Fraturas do acetábulo Flashcards

1
Q

Características epidemiológicas:

Mecanismos de trauma:

A

Traumas de alta energia em jovens e de baixa energia em idosos.

Mecanismos de trauma:

  • Ocorre por impacto da cabeça do femur com a superfície articular do acetábulo
  • A força pode ser aplicada ao longo do eixo do colo do fêmur ou ao longo do eixo da diáfise do fêmur.
    • Eixo do colo do fêmur:
      • Rotação lateral do quadril: fratura anterior
        • *em idosos o MT mais comum é a queda sobre o trocanter maior, gerando fratura da coluna e ou a parede anterior.
      • Rotação medial: fratura posterior
    • Eixo da diáfise do fêmur:
      • Quadril flexionado: impulsiona a cabeça do fêmur contra a porção posterior do acetábulo.
      • Acrécimo de adução: luxação da cabeça do fêmur sem fratura do acetábulo.
  • O padrão de fratura depende da posição do quadril no momento do impacto, da localização e direção da força aplicada.
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2
Q

Características anatômicas do acetábulo:

A
  • A superfície do acetábulo é apoiada entre os ramos de um Y ósseo invertido: a coluna anterior e a posterior
    • Coluna anterior: metade anterior da asa do ilíaco até o ramo púbico superior e metade anterior da superfície articular do acetábulo
    • Coluna posterior: aspecto superior da incisura insquiática maior até a tuberosidade isquiática
  • Parede anterior e posterior do acetábulo são os componentes das respectivas colunas.
  • Cúpula ou teto do acetábulo: porção de sustentação de peso da superfície articular que suporta a cabeça femoral.
  • Superfície quadrilátera: placa plana de osso que forma a borda lateral da cavidade pélvica verdadeira (está adjacente a parede medial do acetábulo)
  • Eminência iliopectínea: proeminência da coluna anterior que fica diretamente sobre a cabeça femoral.
  • O plano do ilíaco está a 90° com o plano do forame obturatório e ambos tem uma orientação de 45° com o plano frontal.
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3
Q

Lesões associadas as fraturas do acetábulo:

Qual o quadro clínico das fraturas do acetábulo?

A
  • Baixa energia - em geral lesões isoladas
  • Alta energia - associado a outras lesões
  • Lesões neurológicas do membro inferior ipsilateral ocorrem em até 30% dos pacientes
    • Mais comum: lesão parcial do nervo ciático envolvendo a divisão fibular.
  • Pode ocorrer fratura da cabeça do fêmur com desvio em associação com uma fratura luxação posterior.

Quadro clínico:

  • Realizar avaliação minuciosa do membro inferior
  • Lesão de Morel Lavallé: lesão fechada por desenluvamento dos tecidos moles na região do quadril.
  • Luxação do quadril associada: encurtamento de todo o membro.
    • Os achados físicos de uma luxação posterior podem não estar presentes devido a uma fratura da parede posterior.
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4
Q

Exames de imagem que devem ser solicitados:

A

Sempre solicitar AP da pelve + alar e obturatriz.

Radiografia AP:

  • Pontos básicos: (imagem em anexo)
    • 1: Linha iliopectínea
    • 2: Linha ilioisquiática
    • 3: Lágrima radiográfica
    • 4: Teto do acatábulo
    • 5: Borda anterior do acetábulo
    • 6: Borda posterior do acetábulo
  • Linha iliopectínea: referência principal da coluna anterior.
  • Linha ilioisquiática: referência principal da coluna posterior.
  • Lágrima radiográfica: representa um achado radiográfico, sendo que a dissociação entre a lágrima radiográfica e a linha ilioisquiática sugerem uma fratura da superfície quadrilátera.

Radiografia Alar:

  • Asa do ilíaco em sua mais ampla dimensão
  • Boa visualização da parede anterior
  • Boa visuialização da coluna posterior

Radiografia Obturatriz

  • Forame obturatório em sua maior dimensão
  • Boa visualização da parede posterior
  • Boa visualização da coluna anterior

Tomografia: útil para definição do padrão da fratura, avaliação de lesões ósseas associadas e uma melhor programação cirúrgica.

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5
Q

Visão geral projeção Alar:

A
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6
Q

Visão geral projeção obturatriz:

A
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7
Q

Cite as principais classificações para as fraturas do acetábulo e explique cada uma delas:

A

Judet e Letournel

  • Tipos elementares:
    • Parede posterior
      • Mais comum - 25% de todas as fraturas acetabulares.
    • Coluna posterior
      • 3 - 5 % das fraturas acetabulares
      • São instáveis - exigem tração esquelética no fêmur.
    • Parede anterior
      • Raras, 1 - 2 % de todas as fraturas acetabulares.
    • Coluna anterior
      • 3 - 5 % das fraturas acetabulares
    • Transversa
      • 5 - 20% das fraturas acetabulares
  • Tipos associados:
    • Coluna posterior com parede posterior
      • 3 - 4 % das fraturas acetabulares
    • Transversa com parede posterior
      • 20% das fraturas acetabulares
    • Fratura em T
      • 7 % das fraturas acetabulares
    • Coluna ou parede anterior com hemitransversa posterior
      • 7 % das fraturas acetabulares
      • Comum em idosos
      • Sinal da Gaivota: Mau prognóstico; observado no Rx AP que representa a impactação do teeto medial do acetábulo.
    • Fratura bicolunar
      • Mais comum dos tipos associados - 23% das fraturas acetabulares
      • Pode ocorrer uma congruência secundária
      • Sinal do Esporão: sinal patognomônico encontrado no Rx obturatriz - representa a cortical externa da parte mais caudal do ilíaco intacto.
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8
Q

