Gastro 1 (Esôfago e estômago) Flashcards
O 1/3 superior do esôfago é composto de músculo ______ (esquelético/liso).
Esquelético.
Os 2/3 inferiores do esôfago são compostos de músculo _______ (esquelético/liso).
Liso.
V ou F?
O 1/3 superior do esôfago é composto de músculo esquelético, sendo controlado de forma voluntária.
Verdadeiro.
V ou F?
Os 2/3 inferiores do esôfago são compostos de músculo liso, sendo controlado de forma voluntária.
Falso
Os 2/3 inferiores do esôfago são compostos de músculo liso, sendo controlado de forma involuntária.
A Linha Z marca a transição entre quais epitélios?
Escamoso (esôfago) e colunar (gástrico).
Quais os plexos nervosos que controlam a peristalse? (2)
Auerbach e Meissner.
Disfagia
Dificuldade de deglutição.
Disfagia
Classificação?
- Transferência (orofaríngea/alta);
- Condução (esofagiana/baixa).
Na disfagia de ________ (condução/transferência), o paciente tem dificuldade de passar o alimento da boca para o esôfago.
Transferência.
Na disfagia de transferência ocorre _______ (entalo/engasgo) do alimento.
Engasgo.
Na disfagia de condução ocorre _______ (entalo/engasgo) do alimento.
Entalo.
Na disfagia de ________ (condução/transferência) pode haver regurgitação nasal, aspiração traqueal, tosse e sialorreia.
Transferência.
A disfagia de ________ (condução/transferência) pode ser observada tanto para sólidos quanto para sólidos e líquidos, podendo ser intermitente ou progressiva.
Condução.
Disfagia de transferência
Causas? (3)
- Doenças neurológicas;
- Doenças musculares;
- Obstruções intraluminais e extrínsecas.
Disfagia de transferência
Causas neurológicas? (4)
- Esclerose múltipla;
- Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA);
- Doença de Parkinson;
- AVE.
Disfagia de transferência
Causas musculares? (3)
MMM
- Miastenia gravis;
- Miopatias primárias;
- Miopatias inflamatórias idiopáticas (poli/dermatomiosite).
Disfagia de transferência
Causas mecânicas (altas)?
- Obstruções extrínsecas: compressão vascular, bócio, abscesso retroamigdaliano, osteófito cervical.
- Obstruções intraluminais: abscesso periamigdaliano, tumores de cabeça e pescoço.
Disfagia de condução
Causas? (2)
Obstrução mecânica ou distúrbios motores do esôfago.
Disfagia de condução
Causas de obstrução mecânica? (7)
“EMTALADO”
- Estenose péptica;
- Membranas;
- Tumores malignos e benignos;
- Anéis;
- Lesões agudas (ingestão de produtos químicos);
- Divertículos esofagianos;
- Obstrução extrínseca.
Disfagia de condução
Distúrbios motores? (4)
“4 Es”
- Esofagopatia chagásica: acalásia secundária/primária;
- Espasmo esofagiano difuso/distal;
- Esclerodermia;
- Esfôfago em quebra-nozes.
Disfagia de condução
Clínica? (4)
Disfagia + Regurgitação + PErda de peso + Halitose.
Disfagia de condução
O que explica a halitose?
Alimento fica por muito tempo dentro do esôfago (“entalo”) → ação de bactérias (putrefação) → halitose.
Disfagia de condução
Exame inicial?
Esofagografia baritada.
Disturbio motor mais comum do esôfago?
Acalásia.
Acalásia primária
Distúrbio da motilidade do esôfago, em que ocorre perda de células ganglionares somente do plexo de Auerbach.
Primária: Primeira letra do alfabeto (Auerbach)
Acalásia secundária (doença de Chagas)
Distúrbio da motilidade do esôfago, em que ocorre perda de células ganglionares do plexo de Auerbach e Meissner.
Secundária: Segundo, os dois plexos
Acalásia
Tríade clínica?
Disfagia de condução (“entalo”) + Regurgitação + Emagrecimento.
Acalásia
Exames? (3)
- Esofagomanometria (padrão-ouro);
- Esofagografia baritada;
- EDA.
Acalásia
Esofagomanometria? (4)
- Falha de relaxamento do esfíncter esofagiano inferior (EEI) durante a deglutição;
- Hipertonia do EEI (p > 35mmHg);
- Peristalse anormal ou de baixa amplitude;
- ↑Pressão intraluminal do corpo esofágico.
Acalásia
Esofagografia baritada? (2)
- Dilatação do corpo esofágico;
- Afilamento do esôfago distal (retenção de contraste): sinal do “bico de pássaro” ou “chama de vela”.
