fibromialgia Flashcards

1
Q

Introdução e definição de Fibromialgia:

A

Síndrome dolorosa crônica, caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga, distúrbios do sono e distúrbios cognitivos

Prevalência: 0,2 a 5% da população geral (Brasil: 2,0 a 2,5%)

Mulheres > homens

Idade entre 25 e 65 anos

Doenças crônicas: maior prevalência de fibromialgia (FM)

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2
Q

Tipos de dor

A
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3
Q

Fisiopatologia

A

Fatores genéticos: enzimas que degradam monoaminas, transportadores e receptores de serotonina e dopamina

Fatores ambientais
trauma físico
infecções (hepatite C, vírus Epstein-Barr, parvovírus, doença de Lyme)
estresse emocional
desencadeiam FM em 5% a 10% dos indivíduos expostos – a maioria dos indivíduos recuperam seu estado inicial de saúde

Frequente em indivíduos com doença autoimune ou outro distúrbio associado à entrada nociceptiva periférica 🡪 centralização da dor

20% dos indivíduos com artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e osteoartrite preenchem os critérios para FM

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4
Q

Síndrome de sensibilização central:

A
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5
Q

Quadro clínico

A

Dor difusa, generalizada e crônica
Moderada a forte intensidade
Sensação subjetiva de edema

Sensação de parestesia (sem distribuição em dermátomos): piora no frio e durante estresse

Exame físico: sem alterações além de pontos dolorosos - sítios na musculatura, ligamentos ou bursas

Sono não reparador - intrusão de ondas alfa em estágios de sono profundo

Fadiga
Alterações de memória
Déficit de concentração

Distúrbios do humor associados: depressão, ansiedade, transtornos obsessivos-compulsivos e síndrome do pânico –> exacerbação dos sintomas e menor enfrentamento diante da doença

Comprometimento da capacidade para o trabalho, qualidade de vida e percepção de saúde

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6
Q

Diagnóstico diferencial

A

Síndrome da dor miofascial

Síndrome da fadiga crônica

Miopatias

Doenças neurológicas e neuromusculares

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7
Q

Diagnóstico

A
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8
Q

EGS - ESCALA DE GRAVIDADE DOS SINTOMAS (últimos 7 dias)

A
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9
Q

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:

A
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10
Q

Tratamento não farmacológico

A

Educação em saúde

Atividade física

Terapias psicológicas

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11
Q

Educação em saúde

A

Conhecimento dos sintomas

Conhecimento dos objetivos e das etapas do tratamento

Participação ativa do paciente na estratégia terapêutica

Reconhecimento dos fatores que influenciam sua sintomatologia

Individual ou em grupo

Embora os estudos comprovem a eficácia da educação isoladamente, a combinação de educação com a prática de exercícios parece ser mais eficaz

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12
Q

Atividade física

A

Aeróbicos: mais estudados

Protocolos combinados (p.ex., pilates): benefícios em estudos isolados

A progressão da duração, da intensidade e da carga do exercício deve ser mais lenta

Resultados a longo prazo

Mecanismos de ação:
* aumento dos níveis de serotonina, melhorando depressão, dor, distúrbio do sono
* estimulação da produção de GH-IGF1 (Growth hormone, Insulin-like growth factor I), interferindo na dor e fadiga
* regulação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e sistema nervoso autônomo, diminuindo dor, distúrbio do sono, ansiedade, sintomas de secura, alteração do hábito intestinal, lipotimia e outros sintomas relacionados à disautonomia

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13
Q

Terapias psicológicas

A

Avaliar o papel dos aspectos emocionais e a associação com doenças como depressão e ansiedade

Uso de técnicas psicológicas: terapia cognitivo-comportamental (interpretação de situações que podem gerar sofrimento)

Outras modalidades: intervenções de realidade virtual, técnicas de meditação, hipnose, terapia de comprometimento e aceitação (TCA), terapia interpessoal breve, biofeedback e terapia do espelho