Visão geral da classificação de Judet e Letournel:

A
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9
Q

Sinal do esporão:

A
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10
Q

Sinal da Gaivota:

A
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11
Q

Visão geral do tratamento conservador:

A

Indicações de tratamento consevador:

  • Fraturas acetabulares reduzidas e estáveis
  • Fraturas com envolvimento da cúpula superior do acetábulo se desvio até 2mm
  • Pacientes com problemas clínicos graves

Critérios de Vrahas (para fraturas sem desvio)

  • Avaliação do arco tectal nas radiografias AP (parte medial), alar (parte posterior) e obturatriz (parte anterior)
  • Medida do arco tectal: linha vertical pelo centro da cabeça femoral e linha que parte do centro da cabeça até a linha de fratura.
  • Tratamento conservador se:
    • ângulo >45°no AP
    • ângulo >70° no alar
    • ângulo > 25° no obturatriz

Fraturas bicolunares e fraturas da parede posterior: não se aplicam as medidas dos arcos do teto acetabular.

  • Fraturas bicolunares com desvio se presença de congruência secundária
  • Fraturas da parede posterior: se articulação do quadril estável
    • Critérios de instabilidade: tamanho da parede posterior > 50% da superfície articular na TC e indeterminado de entre 20-50%.
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12
Q

Visão geral do tratamento cirúrgico:

A

Indicações de tratamento cirúrgico:

  • Fraturas acetabulares ocm instabilidade e/ou incongruência com a articulação do quadril.
  • Em geral a cirurgia não é emergencial.
  • Cirurgia de emergência se:
    • Instabilidade persistente em seguida à redução, não passível de controle por tração.
    • Luxações irredutíveis do quadril
    • Deficiência progressiva do nervo ciático em seguida a uma fratura ou redução fechada do quadril luxado
    • Lesões vasculares associadas a necessidade de reparo
    • Fraturas expostas
    • Fratura do colo do fêmur ipsilateral
  • Tração esquelética: controlar luxação instável em seguida a redução.

Principais abordagens cirúrgicas:

  • Kocher Langenbeck:
    • Fratura da parede posterior e coluna posterior associada ou não a parede posterior
    • Superficial entre as fibras do glúteo máximo, e profundamente desincerindo rotadores laterais e piriforme
    • Poupa o quadrado femoral pelo risco de lesar a artérial circunflexa femoral medial
  • Ileoinguinal:
    • Fratura da parede anterior e da coluna anterior, fratura da parede anterior ou da coluna anterior com hemitransversa posterior e fratura bicolunar.
    • Incisão na sínfise púbica até a EIAS, com 3 janelas separadas pelo iliopsoas lateralmente e vasos femorais medialmente.
    • Cordão espermático (homem) e ligamento redondo (mulher) são as estruturas em risco na janela medial. Já o Nervo cutâneo femoral lateral está em risco na janela lateral.
    • Na terceira janela se encontra o espaço de Retzius;
  • Ileofemoral: fratura alta da coluna anterior
    • É comum a lesão do nervo cutâneo femoral
    • Aplicação limitada: não possibilida acesso medial a eminência ileopectínea.
  • Ileofemoral estendida: alguns tipos especificos de fraturas transversas com parede posterior e fratura bicolunar.
  • Stoppa Modificada: vem sendo utilizada como substituta a via ileoinguinal. Via para fratura da parede anterior, coluna anterior, transversas, em T, hemitransversa posterior e bicolunares.
    • Particularmente útil para fraturas que necessitam de uma placa de apoio da superfície quadrilátera.
  • Anterior e posterior combinadas: fraturas em T, bicolunares e coluna anterior com hemitransversa posterior.

A tração intraoperatória com distrator femoral é muito importânte.

Sequencia de redução das fraturas:

  1. Colunas desviadas
  2. Qualquer fratura da parede

Sequência de redução das fraturas bicolunares:

  1. Uma das colunas ao esqueleto axial
  2. A outra coluna
  3. Componente da parede

Depois da fixação definitiva dos fragmentos reduzidos, o conteudo completo deve ser estabilizados com placas de apoio.

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13
Q

Visão geral via de Kocher Langenbeck

A
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14
Q

Visão geral da via ileoinguinal:

A
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15
Q

Visão geral da via ileofemoral:

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16
Q

Visão geral da via ileofemoral estendida:

A
17
Q

Visão geral via Stoppa Modificada

A
18
Q

Complicações:

A

Artrite pós traumática - mais comum. Dependente da qualidade da redução da fratura

Osteonecrose da cabeça do fêmur

Infecção em 5% das cirurgias

Lesão iatrogênica do nervo ciático

Ossificação heterotópica

Tromboembolia venosa