Na acalásia, sempre devemos pedir EDA para… (2)
- Excluir outras causas: neoplasias e doenças infiltrativas;
- Avaliar complicações: estenose e esofagite.
A acalásia predispõe a quais tipos de câncer? Cite-os. (2)
Carcinoma escamoso (espinocelular) e adenocarcinoma de esôfago.
Acalásia
Variáveis avaliadas na classificação de Mascarenhas e Rezende?
- MAscarenhas: numérica (“MAtemático”);
- REzende: descritiva (“REsenha”).
Acalásia
Classificação de Mascarenhas?
Dilatação:
- Grau I: < 4 cm;
- Grau II: 4-7 cm;
- Grau III: 7-10 cm;
- Grau IV: > 10 cm (dolicomegaesôfago).
Acalásia
Classificação de Rezende e Moreira?
- Grupo I: calibre normal + trânsito lento + leve retenção de contraste;
- Grupo II: ↑calibre + retenção moderada de contraste + hipertonia do EEI;
- Grupo III: ↑↑calibre + grande retenção de contraste + hipotonia do EEI;
- Grupo IV: dolicomegaesôfago, dobrando-se sobre a cúpula diafragmática + grande retenção de contraste + atonia.
Acalásia
Classificação de Pinotti?
- Incipiente: sem dilatação + leve estase de contraste + aperistalse + ondas de boa amplitude;
- Não avançado: dilatação < 7 cm + leve estase + aperistalse + ondas de baixa amplitude e longa duração;
- Avançado: dilatação > 7 cm ou dolicomegaesôfago. Estase + aperistalse + atonia + ondas muito fracas.
Acalásia
Como tratar estágios iniciais? (2)
- Farmacológica: nitrato, antagonistas do cálcio, sildenafil, botox (grau I);
- Dilatação endoscópica por balão (grau II). “grau Dois = Dilatação”
Acalásia
Como tratar estágios avançados/falha farmacológica/sintomas graves?
- Cardiomiotomia de Heller associada à fundoplicatura parcial para diminuir o refluxo (grau III);
- Esofagectomia total (grau IV).
Espasmo Esofagiano Difuso (EED)
Distúrbio neurogênico generalizado da motilidade esofágica, caracterizado por contrações vigorosas, simultâneas e não propulsivas do esôfago distal (≠ esôfago em quebra-nozes).
O Espasmo Esofagiano Difuso é mais comum em _______ (homens/mulheres).
Mulheres, com distúrbios psicossomáticos associados.
Espasmo Esofagiano Difuso (EED)
Clínica? (2)
Disfagia + precordialgia intensa.
Diagnóstico diferencial: Doença coronariana (IAM).
Espasmo Esofagiano Difuso
Exames diagnósticos? (2)
Esofagomanometria com teste provocativo (padrão-ouro) e esofagografia baritada.
Espasmo Esofagiano Difuso
Esofagomanometria com teste provocativo (betanecol)?
Intensas contrações simultâneas, não propulsivas, com pressões maiores que 120 mmHg e longas (>2,5s)
Espasmo Esofagiano Difuso
Esofagografia baritada?
Sinal do “saca-rolhas” ou “contas de rosário”.
Espasmo Esofagiano Difuso
Tratamento? (2)
- Farmacológico: nitratos, BCC, botox, antidepressivos tricíclicos;
- Refratários → esofagomiotomia longitudinal.
Distúrbio de hipermotilidade mais comum do esôfago?
Esôfago em quebra-nozes.
O esôfago em quebra-nozes apresenta contrações de _______ (alta/muito alta) amplitude.
Muito alta.
V ou F?
No esfôfago em quebra-nozes, ocorre hipertrofia da musculatura esofagiana e hipertonia (> 120 mmHg).
Falso
No esfôfago em quebra-nozes, ocorre hipertrofia da musculatura esofagiana e hipertonia (> 180 mmHg).
Ondas peristálticas terciárias por discinesia esofágica, traduz…
esôfago em quebra-nozes.
Contrações esofágicas fracas + EEI hipotônico, traduz…
lesão esofágica da Esclerodermia.
Diverticulos esofagianos
Tipos? (3)
- Verdadeiro: Hérnia todas as camadas da parede.
- Falso (pseudo): Apenas mucosa e submucosa.
- Intramural: Não ultrapassa o limite externo do esôfago.
Diverticulos esofagianos
Patogênese? (2)
- Tração: Processos de retração mediastinal ou linfonodo “puxam” e originam divertículos verdadeiros.
- Pulsão: Decorrente de alguma dismotilidade, originam pseudodivertículos (+comum).
Divertículo de Zenker
Fisiopatologia?