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14
Q

Tratamento farmacológico

A

Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina): inibem a recaptação das monoaminas (IMAO) – serotonina e noradrenalina

melhoram a dor, o sono e a fadiga

doses variam entre 12,5 e 50 mg ao dia (pelo menos 6 meses), menores do que as necessárias para o controle de depressão

efeitos colaterais: ganho de peso, sonolência excessiva, obstipação intestinal e perda da libido

ciclobenzaprina: reduz a dor por meio da inibição da receptação da serotonina - alívio da dor, da fadiga e melhora na qualidade do sono

Antidepressivos “duais” : inibem a recaptação de norepinefrina e serotonina

duloxetina (60 a 120 mg/dia) e venlafaxina (fadiga)

apresentam capacidade analgésica

inibidores específicos da recaptação de serotonina (fluoxetina, sertralina): eficácia analgésica pobre, podem ser úteis para os demais sintomas

Anticonvulsivantes: atuação nos canais de cálcio do neurônio pré-sináptico

gabapentina

pregabalina (mais estudado) – dose entre 150 e 300 mg ao dia

atua na redução da aferência do estímulo doloroso

melhora da dor, da fadiga e do sono

efeitos colaterais: semelhantes aos dos antidepressivos

Tramadol: eficaz em estudos controlados isoladamente ou associado ao paracetamol – inibe recaptação de serotonina e noradrenalina

AINES: sem efeito terapêutico na FM, mas pode ser importante para o tratamento dos geradores periféricos da dor e das comorbidades musculoesqueléticas

Avaliar presença de outros distúrbios além do sono não reparador, como apneia do sono e síndrome das pernas inquietas - tratamentos específicos

Insônia: trazodona, tizanidina, indutores de sono (zolpidem) – sem estudos

Evitar benzodiazepínicos

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15
Q

Caso clínico

M.H.S, 42 anos, sexo feminino, auxiliar de enfermagem, natural e procedente de Bauru-SP
QD: Dor no corpo há 2 anos
HMA: Paciente relata há 2 anos dores em coluna, braços, antebraços e joelhos, que pioram à movimentação e ao final do dia. Há 6 meses, após falecimento da mãe, acha que a dor está mais “espalhada”, diária, desta vez em membros superiores, inferiores e toda a coluna. Sente dor até quando o marido a abraça. Apresenta dificuldade para iniciar o sono (mesmo usando medicação para dormir) e tem acordado sempre “cansada” nos últimos 3 meses. Por isso, tem usado analgésicos e anti inflamatórios diariamente. Sedentária.
ISDA:
Abdome: cólicas abdominais e sensação de “inchaço” em abdome frequentes, apresenta episódios de diarréia em situações de estresse emocional
Neurológico: piora da memória nos últimos 3 meses, crises frequentes de cefaléia pulsátil hemicraniana acompanhada de fotofobia e fonofobia
AP: sobrepeso, hipotireoidismo
depressão iniciada pós parto do segundo filho, há 4 anos
AF: mãe tem obesidade e HAS
Medicações em uso: levotiroxina 100 mcg dia, sertralina 50 mcg cedo, clonazepan 2 mg a noite

Exame físico: BEG, corada, hidratada, contactante, afebril
PA 120 x 80 mmHg, FC 70 bpm, FR 18 rpm
Pele e fâneros: sem alterações
Cabeça e pescoço: sem alterações
Ap cardiovascular: 2 bulhas rítmicas normofonéticas sem sopros, sem edemas
Ap respiratório: MV presente e normodistribuído sem RA
Abdome: flácido, doloroso à palpação profunda em fossa ilíaca esquerda, RHA presentes, timpânico
Osteoarticular: sem artrites, presença de dor à palpação muscular em antebraços, braços, musculatura paravertebral ao longo de toda a coluna, região anterior de coxas bilateral

Fator de piora?

Síndromes clínicas associadas?

Tratamento não farmacológico

Você modificaria algo no tratamento medicamentoso?

A

Paciente relata que não tem tempo para fazer atividade física. Iniciado tratamento com pregabalina 75 mg a noite

Retorno 3 meses após, com melhora de 30% da dor difusa, ainda com dificuldade para realização de atividades diárias por dor. Reorientada atividade física e, após 2 meses fazendo caminhadas 4 x na semana (40 min), apresentou melhora mais significativa das dores e do humor

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