose Mansônica?
Fibrose hepática, hipertensão portal, insuficiência hepática severa, hemorragia digestiva, cor pulmonale, glomerulonefrite. Podem ocorrer associações com infecções bacterianas (salmonelas, estafilococos) e virais (hepatites B e C). Pode haver comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos secundários ao depósito ectópico de ovos.
- Como é feito o diagnóstico de Esquistossomose Mansônica?
Além do quadro clínico-epidemiológico, deve ser realizado exame coprológico, preferencialmente com uso de técnicas quantitativas de sedimentação, destacando-se a técnica de Kato-Katz.
A ultrassonografia hepática auxilia o diagnóstico da fibrose de Symmers e nos casos de hepatoesplenomegalia.
A biopsia retal ou hepática, apesar de não recomendada na rotina, pode ser de ser útil em casos suspeitos e se o exame parasitológico de fezes negativo.