Hipertonia do Esfíncter Esofágico Superior (EES) + fragilidade do triângulo de Killian.
O triângulo de Killian fica entre as fibras oblíquas do músculo __________ (tireofaríngeo/cricofaríngeo) e as fibras horizontais do músculo __________ (tireofaríngeo/cricofaríngeo).
TC
Tireofaríngeo; Cricofaríngeo.
É por essa área que ocorre herniação da mucosa e da submucosa (divertículo falso / por pulsão). Estamos falando do…
Triângulo de Killian.
V ou F?
O divertículo de Zenker é mais comum em idosos na 7ª década de vida e geralmente à direita.
Falso
O divertículo de Zenker é mais comum em idosos na 7ª década de vida e geralmente ocorre à esquerda.
“Zenkerda”
V ou F?
No início, o divertículo de Zenker pode gerar “engasgo” devido à hipertonia do EES. Todavia, com a formação do divertículo, pode ocorrer compressão extrínseca mais alta, gerando “entalo”.
Verdadeiro.
Divertículo de Zenker
Clínica? (3)
Disfagia + Regurgitação + Halitose.
Divertículo de Zenker
Exame que deve ser evitado e por quê?
Endoscopia Digestiva Alta (EDA), pelo risco de perfuração.
Divertículo de Zenker
Exame diagnóstico?
Esofagografia baritada.
Divertículo de Zenker
Tratamento?
Miotomia do esfíncter esofágico superior
- < 2 cm: apenas miotomia;
- > 2 cm: miotomia + diverticulopexia (até 5 cm) ou ectomia (sempre em >5 cm);
Divertículo de Zenker
Alternativa ao tratamento cirúrgico? Indicação?
- Endoscópico (Dohlman ou diverticulotomia endoscópica com Needle Knife).
- Indicado se > 3 cm.
Divertículo médio-esofágico
Retração pós-inflamatória de linfonodos mediastinais
↓
Divertículo por tração (verdadeiro), normalmente à direita.
Divertículo epifrênico
Distúrbio motor em esôfago inferior
↓
Divertículo por pulsão (falso).
V ou F?
Anéis e membranas são áreas de estreitamento circunferencial da luz do esôfago, ocorrendo em até 10% da população e, comumente, são assintomáticos.
Verdadeiro.
Os _______ (anéis/membranas) envolvem toda a circunferência do esôfago e predominam em sua porção distal.
Anéis.
Os _______ (anéis/membranas) ocluem apenas parte da circunferência do esôfago e costumam ser mais proximais.
Membranas.
Síndrome de Plummer-Vinson (Paterson-Kelly)
Tríade clínica?
Disfagia cervical + anemia ferropriva + membrana no esôfago superior.
Estreitamento anelar de 2 a 4 mm da mucosa esofágica distal, na junção escamocolunar e que costuma causar disfagia?
Anel de Schatzki.
Anel de Schatzki
História típica?
“Entalo” súbito com um pedaço de carne (síndrome do “steakhouse”).
Anel de Schatzki
Perfil do paciente?
Homem > 40 anos.
Anel de Schatzki
Esofagografia?
Estreitamento laminar e JEG em região torácica.
Anel de Schatzki
Clínica?
Disfagia de condução.
Anel de Schatzki
Tratamento?
Ruptura endoscópica do anel - dilatação por balão.
Dispepsia
Dor epigástrica no último mês.
As dispepsias podem ser divididas em… (2)
orgânica e funcional.
As dispepsias orgânicas podem ser causadas por… (6)
- DRGE;
- Gastrite;
- Doença Ulcerosa Péptica;
- Doença pancreática ou biliar;
- Intolerância alimentar/medicamentosa;
- Câncer.
As dispepsias funcionais podem ser causadas por… (4)
- Gastrite;
- Enterite por Helicobacter pylori;
- Hipersensibilidade visceral;
- Transtorno de ansiedade/humor.
Quais os critérios de Roma IV para diagnóstico de dispepsia funcional? (3)
- Dispepsia nos últimos 3 meses, com início nos últimos 6 meses;
- Ausência de lesão na EDA;
- Um ou + dos seguintes:
- Plenitude pós-prandial;
- Saciedade precoce;
- Dor epigástrica ou queimação epigástrica.
Quando solicitar EDA na abordagem inicial do paciente com queixa de dispepsia? (2)
- Idade ≥ 45 anos;
- Sinais de alarme “DOEA”:
- Disfagia;
- Odinofagia;
- Emagrecimento;
- Anemia.
Qual a conduta diante de paciente com dispepsia sem indicação de EDA?
Testar H. pylori.
Como pesquisar H. pylori? Interprete.
Se (+): erradica e se (-): IBP.
V ou F?
