Flutter Atrial Flashcards
Definição
Taquicardia atrial de macrorrentrada
O que é macrorrentrada?
É um circuito de reentrada relativamente amplo em torno de um obstáculo central e não há um único ponto de origem de ativação, sendo os tecidos atriais fora do circuito frequentemente ativados.
Os átrios são despolarização na mesma frequência e pela mesma via levando a ondas F com mesma morfologia e intervalo regular entre elas
Quais os tipos de flutter atrial?
Tipo I - dependente do istmo cavo tricuspídeo (típico)
Tipo II - não dependente do istmo cavo tricuspídeo (atípico)
Característica do flutter atrial típico (I)
Envolve a Veia Cava Inferior e o istmo tricúspide.
CAMINHO DO ESTÍMULO “TÍPICO”
Extra-sístole atrial →>
Sobe pelo septo interatrial
Passa pela crista terminalis (próximo ao óstio da veia cava superior)
Desce pela parede lateral do AD
Passa pelo entorno do óstio da cava inferior
Atinge o ISTIMO!
O ISTIMO representa a zona “lenta” da condução elétrica, permitindo a heterogeneidade da
condução.
Característica do flutter atrial atípico (II)
Podem ser decorrentes de circuitos macroreentrantes do átrio direito.
Causas de flutter atípico:
1) às suturas e retalhos atriais usados para cirurgias de cardiopatias congênitas complexas, juntamente com danos atriais progressivos.
2) fibrose.
3) Situações clínicas como pós ablação de fibrilação atrial (FA) ou progressão de miocardiopatia atrial com remodelamento elétrico e anatômico facilitam a formação de circuitos macrorrentrantes em átrio esquerdo. Alguns exemplos são o FLA perimitral, macrorrentrada em torno de regiões de cicatrização do AE, ao redor dos óstios das veias pulmonares
Subtipos do flutter atrial típico ?
Reentrada Antidrómica (sentido contrário dos ponteiros do relógio). É o tipo mais comum de Flutter Auricular (90% dos casos)
Ao ECG:
1) Ondas de Flutter (Ondas F) invertidas em DII, DIII e aVF
2) Ondas F positivas em V1
Subtipos do flutter atrial típico?
Reentrada Ortodrómica (sentido dos ponteiros do relógio). Tipo menos comum de Flutter Auricular
Ao ECG:
1) Ondas F positivas em DII, DIII e aVF
2) Ondas F invertidas em V1
Alterações ao ECG?
1) Taquicardia de complexos estreitos.
2) Atividade auricular regular (aprox. 300 bpm). ——> FC: 150bpm
3) Ondas de Flutter (“em dentes de serra” - /\/\/\ )
4) Estas ondas podem ser confundidas com as ondas P em V1.
5) Ausência de linha de base isoelétrica.
Melhores derivações no ECG para ver onda F no plano frontal?
Plano frontal: derivações inferiores (DII, DIII e AVF)
Derivação para ver onda F no plano horizontal?
Derivações anteriores: V1 e V2
Diferença no ECG entre FA e Flutter ?
No flutter não tem linha isoeletrica e na FA tem
O flutter atrial responde a medicações ?
Nao.
O flutter não responde a beta bloqueador, digital, bloqueadores do canal de cálcio
O flutter responde ao que?
Cardioversao
Como diferenciar ECG na FA e flutter?
Mecanismo que:
1) aumentem o bloqueio AV
2) renovam os complexos QRS
3) aumentem o intervalo RR
Quais mecanismo para aumentar o intervalo RR e removem os complexos QRS?
Manobra vagal
Fármacos
- adenosina
- Diltiazem
- betabloqueador
O tratamento agudo fluxograma
Quais medicações para tratamento agudo?
Nível de recomendação:
Ia: cardioversao elétrica
Ia: ibutilide e dofetilide (não disponível no Brasil)
IIa: betabloqueador
bloqueador do canal de cálcio - Diltiazem, verapamil (apenas como controle de frequência ventricular)
IIb: amiodarona e digoxina (controle de frequência)
Por que fazer controle de frequência no flutter?
Para revirar exaustão miocárdica
Medicações contra-indicada no flutter ?
Propafenona e flecainida
Pq propafenona e flecainida são contraindicados?
Risco de lentificação do circuito atrial
|
Facilitando maior condução do átrio para o ventrículo (Nó AV não filtra)
|
Arritmia mais rápida (condução AV 1:1)
Qual o melhor tratamento para flutter?
Cardioversao elétrica
Altas taxas de sucesso imediato : 90%
O que usar antes da cardioversao elétrica ?
Pré procedimento: drogas antiarritmicas (amiodarona)
Pq o paciente deve estar em uso de amiodarona antes da cardioversao elétrica?
1) potencializa a reversão ao ritmo sinusal
2) menor taxa de recidiva precoce da taquiarritmia
Como fazer a cardioversao?
Choque bifásico
Posição das pás:
1) antero posterior
Carga < 100j
Quando realizar a cardioversao?
1) início recente (< 48h) - agudo
- < 12h da arritmia e sem histórico de eventos trombótico (poderá ser realizada após o início imediato da anticoagulação)
- > 12h e <48h:
CHA2DS2-VASc ≥2 homem e ≥3 mulheres, considerar cardioversão eletiva: realizar o ecocardiograma transesofágico (ETE) para afastar a presença de trombo em apêndice atrial esquerdo (AAE). - Até 48h da arritmia
Se CHA2DS2-VASc ≤ 1 homem e ≤ 2, se mulher, podemos realizar a cardioversão em até 48h do início da arritmia
Quando usar anticoagulação ?
> 48 horas: quatro semanas de anticoagulação após cardioversão
< 48 horas: avalia-se o risco usando o escore CHA2DS2-VASc.
1) CHA2DS2-VASc maior ou igual a 2 – indicação de anticoagular por pelo menos quatro semanas.
2) CHA2DS2-VASc de 1 – usar o julgamento clínico e considerar um anti-agregante (aspirina).
3) CHA2DS2-VASc de 0 – não anticoagular.
A anticoagulação pode ser feita com a warfarina ou com os novos anticoagulantes orais (dabigatrana, rivaroxabana, apixabana e edoxabana)
Na dúvida de trombo no ECO TE ?
Realizar eco com contraste, Angio TC e Angio RM