Gametogénese e Fertilização Flashcards
Fertilização
Formação de um zigoto diplóide a partir de dois gâmetas haplódes
Eventos essenciais para a Fertilização
- Gametogénese — estrutura e conteúdo funcional
- Direcionamento do espermatozoide
- Contacto e reconhecimento entre espermatozoide e oócito
> assegurar que são da mesma espécie - Regulação da entrada do espermatozoide
> limitar a entrada a apenas um espermatozoide - Fusão do material genético do espermatozoide e oócito
> transmissão do material genético dos progenitores - Ativação do metabolismo do zigoto
> iniciar o desenvolvimento
Gametogénese Feminina — Oogenese
Produção dos gametas femininos, os óvulos.
Este processo ocorre nos ovários e formam-se desde a vida intrauterina. Nesse período ocorre uma proliferação mitótica de um grupo de células chamadas oogónias (2n), que são óvulos primordiais. Desenvolvem depois para oócitos primários (2n), onde começam o processo da meiose, parando na profase I.
Após o nascimento da mulher, a maioria dos folículos primordiais vai sofrer degeneração e ou resto continua em meiose até à puberdade.
Geralmente apenas um folículo primário vai amadurecer a cada mês depois da puberdade.
A fase da meiose ocorre apenas quando o oócito secundário entra em contacto com o espermatozoide.
Formação do oócito secundário
1, Ovócito em Profase I — envelope nuclear intacto
2. Metafase I — dissoloção do envelope nuclear
3. Anafase I + Citocinese assimétrica — formação do 1º corpo polar
4. Metafase II — divisão do 1º corpo polar (pode ou não ocorrer)
Óvulo
O oócito está rodeado de camadas com função protetora e nutritiva:
- Cumulus — rico em ácido hialorónico
- Corona radiata (região mais interna do cumulus
- Zona pelúcida — glicoproteínas ZP
Gametogénese feminina
- Proliferação celular exclusivamente em estadios pré-natais
- Meiose apenas é completa mediante fertilização por espermatozoide
- Divisões mitóticas assimétricas asseguram que apenas 1 gâmeta maduro é obtido a partir de cada célula precursora
Conteúdo funcional do oócito
Para além do material genético contido no núcleo, o conteúdo citoplasmático do oócito é essencial para assegurar a ativação do ovo após a fecundação, nomeadamente para a produção de energia e de biomoléculas. Só mais tarde é que o material genético do zigoto assume essa função.
Conteúdo funcional do oócito — RNAs maternais
Os RNAs maternais asseguram a produção de proteínas de novo no início da fertilização, antes do material genético do zigoto ser transcrito
Descoberta de mRNAs maternais
Especificação do eixo antero-posterior de Drosofila por bicoid e nanos.
As nurse cells produzem e depositam mRNAs maternais no oócito.
Gametogénese Masculina — Espermiogénese
Células com propriedades estaminais → Proliferação por divisão mitótica → Redução do material genético por meiose (início da puberdade) → Maturação por espermiogénese
Espermiogénese
Do espermátide ao espermatozoide.
- Formação do acrossoma a partir das vesículas do aparelho de Golgi
- Formação do flagelo e deslocação das mitocôndrias para o segmento intermédio
- Extrusão da maioria do conteúdo citoplasmático
Espermatozoide
Estrutura funcional apropriada para:
- Deslocar-se até ao oócito
- Penetrar o oócito
- Depositar material genético no oócito
Estrutura:
1) Cabeça
2) Segmento intermédio
3) Cauda
Espermatozoide — Cabeça
Núcleo (23 cromossomas; 1 cromatídeo) + Acrossoma (vesícula contendo enzimas digestivas para dissolver as barreiras protetoras do oócito)
Espermatozoide — Segmento intermédio
Mitocôndrias (para produção de energia) e um par de centríolos (estes permanecem no ovo)
Espermatozoide — Cauda
Função motora mediada pelo Axonema (microtúbulos e proteínas motoras do flagelo)
Dineína
Proteína motriz do axonema
Gametogénese Masculina
- Proliferação celular contínua ao longo da vida
- Divisões mitóticas simétricas asseguram que são obtidos 4 gâmetas maduros a partir de cada célula precursora
- O tamanho e forma dos gâmetas difere muito da célula estaminal que lhe deu origem
Diferenças importantes entre Gametogénese Feminina e Masculina
- Produção contínua (macho) vs pré-natal (fêmea)
- Estrutura funcional final
- Tamanho e conteúdo funcional
- 1 célula estaminal origina 1 gâmeta na fêmea e 4 gâmetas no macho
Percurso do espermatozoide até ao óvulo
- Contrações uterinas
- Motilidade do flagelo do espermatozoide
- Sinalização direcional: gradiente de temperatura (termotaxia) e gradientes químicos (quimiotaxia), fluxo direcional.
Os movimentos ciliares no tubo uterino geram um fluxo que transporta os óvulo/ovo em direção ao útero e gera um movimento contra-corrente do espermatozoide em direção ao óvulo — Reotaxia
Durante o percurso, o espermatozoide passa pelo processo (essencial) de capacitação
Quimiotaxia
Acumulação de Ca^2+ dentro da célula — ativação da motilidade do espermatozoide em direção À maior concentração de ligando
- Ativa a produção de ATP mitocondrial
- Ativa a dineína nos flagelos
Nos mamíferos, o direcionamento e ativação do espermatozoide envolvem múltiplos compostos químicos.
Capacitação do Espermatozoide
Espermatozoide em contacto com as células epiteliais do oviducto feminino, meio rico em albumina, cálcio e bicarbonato.
- Deslocaliza proteínas de membrana para a parte anterior do espermatozoide (ex.: hialoronidade para digestão da matrix do cumulus)
- Expõe proteínas à superfície para reconhecimento do óculo, via fosforilação (ex.: Izumo1)
- A membrana externa do acrossoma entra em contacto com a membrana celular (preparando-se para a fusão membranar e libertação do conteúdo)
- Aumento da atividade da dineína → espermatozoides hiperativos
Reação de Capacitação
Breakthrough para o sucesso da técnica de fertilização in vitro
Reação do Acrossoma
A Reação do Acrossoma é necessária para a penetração do espermatozoide através das camadas protetoras do oócito.
A membrana externa do acrossoma funde-se com a membrana citoplasmática, que é digerida, expondo o conteúdo acromossomal.
É necessária para haver fetilização:
- reação do acrossoma → fertilização bem sucedida
- ligação à zona pelúcida com acrossoma intacto → não há fertilização
Reconhecimento e Fusão Membranar dos Gâmetas
As glicoproteínas da Zona Pelúcida reconhecem seletivamente espermatozoides da mesma espécie.
A ZP2 é a proteína capaz de mediar a ligação do espermatozoide à zona pelúcida no ser Humano.