A ocorrência de refluxo não é necessariamente patológico. O que caracteriza a DRGE em si é um refluxo insistente, persistente, que gera sintoma/incômodo ao paciente.
Verdadeiro.
DRGE
Fisiopatologia?
Perda de mecanismos antirrefluxo:
- Hipotonia e relaxamento inadequado do esfíncter esofágico inferior;
- Junção esôfago-gástrica alterada.
V ou F?
Consideramos DRGE só quando houver alterações clínicas ou endoscópicas.
Verdadeiro.
DRGE
Sintomas típicos (esofagianos)? (2)
Pirose (queimação retroesternal) e regurgitação (conteúdo ácido / “gosto amargo na boca”).
DRGE
Sintomas atípicos (extra-esofagianos)? (9)
- Faringite/laringite;
- Rouquidão;
- Halitose;
- Desgaste do esmalte dentário e aftas;
- Tosse crônica;
- Broncoespasmo;
- PNM de repetição;
- “Dor torácica não cardíaca”;
- Globus (“nó na garganta”).
V ou F?
A queixa de disfagia na DRGE não é comum.
Verdadeiro
Se presente: pensar em estenose péptica ou adenocarcinoma.
V ou F?
O diagnóstico de DRGE é clínico, podendo-se realizar prova terapêutica de supressão ácida.
Verdadeiro.
DRGE
Como realizar prova terapêutica?
IBP 1x/dia em dose padrão por 2 semanas (se +, continuar por mais 6 semanas).
DRGE
Indicações da prova terapêutica? (2)
- Sem EDA ou qualquer exame que confirme a doença;
- Suspeitos e sem indicação de EDA na abordagem inicial.
DRGE
Exame diagnóstico padrão-ouro?
pHmetria de 24h.
(alguns autores consideram a impedanciometria - mostra refluxo não-ácido)
DRGE
Quando solicitar EDA? (3)
- Idade ≥ 45 anos;
- Sinais de alarme;
- Refratariedade ao tratamento clínico.
V ou F?
EDA normal não exclui DRGE.
Verdadeiro.
V ou F?
Complicações da DRGE são vistas, na EDA, em 50% dos casos.
Verdadeiro.
V ou F?
A EDA, na DRGE, serve para pesquisar complicações, afastar câncer e outras patologias.
Verdadeiro.
DRGE
Sinais de alarme que indicam EDA? (6)
ALARME
- Anemia;
- Linfadenopatia;
- Amarelão: icterícia;
- “Raull”: vômitos de repetição/hematêmese;
- Massa na garganta: odinofagia/disfagia;
- Emagrecimento.
DRGE
Complicações? (5)
- Esôfago de Barrett;
- Esofagite de refluxo;
- Estenose péptica do esôfago;
- Úlcera esofágica;
- Sintomas respiratórios.
Esofagite de refluxo
Classificações endoscópicas? O que avaliam?
- Savary-Miller (I a V): avalia complicações;
- Los Angeles (A a D): avalia gravidade das lesões.
Esofagite de refluxo
Classificação de Savary-Miller?
- Erosões em 1 prega;
- Erosões em ≥ 2 pregas.
- Erosões ocupando toda a circunferência do esôfago;
- Úlceras e estenose, isoladas ou associadas às lesões nos graus I e III;
- Esôfago de Barrett.
Esofagite de refluxo
Savary-Miller grau…
I.
(erosões em 1 prega)
Esofagite de refluxo
Savary-Miller grau…
IV.
(úlceras e estenose, isoladas ou associadas às lesões nos graus 1 e 3)
Esofagite de refluxo
Savary-Miller grau…
II.
(erosões em > 2 pregas)
Esofagite de refluxo
Savary-Miller grau…
III.
(erosões ocupando toda a circunferência)
Esofagite de refluxo
Savary-Miller grau…
V.
(esôfago de Barrett)
Esofagite de refluxo
Classificação de Los Angeles?
- Erosões até 5 mm;
- Erosões > 5 mm não contínuas;
- Erosões > 5 mm contínuas envolvendo < 75% da circunferência;
- Erosões envolvendo > 75% da circunferência.
V ou F?
A DRGE não é indicação para erradicação da H. pylori.
Verdadeiro.
DRGE
Opções terapêuticas? (3)
- Não farmacológica: medidas antirrefluxo;
- Farmacológica: antissecretores (Inibidores da Bomba de Prótons - IBPs);
- Cirúrgica: fundoplicatura de Nissen.
V ou F?
As medidas antirrefluxo são indicadas para todos os pacientes com DRGE e tem eficácia comprovada.
Falso
As medidas antirrefluxo são indicadas para todos os pacientes com DRGE e tem eficácia controversa.